Our Love escrita por Júlia Gomes


Capítulo 2
Capitulo 1




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Observei a casa pequena com as paredes cinzas e branca. Era um belo dia e por incrível que pareça naquele dia, em Seattle fazia sol. Não como fazia em Boston mas ainda assim, perfeito para aquecer a cidade. Logos as lembranças de minha infância me atingiram em cheio e sorri com saudade.  

Eu ainda me encontrava do outro lado da rua após chegar de taxi há alguns minutos. Apenas observando a minha casa que por muito tempo eu não visitava. E naquele exato momento eu a vi; Renesmee abriu a porta de casa e correu pelo quinto de casa até o meu antigo balanço.  Renesmee Cullen era uma garotinha de apenas três anos, ingênua e doce. Possuía belos olhos verdes e cabelos ruivos. A ligação da noite passada assombrando minha mente e tomei coragem para ir até lá. Estava morrendo de saudades de minha sobrinha.  

Com a mala nas mãos, atravessei a rua escutando o salto de minha bota no asfalto. Apenas quando pisei na calçada de casa seus olhos me flagraram. Pude ver o misto de emoções em seus olhos.  

Tia Bella!!  

Gritou ela vi os seus lábios repuxarem em um sorriso enquanto corria em minha direção. Larguei as malas e me agachei para então a pegar em meus braços sentindo seu cheiro adocicado. A rodopiei e senti seus finos bracinhos segurarem com força em meu pescoço.  

—Minha princesinha! - Disse e puxei seu rosto para encarar seus olhos notando lagrimas ali. Aquilo apertou meu coração e franzi a testa. - Por que está chorando? Não está feliz que a tia está aqui? 

Ela soluçou, voltando a me abraçar.  

—É claro que sim, tia Bella. É por isso que estou cholando, pois estou feliz.  

Disse ela e arfei a apertando em meus braços.  

—Oh minha pequena, como posso viver com tanta fofura? - Ri enquanto a mantinha em meus braços.  

Vi meus pais saírem de casa e seus olhos se arregalarem ao me ver para então sorrirem e virem me abraçar. Os abracei desajeitadamente, já que Renesmee não me largou um segundo desde que cheguei e não me importei, não existia nada melhor que aquilo.  

Entramos em casa, meus pais me ajudando com as malas, me enchendo de perguntas.  

— Por que não nos disse que estava vindo, meu amor? Eu teria preparado algo especial para o jantar. Disse mamãe me abraçando de canto enquanto nos sentávamos no sofá de casa.  

—Queria fazer uma surpresa, sem contar que – Sorri misteriosa para então contar sobre minha decisão-  teremos muito tempo para fazer esse jantar especial. - Pisquei divertida e vi a compreensão dominar cada rostos ali.  

—Isso quer dizer que vai voltar para casa, minha filha?- Disse papai, que sempre foi bastante reservado, mas com minha afirmação pude ver a emoção em seus olhos.  

—Se ainda me quiserem aqui, estou disposta a ficar. - Eu disse e ouvi o arfar de emoção de todos.  

Renesmee que observava tudo com atenção puxou meu rosto para olhar em meus olhos, seus olhos brilhavam. 

—Você vai voltar a mola aqui, tia Bella? - Sua pergunta era ansiosa e seu jeito fofo e errado de falar me deixava encantada.  

—Isso mesmo, minha princesa. A tia Bella vai ficar aqui e não vamos mais precisar ficar se comunicando apenas por telefone, videos e blá, blá,blá. Ri quando começou a se agitar em meu colo, empolgada. 

—Obaaaaa! - Exclamou ela.  

—Não existe noticia melhor que está. - Disse mamãe com os olhos azuis lacrimejados.  

A puxei para um abraço coletivo e sorri quando papai se juntou a nós.  

Subi para meu quarto após aquele momento família e comecei a desfazer as malas com, Nessie me ajudando. Ela parecia mais do que empolgada enquanto me via guardar as roupas no armário. Ri e observei meu antigo quarto. Exatamente como eu deixei. As paredes brancas, móveis claros e uma porção de fotografias e pôster ao lado da cama. Pensei em fazer uma reforma ali, mas me lembrei que não ficaria por muito tempo na casa de meus pais. Quando conseguisse um emprego e um dinheiro sobrando me mudaria.  

Não disse isso a eles, ainda. Mas deixaria claro com o tempo minhas intenções. Sabia que eles não iriam contra.  

Após tanto tempo morando sozinha, é de se esperar esta minha decisão.  

 

Mais tarde após tudo devidamente no lugar, eu e minha pequena Renesmee nos deitamos em minha cama cansadas. Ela estava deitada ao meu lado, nós duas com os pés esticados na paredes e cabelos jogados para o lado. Ela ria enquanto me contava como estava sendo o seu primeiro ano na escola com seus novos coleguinhas. Ela me contou sobre um garotinho que adorava provocar ela e suas amigas, mas ao invés de ficar chateada assumiu que também apronta com ele. Um exemplo que deu foi que por ser mais alta que ele escondeu a bola do garoto junto com as amigas.  

Nunca ri tanto em minha vida, apesar de ser um anjinho ela sabia muito bem se defender. E fiquei orgulhosa.  

Nem vi o tempo passar. E quando vi já estava escuro. Renesmee ressonava tranquilamente ao meu lado.  

Acariciei seu rostinho e a cobri. Precisa saber com mamãe que horas minha irmã Kristin a buscaria.  

Pela primeira vez no dia lembrei-me de minha irmã. Ela era alguns anos mais velha e infelizmente não tínhamos uma conexão tão grande. Ela sempre me tratou como a irmã mais nova, me excluía de seu círculo de amigos e não compartilha nenhum de seus pensamentos comigo. Achei que era pela diferença de idade, mas nem após adulta as coisas mudaram. O que era uma grande pena.  

Eu sempre desejei me aproximar dela, mas ela nunca me deu espaço. Uma pena.  

Talvez as coisas mudem agora adultas... A esperança é a última que morre, sorri torto com o pensamento.  

 

Encontrei minha mãe na cozinha, preparando algo delicioso pelo aroma. A abracei por trás.  

—Hummm.. Que cheiro maravilhoso, mamãe.  

—Obrigada querida, estou preparando seu prato favorito. Ravióli a cogumelos. -Disse ela e meus olhos brilharam. 

—Assim ficarei mimada mamãe. Fiz bico e ela riu.  

—Espero! Assim nunca mais terei minha menina longe de casa. -Piscou e eu revirei os olhos sorrindo.  

Me apoiei no balcão com os braços cruzados enquanto observava mexer nas panelas.  

— E Kristin, mãe? Ela vem buscar Ness? - Perguntei e então vi seu sorriso morrer um pouco. 

O que me deixou intrigada.  

—Na verdade não, querida. Eu a levarei para casa. Não sei se sua irmã já chegou, ela não atende o telefone.  

—Tem algo que não está me dizendo, mãe?  

Perguntei desconfiada e a vi sorrir envergonhada.  

—Querida você conhece sua irmã, sempre impulsiva e teimosa... só que de uns tempos para cá ela vem piorando.  

—Piorando como?  

—Esse assunto me chateia muito querida, logo você verá com seus próprios olhos. Não vamos estragar esse dia tão feliz com a sua chegada por conta de sua irmã.  

Segurei suas mãos, vendo o quanto o assunto a machucava. E sorri levemente, obedecendo seu pedido. 

Abracei minha mãe e disse que levaria Ness, minha mãe não estava com condições para dirigir. Ela agradeceu e me passou o endereço de Kristin, sim eu nunca havia conhecido a casa de minha irmã após a mesma se casar. Logo após que anunciei que estava de partida para Boston, ela revelou que estava noiva de um dos maiores e mais jovens empresários dos EUA.  

Subi as escadas novamente e encontrei Ness ainda adormecida. Não queria que fosse, mas me confortava ao saber que agora teríamos a chance de ficar mais tempo juntas. Peguei a pequena em meus braços e a levei até o carro, a colocando na cadeirinha que minha mãe tinha em seu carro e a encontrei em minha frente.  

—Leve o meu celular, o seu descarregou e já que não sabe o caminho ... qualquer coisa pode me ligar pelo telefone de casa.  

Disse minha mãe e sorri agradecida. 

—Deixarei Ness e já volto mãe. Obrigada. 

Dei lhe um beijo na bochecha e entrei no carro, liguei e avancei para a estrada. Pelo que vi no GPS não era tão longe dali. A casa de Kristin e seu marido, Edward meu cunhado ficava no centro da cidade. As palavras de minha mãe em relação a Kristin martelaram em minha cabeça.  

Ignorei aquela sensação ao observar Renesmee adormecida tranquilamente em sua cadeirinha. Estacionei minutos depois no endereço que minha mãe me passou me surpreendendo com a bela casa a minha frente. Era o dobro de minha casa e muito bonita. Exatamente o que Kristin sempre desejou. Uma casa enorme e uma vida luxuosa. Essa era uma de nossas diferenças. Nunca deseje tanta grandeza. Ainda preferia o simples. Não me importava em morar em uma casa pequena contanto que tivesse ao meu lado, aqueles que amo.  

Não a criticava, cada um tem pensamentos e sonhos diferentes. E isso era a graça da vida. Contanto que não subissem em cima dos outros por terem menos, como a maioria daqueles que possuam muito gostavam de se gabar.  E por conta disto o ambiente que Kristin frequentava era um mundo que eu não desejava participar.  

Peguei Renesmee em meus braços e caminhei pelo jardim até a porta. Bati uma vez e percebi que estava destrancada. Estranhei, era um lugar tranquilo de se morar mas nunca se sabe, eu mesma sempre trancava a porta de casa. A casa estava escura, o que me causou uma sensação de apreensão. Como se eu fosse uma intrusa ali. Subi as escadas e despertei Ness levemente para que me dissesse qual era seu quarto. Ela apontou sonolenta e voltou a se aconchegar em meus braços, ri baixinho e caminhei até a direção que havia me indicado.  

Abri a porta e acendi as luzes encantada com o lugar. Era um grande quarto todo cor de rosa claro e branco. Uma decoração elegante e delicada. Depositei Renesmee em sua cama delicadamente e tirei seus sapatos e casaco. A cobri e beijei sua testa. Ela se remexeu, mas não acordou. Liguei o abajur e desliguei a luz do quarto antes de encostar a porta.  

Olhei o longo corredor escuro, mas não fiquei por muito tempo, ouvi a porta do andar de baixo bater e o som de salto enquanto alguém andava, certamente Kristin. Engoli em seco. Eu me encontrava na casa de minha irmã sem mesmo ter sido convidada a entrar.  

Como pude ser tão tola! Me preparei para descer e encarar minha irmã quando percebi a luz que certamente dava para a sala de estar, acessa. E logo para o meu desespero percebi que Kristin não estava sozinha.  

Pude escutar uma voz masculina.  

—... Onde esteve o dia inteiro, Kristin 

Edward, meu cunhado. Reconheci sua voz e percebi que não estava nada feliz.  

..ora querido marido. Já lhe disse que não tenho obrigação de ficar o dia inteiro trancada nesta casa.  

Nunca a proibi de sair. Mas custa dizer onde vai. Afinal onde está a minha filha? 

Nossa filha – Enfatizou com ironia. - ela está com minha mãe. Devem estar chegando.  

Nessa hora meu coração acelerou. Precisava sair dali, mas não tinha coragem de descer e encará-los, ainda mais enquanto discutiam.  

Pra variar. Retrucou com ironia. - Sua mãe não tem a obrigação de cuidar de Renesmee toda vez que sai.  

 Edward. Sério que vamos discutir mais uma vez sobre isso? Se não quer que ela fique com minha mãe contrataremos uma babá.  

Não tenho nenhum problema com Renée, agradeço muito por ela cuidar de nossa filha já que a própria mãe não quer.  

As palavras dele eram frias. Podia ver o quanto estava magoado. 

Engraçado, pois você mesmo não fica o dia todo com ela. 

Pois eu tenho uma empresa para comandar, mas sempre que posso estou com ela e você sabe disto. Queria ter mais tempo, mas tenho que trabalhava para pagar pela vida luxuosa que tanto adora.  

—... Para mim, já deu. Vou ligar para minha mãe trazer Renesmee 

Disse ela e quase engasguei. Droga. Peguei o aparelho de minha mãe agradecendo por ter ficado comigo e o silenciei. Vi o nome de Kristin piscar na tela e o desliguei. Rapidamente mandando uma mensagem dizendo em nome de minha mãe que havia deixado Renesmee em seu quarto, dormindo.  

Aproveitei o momento e de forma silenciosa, mas ainda assim rápida desci as escadas. Antes de abrir a porta pude escutar a voz de Krisitn.  

Satisfeito? Renesmee já está em casa.  

Corri em direção ao carro, ao entrar arranquei daquele lugar com o coração na mão. Que droga ouve ali?  

Ri de minha própria falta de sorte e voltei para casa. Tentando entender tudo o que havia ocorrido. 


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Notas finais do capítulo

HAHA meu Deus, coitada de Bella. Primeiro dia e já passa por uma coisa assim.
Quem mais acha a pequena Ness a criança mais fofa do mundo?