Seth escrita por Anitra


Capítulo 6
Capítulo 6 - Teorias


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, tudo bem com vocês? Leiam as notas finais, por favor! Tenho uma pergunta para vocês que gostaria que respondessem! :)



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— Você tem certeza que vai leva-la conhecer os sanguessugas? – Leah quase cuspiu a palavra, encarando-o como se estivesse louco.

Seth ignorou o olhar, sabendo que ela só estava preocupada. Para falar a verdade, ele também estava. Nunca duvidara dos Cullen antes, mas agora todo o cuidado que tinha com Aurora era pouco. Uma parte sua, uma que ele tentava ignorar a todo custo, não queria levar a bebê para uma casa de vampiros. Seth imaginava que era sua parte lupina agindo. Seus instintos imploravam para que ele continuasse em sua casa com seu imprinting, onde estaria completamente segura e longe dos seus inimigos naturais.

A outra parte de Seth, a parte humana que ele costumava ouvir sempre, afirmava que os Cullen eram bons – o garoto sempre acreditara nisso. Era essa parte que o fazia querer leva-la para conhecer a casa dos vampiros, que ainda não a tinham visto, com exceção de Carlisle e Renesmee. O médico frequentara a reserva algumas vezes, para levar leite para Aurora e aplicar as vacinas necessárias, e Renesmee – como imprinting de Jacob – tinha passe livre para visitar o lugar sempre que quisesse. Ela se empolgara com Aurora, indo visita-la sempre que podia.

— Rosalie quer conhece-la, você sabe que ela adora bebês. Além do mais, ainda não tive a oportunidade de agradecer os presentes que ela mandou. Olha isso, que coisa mais fofa! – exclamou, exibindo Aurora, que acabara de ter a cabeça coberta por uma touca branca com formato de urso panda. As orelhas felpudas se projetavam para cima. Ela estava adoravelmente aquecida e Seth estava encantado. Se o bando estivesse ali não deixariam aquele momento passar, começando suas piadinhas infinitas, mas ele não ligava realmente. Estava agindo como um bobo orgulhoso, sim, mas não tinha vergonha disso.

A touca – assim como o macacão quente que ela usava – foram presentes de Rosalie. Todos os vampiros mandaram coisas, a ponto de Seth ter um quarto lotado de roupas e brinquedos, um estoque infinito de fraldas e uma gratidão sem tamanho.

— Eu sei que ela que mandou, não precisa me lembrar. Fui eu quem teve que lavar essa droga cinco vezes para que começasse a parar de feder.

— Lavou porque quis. Não é como se Aurora conseguisse sentir algo – deu de ombros. Seth se incomodava, sim, com o cheiro dos vampiros. Estava em seu sangue. Mas não se incomodava tanto assim. Já estava se acostumando com o cheiro dos Cullen.

— Mas eu sinto! – protestou Leah, irritada – Não queria que ela estivesse fedendo todas as vezes que eu a pegasse no colo.

Leah já não tentava mais esconder que gostava de ter Aurora em seu colo. Seth era inteligente o suficiente para saber que não devia mencionar esse fato, então apenas agradecia em silêncio a mudança que acontecia aos poucos com sua irmã.

Era a primeira vez que Seth tiraria Aurora de casa, agora que ela tinha pouco mais de dois meses e Carlisle garantira que ela podia sair sem problemas. O dia amanhecera com um sol que não aparecia há meses e o clima estava incrivelmente quente, para os padrões de Forks. Mesmo assim, agasalhara Aurora o máximo que podia, já que ela ainda era frágil – e provavelmente passaria de colo em colo de vampiros, que tinham uma pele semelhante a pedras de gelo.

A buzina do Rabbit de Jake soou. Seth pegou a bolsa de Aurora, que continha coisas necessárias quando se saía com um bebê, e se despediu de Leah, ignorando seus protestos.

Jacob aceitara lhe dar uma carona quando pedira, querendo abusar o mínimo possível. Só porque Aurora já podia sair de casa, não significava que podia ficar no vento. Seth não tinha carro e não queria leva-la correndo.

Foram o caminho todo conversando banalidades, sobre Renesmee e Aurora, sobre o bando, sobre os bicos que Jake começara a fazer como mecânico. Aurora ficou em silêncio o caminho todo, cochilando levemente, como fazia quase todo o tempo. Por fim, chegaram em frente à enorme construção que era a casa dos Cullen.

Antes que pudessem sair do carro, Renesmee já pulava os degraus da entrada graciosamente, com o resto da família logo atrás.

— Jake! – pulou nos braços dele, que sorriu como um bobo.

Seth seguiu em direção aos vampiros, sorrindo. Rosalie estava ali, o que normalmente não acontecia. Ela não o destratava, mas também não morria de amores por sua presença. Costumava ignorar quando ele ia visita-los e nunca o tinha recebido antes.

Em um piscar de olhos ela já estava a um passo de distância, parecendo ansiosa. Seus braços estavam estendidos.

— Posso? – perguntou, sem tirar os olhos de Aurora.

O primeiro impulso de Seth foi estreitar ainda mais os braços em volta da bebê, mas logo relaxou. Sabia que Rosalie não faria nada com ela. Colocou-a nos braços frios, contendo o tremor que quis subir pelo seu corpo. Aurora sequer se mexeu.

Rosalie a levou para dentro, parecendo encantada, enquanto Seth cumprimentava os outros e abraçava Renesmee, que se entusiasmou ao vê-lo.

Conversou com todos, aceitando os lanches que Esme preparara com gentileza. Aurora passou pelos braços de todos, como ele já previra, sem emitir um resmungo sequer. Era a criança mais calma do mundo.

Seth se pegou olhando para ela e para Renesmee, que se inclinava sobre a mãe, que segurava a bebê. Pensou em como era engraçado aquela coisa de imprinting. Quando ouvia as lendas, não acreditava nelas. Depois que se tornou um lobo, passou a acreditar em algumas, mas outras ainda pareciam absurdas – como ter o imprinting por um bebê. Então veio Quil. E Jake. E ele. Todas as lendas tratavam aquela magia como algo raro, que não costumava acontecer com frequência, mas quase todos os lobos já tinham encontrado sua alma gêmea. Se perguntou se um dia encontrariam uma resposta para aquilo.

— Carlisle tem uma teoria sobre isso – Edward murmurou, sem se conter. Às vezes não conseguia se segurar, respondendo os pensamentos dos outros mesmo que não perguntassem nada a ele – Seth estava pensando sobre como é estranho que vários deles tenham sofrido o imprinting, ainda mais por bebês – esclareceu para os outros.

— E qual seria a teoria? – perguntou, curioso.

Carlisle, que estava de folga do hospital, se inclinou para frente no sofá em que estava sentado, parecendo empolgado. Nunca escondera o quanto os lobos o fascinavam.

Jacob, que estivera olhando para Renesmee até agora, voltou seu olhar para o médico, também curioso sobre o que ele tinha a dizer.

— Acho que tudo gira em torno de nós – disse, em um tom de desculpas – Nunca aconteceu isso na história, essa convivência entre lobos e vampiros, então suas lendas não falam de nada a respeito. Está no sangue de vocês se transformarem apenas quando há perigo por perto. Nós somos muitos, o que desperta os genes de lobos em vários de vocês. Além disso, também há nossos amigos, que nos visitam de vez em quando. O imprinting garante que os genes sejam passados adiante, o que é essencial para continuar a sua espécie, e a magia que envolve vocês entende que é necessário que isso aconteça para que a tribo seja protegida da ameaça que, hipoteticamente, ainda existe. Mas isso também tem um efeito colateral. Todos os lobos que sofreram o imprinting vão parar de se transformar logo, para que possam viver suas vidas ao lado de suas companheiras. A solução encontrada foi o imprinting focar em companheiras mais jovens. Você, por exemplo, Seth... você vai ser obrigado a continuar se transformando por alguns anos, no mínimo vinte, antes que Aurora atinja uma idade considerável para que você cogite deixar essa parte da sua vida de lado. Esse é um tempo mais do que considerável para que Sam e Jared, por exemplo, já tenham tido filhos, que podem até estar na idade de se transformarem. Dessa forma, a segurança da tribo fica garantida. E o futuro do bando também.

Quando ele terminou sua narrativa, ainda empolgado, Seth e Jacob continuaram em silêncio. Aquela teoria era interessante. E fazia sentido.

Aurora finalmente começou a resmungar, o que o fez pegá-la. Ela parou quase imediatamente, focando seus olhos grandes nos dele como se apenas ele existisse. Ela tinha o poder de deixa-lo sem reação apenas com aqueles olhos, que começavam a perder o tom de azul, caminhando para o verde.

Ali, com ela em seus braços, rodeado de vampiros que eram – incrivelmente – seus amigos, Seth percebeu que na verdade, o motivo do imprinting não importava. As teorias de Carlisle poderiam estar certas, e também poderiam estar erradas. Era irrelevante.

O importante, mesmo, era que Aurora estava ali. E se os vampiros tinham sido os causadores indiretos daquilo, obrigando a magia a agir para proteger a tribo do perigo que achava que eles eram, então ele só tinha que agradecê-los ainda mais.   


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Sei que ficou pequeno, mas acabei de escrever no único tempinho que tive, para que vocês não ficassem muito tempo sem um capítulo. Tentei ser o mais clara o possível com a explicação da teoria que estava na minha cabeça, mas não sei se ficou claro o suficiente. Se tiverem alguma dúvida, por favor, não hesitem em perguntar! Ficarei feliz em responder todas.
E então, vamos à pergunta que eu quero fazer:
Acho que a sinopse já é um indicativo de que existe um segredo acerca da Aurora. Eu gostaria de saber se vocês, assim como Carlisle adora fazer, têm alguma teoria sobre isso. Se sim, comentem! Eu adoraria saber! ♥



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