POV EDWARD CULLEN  

Dirigi pela estrada vazia pela madrugada escura perdido em pensamentos.  

Eu havia beijado Isabella Swan, irmã de minha esposa Kristin mas não era pelos motivos que ela acreditava ser. Eu jamais usaria uma pessoa por conta de meu casamento fracassado. Principalmente uma mulher como Bella. Uma mulher incrivelmente encantadora e inteligente, que ainda muito jovem se afastou de casa para seguir seus sonhos.  

Eu jamais imaginei, mas quando vi Isabella eu me sentia atraído não só por sua beleza, mas também por quem é. E por mais que fosse terrivelmente errado, não só por eu ser casado, mas também por ser casado com sua irmã eu ainda não podia deixar de me sentir assim, era inevitável.  

Seu olhar, seu beijo e seu cheiro estavam impregnados em minha mente.  

Abri a porta de casa e suspirei ao olhar o cômodo escuro. Kristin certamente estava dormindo em seu quarto, não dividíamos o mesmo quarto por muito tempo. Ela gostava de ter seu próprio espaço. Foi tudo o que disse quando nos mudamos para esta casa. Eu estava completamente apaixonado por ela e não a questionei. Se era o que queria, que tivesse.  

E o início de nosso casamento foi perfeito. Ela era a esposa perfeita, mas após o nascimento de Renesmee tudo mudou. Ela começou a se distanciar, começou a sair com suas amigas e viver de forma extravagante e luxuosa. Nosso casamento começou a ir ao caos e demorei a perceber isto até que vi como Kristin tratava Nessie, como uma criança qualquer e não sua filha.  

Cheguei a pensar que fosse algum tipo de depressão. Ou algo assim., mas me machucou cair na real que aquela era a Kristin de verdade, fria e gananciosa.  

Ela não se importava com quem feria. Alice diversas vezes tentou me alertar, mas eu não tive coragem de acabar com nosso casamento, sempre mantive a esperança que fosse apenas uma fase e que logo ela voltaria a ser a esposa amável e dedicada de antes.  

A única alegria de voltar para casa era Renesmee, meu pequeno anjo. Minha filha era tudo para mim.  

A garotinha ruiva de sorriso doce conseguia me fazer esquecer todos os problemas que tinha. Era a pessoa que me fazia lutar todos os dias, por ela, por nós.  

E por muitas vezes me culpei ao ver a tristeza em seu olhar por conta da mãe ausente... Até ela retornar a nossas vidas. Com a chegada de Isabella eu vi minha menina voltar a sorrir.  

Ela me contava como amava sua tia e tudo que faziam quando passavam o dia juntas. Me pedia sempre para a deixar com os avós maternos para poder ficar com a tia Bella. E sua felicidade era a minha.  

A casa era vazia sem ela ali.  

Subi as escadas e parei em frente ao quarto de Kristin. Uma emoção tomando conta de meu corpo, eu queria a confrontar e acabar com nossos sofrimentos. As palavras de Isabella tomando conta de meus pensamentos. "É a vida que deseja? " Não, sem dúvida alguma. Não é assim que desejo passar minha vida. E por mais que eu sempre tenha imaginado que o casamento deveria ser para sempre essa não era mais a realidade minha e de Kristin. Eu acabaria com aquilo.  

Abri a porta de seu quarto depois de algumas batidas e acendi as luzes, encontrando sua cama arrumada. O que significava que ela não passou a noite ali. O que não era bem uma novidade. Mas ela nunca tinha passado a noite fora. O que estranhei. Então apenas me sentei em sua cama e esperei que aparecesse.  

Me perdi no tempo o nosso casamento passando como um filme em minha mente. Coloquei as mãos no rosto com pesar.  

Por que foi acabar daquela forma? Ela deixou de me amar? Onde eu havia errado? Onde havíamos errado? 

Amanheceu e nada dela aparecer. Tentei ligar em seu telefone, mas não atendeu. Fui trabalhar completamente acabado pela noite em claro. Tentei me concentrar, mas estava preocupado com Kristin. Onde ela havia se metido? Por que não me atendia?  

Horas se passaram e voltei para casa e nada dela. Liguei para alguns conhecidos e então me veio a última opção que não era tão boa, mas necessária. Teria que dizer aos seus pais sobre seu sumiço. Não queria os preocupar, mas a situação já era preocupante.  

Dirigi até a casa dos Swan com o coração apertado. Agradecendo por minha pequena estar passando o final de semana com meus pais e tios. Toquei a campainha algumas vezes e não fora os Swan que me atenderam e sim, Isabella Swan.  

—Edward! O que faz aqui? O que houve?  

Questionou ela e olhei para seus olhos chocolates sentindo meu corpo congelar.  

—É Kristin, ela desapareceu. Eu disse em choque e ouvi seu arfar. Senti que estava acabado e quando senti seus braços a minha volta pude respirar.  

POV ISABELLA SWAN 

Kristin havia desaparecido desde a noite passada segundo Edward.  

Há algumas horas ele bateu em minha porta completamente pálido e abatido informando seu desaparecimento e tudo que pude pensar é onde estaria Kristin, minha irmã. Teria ela fugido ou alguém a raptou? Ou apenas havíamos nos exasperado e ela estaria bem em algum lugar? Era tantas perguntas sem respostas que me deixaram preocupada e inútil por não saber como a trazer de volta para casa.  

Minha mãe andava de um lado para o outro em nossa sala, meu pai tinha ido até a delegacia avisar sobre o desaparecimento de Kristin. Edward estava sentado no sofá com o rosto entre as mãos, me aproximei me sentando ao seu lado. Toquei seu ombro e ele me encarou com os olhos cansados e desolado. Me doeu o ver daquela forma.  

Dei um sorriso fraco.  

—Vamos a encontrar, Edward. Tenho certeza que ela está bem. Vamos pensar positivo. - Tentei ser otimista.  

—É no que quero acreditar também. - Contou ele, mas não vi muita esperança em seus olhos.  

—Onde ela se meteu? Por que não atende o telefone? - Exclamou minha mãe exasperada jogando o telefone longe e corri para abraça-la.  

Ela retribuiu meu abraço e ouvi seus soluços.  

Eu sabia no que ela estava pensando, no fundo todos pensavam o mesmo... O desaparecimento de Kristin era muito estranho. Não havia arrombamento e nem guarda roupa vazio. Era como se ela tivesse simplesmente ido embora. Mas ninguém poderia confirmar.  

Eu temia o pior, mas também temia que minha irmã tivesse tido a coragem de deixar sua família, seu marido e principalmente sua filha.  Pensar em Renesmee me causou arrepios, ela estava na casa dos Cullen. Ninguém teve coragem de contar a ela sobre o que estava acontecendo e por certo era o melhor por enquanto. Nem mesmo nós tínhamos respostas ainda.  

Os Cullen a manteriam distraída até que não houvesse mais como esconder isto dela. 

A porta foi aberta e meu pai entrou por ela exasperado, olhamos atentos para ele aguardando notícias.  

—Nada! Não passou pela fronteira, não usou documentos ou cartões, ela simplesmente... desapareceu.  

Escutei o arfar de minha mãe e a segurei em meus braços limpando as lagrimas em seu rosto.  

—O que direi a Renesmee?  

Pude ver o pânico nas palavras de Edward. Engoli em seco, era o que todos estavam temendo ter de fazer. 

Mais tarde naquele dia Renesmee entrou pela porta de casa completamente saltitante e logo atrás seus tios Emmett e Rosalie. Ela estava completamente alheia ao clima que se instalava. Mas por pouco tempo. Após cumprimentar a todos ela olhou para o rosto de cada um e vi seu sorriso morrendo aos poucos.  

Forcei um sorriso quando ela me encarou. 

—O que houve? Perguntou ela amuada. Edward que agora tinha os olhos marejados puxou a garotinha para seu colo. Ela entrelaçou os bracinhos em volta do pescoço dele e encarou seus olhos, desconfiada. - Está chorando, papai? - Questionou aflita. 

Edward acariciou seu rosto e vi que ele se forçava a se manter forte, por ela.  

—Querida, temos algo para lhe contar... Não é uma notícia boa, infelizmente e não sei como lhe dizer isto... 

—Apenas diga, papai. Estou ficando com medo. -Confessou ela.  

—Não fique, meu amor... É sobre sua mãe. Não sabemos onde ela está, querida.  

—Mamãe foi embola? Ela nos deixou? - Agora com lagrimas escorrendo por seu rostinho.  

Senti meu coração se apertar e não contive as lagrimas.  

—Não sabemos ao certo ainda, querida. Mas preciso que se mantenha forte, eu estou aqui com você filha. Jamais a deixarei.  

Disse ele e vi o quanto era difícil ele dizer aquilo para a própria filha. Dizer que a mãe poderia os ter deixado era atordoante e desesperador. Desejava do fundo de meu coração que aquilo fosse apenas um engano e que Kristin voltasse para casa bem.  

—Eu... Eu quero a mamãe de volta, papai. Chorou ela agarrando seu pai que chorava junto.  

Deixei aquela sala sentindo o ar me faltar. Era doloroso e horrível demais aquela situação e chorei no canto da cozinha, sozinha e em silêncio.  

Mais tarde naquele dia meus pais se recolheram, restando apenas nós ali. Renesmee após tanto chorar caiu no sono nos braços de seu pai. Emmett o convenceu a o deixar levar para casa, afinal ele não estava em condições para dirigir e após muita discussão ele deixou que o irmão os levasse.  

Caminhei até o carro junto com eles e antes que Edward colocasse no carro, beijei o rosto de Renesmee e me despedi. Emmett e Rosalie já estavam dentro do carro, restando apenas nós três do lado de fora.  

—Sabe que não está sozinho, Edward. Conte comigo para o que precisar. -Fui sincera.  

—Obrigada, Bella. Mas não há muito a se fazer. Só espero que ela esteja bem. - Disse ele amargurado.  

O olhei compreensiva. Sem ter o que lhe dizer para reconfortar.  

Eles partiram e eu voltei para dentro de casa. Me sentindo esgotada.