Te Vejo Na Lua escrita por awennkire


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

- Não foi revisado -

Boa leitura.



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Era manhã de sábado e eu estava acordada desde as cinco da manhã, não conseguia acreditar no que havia feito. Andava de um lado para o outro pelo meu quarto sem acreditar na mentira que inventei para tentar fugir do Subaku. Precisava achar uma saída para minha mentira, mas tudo que pensava era em dizer a verdade, precisava ir atrás de ajuda e só tinham pessoa que podia contar nesse momento e então liguei para ela.

— Oi, pode vir aqui agora? Por favor – minha voz era fraca e falha demonstrando que tinha chorando naquele dia.

Tudo que fiz foi me deitar na cama e entrar em outra crise choro, a música que tocava era Hard to love, não colaborando para minha tristeza. Toda ela dizia o que sentia, eu amava sozinha e isso nunca tinha sido uma novidade, pelo menos para mim. Os minutos de passaram e continuou piorando, tudo naquele quarto me fazia querer gritar e meu coração cada vez batia mais rápido.

Escutei minha mãe avisando que Shikadai tinha chegado, não tentei esconder meu choro, assim que o vi na porta o abracei chorando ainda mais. Ele era meu melhor amigo, meu porto seguro e não outra pessoa que conseguia me entender mais que ele. Ele fechou a porta mesmo comigo chorando em seus braços e me colocou sentada na cama e apenas me esperou para e chorar.

— O que aconteceu? – essa era a pergunta que até eu mesma me fazia.

Expliquei todo o meu dia de sexta, sem poupar detalhes, não escondia nada dele. Ele sabia dos meus maiores medos, dos meus problemas e isso nunca mudou e se tinha algo certeza nesse mundo é que não mudaria. A parte do Shinki foi a que mais me doeu, tive que desenterrar sentimentos que lutei para esquecer e que nunca me fizeram bem.

— Akimichi Cho-cho, você não pode mais mentir, isso está se tornando um vício, precisa contar a verdade e pedir aos seus pais que considerem seus sentimentos e que não se case com ele – a voz dele era firme, me doía saber disso, ele não iria pedir para continuar com isso.

— Eu posso pedir para alguém me ajudar, talvez Mitsuki me ajudaria – minha voz era de desespero – talvez por uns meses até encontrarem outra noiva para aquele demônio— o rancor começou a aparecer – toda população feminina japonesa quer, não sou eu que eles precisam.

— Bom, você não é apenas mais uma aqui, você é uma Akimichi, o peso no seu nome é mais que uma brincadeira, é uma sina que irá sempre carregar mesmo que não queira – a voz dele era dura – e além do mais, falamos dos Sabakus, eles não voltam atrás em sua palavra, a não ser que queira ver seu clã na lama, precisa entender que nossas escolhas não tem importância – sua voz era de tristeza e sabia que algo estava errado, o olhei e ele apenas balançou a cabeça, iria falar em outro momento, algo acontecia com os Naras e ele precisava de tempo para falar.

— Mas e se...

— Não tem “e se” precisa dizer a verdade, você sabe disso – simplesmente concordei com a fala dele – Agora vamos, vi que tinha missô onigiris e você precisa comer – meus olhos brilharam de felicidade, se existia algo que me fazia sorrir era comida.

— Sim! – exclamei o puxando, descemos as escadas correndo e encontramos uma cozinha vazia, provavelmente minha mãe tinha dado folga aos empregados da cozinha e tinha feito os onigiris.

Começamos a comer e tudo que conseguia fazer era sorrir, não existia coisa melhor que comida. Só ganhavam no meu coração para os Naras e logico, minha família. Começamos a conversar sobre coisas aleatórias e com isso toquei no assunto Kakei. Ele era apaixonado pela dona dos cabelos roxos fazia cerca de seis meses.

— Deveria dizer a ela, se declare, não custa nada – disse enquanto comia meu quarto bolinho de arroz – Eu gosto dela, ela é calma e tenho certeza que vai aceitar seus sentimentos, quem não aceitaria? – a pergunta retorica o fez corar, sorri ainda mais.

— Mas e quando ao Shinki? O que fará? – o olhei e vi que ele esperava uma resposta verdadeira.

— Irei encarar as consequências, mas sinceramente, terei que admitir que inventei um namorado – sabia que aquilo poderia tornar as coisas ainda mais difíceis, menti para um membro da família imperial – Por que simplesmente não se alinham a um país étnico? Tenho certeza que Argentina ou México ficariam felizes... – meu descontentamento o fez rir.

— Eles querem mostrar para o mundo o quão evoluídos e respeitáveis são, você é ideal, ficaria surpreso de escolheres outro clã. Sem dúvida não iriam atrás dos Haruno, acredito que o cabelo rosa deles não favoreça em compromisso diplomático. Enquanto você é ruiva, negra e japonesa, você é o que precisam – apenas afirmei, aquilo era a maior das verdades.

— Somos vistos como racistas com outras etnias, inclusive do nosso continente, querem mostrar para o mundo que estão errados, mas escolher uma mestiça com sangue latino? – minha pergunta o fez rir.

— Esperava que escolhessem um chinês? Evoluídos, mas não loucos Cho-kun – sorri com o apelido, me achava assim apenas quando estávamos sozinhos e logo depois gargalhei.

— Shika-chan, Cho-chan... Vocês comeram tudo? – era a voz de minha mãe – Preciso fazer mais! Era para seu pai Cho-cho, ele precisa estar com o estomago cheio para o que vou falar – minha mãe estava radiante, seus olhos brilhavam e tinha certeza que não me lembrava da última vez que a vi assim.

— Novidades? – perguntei mesmo sabendo que ela esperaria até falar com ele.

— Ótimas novidades, tenho certeza que vai trazer felicidade. Muitas felicidades – foi em direção aos armários e começou a tirar panelas e os ingredientes para fazer mais onigiris.

— Vamos sair e comprar manju, tudo bem, Karui-sama? – a pergunta foi feita por Shikadai.

— Sim, sim – peguei minha bolsa e sai pela porta junto a Shikadai – Traga sobrando, teremos visitas! – minha mãe gritou me avisando e acenei.

Andávamos até a loja mais próxima que vendia manju, minha mãe sempre foi péssima em fazer manjus, mas meu pai realmente os amava comer porque dizia que ela tinha se esforçado tanto para fazer que o sabor ficava sem igual e para ele sempre foi. Mesmo mais salgado do que doce e duro, ele os amava e ficava triste quando minha mãe acabava não fazendo e preferia fazer daifuku.

Compramos alguns para irmos comendo e mais alguns para todos, imaginava que visitas seriam, sem dúvida os Nara e os Yamanaka, compramos o suficiente. Nossa família nunca agia estranha com essas visitas, todos comiam o que queriam, agiam como queriam, eram clãs unidos em uma única força.

Assim que chegamos em casa constatamos que era sim os dois clãs e que poderiam iriamos receber não só eles. Minha mãe usaria a sala de visitas do segundo andar e ela só se usava que recebíamos outros clãs e pelos pratos, seria mais dois clãs, suspirei. Não esperava que isso acontecesse hoje, se estivesse apenas os trios falaria, se tornaria uma piada e iriamos rir.

Shikadai foi para casa se arrumar, recebeu mensagem de Temari-sama e ele foi em direção, nossas casas eram perto então não tinha problema algum. Fui em direção ao quarto me arrumar, tomei banho e coloquei o único vestido colorido que tinha, com flores avermelhadas que segundo mãe lembrava os meus olhos. Demorei um pouco mais do que deveria por conta dos produtos de rosto, se tinha algo que não gostaria de ver com espinhas ou acne era meu rosto e isso não abri mão.

Como sempre não usei maquiagem, não que seja ruim passando, mas apenas não gosto, me sinto estranha e a maioria das maquiagens clareiam minha pele e gosto dela do jeito que é. Peguei o meu óculos e os coloquei, nunca usava lentes de contato quando estava em casa, mesmo com visitas.

Desde e fui em direção a minha mãe, a cozinha agora estava repleta dos empregados que continuavam o que minha tinha começado. Já estava arrumada e sentei ao lado dela, precisava falar com ela o mais rápido possível.

— Mãe, preciso falar algo – ela me olhou desconfiada – quando o Shinki veio aqui ele me disse que iriamos nos casar, mas eu não quero, então eu menti dizendo que estava namorando e que diria para vocês hoje, me desculpa, mas eu não quero me casar com ele – falei tudo de uma vez e ela me olhou surpresa.

— Querida, a escolha de se casar não foi minha ou de seu pai, seu avô escolheu e não podemos ir contra – suspirou e olhou para as mãos, ela não queria que me casasse, mas não demonstraria fraqueza – Espero que entenda que ele só está pensando no seu bem.

A conversa foi tão curta, ela não iria falar nada. Conheço minha mãe o suficiente para saber que ela fez o máximo para que não viesse a acontecer. Mas ir contra meu avô não era a melhor escolha. Ele não voltava atrás com suas palavras e duvido que desmarcaria o casamento.

Escutamos o interfone tocar, fomos em direção para atender rapidamente junto de meu pai. Sorri ao ver que eram os Naras, demos espaço e logo vimos os Yamanaka chegando, acenei e recebi um sorriso de Inojin. Assim que chegou fomos nós três a sala de estar, tinha um novo dorama que iria estrear hoje e estávamos animados, eles conseguem gostar mais que eu os tornando a melhor companhia para assistir.

A trama girava em torno de um casal que inicialmente se odeia e assistíamos animados, o começo era animado e sem deixar pontas soltas. Escutamos o interfone tocar, mas dessa vez apenas meu pai foi trazendo os Uchihas e pedimos para que Sarada nos acompanhasse no primeiro capítulo que ainda estava nos seus vinte primeiros minutos. Ela mesmo confusa sentou e se tornou animada para o que viria acontecer.

Faltavam quinze minutos para terminar e estávamos vendo a mocinha da estória encarando sua possível rival e desenvolvendo sua primeira rixa. Eu estava com raiva e gritava com a televisão, ela não deveria escutar ela, precisava apresentar seu trabalho ou iria perder a chance de trabalhar no emprego que queria. Tudo que eu fazia era gritar e reclamar em como essa garota ela lerda.

Shikadai ria da maneira que eu agia, junto com Inojin e Sarada. Eu apenas achava completamente ridículo a maneira que aquela garota era lerda e sem movimento, com isso não me liguei na movimentação que acontecia em minha volta. Assim que acabou e vi as imagens dos futuros episódios, escutei Himawari me chamando, reconheceria a Uzumaki em qualquer lugar e levantei indo em direção a ela e abracei. Estava ao lado do sofá que estava Inojin.

— Deveria ficar mais calma, não precisa gritar com a menina – sua voz era brincalhona.

— Ela precisa agir mais se não vai perder o Ichiro, ele gosta dela apenas não sabe demonstrar – resmunguei reclamando da maneira que a personagem agia, Ichiro era animado, não entendia porque ela tentava tanto competir com ele, juntassem forças – Espero que ela fique com ele e não com Hiroki, ele é chato e sério – disse sonhadora pensando em como Ichiro era doce e sensível, um sonho

— Preciso arranjar um namorado – resmunguei – alguém como ele – meu sorriso se alargou.

Escutei um pigarro e olhei para atrás e tudo que vi foi uma cabeleira ruiva e reconheci o dono, Sabaku no Gaara. Meu rosto começou a esquentar de uma maneira que nunca senti e sabia que estava vermelha como um tomate maduro. Fiz minha reverencia assim como todos os outros e escutei Shikadai logo depois de se reverenciar correr para abraçar o tio, sempre esquecia que Temari-sama era a quarta na linha de sucessão.

— Sinto muito, Sabaku-sama, pelo que presenciou – me desculpei e escutei um riso.

— Entendo que deseje um amor Akimichi-san – meu rosto estava surpreso com a fala dele – logo irá saber o que é – meu rosto se tornou confuso e me lembrei das palavras de Shinki, meu amor seria o príncipe.

— Receio que não, mas obrigada por suas palavras, me sinto melhor – dei um pequeno sorriso que diz que estava bem e feliz – minha mãe nos espera, deseja ir Sabaku-sama? – minha formalidade era invejável e não agiria de outra maneira.

Seu rosto assentiu e levei todos a sala de jantar no segundo andar, e percebi que os líderes não estavam se preparando o jantar, mas sim tomando chá que tinha certeza que era de pêssego, o cheiro era único, meu chá favorito. Minha mãe me chamou me chamou e nos sentamos, fiquei entre Sarada que estava ao lado de sua mãe e Himawari que estava ao lado de Hinata. Os mais velhos conversam e nos mantínhamos calados.

— Como tem sido o trabalho, Sakura? – essa era Temari.

— Ótimo, uma nova ala foi implementada e agora poderemos fazer mais cirurgias cerebrais e procedimentos cardíacos – meus olhos brilharam – além da área de pesquisa que foi renovada e agora nossos trabalhos com leucemia podem ser melhor desenvolvidos – me voltei ao que falava, pesquisa era o maior dos meus sonhos, mesmo toda família sendo contra – ficaria feliz em futuramente ter Cho-cho-san na futura equipe de pesquisa – assenti e sabia que novamente corava, não tinha coisa melhor que essa.

— Falando em Cho-cho, temos uma ótima notícia que queria compartilhar com todos – meu pai falou e me olhou, me assustei com a fala e sabia o que vinha adiante – Shinki e Cho-cho logo irão se casar.

A reação de todos foi invejável e se não estivesse com tanta raiva teria filmado. Shikadai se mantinha sério, Inojin engasgou com o chá fazendo Sakura levantar para ajudá-lo. Himawari abriu a boca em um “o” tão perfeito que fiquei surpresa, Boruto começou a rir e com isso me levantei fazendo todos se virarem para me ver.

— Casamento? Isso irá acontecer no momento em que peixes criarem pernas, até lá, estarei longe do tão querido e amado príncipe Shinki – me virei para sair, mas tive a surpresa de escutar Shinki falando.

— Ela está namorando, pelo menos foi que me disse ontem quando vim conversar com ela – bebeu mais o chá e mesmo sendo cínico seu rosto se mantéu intacto.

— É verdade? – a voz do meu pai era raiva e surpresa.

— Bem... Eu... – não sabia como admitir na frente de todos que tinha mentido.

— Isso não importa, ainda se estiver irá terminar, o compromisso foi findado entre os clãs – a voz do imperador baixou em uma oitava que percebi que estava raivoso com a humilhação que um fiz passar.

— Não irei – meu rosto se virou para o líder dos Sabakus – seu filho teve sua chance, e ele não quis, não existe motivo para voltar a acontecer – percebi que havia falado demais e alguns cochichavam sobre a tal chance que tinha dado ao príncipe – fique despreocupado Shinki, assim como você, não quero me casar – ele apenas deu os ombros e me olhou, ele sorria e fui em direção a ele – tire esse sorriso do rosto ou juro que se não tirar eu mesma irei – minha voz saiu raivosa.

— Você está ameaçando meu filho? – a pergunta vinda de Gaara me fez rir.

— Ameaçando? Estou avisando, se ele não parar de sorrir eu irei faze-lo parar – chegando perto dele fui parada por um dos seguranças e tudo que fiz foi xingar em português e minha mãe me olhou assustada junto de Shikadai, sabiam bem o que falava.

— Se contenha e parece de agir como criança, você não é uma – escutei a voz de Shinki – e da próxima vez que me mandar “ir ao inferno” eu mesmo a farei parar – ele falava português e repetiu a frase me fazendo me assustar – Nosso casamento está previsto há dois anos, seus pais já sabiam – me virei para eles sem acreditar no que estava acontecendo.

— Por favor, se acalm... – minha mãe não pode terminar a frase, desmaiou logo em seguida e tudo que fiz foi correr em sua direção

— Mãe, está tudo bem? Mãe, me desculpa, por favor, eu caso, mas acorda – a chamava – o que fazem parados, chamem a merda da ambulância – gritei sem nem perceber que tinha xingado e voltei a chama-la.

Meu pai a levou no carro junto de Sakura e Sasuke, fui no carro acompanhada dos Sabakus e tudo que sabia era chorar me culpando pelo seu desmaio, se não tivesse passado pela grande intensidade de preocupações não desmaiaria, era tudo que pensava. O carro estava tão silencioso e tudo que se escutava era meu choro que acabei ignorando até mesmo o consolo que Shinki me dava enquanto me abraçava.

Estavam apenas os Uchihas nos esperando, me sentei na cadeira e fiquei olhando o tempo passar, cada segundo pareciam anos se passando e tudo que conseguia pensar era porque minha mãe tinha passado mal. Shikadai me mandava mensagens pedindo notícias e prometi o atualizar assim que possível, todos estavam preocupados. Com o tempo passando vimos Sakura vindo em nossa direção.

Ela nos chamou e fomos em direção ao quarto que minha mãe estava. Estava com o rosto calmo e tranquila, sorri e fui em direção a ela sentando na cadeira que tinha ao lado da cama. Meu pai perguntou o motivo do desmaio e tudo que recebemos foi que sua pressão caiu ocasionando tudo.

— Ela está descansando ainda, mas precisa se manter calmar por causa da gravidez – a fala dela fez meu pai se assustar.

— Gravida? Ela está gravida? – meu pai estava assustado, mas pude ver o brilho em seus olhos.

— Sim, está e por causa disso precisa tomar cuidado, mesmo não sendo uma gravidez de risco seu corpo não deve ficar desmaiando e passando por grandes pressões – assentimos – assim que acordar realizaremos mais alguns exames e passará por uma nutricionista que indicará a dieta mais adequada – meu pai pediu para voltar para casa, precisava descansar e assim que acordasse voltaria para casa.

Voltei indo de encontro aos Sabakus, pois os Uchihas já tinham saído e sem dúvida receberiam as novidades pelos meus pais. Olhei em direção as cadeiras e tudo que encontrei foi Gaara envolto de seguranças. Algumas pessoas olhavam curiosas – provavelmente se perguntando se aquela era realmente a pessoa que imaginavam -, mas ele estava focado demais no jornal que tinha nas mãos para se importar. Fui em sua direção e apenas sentei ao seu lado.

— Podemos ir, meu pai vai ficar até ser liberada – falei avisando.

— Sabendo que o compromisso foi findado a tanto tempo irá se casar de bom grado? – a pergunta me perguntou me surpresa e apenas abaixei a cabeça, gostaria que fosse mais simples que um sim ou não. Ele apenas levantou e se foi.

Cada ação minha a partir de agora resultaria em uma reação que definiria um futuro para uma nação. Me casar com alguém de forma arranjada era comum e corriqueiro, não era a coisa mais difícil do mundo, escutei muitas vezes que o amor nascia após o casamento e quando acontecia antes estava findado ao fracasso, ao olhar meus pais tinha a certeza que era o contrário, era algo tão lindo que não tinha maneira de não dar certo, sonhava com um amor assim, porém não tinha mais chances de acontecer.

Shinki voltou e me olhou, e apenas me saldou me parabenizando. Ele sabia que logo a família aumentaria de tamanho. Balancei a cabeça e olhei para o chão, enviei rápidas mensagens ao Nara pedindo para avisar a todos das novidades. Uma voz me chamava e percebi que era o moreno me entregando um café que tinha comprado. Peguei e tomei, era cappuccino com canela, meu favorito, sorri e agradeci.

Assim que falei que podíamos ir embora o Sabaku mais novo me segurou pela mão, me levando em direção ao carro, porém fomos impedidos por um grupo de paparazzi que nos esperava perguntando diversas coisas dentre elas se o romance entre nós era real. Não respondemos, apenas fomos em direção ao carro tentando ao máximo não falar alguma besteira.

O carro que estava em silencio me fazia perceber que não tinha mais escapatória, a essa altura todos os repórteres já preparavam suas matérias envolvendo o filho do imperador e a herdeira da fortuna de uma das maiores famílias do país.

O príncipe ser visto com alguém fora a sua família nunca tinha acontecido, Gaara sempre se certificou que nada acontecesse, nós dois juntos não apenas confirmava rumores, mas a junção de algo que ninguém esperava, um romance com alguém apenas metade japonês. O carro parou e eu desci, mas fui impedida de tocar o interfone por Shinki que segurou meu braço.

— Precisamos conversar, vamos entrar. Irei assim que seus pais chegarem, quero que checar que nada de ruim aconteça com você – dei uma breve risada com sua falsa preocupação e toquei o eletrônico, logo depois vi o portão abrindo e entramos.

Fui em direção ao meu quarto e Shinki ainda me seguia. Fui em direção ao closet procurar roupas para usar após tomar banho e vi que ele entrou novamente comigo. Parei e olhei desacreditada no que estava acontecendo.

— Vai continuar me seguindo? – perguntei sem olha-lo, mas sim, procurando a roupa ideal.

— Prefiro evitar um possível suicídio – sua resposta curta me deixou com raiva e fui em sua direção. Ele era mais alto do que gostaria, com pelo menos um e oitenta cinco.

— O que disse? – disse me preparando para dar um tapa em seu rosto, mas ele me segurou.

— Você sofre de depressão e ansiedade, e tentou suicídio logo após eu não ter aceitado seus sentimentos – respondeu e fiquei pálida me perguntando como sabia – eu não quero ser a causa novamente disso, quando se declarou tinha descoberto pouco antes que estava noivo e descontei minha frustação em você, me arrependo, sinto muito – sua mão ainda segurava meu punho e acabou me colocando contra parede.

— Como humilhar sua futura esposa ajudaria em alguma coisa? – me pergunta fez seu rosto pela primeira vez mudar de tédio para surpreso.

— Eu não sabia que era você, quando meu pai me avisou que minha noiva tinha tentado suicídio eu já estava na Holanda. Eu sei da carta que deixou, eu sei tudo, eu nunca quis humilhar ou a enganar, mas também não consegui não me culpar pela sua tentativa então eu irei sim seguir você, se necessário noivaremos o mais rápido possível e iremos morar juntos, mas não quero ser o culpado – sua voz era de remorso, algo que conhecia bem, era a voz que usava quando falava com meus pais após a tentativa.

— Você só reafirmou algo que já sabia, sou mestiça e agregada aos Akimichi, uma vergonha para as gerações – me soltei e desisti do banho, apenas fui para a cama e sentei ligando a televisão – não tentei por sua causa, tentei porque sei a vergonha que sou.

Ele me olhava surpreso, escutei seu suspiro e possivelmente algo em holandês que não conhecia. Ficou do meu lado e não falou se manteve assim até a reprise de Good Morning Call terminasse. Em algum momento em meio a isso ele segurou minha mão, e ficou assim até a série acabar.

— Você não é uma mestiça ou agregada, você vale tanto ou mais quando qualquer pessoa, eu realmente me arrependo pelo que disse, só quero manter um bom convívio com você, não existe maneira de fugir disso porque saiba, eu já tentei - ele falou quebrando nosso silencio e o olhei. Concordei com a cabeça e me apoiei em seu ombro.

— Ok – respondi bocejando tentando me manter acordada, mas apenas fechei os olhos e dormi.

...

O despertador do meu celular tocava e sabia que era final de tarde. Todo despertador tinha uma música especifica e essa era Over das meninas do Little Glee Monster. Bocejei e levantei, meu quarto estava arrumado e olhei a minha volta, nenhum sinal do Sabaku. Desliguei o toque e percebi que tinha um barulho de água vindo do banheiro e resolvi entrar pensando que provavelmente não tinha desligado alguma torneira.

Meu final de tarde se tornou ainda pior quando no memento que entrei Shinki estava sentado tomando banho e no momento que me viu se assustou. Mesmo no pior dos momentos pude ver algumas partes do corpo do moreno e meu coração bateu ainda mais rápido, ele era lindo, mesmo sendo um completo idiota, ele era perfeitamente lindo. Foi a primeira vez que vi seu rosto sem a pintura percebi que ele conseguia ficar ainda mais bonito e másculo.

— Saia agora – voltei aos meus pensamentos ao perceber o que estava fazendo, corri em direção a cama corada e ofegante. Tinha o olhado tão descaradamente que não tinha mais coragem de falar com ele.

O barulho da água tinha acabado e liguei rapidamente a televisão tentando esconder. Se meu final da tarde estava ruim, se tornou pior, a manchete do jornal já estampava do possível romance do príncipe com a filha de um dos maiores amigos do imperador. As imagens usadas eram as nossas saindo do hospital, mas para minha surpresa mostraram um vídeo dele me dando o café, não conseguia acreditar no que estava vendo, o rosto de Shinki demonstrava afeto e amor, “ele sabia que estávamos sendo filmados” era tudo que passava pela minha cabeça, ao me dar a mão para sairmos percebi que meu olhar para ele foi mais gentil do que esperava, tinha abaixado a guarda e aquilo não me deixava feliz.

Meu rosto se fechou, continuei assistindo e já falavam do meu irmão, suspirei. Não conseguia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. O vi saindo apenas de toalha e indo ao closet, voltando já vestido. Não consegui olhar no seu rosto, meu coração palpitava e estava vermelha, não era algo comum olhar de maneira tão descarada e a maneira que o olhei dizia claramente que não tinha o esquecido.

— Parece que não existe mais maneiras de fugir – ri contragosto e ele olhou para a reportagem sobre nós que já estava no final.

— É o esperado, logo seremos anunciados como um casal – o olhei e percebi que fiquei ainda mais vermelha, não conseguia compreender como com toda melanina no corpo ainda corava.

— Não quero falar sobre o que aconteceu – disse de antemão e simplesmente peguei o controle e comecei a procurar algo.

— Não precisa ficar assim, somos noivos e uma hora você iria me ver de uma maneira ou outra – deu os ombros – assim como irei te ver em momentos como aquele – o olhei e no momento que iria rebater foi em direção a porta – vou comer algo, quer? – assenti e fui em direção a cozinha, estava feliz o suficiente para não me preocupar, comer me fazia feliz.

Na cozinha ainda tinhas os manjus que comprei pela manhã e tratei de comer, ele comia nikuman. Peguei alguns colocando em uma vasilha, assim como outro coloquei missô onigiris e o levei para a sala de filmes. Queria manter uma boa convivência com ele e passei a acreditar que a melhor maneira era uma maratona de filmes.

— Que tal assistimos todos os filmes do universo Marvel? – perguntei pegando os blu-rays e estendendo a ele, ele concordou e começamos a assistir – vai ficar aqui mais quanto tempo? – perguntei, esperava que dissesse que logo iria embora.

— Até seus pais voltarem, e ele ligaram e disseram que voltariam amanhã – deu os ombros e me senti aliviada, passaria apenas uma noite com ele.

— Quando o filme terminar vou preparar um dos quartos para você – depois das dezoito horas todos os empregados se vão e a casa fica vazia, eu mesma teria preparar as coisas.

O filme já estava na metade quando percebi que ele dormia. O olhei e percebi que quanto mais tempo passasse com ele, iria gostar ainda mais. Me levantei e fui no quarto de hospedes, escolhi o que ficava perto do meu já que o levaria até lá.

Quando voltei seu rosto ainda estava sereno, me posicionei e o peguei pelo colo. Ele era alto e consequentemente pesado, mas tinha força o suficiente para o levar até o quarto. Tomei o máximo de cuidado possível, me sentia carregado uma boneca de porcelana, sua fragilidade me assustava e tudo que fazia era para ter a certeza de que nada aconteceria de mal.

O coloquei na cama com cuidado, estávamos perto do inverno e o cobri. Sai com cuidado e voltei a sala para terminar o filme. Quando os créditos chegaram arrumei toda a bagunça que tinha feito e fui para meu quarto tomar banho e dormir logo em seguida.

...

O despertador tocava aos domingos sempre as seis da manhã e hoje não era diferente. Me levantei e fiz toda minha rotina matinal como se nada tivesse mudado. Após isso apenas desci e peguei o obento de domingo, todo sábado de manhã Hana, a encarregada da cozinha preparava ele para que passasse minha manhã estudando e não foi diferente.

As matérias acumuladas de sexta e sábado me fizeram perder o almoço e até mesmo não comer metade da minha refeição matinal, precisava as colocar em dia e isso era mais importante que comer. Assim que terminei percebi que eram treze horas e resolvi sair do quarto e ir correr, precisava me acalmar.

Assim que troquei de roupa me dei conta de que Sabaku não estava mais em casa, suspirei e sorri, estava livre durante hoje e não precisaria me preocupar. Assim que sai tive a sensação de estar sendo seguida, mas ignorei, precisava me espairecer e aquilo iria me ajudar.

A corrida começou tranquila e calma, algumas pessoas olhavam para mim, o parque estava cheio de crianças com seus pais e alguns cochichavam no momento que passava. Parei e me sentei em um banco longe de todos, suspirei, aquilo estava se tornando algo complicado. Olhei a minha volta e resolvi voltar para casa.

O caminho foi novamente regado de olhares e cochichos. Parei pouco antes de chegar em casa em uma padaria, tinha um lindo bolo de chocolate com ganachê, comprei, sem dúvidas minha mãe estaria em casa e sei o quanto ama bolo de chocolate, era nesse momento que que parecia que ela tinha sangue Akimichi.

Fui caminhando até a casa, novamente a sensação de vigilância retornou, resolvi andar mais rápido. Quando percebi pude ver três paparazzis tirando fotos, apenas abaixei a cabeça e andei ainda mais rápido. No momento que percebi que estava na porta de casa toquei o interfone e entrei rapidamente, apenas suspirei. Sabia que ficariam atrás de mim, precisava esperar isso se acalmar.

Deixei o bolo sobe o balcão da cozinha e fui me limpar. Depois assim que desci vi minha mãe com uma colher terminando a metade do bolo, fiquei assustada no primeiro momento.

— Mãe – minha foz saiu gaguejada e ela e olhou sorriso.

— Você comprou?

— Sim – o sorriso dela se alargou mais.

— Você me conhece tanto, obrigada, estava com muita vontade de comer! – assenti e peguei um copo de água, ela estava feliz e cheia de desejos, não que esteja surpresa, é o normal.

A deixei comendo e voltei para o quarto, precisava adiantar algumas matérias dessa semana, para não precisar copiar, mas sim apenas prestar atenção. Me sentei e suspirei, em menos de dois dias minha vida virou uma completa confusão, estava noiva e ganharia um irmão.

Olhei para a cabeceira na estante, o trio reunido e sorrindo, queria voltar aqueles momentos, mas agora precisava lutar para me manter sã no curso de medicina enquanto não sou presa por crime de ódio tentando matar do futuro imperador.


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Notas finais do capítulo

Cada vez mais eu amo o Shikadai. Shinki vai ser mais desenvolvido nos próximos personagens.

Personagens serão mais explorados nos próximos capitulos, como Sarada, a familia Nara, Mitsuki e Inojin também. Terá casais heteros, gays e bis, e personagens trans. Espero que entendam isso e respeitem.

Acham que será menino ou menina?

O romance não vai acontecer de um dia pra o outro principalmente porque sabemos como nossa fofa Cho-cho foi machucada. O Shinki fez merda né minha gente, convenhamos...

Novamente, não foi revisado então desculpa os erros de português.

Ps: sim, gosto de um barraco e se preparem porque vem mais por ai.



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