À Procura de Adeline Legrand escrita por Biax


Capítulo 13
Sonho


Notas iniciais do capítulo

Oláá! Aqui vamos nós com a última parte do baile e um rapaz cheio de charme ;D

E também algo que estávamos pensando se Heloise faria ou não.

Boa leitura!



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— Nós... deixamos ela com Oliver e fomos no banheiro e... — falei. — Quando voltamos esquecemos onde eles estavam.

— O vinho que fizeram vocês esquecer, não é? — Castiel cruzou os braços, rindo.

— Não exatamente, só não prestamos atenção onde tínhamos os deixado. — Nos defendi. — Não estão bravos por termos deixado ela com Oliver?

— Por que estaríamos? — Ele deu de ombros. — Confiamos nele.

Ah, que bonitinho. — Bom, podemos ir procurá-los. — Calcei meus sapatos de volta.

— Vamos.

Levantamos e voltamos para dentro. Logo perto das danças, vimos os dois, junto de Kentin e os outros Riviere. Denise foi direto para lá, e Castiel a seguiu. Neville ficou ao meu lado quando parei, vendo a família de longe.

— O que foi? — Ele indagou, com um leve tom de curiosidade.

— Nada, só admirando sua família. É muito bonito como vocês são unidos à família dos Pierre.

— Nossos pais são amigos desde que eram novos. Os laços são fortes.

O olhei, concordando. — Realmente.

— Acho que já vamos embora... Gostaria de dançar uma última música comigo?

Me surpreendi com o pedido. — Por que não?

Ele pediu minha mão, e eu a dei. Me puxou para onde estavam os casais, já dançando uma música um pouco mais lenta, mas não menos animada. Me posicionei na frente de Neville e coloquei a outra mão em seu ombro, e ele segurou minha cintura. Começamos a nos mover, e ele até me girou.

Apesar da aparência séria, ele era divertido, só não mostrava para qualquer um.

Neville me girou mais uma vez e me inclinou para trás, se inclinando junto. Segurei para não dar um gritinho e me limitei a rir. Ele riu junto comigo e nos olhamos uns segundos, e mais uma vez fiquei corada pela beleza e charme dele. Devia ser óbvio que estava rolando um clima ali.

Se estivéssemos na minha época...

— Minhas costas — reclamei rindo, e rapidamente ele nos ergueu.

— Desculpe.

— Tudo bem. — Meu olhar foi para onde estava as famílias, e Castiel nos olhava, e quando me viu, acenou, como se dissesse que já estavam indo. — Eles estão indo. — Indiquei com a cabeça. — Vamos.

Neville pareceu hesitar, mas me seguiu para junto deles.

Infelizmente não posso deixar ir mais longe do que isso.

Esperamos nossas carruagens na entrada, que logo vieram. Primeiro veio a nossa, e antes que eu entrasse, vi Neville me olhando. Apesar de corar, tentei ignorar e entrei. Denise estava deitada no ombro de Oliver, já dormindo, e eu ri.

Clarisse tinha ido com sua família e seguimos o caminho quietos e cansados.

Assim que chegamos, desejei boa noite a todos e fui para a pensão. Entrei e tranquei a porta do quarto, tirei o vestido e os sapatos no caminho para a cama e me deitei, me enrolando nas cobertas e dormindo. Continuei a dança com Neville em meu sonho, enquanto sua família olhava.

Era uma sensação estranha, porque apesar de saber que eles olhavam, sentia como se outra pessoa também o fizesse. Alguém de fora. Assim que a dança acabou, procurei por alguém que estivesse espiando.

Achei.

Rosalya, Lysandre e Nathaniel nos observavam, segurando taças de champagne. Mas, algo chamou minha atenção, e percebi que no bolso do terno de Nathaniel havia um caderno. Um caderno azul.

Ele sabe.

Nathaniel tirou um celular do bolso e começou a falar com alguém, e eu tive a sensação de que era sobre mim.

Eu preciso ir, Neville.

Corri para fora, e quando sai, me deparei com o jardim da pensão. Entrei no prédio e fui para o quarto pegar minhas coisas. Juntei tudo na mochila, mas antes que eu saísse, Nathaniel entrou no quarto.

Não tem motivo para fugir, Heloise. Eu disse que a ajudaria.

Era mentira. É mentira.

Ele se aproximou e tomou minha mão, e deu um beijo demorado nela, olhando em meus olhos. Você precisa confiar em mim.

Minha vontade de ir embora evaporou. Era como se eu pudesse mesmo confiar nele.

Nathaniel...

Acordei, permanecendo parada. Suspirei, sentindo os cheiros disponíveis no ambiente e só depois abri os olhos. O sol não batia mais diretamente no quarto, o que significava que estava tarde. Minhas pernas e pés estavam doloridos. Senti o estômago apertar de fome e resolvi me mexer para olhar o relógio.

Já passava de uma da tarde.

Caramba...

Me sentei, esfregando os olhos. Tentei lembrar do sonho, mas só me lembrava que Nathaniel estava nele, mais nada.

Preguiçosamente, sai da cama e fui ao banheiro. Lavei a cara depois de usar o sanitário e me olhei no espelho, vendo meu cabelo desgrenhado e a cara amassada de quem dormiu demais. Voltei e procurei minha escova e pasta de dente na mochila, só que não a achava. Resolvi jogar tudo em cima da cama, e aí os achei.

Escovei os dentes, larguei os objetos de volta na cama e abri a janela, respirando o ar fresco. Mal tinha percebido que o quarto estava abafado.

Cacei meu blusão do pijama e o vesti. Não pretendia sair do quarto por enquanto. Talvez até fosse dormir um pouco mais. Vi o vestido de Denise no banco.

Eu preciso ir devolvê-lo. Me dê forças, Deus.

Alguém deu alguns toques na porta. Devia ser ela. Fui até a porta e a destranquei.

— Eu já estava pensando em... — Parei de falar quando vi que era Nathaniel.

— Heloise... — Ele sussurrou, olhando para o resto do meu corpo. Pigarreou. — Desculpe, acho que não vim em uma hora oportuna.

Engoli seco. — É... tudo bem, entra. Só... não repara a bagunça. — Dei espaço.

Nathaniel entrou, com certeza reparando na bagunça. — A noite foi boa?

— Como assim? — Fechei a porta e o olhei.

— Eu te vi ontem, no baile. Duas vezes.... Uma estava andando com Denise, e na outra estava dançando com um dos Riviere.

Senti o rosto corar, mesmo não entendendo o motivo daquela reação. — Ah... eu não o vi.

— Eu imagino. Estava com um grupo de colegas.

De repente, me lembrei de uma parte do sonho. — Lysandre e Rosa estavam lá também?

— Não, nenhum dos dois.

— Ah... — Por que eu sinto como se tivesse feito algo errado?!

— Eu... — Andou pelo quarto, devagar. — Decidi vir vê-la pois... queria saber se estava bem. Mesmo tendo dito que estava bem na sexta, acabei por me sentir culpado, mesmo não sabendo se fiz algo errado.

— Você não fez nada errado, eu disse que estava tudo bem. — Fiquei um pouco mais perto.

Ele sentou-se no banco. — Desculpe, mas não me convenceu. Você não estava gostando do rumo da nossa conversa.

— Não é isso. — Me sentei no chão e cruzei as pernas. — Eu só... não queria falar sobre onde eu moro.

— É isso que eu gostaria de entender. — Foi para o chão também, sentando igual a mim. — Você não gosta da sua casa?

Esfreguei as mãos no rosto, tentando pensar. — Não, eu amo a minha casa, minha família, meus amigos. Amo tudo de onde venho. É que... é muito complexo explicar.

Nathaniel continuava me olhando pacientemente. — Que tipo de roupa exatamente é essa?

Olhei para baixo, vendo meu blusão e meu shorts. — Pijama.

— Todos usam pijamas assim de onde vem?

— Depende, existem muitos tipos. Calças, camisolas, outros dormem sem roupa.... Você não trouxe seu caderno?

— Não vim até aqui para fazer uma consulta, vim como amigo.

Dei um sorriso. — Estava mesmo preocupado?

— Sim.

Assim eu fico sem opção...

Suspirei e levantei. Nathaniel me observou indo até a cama e pegando um livro, e voltando ao mesmo lugar.

— Olha. — Estendi para ele, que o pegou.

— Um livro de... história? — Olhou a capa.

— Leia.

Nathaniel abriu e começou a folhear. Dava para ver sua surpresa primeiramente com o material do livro, bem diferente dos livros da época.

— O que exatamente você quer que eu leia?

— Acho que... — Peguei o livro apenas para procurar a página. Achei o que eu queria e devolvi. — Aqui. — Indiquei a página.

— ... Primeira Guerra Mundial? Como... — Leu com o cenho franzido, indo para os textos da primeira página. — Isso... isso é uma previsão do que vai acontecer? — Me encarou.

— Não. Isso vai acontecer.

— Como assim?

— Esse livro... é de dois mil e dezesseis. Ou seja, cento e cinco anos no futuro.

Ele me olhava como se não acreditasse no que eu dizia. Seus olhos desviavam, mostrando que ele estava pensando, ligando os pontos.

— Mas... isso não é possível.

— Se não fosse possível, eu não estaria aqui com você.

— Isso... — Olhou de novo para o livro, foleando algumas páginas.

— Por isso eu não queria falar de onde eu sou. Ninguém pode saber sobre isso, você entende?

— Que você... é do futuro?

— Sim. Estou aqui para fazer uma pequena missão, que não vai afetar diretamente a história, mas que pode mudar um pouco a vida de uma amiga. Precisamos fazer um teste e descobrir se vai mudar algo no futuro

Nathaniel piscou algumas vezes, ainda chocado, e eu rezei mentalmente para que ele não surtasse.


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Notas finais do capítulo

Será que Nathaniel vai acreditar? Ou será que vai pedir para o hospício vir buscar nossa protagonista?

Descobriremos quarta, nesse mesmo canal!

Alguém shippou Heloise e Neville? Confesso que fiquei bem mexida com esses dois ahahuah

Nos vemos quarta o/



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