"Às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor"  

—Clarice Lispector. 

Peguei o diploma em minhas mãos e sorri orgulhosa enquanto me via sozinha em meu quarto da Universidade que dividia com uma colega.  

Que a essas horas estava em uma festa comemorando o fim da faculdade.  

Eu pelo contrário estava em meu quarto fazendo as malas com alegria. Depois de quatro anos eu estava voltando definitivamente para casa. Foram longos anos, mas amei estar e viver cada momento aqui. Como também a saudade de casa era esmagadora. Sentia falta de meus pais, amigos e claro, da minha pequena sobrinha Renesmee.  

Era uma linda garotinha de cabelos ruivos e olhos incrivelmente castanhos como os meus e de meu pai Charlie Swan.  

Não disse a ninguém sobre minha decisão.  

Já tinha tudo bolado em minha mente, voltaria para casa e ficaria um tempo com meus pais até encontrar um emprego e alugar uma casa para mim. Amava meus pais, mas esses anos vivendo sozinha, a liberdade era excitante e não me via mais morando com meus pais. 

Tive que fazer uma pequena compressão para fechar a mala e quando finalmente o fiz me joguei em minha cama rindo. Passei o dia fazendo as malas e nem acredito que havia finalmente terminado. Me distrai com meus próprios pensamentos quando meu telefone tocou.  

Peguei o aparelho e vi que era minha mãe.  

—Oi mãe!  

Fui a primeira a falar mas para minha surpresa não escutei a voz de minha mãe. Ouvi um soluçar e escutei a voz delicada e chorosa do outro lado da linha que fez meu coração se apertar. 

—Ti-tia, eu queria que tivesse aqui.  

Arfei ao escutar a frase de Renesmee e senti meus olhos lacrimejar.  

Sua ligação me pegou de surpresa, sempre nos falávamos mas desta vez eu podia sentir a dor em sua voz.  

Mas por que? Era o que eu descobriria.