Broken Trust escrita por bea weasley


Capítulo 6
Capítulo Seis


Notas iniciais do capítulo

Recomendo a leitura do capítulo ao som de "The Lonely" da Christina Perri



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Era como se eles tivessem um relógio na cabeça, e soubessem que o tempo que eles tinham disponível estava acabando. Para James e Lily, a pressão do tempo correndo parecia triplicar a cada curva no caminho, e eles não sabiam se conseguiriam chegar a tempo. Era um pensamento horrível, mas que eles não conseguiam evitar que passasse pela cabeça deles, de tempos em tempos.

— Nós vamos conseguir, isso você não precisa se preocupar. - James disse, olhando pra Lily, como se soubesse o que se passasse na cabeça da ruiva, como se fosse um reflexo do que se passava na cabeça do mesmo.

— Eu sei que vamos conseguir, não é isso que me preocupa. - ela respondeu, preferindo encarar o próprio colo do que os olhos de James.

— O que te preocupa então? - ele perguntou com uma voz preocupada, percebendo que Remo e Marley estavam prestando atenção na conversa, mas dando espaço para os dois, pelo que ele era imensamente grato.

— Como Harry vai conseguir superar algo como isso James? Como se esquece algo assim? - ela finalmente tomou coragem e olhou nos olhos de James, encontrando compreensão refletida nos olhos do mesmo.

— Lily, ele é uma criança. Provavelmente ele nem vai se lembrar dessa experiência. - James respondeu, escolhendo cuidadosamente cada palavra. - E além do mais, ele tem uma mãe incrível que vai ajudá-lo a passar por todo esse processo.

— Obrigada James, você sempre soube o que dizer. - Lily disse, sorrindo fraco. - E o pai dele também é uma das pessoas mais incríveis que eu já conheci. E tem algo que eu queria falar com você, enquanto ainda temos a chance.

— Claro, sou todo ouvidos. - James se aprumou em seu assento, um pouco receoso de o que Lily poderia querer lhe dizer.

— Quando tudo isso acabar, e Harry estiver de volta, eu queria saber se você gostaria de passar algum tempo com ele. - ela perguntou, sem saber o que esperar de James, sem saber como ele reagiria a essa pergunta dela.

— Eu adoraria. - James respondeu, quase sem voz. Mas Lily conseguiu identificar o tom de alegria que ele estava tentando esconder devido à situação. - Mas ele vai saber quem eu sou? Eu não serei algum estranho pra ele?

— Na verdade, ele sabe quem é o pai dele. Eu sempre contei sobre você. - Lily respondeu, olhando pela janela e prestando atenção nas ruas pelas quais estavam passando.

— Sério? Harry sabe... sobre mim? - James perguntou como se não pudesse acreditar no que ela estava falando.

— Claro que sabe, afinal, eu não tenho vergonha de quem o pai dele é, sabia? - Lily disse com uma voz que deixava claro que James não deveria duvidar da palavra dela.

— É, agora eu sei disso. - James riu levemente, como se ainda não conseguisse acreditar que seu filho sabia quem ele era.

— Ok, se vocês dois acabaram de discutir a relação, nós chegamos. - Marley disse, virando-se no assento, como se não tivesse passado os últimos minutos ouvindo a conversa dos dois.

— Nós nem temos uma relação pra discutir, não faço ideia do que você está falando Marlene. - Lily disse, tentando esconder a vermelhidão que ameaçava subir para suas bochechas.

— Sei... e não tem nada a ver com o fato de que você só me chama de Marlene quando está brava comigo, não é mesmo Lilian? - Marley respondeu no mesmo tom para Lily, o que fez a ruiva revirar os olhos e dar um sorriso para a amiga.

— Todos já estão com os fones, certo? - Remo perguntou estacionando o carro e olhando os outros três, simplesmente assentiram. - É hora de ligarmos e nos comunicarmos com os outros.

— É hora do show! - Marley mais sussurrou do que realmente disse, enquanto ligava o seu fone. - McKinnon na escuta, alguém responde?

Pettigrew na escuta. Acabamos de dar a volta no armazém e Sirius e Emme estão se preparando para entrar.— Pedro respondeu enquanto observava os amigos preparando seus equipamentos. - Diggory está na escuta?

— Sempre aqui. Tenham cuidado ok? Nós sabemos que Riddle não está sozinho, e provavelmente, deve estar se preparando pra sair da cidade. Fiquem com os olhos abertos.— Diggory respondeu, preocupado mais do que nunca com eles.

Não se preocupa chefinho, temos tudo sobre controle por aqui.— Sirius respondeu com gracinhas como sempre, o que fez todos revirarem os olhos. - É melhor já deixar as ambulâncias avisadas, as crianças devem sair daqui sem demora.

— Elas estão estacionadas na esquina, só esperando meu sinal Sirius. - Remo respondeu, olhando para Marley e uma conversa silenciosa se passou pelos dois. - Ao meu comando, você e Emme abrem a porta dos fundos enquanto eu e Marley entramos pela frente ok?

Sem problemas.— Emme respondeu, e respirou fundo antes de continuar. - Por favor, tomem cuidado. Queremos todos inteiros quando voltarmos ok?

— Nós tomaremos cuidado Emme, pode deixar. - Lily respondeu, se preparando para o que com certeza seria algo que ela teria de redobrar sua atenção.

Enquanto eles se preparavam para entrar, escondidos do lado de fora, uma operação parecida acontecia do lado de dentro. Tom Riddle, um dos maiores traficantes de crianças da Europa, se divertia imaginando quanto poderia ganhar com a nova criança que seus comparsas haviam trazido. É claro que ele sabia quem Harry era, e ele sabia com uma certeza absoluta quem eram seus pais. O fato de a mãe dele estar morando justamente na mesma cidadezinha onde ele fazia seus "acordos comerciais" foi um fator bônus. Ele se divertia ao imaginar a cara de desespero que Lilian Evans deveria estar fazendo nesse mesmo momento, imaginando onde seu precioso filhinho estaria. Era como tirar doce de criança. 

— Malfoy, Goyle. - Riddle gritou, procurando por seus comparsas. - Está tudo preparado para quando aquela ruiva chegar?

—Sim chefe, tudo pronto. Mas o senhor tem certeza de que ela vai vir atrás do fedelho? - Malfoy perguntou, curioso pra saber como o chefe tinha tanta certeza.

— Eu tenho certeza disso. Ela fará qualquer coisa pelo filho, e quando ela vier, sozinha, nós estaremos esperando por ela. - Riddle disse, rindo sem emoção.

— Você realmente achou que ela viria sozinha? Está perdendo o seu toque Tom. - Marley disse, aparecendo na frente de Riddle e seus capangas.

— O que você está fazendo aqui? Como você entrou aqui? Eu tenho guardas vigiando essas portas! - Riddle praticamente gritou, enquanto olhava surpreso ao seu redor.

— Você está falando dos dois caras na entrada? Porque pra mim, eles não estavam fazendo um serviço muito bom não. - Remo disse, aparecendo do outro lado de Marley.

— Eu vou chamar a polícia! Isso é invasão de propriedade! - Riddle gritou, ficando cada vez mais vermelho.

— Pode chamar, aproveita e se entrega também. Aposto que a polícia adoraria saber do que você faz no seu tempo livre, como por exemplo, sequestrar crianças inocentes. - Marley disse, com um olhar que fez Riddle recuar em pânico. - Está tudo certo por aqui, vocês já podem entrar.

— Vocês acham que podem me intimidar? Vocês não tem poder pra isso, e vocês nunca vão recuperar aquelas crianças! - Riddle cuspiu as palavras, olhando para Malfoy e Goyle, que rapidamente entenderam a dica do chefe e saíram de fininho da sala.

— Eu acho que é melhor você rever seus conceitos Riddle. Nós não viemos até aqui para deixar aquelas crianças, e principalmente, meu filho para trás. - James entrou na sala, sendo seguido de perto por Lily, que tinha um olhar ainda mais predatório do que o que Marlene havia sustentado antes.

— E vocês acham que vão conseguir sair daqui com aquelas crianças? Pensem de novo, vocês nunca vão me vencer. - Riddle estava com um olhar de louco, algo que todos sabiam era perigoso em uma situação como aquela.

— Ainda bem que elas já estão a salvo não? Acabou Riddle, é hora de se entregar. - Sirius disse, vindo dos fundos do armazém com uma arma apontada pra Riddle.

Era possível ouvir as sirenes das ambulâncias a distância, se encaminhando para o hospital para fornecer ajuda às crianças que Sirius e Emme haviam conseguido retirar do armazém. Lily e James logo olharam para Sirius em busca de uma confirmação de que Harry estava bem, e o moreno apenas assentiu levemente, o que fez os dois soltaram o ar que nem perceberam que estavam segurando. Riddle não perdeu essa interação e logo se aproveitou do pequeno momento de distração de todos para sacar uma arma e rapidamente puxar Lily para seu lado apontar para a cabeça dela. Isso aconteceu tão rápido que ninguém teve tempo de reagir.

— O que você pensa que está fazendo? Esse lugar está cercado, você não tem para onde fugir. - James tentou ser racional, mas podia sentir o coração acelerando e a voz começar a tremer, com a imagem de Lily com uma arma apontada para sua cabeça.

— Nós temos todos seus capangas em custódia, você está sozinho Riddle. - Sirius começou a lentamente se aproximar de James, sem nunca baixar a sua arma. - Largue a Lily e não complique as coisas ainda mais.

— Ah, você acha que eu estou complicando ainda mais as coisas? - Riddle deu uma de suas famosas risadas enquanto apertava ainda mais seu braço ao redor de Lily. - Pois saiba que essa agente aqui é o meu tíquete de saída. Com certeza, vocês não fariam nada que prejudicasse a vida dela, não é mesmo?

— Certo Riddle, o que você acha que vai conseguir fazendo isso? Solte a Lily. - Remo pediu, com uma voz calma e levando lentamente a mão para trás.

— Ah, mas eu só soltarei a senhorita Evans aqui, quando vocês saírem do meu caminho e me deixarem sair daqui. - Riddle tinha perdido completamente a razão, e apertava cada vez mais a mão em volta de Lily, o que a fez soltar um pequeno guincho de dor, fato que não passou despercebido por James.

— Porque não fazemos uma troca então? Você me leva no lugar dela. - James disse, levantando as mãos e olhando para Riddle, perdendo o olhar completamente incrédulo que os outros lhe lançavam.

— James, você não pode fazer isso! Vai ficar tudo bem! - Lily estava à beira das lágrimas, mas se forçou a se mostrar forte, pelo bem de James.

— Não Lily, Harry precisa de você. É melhor assim. - James estava tentando passar coragem a Lily somente com o olhar.

— Ora, mas que coisa mais patética temos aqui. Está querendo se sacrificar por ela Potter? - Riddle perguntou, com uma voz de nojo. - Está bem, já que insiste tanto, podemos fazer essa troca.

— JAMES, NÃO! - Marley gritou, saindo do estado de estupor que se encontrava desde que viu a arma sendo apontada para a cabeça de Lily.

— Está tudo bem Marley, tudo vai acontecer na velocidade de uma fênix. - James disse piscando para a morena. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido.

O que James havia dito era um código para um plano de ação envolvendo um refém, e todos sabiam o que deveriam fazer. Lily conseguiu se soltar ligeiramente e dar um soco na barriga de Riddle, o que fez com que ele perdesse o ar e afrouxasse o braço que mantinha Lily no lugar. Sem parar para pensar, Lily se soltou e começou a correr em direção à James, enquanto Sirius e Remo iam em direção à Riddle, com suas armas apontadas e algemas prontas para prendê-lo.

O que eles não previram era que Riddle ainda tinha um truque na manga, e levantou sua arma apontando para as costas de Lily, que estava alheia a esse fato, mas James viu o exato momento em que Riddle apertou o gatilho e logo se jogou na frente de Lily, recebendo todo o impacto e consequentemente, o tiro que era destino a Lily.

Para todos que estavam naquele armazém, o tempo havia parado. E só voltaria a correr, quando o grito agonizante de uma ruiva fosse ouvido, acordando todos do transe. Era possível ouvir as sirenes ao longe, como se estivessem chegando para ajudar. Mas era impossível deixar de pensar, que talvez elas chegassem tarde demais.


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Notas finais do capítulo

Foi muito difícil escrever esse capítulo, e em certo momentos eu fiquei com lágrimas nos olhos, mas foi necessário. Estamos quase no final dessa história, e o próximo capítulo já é o penúltimo ):



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