Broken Trust escrita por bea weasley


Capítulo 1
Capítulo Um




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Ela encarou seu chá verde favorito colocado na sua frente e franziu a testa.

— Hey! Eu não pedi isso! – ela gritou para o garçom se afastando.

— Verdade, mas eu pedi - a voz fria e familiar chegou aos seus ouvidos antes de ele se sentar na frente dela. - Olá novamente.

— O que você está fazendo aqui? – ela disse enquanto encarava os olhos daquele que ela achava que nunca mais veria.

— É assim que você cumprimenta um velho amigo? Estou desolado – ele disse enquanto trazia uma mão ao peito em um gesto que deveria ser brincalhão, mas que não disfarçava a frieza que ela sentia emanando.

— Eu não tenho tempo para brincadeiras Sirius, me fale logo o que você quer. Eu achei que tinha deixado bem claro minhas intenções anos atrás – enquanto colocava a xícara de lado, tentava disfarçar o medo que sentia começando a subir pelo seu peito.

— Você sempre foi direta Lil, era isso que eu sempre gostei em você – à menção do apelido, a garota encolheu-se no assento, movimento que não passou despercebido ao homem sentado em sua frente. – É simples, nós precisamos de você.

— Não. – ela disse sem olhar para ele.

— Você nem sabe sobre o que se trata – ele disse com uma voz que não acreditava no que estava ouvindo.

— Não disse e nem precisa. Vocês não tem o direito de vir atrás de mim, eu acho que expliquei muito bem que eu não fazia mais parte da equipe naquele dia. – ela começou a procurar na bolsa a carteira para pagar o chá, que continua intocado na frente dela.

— Sim, você deixou bem claro naquele dia, fugindo sem nem olhar para trás nem parando para imaginar como suas ações afetariam as outras pessoas – ele disse olhando diretamente para ela, que não teve outra opção a não ser encarar de volta.

— Eu não fugi Sirius, eu fiz a minha escolha. Eu escolhi o melhor para o meu futuro. E não aja como se você fosse melhor do que eu, eu não me lembro de ninguém ter vindo atrás de mim ou de alguém ter tentado me persuadir a mudar de ideia. – ela retribuiu o olhar dele e viu quando Sirius se encolheu a suas duras palavras. Palavras que ela não se arrependia nem um pouco de ter dito.

— Não fale como se ninguém tivesse te procurado. Todos nós tentamos te encontrar – ele disse em um sussurro.

— Todos vocês? Acho bem difícil de acreditar nisso – ela diz enquanto pega algumas notas para pagar a conta.

— Ele foi quem mais te procurou. – ele disse olhando nos olhos da ruiva.

— Isso é o que você diz, mas se isso fosse verdade, ele já teria me localizado muito tempo atrás você não acha? Bom, eu poderia mentir e dizer que foi ótimo te rever, mas sei como você odeia mentiras, assim como eu. Passar bem Sirius – ela disse enquanto se levantava e ia em direção à porta.

— LILIAN, ESPERE! – ele gritou enquanto tentava seguir a ruiva que já tinha desaparecido virando a esquina. Ele não podia acreditar que a tinha deixado escapar novamente. – Droga!

—________________________________________________________

Ela sabia que não tinha muito tempo, se Sirius tinha conseguido localiza-la, em breve os outros estariam ali também, e ela não tinha tempo para explicações. Precisava desaparecer mais uma vez, mas sabia que dessa vez não seria tão fácil como tinha sido antes. Agora, ela tinha muito mais a perder.

Olhando constantemente sobre o ombro pra ver se não era seguida, a ruiva pegou vários atalhos, se desviando do caminho que normalmente fazia até sua casa, se preparando pra ter de se esconder se visse alguém que não deveria estar por ali. Com um alívio que não sentia desde que aquela xícara foi depositada em sua frente, ela enxergou a porta de sua casa e correu para lá com toda a rapidez que tinha.

— Hey, já cheguei! – ela gritou para dentro da casa e obteve algumas risadas e um gritinho de alegria, que fez acelerar ainda mais seu coração. Apesar de não querer sair daquela cidade, ela sabia que estava na hora de voltar a se esconder.

—________________________________________________________

Sirius não estava nem um pouco empolgado para voltar para o hotel que estava hospedado. Ele sabia muito bem que não importava o que ele dissesse, todos iriam culpa-lo do mesmo modo quando descobrissem que ele esteve bem próximo de leva-la de volta, e falhou mesmo assim. E ele não estava ansioso para ver o olhar que receberia assim que ele soubesse que tinha falhado na única missão que tinha recebido nos últimos tempos.

E foi assim, que caminhando a passos de tartaruga ele se encaminhou para a sala de conferencias que aquele gerente mais do que ansioso tinha lhes oferecido quando tinham chego na noite anterior. Ele sabia bem o que encontraria lá dentro, e não foi surpresa nenhum que todos estavam exatamente onde deveriam estar, só esperando por alguém que não tinha intenção nenhuma de retornar.

— Então, como foi? Conseguiu encontra-la? Ela foi fazer as malas? Quando nós vamos poder vê-la? – uma morena disparou a fazer perguntas quando ele entrou na sala, esperando ansiosa por algumas respostas, que nem ele sabia como começar a responder.

— Lene, dá um tempo pra ele respirar! Como você quer que ele responda se você nem deixou o coitado entrar direito na sala? – uma loira segurando uma lata de coca-cola na mão perguntou, interrompendo o fluxo constante que provavelmente sairia da boca da morena.

— Obrigado Emme, eu acho que preciso de uma xícara de café antes de continuar. Onde estão os outros? – ele perguntou enquanto encaminhava-se à cafeteira e olhava ao redor da sala, que estava mais vazia do que ele esperava.

— Bom, Remo foi falar com Amos pra ver o que poderia ser feito antes de voltarmos. Pedro e Dorcas estão pesquisando localizações e matérias de jornais que poderíamos ter deixado passar e... - Marlene fez uma pausa no meio da frase olhando de soslaio para Emmeline. Coisa boa não poderia vir daí.

— Onde ele está? Onde James está? - ele perguntou olhando ao redor da sala, como se assim, pudesse fazer o moreno se materializar só com a força do pensamento.

— Nós não temos ideia. Ele saiu um tempinho depois de você e não voltou até agora. Achávamos que vocês estavam juntos e poderiam ter concluído a missão. - Emmeline disse a última parte tão baixinho, que se Sirius não estivesse perto, ele com certeza teria deixado de ouvir.

— Ela não é uma missão pra ele. - Sirius disse no mesmo tom que ela havia usado.

— Nós sabemos disso. Ela também não é uma missão para nós, ela é nossa melhor amiga sabe? E, por tudo que nós sabemos, ela fugiu sem nem se preocupar em se despedir! - Marlene disse já com lágrimas nos olhos e tentando manter a voz baixa, já que não queria que ninguém fora daquela sala ouvisse.

— Ela também não me contou o que aconteceu, eu pedi a ajuda dela de qualquer maneira... - ele disse enquanto senta em uma cadeira, encarando fixamente a xícara em sua mão, que continuava intocada, assim como a que ele havia pedido mais cedo.

— E o que ela disse? Ela vai nos ajudar? Quando vamos poder vê-la? - era possível notar o entusiasmo que Marlene sentia, as lágrimas já esquecidas, feliz por poder reencontrar a amiga que não via há anos. Sirius não queria quebrar a felicidade da morena, mas sabia que precisaria fazer isso antes que ela se empolgasse mais do que deveria.  Mas ele sabia que contar a Marlene não seria tão difícil quanto contar a James.  Essa era uma conversa que ele preferia evitar, por quanto tempo fosse possível.

— Eu vou esperar os outros voltarem ok? Prefiro contar toda a história de uma vez só - e assim, como se encerrando o assunto, Sirius tomou um gole do café, quase frio, tentando encontrar a coragem dentro de si mesmo para contar sobre o encontro com Lilian.

—________________________________________________________

James sabia que não deveria ter seguido Sirius, que era uma péssima ideia desobedecer a uma ordem. Mas ele não podia evitar, era mais forte do que ele. Ele precisava revê-la. Já faziam três anos, e nunca tinham tido nenhum sinal dela... até agora. Ele precisou de toda a força de vontade que tinha, para não sair correndo para aquela cidadezinha quando descobriram que era lá que ela estava se escondendo esse tempo todo. Porque era óbvio o que ela estava fazendo: se escondendo. Se ela simplesmente não quisesse mais fazer parte da equipe, ela tinha todo o direito. Mas ela não precisava sumir do mapa, como se nunca tivesse existido, sem nem se despedir de ninguém.

Assim que a viu através da janela da lanchonete, com aqueles cabelos vermelhos e os incríveis olhos verdes, parecia que não havia se passado nem um dia sequer. Ele tinha esperanças de ainda encontrá-la, mas não sabia que isso ia acontecer tão cedo. Viu quando ela saiu correndo, deixando um Sirius atuardido e perdido para trás, mas ele não podia se preocupar com o amigo no momento. O que ele precisava era ir atrás dela, afinal, ele já a tinha perdido uma vez, não seria louco de cometer o mesmo erro duas vezes.

Ele a observou andando em ruas laterais, se escondendo em vielas, e sempre olhando por cima do ombro para ver se estava sendo seguida. Ele sabia bem como a mente dela funcionava, e não foi difícil para ele se esconder e não deixar que a ruiva a sua frente o visse. Foi então que ele a seguiu até uma casa em um bairro calmo, e a viu entrar sem hesitação. Deveria ser onde ela estava morando agora. Ele esperou por um tempo, decidindo se deveria ou não bater na porta e arrastá-la com ele até o hotel onde estava hospedado, para que pudessem conversar tudo o que não conversaram nesses três anos. Foi interrompido quando ouviu o toque do celular. Bufando, tirou do bolso e não ficou nada feliz ao olhar quem estava ligando. Lutando contra uma forte irritação, atendeu sem se importar muito em esconder a irritação na voz.

— James falando - ele atendeu sem nem se preocupar em dizer "alô" primeiro.

— O que é que você pensa que está fazendo? - disse uma voz irritada, mas ainda tentando passar serenidade, fato que o fez soltar uma pequena risada.

— Eu? Estou dando uma volta por essa cidadezinha adorável que nós estamos. Você já provou o sorvete daqui? O sorvete é maravilhoso - era óbvio que a pessoa sabia que ele estava mentindo; James não tinha interesse nenhum na cidadezinha, muito menos no sorvete local.

— Pare de gracinhas James. Volte imediatamente pro hotel. Você sabe melhor do que ninguém que não deveria estar aí agora. - a voz parecia cansada, como se estivesse cansada de tentar enfiar algum senso na cabeça de James.

— Remo... - James disse, subitamente tão cansado quanto à pessoa no telefone - Eu só precisava vê-la ok? Eu precisava...

— Sim James, todos nós sabemos disso. Mas nós tínhamos um plano, e por causa desse plano que nós decidimos que a melhor pessoa para falar com ela era o Sirius, lembra? - Remo disse soando como um pai que tenta explicar algo a uma criança pela centésima vez.

— Na verdade, nós dissemos que você era a melhor pessoa para isso, mas de algum modo, você acabou mandando o Sirius no seu lugar, interessante não é mesmo? - James disse com uma risada seca enquanto ouvia o outro suspirar no telefone.

— Eu não tenho tempo para brincadeiras James, só volte logo. Nós precisamos nos reunir e bolar uma nova estratégia. - Remo disse, parecendo mais cansado do que estava há alguns segundos.

— Eu... já estou indo. Só preciso vê-la uma última vez, e prometo que volto logo. - James disse desligando a ligação e fazendo algo que provavelmente faria ele se arrepender muito em breve: ele andou diretamente até a porta da casa e tocou a campainha.


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Notas finais do capítulo

Tem certas histórias que surgem na nossa mente e precisam ser escritas, essa é uma delas! Hahah o que era pra ser uma one-short está se transformando em uma short-fic, então, já que as musas estão ajudando, vamos embarcar em mais uma fanfic! Até o próximo capítulo!



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