P.O.V. Edward Cullen

Positivo

Era o que estava no final daquele papel.

Era o que eu estava sentindo desde quando Bella falou de suas suspeitas.

As meninas são fofas e espontâneas, desde que as conheci eu gostava delas. Não que eu faça favoritismo entre os meus alunos, mas elas tem o espírito cativante e eu gostava muito delas.

No dia que Renesmee teve um ataque alérgico eu fiquei bem preocupado, mas já que conheço a alergia e tive a ajuda de Jasper foi bem rápido para ela estar bem novamente. Quando saímos para passear eu me senti um pouco mais perto, tanto delas quanto de Isabella.

Bella foi um bônus adicional, ela é decidida, focada e forte. Muito forte. Não sei nem o que eu faria se estivesse no seu lugar, mas ela criou duas meninas sozinha porque ela queria filhos, e decidiu fazer a inseminação.

Nos primeiros meses que fiz a doação eu olhava ao redor e me perguntava se uma daquelas crianças era meu filho, Jasper brincou muito comigo por causa disso, mas depois de um tempo eu comecei a não ligar mais, nunca imaginei que iria encontrar um filho meu, e de repente eu me deparei com duas de uma vez.

Passei uma mão em cima do resultado e olhei para cima, onde cinco pares de olhos me olhavam em expectativa.

— Então, quando é mesmo o dia dos pais? — Perguntei, divertido.

— Segundo domingo de agosto, agora pode contar o resultado. — Jasper falou, recebendo uma almofada na cara.

— De verdade? — Rosalie perguntou.

— Sim. Positivo. — Confirmei, virando o papel para que eles pudessem ver também.

Foi uma algazarra completa, eles vibraram e deram alguns gritinhos. Todos me abraçaram, me parabenizando. Bella ficou por último, com um sorriso animado no rosto.

— Parabéns, papai. — Ela falou, me abraçando. 

A abracei de volta e respondi:

— Obrigado por essa oportunidade. De verdade, prometo ser um bom pai.

— Eu sei que vai. — Ela afirmou.

— O que está acontecendo? — As gêmeas perguntaram, aparecendo na porta da sala com Thomas.

— Venham aqui. — As chamei e elas vieram até estar de frente para mim.

Me ajoelhei à frente delas e me preparei para dizer para elas, senti um movimento e quando olhei para o lado Bella também estava ajoelhada, ela pegou minha mão, apertando para incentivar.

— Eu sou pai de vocês.

— Sério? — Elas perguntaram, inclinando a cabeça desconfiadas.

— Sim, não gostaram? — Perguntei, temendo que elas não quisessem.

Mas eu não deveria ter me preocupado, porque logo elas ficaram animadas e me deram um abraço sufocante, quase me derrubando no chão.

— Claro que sim.

— Nós gostamos muitão.

Renesmee e Carlie responderam minha pergunta, ainda me abraçando.

— Eu também gostei muito. — Afirmei, rindo.

— Então agora nós também temos um papai? — Renesmee perguntou.

— Sim, vocês tem um papai também. — Bella falou. — Mas não esqueçam da mamãe, vou ficar com ciúmes.

— Claro que não. — Renesmee falou.

— Nosso coração é bem grandão. — Carlie confirmou, e elas abraçaram Bella.

— Nele cabe todos os dois. — Falaram em uníssono.

— Eu não sei se eu vou aguentar. É tão fofo. — Escutei um fungado, quando olhamos para trás todos estavam parecendo emocionados, Emmett tinha até mesmo um lenço na mão.

— Continuem. — Jasper falou.

— Papai, o que aconteceu com o tio Edualdi? — Thomas perguntou, chamando a atenção dele.

— Ele é pai das meninas, Renesmee e Carlie são suas primas. — Ele explicou, e Thomas assentiu, nos olhando sorrindo.

— E como são feitos os bebês? — Ele perguntou, olhando para ele com curiosidade.

— Eu tenho que beber água. — Rosalie falou.

— Eu também. — Emmett falou.

— Nós também. — Bella falou, pegando Renesmee no colo.

— Sim, estou morrendo de sede. — Falei, pegando Carlie no colo e indo para o cômodo.

— Conversa de homens, boa sorte, amor. — Alice falou, beijando a bochecha de Jasper e nos seguindo.

— Seus traidores! — Escutei a exclamação indignada do meu irmão, mas nós somente rimos.

(...)

Arrumei o lençol em Renesmee, que se mexeu um pouco, ficando somente com a cabeça para fora.

— Papai, acho que tem alguma coisa no meu armário. — Ela falou, baixinho.

Franzi o cenho, confuso.

— Não tem nada.

— Tem sim, olha lá. — Ela falou, olhando com medo para o armário.

Levantei disposto a mostrar que não havia nada, quando o abri tinha uma menina idêntica a Renesmee parada nele, me olhando com medo.

— Papai, tem alguma coisa na minha cama. — Ela falou, e eu senti meu coração perder uma batida.*

A porta se abriu nesse momento e eu quase morri de susto, então comecei a lutar com a respiração.

— Tudo bem, Edward? — Bella perguntou. — Carlie, o que está fazendo no armário?

— Estávamos testando o papai. — Ela respondeu, correndo para a cama e as duas soltaram risadinhas.

— Como assim? — Bella perguntou, me olhando confusa.

— Elas estavam testando meu coração. — Falei, suspirando.

Por um momento eu havia me esquecido que são duas.

— Vocês me pegaram direitinho. — Afirmei, me sentando ao lado delas. — Mas aguardem a revanche, boa noite. — Falei, me inclinando, beijando a cabeça das duas.

Deixei as três sozinhas e fui para a cozinha beber um copo d’água para me acalmar.

O pessoal todo foi embora depois de um tempo conversando, depois de um pouco de persuasão eu consegui fazer Bella ficar também, querendo desde já me aproximar um pouco mais delas.

— Certo, o que elas fizeram? — Bella perguntou, aparecendo na cozinha.

— Uma ficou na cama e outra no armário, por um momento eu esqueci que eram duas e me assustei. — Confessei, rindo ao me lembrar.

— Eu queria muito ter visto a sua cara. — Ela falou, rindo.

— Não queria. — Falei, deixando o copo na pia e me aproximando mais dela.

— Claro que sim, deve ter sido impagável, se prepare porque ainda virão muitos mais por aí.

— Mal posso esperar. — Falei, a pegando pela cintura e a aproximei mais, até que eu consegui beijá-la.

— Você tem certeza? — Bella perguntou, e eu captei o que ela queria dizer.

— Como nunca tive antes. — Falei, convicto. — Lembra de quando eu falei de que não tinha tido filhos ainda porque não havia achado a mulher certa?

— Sim.

— Pois aconteceu o contrário, eu encontrei duas filhas e a partir delas eu pude encontrar a mulher certa. 

— Como você sabe que eu sou a mulher certa?

— Porque você é firme, decidida, dedicada e uma mãe maravilhosa mesmo estando criando duas filhas sozinha. Soube conciliar sua vida com duas crianças sem precisar de ninguém, teve forças para vencer os obstáculos e tem filhas maravilhosas.

— Eu tive ajuda de Rose e Emmett. — Ela falou, alisando minha camisa.

— Mas não vinte e quatro horas por dia. Você é uma entre tantas mães guerreiras que existem por aí, agora ganhou um reforço. — Falei, arrumando seu cabelo.

— Seus soldadinhos também fizeram um ótimo trabalho. — Ela falou, maliciosamente.

— Estamos sempre à disposição, senhorita Swan.

— Fico muito feliz, senhor Cullen. Apenas não esqueça mais que são duas meninas.

— Foi apenas uma vez, okay?

— Não sei, talvez deva querer passar mais tempo com elas para lembrar sempre...

— Oh, sim. Contato diário, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana.

— Acalme-se, homem. Vamos ver como isso funciona. — Ela falou, arqueando a sobrancelha.

— Certo. — Bufei. — Mas então, como é ter um namorado como eu?

— Quem disse que é meu namorado?

— Não provoca, só vai se aproveitar desse corpinho se aceitar.

— Eu sempre posso ter seus soldados à disposição. — Ela afirmou, rindo.

— Eu posso oferecer mais coisas. — Falei, a levando para a sala.

— Me conte mais sobre isso. — Ela falou, me seguindo.

Não sei se vou conseguir ser um pai maravilhoso, talvez eu deva pedir dicas para meu pai. Mas eu vou me esforçar e dar o meu melhor, se eu for ao menos 30% do que Bella é eu estarei satisfeito por isso, porque não precisa de muito para perceber que ela é uma mãe espetacular, eu me esforçarei para ser um pai tão bom quanto a mãe que ela é.