Guerra Infinita - Desígnio Final escrita por tsubasataty


Capítulo 20
20.




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Nidavellir, "os campos escuros," é a terra dos anões. Nidavellir fica nos subterrâneos de Midgard, mas separado de Niflheim e de Svartalfheim. Até a chegada de Thanos, era inteiramente habitado por anões que moravam em montanhas e casas subterrâneas. Era o lar de grandes ferreiros que faziam armas e joias para os deuses. Agora, após a destruição de Thanos, apenas um deles sobreviveu: o grande rei dos anões, Eitri.

 

Thor encarava a Rompe-Tormentas em suas mãos num silêncio sepulcral. Seus companheiros de viagem não notavam, mas sua mente trabalhava a mil.

— Você colocou direito as coordenadas de Nidavellir, Nebulosa? – Rocket perguntou, ansioso para a missão que logo os aguardava, ao mesmo tempo em que sua cabeça não parava de pensar em Groot.

Ele olhou de relance para o cabo da arma de Thor e seu coração ficou apertado. Ao menos, uma parte de Groot havia restado. Mas logo ele estaria de volta, juntamente com todos os outros seres que haviam desaparecido com o estalar de dedos de Thanos. Era nisso que Rocket mantinha suas esperanças e conseguia continuar seguindo em frente, tentando não se deixar abater quando os pensamentos assombrosos vinham lhe atormentar uma vez mais.

— Claro que sim, quem acha que eu sou?! – Nebulosa retrucou sem paciência alguma na voz. Já havia um tempo em que eles estavam viajando pelo espaço, e tudo parecia estar nos conformes. A qualquer minuto, eles avistariam Nidavellir.

— Como será que está Eitri? – Thor de repente perguntou, sua voz grossa ressoando por toda a nave de Nebulosa.

— Espero que melhor que da última vez – Rocket respondeu, realmente torcendo para o anão estar bem.

O trio ficou em silêncio por mais alguns instantes. Demorou alguns longos minutos até eles avistarem algo distinto a sua frente.

— Mas o que é aquilo? – Rocket perguntou, olhando desconfiado para a estrela de nêutrons que possuía seu núcleo orbitado por uma megaestrutura de múltiplos anéis que, diferente da outra vez, funcionavam agora em quase completa harmonia.

Thor deu um passo à frente e sorriu aliviado e surpreso.

— Está brilhando! – ele olhou para Nebulosa e Rocket. – Nidavellir está brilhando!

 

— Eitri! – Thor foi o primeiro a descer apressado da nave quando eles aterrissaram no lugar. – Sou eu, Thor! Nós estamos de volta!

Ouviram um tinido metálico a alguns metros dali e seguiram na direção do som.

Encontraram o rei dos anões trabalhando na mais completa concentração, até que ele avistou os seus novos convidados e parou a soldagem que estava fazendo.

Eitri sorriu de orelha a orelha e disse:

— Eu sabia que vocês iriam voltar.

Thor foi na direção do anão gigante e deu um abraço caloroso nele, que retribuiu contente o gesto.

— As coisas estão bem melhores por aqui – Rocket entrou na conversa, percorrendo os olhos em todo o lugar.

— Sim... – Eitri disse. – Muita coisa aconteceu desde que vieram. Quando sentimos o estalar de dedos de Thanos, eu e os outros sobreviventes das terras aqui perto nos reunimos. Sabíamos que não podíamos ficar separados mais. E, desde então, estamos trabalhando sem parar...

Eitri estendeu o silêncio como se quisesse dizer algo a mais e todos claramente perceberam isso.

— Eitri... Estão trabalhando em que? – Thor perguntou.

— Eu não sou um guerreiro, Thor... – o anão foi logo dizendo. – Sou um ferreiro e tudo o que sei fazer são armas, então reuni todos aqueles que podiam me ajudar para construirmos novos equipamentos para a batalha que está por vir. Ah, e sim... Eu me arrependo profundamente da manopla que Thanos me obrigou a fazer e eu sabia que não podia deixar as coisas assim...

Eitri interrompeu sua fala novamente e seguiu para os fundos do aposento.

— Desde estão – ele exclamou alto, para que todos os três pudessem ouvi-lo. – Tenho trabalhado em algo que se igualasse à Manopla do Infinito... E eu finalmente consegui.

Todo orgulhoso de si, Eitri voltou para perto de seus visitantes com um objeto cintilante nas mãos.

— Está quase pronto... – Eitri mostrou o objeto com cuidado para Thor, Rocket e Nebulosa. – Pensei dessa vez, ao invés de criar outra manopla, criar então um cajado, uma armadura para peitoral ou alguma outra coisa para sustentar as Joias... Alguma sugestão?

O trio se entreolhou. Ao mesmo tempo, os três lembraram-se das palavras de Doutor Estranho.

— Precisamos de algo que permita cinco usuários usar as Joias – Nebulosa quebrou rapidamente o silêncio. – Não faremos como Thanos, que apenas ele controlava todas elas, pois dessa vez cinco de nós iremos controlá-las.

— Além de Doutor Estranho, que terá de volta sua Joia do Tempo – Rocket concluiu.

Eitri olhou absorto para o trio sem saber o que responder.

— Dividir em cinco...? Não foi algo que imaginei.

— Faça braceletes, Eitri! – Thor revelou sua ideia logo que ela brilhou em sua mente. – Cajados são difíceis de segurar e podem ser facilmente roubados, armaduras podem ser complicadas de usar, mas braceletes qualquer um pode simplesmente colocar no pulso e seguir adiante com uma luta. É a solução perfeita.

— Concordo com Thor – Rocket sacudiu a cabeça, aprovando totalmente a ideia.

— Obrigado, guaxinim – Thor respondeu sorridente.

Vendo que Thor havia ganhado a todos com a sua ideia, o anão logo disse:

 – Ok... Braceletes serão então. Venham comigo, por favor.

Nas próximas horas, o trio conheceu diversos seres que habitavam os entornos de Nidavellir e que estavam ajudando Eitri naquela nova tarefa. O anão rei dividiu o poderoso objeto cintilante em 5 partes e confeccionou 5 braceletes do mesmo metal uru que foi utilizado para forjar a stormbreaker, juntamente com outros metais que Eitri usou para criar a Manopla do Infinito. Simplesmente não podiam ser cinco braceletes quaisquer; precisavam ser objetos capazes de suportar os enormes poderes das Joias do Infinito, mais ainda que a própria Manopla. Felizmente, Eitri tinha as habilidades certas e, dessa vez, toda a ajuda que precisava.

 

— Aqui estão – Eitri enxugou o suor que escorria por sua testa molhada e olhou confiante para os cinco braceletes que ele havia acabado de confeccionar. Os olhos do ferreiro literalmente brilhavam de orgulho quando encaravam aqueles objetos. – Dei o meu melhor, pessoal. Tenho certeza que com esses braceletes vocês conseguirão as Joias de volta.

Thor iria agradecer as palavras do anão quando um alarme soou no pulso de Nebulosa.

— Hey, o que houve? – Rocket logo perguntou.

Nebulosa mexeu no painel que se iluminou em seu braço e leu as palavras de emergências contidas ali. Em questão de segundos, seu semblante, outrora calmo, mudou completamente.

— Recebemos uma mensagem de Tony Stark – ela disse com a voz cheia de ódio e clamando por vingança. – Thanos está em Zen-Whoberi, o planeta natal de Gamora. Precisamos ir para lá agora.

O grupo se entreolhou e voltou-se para Eitri.

— Zen-Whoberi... – o anão murmurou baixinho. – Vocês vão precisar de ajuda. Convocarei os guerreiros de Niflheim e Svartalfheim. Os elfos sombrios e o reino dos mortos vão se juntar a vocês nessa luta final contra Thanos. Dessa vez, não podemos perder. Avisarei meus amigos e logo eles os alcançarão. Vão, heróis. Toda a sorte do universo para vocês.

***

A nave de Nebulosa percorria com velocidade toda a imensidão da galáxia a fim de alcançar Zen-Whoberi o mais rápido possível. Tony Stark traria os demais Vingadores em outra nave sua, e todos se encontrariam finalmente naquele planeta que pertencera ao povo de Gamora.

Eles estavam viajando rápidos quando, de repente, uma nave desconhecida se pôs bem em seu caminho. Era uma enorme e desconhecida nave preta, e nenhum deles viu aquilo como um bom sinal.

— Essa não... Já nos acharam?! – Rocket perguntou. – São servos do Thanos, só pode ser.

Então, ainda sem saber como reagirem diante daquela possível ameaça, a nave desconhecida emitiu um alarme e um painel transparente se abriu e revelou aqueles que estavam dentro da outra nave.

Thor prendeu a respiração e Nebulosa aproximou-se ainda mais a sua nave da outra. Rocket olhou para o que via a frente e riu, sacudindo a cabeça, desacreditado. Não, aquilo não podia ser real...

Uma porta se abriu e de dentro dela saiu um cavalo branco alado com uma mulher carregando uma poderosa lança de ferro nas mãos. Ao seu lado, num cavalo alado um pouco mais humilde, estava alguém que Thor jamais esperava ver com vida outra vez.

— Deixe eles entrarem! – Thor falou numa imposição absoluta, mal sabendo como ainda conseguia se manter de pé depois de ver aquela cena surreal.

Em instantes, um compartimento se abriu e os dois convidados com seus cavalos alados adentraram no lugar.

— Você é uma Valquíria mesmo? – Rocket perguntou embalado na incredulidade.

— Sou sim, meu nome é...

— Brunnhilde! – Thor exclamou, correndo na direção da Valquíria e abraçando-a rapidamente. Os olhos do Deus do Trovão estavam banhados em lágrimas. – Achei que tinha perdido todos vocês, que não havia restado ninguém do meu povo vivo mais...

— Enxuga essas lágrimas, Thor – a mulher riu.

— Parece que está vendo um fantasma – foi aquela voz se aproximando que pegou Thor totalmente desprevenido. A voz, aquela maldita voz...

— Sentiu saudades, irmão? – Loki abriu os braços e revelou um largo sorriso, pronto para receber o abraço de Thor.

O herói, por outro lado, sentiu que seu mundo iria se abalar ali, e ficou completamente imóvel, incapaz de se aproximar de Loki.

— C-como... Como você pode estar vivo, Loki? – Thor por fim conseguiu falar. – Eu vi com meus próprios olhos Thanos matar você, e bem na minha frente. Eu... Eu chorei por você.

— Mas não precisa chorar mais – Loki foi até o irmão e o abraçou verdadeiramente feliz. – Estou aqui agora.

Ele afastou-se de Thor e continuou:

— Achou mesmo que aquele truque com uma faquinha seria meu último ato, irmão? Que eu iria entregar a minha vida diante de uma cena tão lastimável como aquela? Sou o Deus da Trapaça. Aquela era uma ilusão tangível minha ali, a melhor delas, admito. Mas só assim consegui tempo para fugir de Thanos e procurar pela Valquíria. Quem morreu na sua frente, Thor, foi a minha obra prima, mas eu fui sã o suficiente para conseguir fugir logo dali. E, no fim das contas, realmente consegui.

— Aliás, tem outros convidados conosco – Brunnhilde disse. – Sei que sentiu saudades deles, Thor. Vá checar a frente da nave, logo você os verá.

— Pelos deuses, por Odin! São Korg e Miek! Eles sobreviveram!!!

Dentro da outra nave, acenando e olhando bem na direção deles, estavam duas criaturas completamente felizes por verem Thor mais uma vez. Aquele deus que fora seu amigo quando ainda eram escravos de trabalho, sobreviventes do Império Sakaar.

— Gastei todo o meu tempo no espaço, irmão, reunindo um exército para os Vingadores. E finalmente encontrei uma nave grande o suficiente que coubesse todos eles.

— Estamos prontos para a luta – Valquíria disse, aproximando-se de Thor e Loki.

O trio ficou um ao lado do outro, encarando a nave preta e ouvindo de dentro dela os sons dos guerreiros ansiosos para lutar.

— É uma honra poder lutar ao seu lado mais uma vez, irmão – Loki disse cheio de sinceridade.

Thor assentiu com a cabeça e encarou o horizonte distante.

— Podem vir mais uma vez – ele retirou do bolso um dos braceletes e fixou-o com força em seu pulso. O metal cintilante aderiu à sua pele como se sempre tivesse sido parte de seu corpo. Thor respirou fundo e olhou para a frente, fitando o horizonte ao longe. – Estamos preparados para você, Thanos. Pode vir, e saiba que este será o seu fim.


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Notas finais do capítulo

Por essa vocês não esperavam!
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