Ao Acaso escrita por Only Stark


Capítulo 5
Capítulo 4 - Confirmando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura. :3



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P.O.V. Isabella Swan

Eu não sabia se eu deveria expor minhas dúvidas para Edward, principalmente naquele horário, então fui trabalhar, mesmo sabendo que não conseguiria me concentrar um minuto sequer. Chegando lá eu pedi que Rosalie me acompanhasse até a minha sala, quando entrei nela eu me permiti desmoronar um pouco.

— Bella? O que aconteceu? — Ela perguntou, preocupada.

— Rosalie, eu acho que encontrei o pai das meninas. — Falei de uma vez, querendo desabafar.

— Tem certeza, Bella? Qual é a chance? Uma em mil, milhões? — Perguntou, incrédula.

— Não tenho certeza absoluta, mas eles são muito parecidos, os mesmos olhos, o mesmo jeito, gostos parecidos, até a alergia a pólen que Renesmee tem eu acho que foi hereditário*, ele até mesmo tem histórico de gêmeos na família. — Falei, batucando os dedos em cima da mesa.

— Tem certeza? Vai querer tirar a prova disso?

— Não sei. — Falei, mordendo os lábios de nervoso. — Eu não posso chegar nele e dizer “Oi, lembra de quando doou seus amiguinhos para uma clínica de fertilização? Então, as minhas filhas vieram deles, não é legal?”.

— Você é ácida quando está nervosa. — Rosalie disse, rolando os olhos. — Mas você vai querer conviver com a dúvida? Quem é ele, afinal?

— O professor delas, Edward.

— Ah, aquele que você queria aulas. — Ela falou, maliciosamente.

— Rosalie!

— Certo, mas não respondeu se vai contar.

— Eu não posso, Rose. Ele não tem obrigação, os doadores são anônimos por alguma razão, não vou jogar duas filhas em cima dele agora, e se ele quiser tirá-las de mim?

— Bella, respira. — Rosalie ordenou, séria.

Suspirei, passando as mãos no rosto.

— Ótimo. — Ela aprovou. — Como você disse, os doadores são anônimos, vocês não fizeram elas na prática, o destino apenas deu um jeito de juntá-los, se ele quiser participar da vida de vocês ele pode, mas nunca tirá-las de você. Inclusive você é advogada, sabe muito bem disso, não se desespera.

— Não sei o que faria sem você. — Falei, a abraçando apertado.

— Eu sei que sou maravilhosa. — Ela falou, piscando. — Agora me promete que vai pensar em contar para ele.

— Okay, prometo pensar em dizer para ele minhas dúvidas.

— Ótimo, agora vamos trabalhar, chefa.

Ri, tentando tirar os problemas pessoais da cabeça.

(...)

Cheguei na escola um pouco atrasada, eu li os papéis milhares de vezes no trabalho e fiz uma coisa ou outra, me fazendo ficar perdida no tempo.

Quando cheguei na sala das meninas estranhei ao vê-las quietas em seus lugares, parecendo chateadas. Edward me viu e veio em minha direção, sem me anunciar.

— Oi, Bella. — Ele me cumprimentou, olhando as meninas de relance.

— Oi, aconteceu alguma coisa? — Perguntei e ele suspirou, passando as mãos no cabelo nervosamente.

— Bem, sim. As meninas colocaram cola na cadeira de uma colega delas, quando ela foi se levantar ela acabou ficando presa, tivemos que cortar a saia dela. — Ele falou.

— O quê? Por que? — Perguntei, realmente surpresa. Elas nunca tinham feito algo extremo assim.

— Elas não quiseram falar, um dos colegas viu elas fazendo aquilo, mas elas não estão falando com ninguém.

— Eu vou conversar com elas, não consigo pensar em um motivo sequer para elas terem feito isso. E eu vou comprar um novo uniforme para a menina, repasse meu telefone para a mãe dela.

— Okay, qualquer coisa sabe onde me encontrar. — Ele falou e chamou as meninas, que foram direto para o carro, me dando apenas um oi desanimado.

Fomos o caminho todo caladas, deixei para pedir explicação em casa. Eu ainda não estava acreditando no que elas fizeram, mas deve ter algo por trás disso.

Ao entrarmos em casa as guiei para o sofá, sentando de frente para elas.

— Me contem, o que aconteceu? — Perguntei.

— Nada. — Elas responderam em uníssono.

— Vamos, me contem, eu conheço vocês, não fariam isso apenas por maldade.

— Eu não quero dizer. — Carlie falou, baixinho.

— Vocês sabem que podem falar tudo para mim, mamãe vai ajudar vocês se houve algum problema. — Falei e elas se olharam, assentindo juntas.

— Na hora do recreio estava todo mundo falando de família. — Renesmee falou.

— Então a Eloá ficou falando da gente porque a gente não tem um papai. — Carlie falou, com a voz embargada.

— E disse que a gente é estranha porque todo mundo tem um papai, menos a gente. — Renesmee completou, e eu pude ver algumas lágrimas em seus olhos.

— Vem cá. — Falei, as abraçando apertado. — Vocês deviam ter dito para o professor de vocês, não ter feito aquilo.

— Mas ela foi malvada com a gente mamãe. — Carlie falou.

— Eu sei, querida, mas você não deve fazer o mesmo. Ela já tinha falado disso antes? — Perguntei, acariciando seus cabelos.

— Não para a gente. — Renesmee respondeu.

— Eu vou tomar algumas providências, okay? Querem ficar um pouco na tia Rose?

— Não precisa, mamãe. A gente ama você. — Carlie falou.

— Eu vou apenas ver algumas coisas, não se preocupem. — Afirmei, já pegando meu celular.

Disquei o número de Rose e depois de alguns toques elas atendeu.

— Rose?

— O que foi, empata foda?

— Você tá ocupada?

— Se for caso de vida ou morte eu estou.

— Rosalie...

— Certo, estou livre, onde está pegando fogo?

— Tem como você ficar com as meninas uns minutinhos?

— Vai cair na noite com um tigrão?

— É sério. — Falei, bufando. — Vou resolver aquele problema.

 — Aquele problema vale a pena, estamos aqui na casa da mãe do Emmett, pode vir deixá-las aqui?

— Posso sim, tchau.

— Tchau.

Desliguei e procurei o número de Edward na lista de contatos, encontrando rapidamente e já discando.

— Alô.

— Edward?

— Oi, Bella. Algum problema?

— Sim, podemos sair para conversar?

— Claro, onde?

— Você conhece uma Starbucks que fica no centro?

— Sim, estou indo para lá.

— Até mais. — Desliguei a ligação e suspirei, só saberei se vai dar certo se eu tentar.

(...)

Quando cheguei no local combinado eu avistei Edward já sentado em uma mesa, com um copo na mão. Fui em sua direção e ele sorriu ao me ver.

— Hey. Quer um café? — Ele perguntou.

— Não, estou bem. — Falei, sentindo meu estômago revirar um pouco.

— Certo, o assunto é sobre mais cedo? — Ele perguntou, visivelmente preocupado.

— Também. — Afirmei, sentando-me à sua frente.

— Elas contaram alguma coisa?

— Sim, a coleguinha estava falando delas porque elas não tem pai. — Falei, ele me olhou confuso.

— Eu nunca vi isso e elas nunca disseram nada para mim, me desculpe, você quer que eu preste mais atenção ou...

— Não. — O interrompi rapidamente. — Na verdade eu queria dividir com você uma dúvida.

— Claro, pode dizer. — Falou, parecendo concentrado.

— Eu acho que você é o pai delas.

— O quê? — Perguntou, se engasgando com o café.

— Eu sei, parece surreal. — Concordei, respirando fundo. — Mas há muitas semelhanças entre vocês, e Jasper falou sobre quando você fez uma doação. Eu não quero reivindicar que você seja um pai e nem quero que se sinta pressionado a nada, eu só quero tirar essa dúvida.

Ele assentiu, mas continuou em silêncio, parecendo ainda estar digerindo o assunto e eu também fiquei quieta, sabendo que ele precisava disso.

— Você acha mesmo? — Ele perguntou, me olhando com um pequeno sorriso.

— Acho. Olha para elas e olha para você. — Falei, dando de ombros.

— Então, podemos fazer um teste de DNA? — Ele falou.

— Você quer?

— Claro, e se for mesmo eu quero dar o meu nome para elas, se você permitir. Eu falei sobre querer ser pai, e eu sinto uma ligação com elas, se der positivo gostaria de passar um tempo com elas. — Ele disse, parecendo estar animado.

— Quando você quiser. — Falei, rindo um pouco.

— Elas vão gostar? — Ele perguntou, de repente nervoso.

— Elas te adoram, com certeza vão gostar. — Afirmei.

— E você? Como está com isso?

— Eu não sei. — Falei, suspirando. — Eu estava com medo. Medo de que você as rejeitasse, medo de que pensasse que eu queria obrigá-lo a assumir responsabilidades, medo de querer tirá-las de mim, foram infinitos. — Afirmei, encostando o rosto na mão.

— Bella, eu nunca faria isso. — Ele falou convicto, pegando minha mão que estava em cima da mesa. — Elas são suas filhas, por mais que eu queira ser um pai para elas você é a mãe, nós nem nos conhecíamos, fique tranquila, eu só quero participar da vida delas, certo?

— Certo. — Concordei, suspirando.

— Ótimo, agora me conte tudo sobre elas. — Ele falou, ansioso.

Eu me sentia cada vez mais leve, vendo nos olhos dele que ele realmente gostou da notícia, vendo que ele estava ávido para saber tudo sobre elas. Eu sentia o bichinho do ciúme presente, mas ao mesmo tempo eu estava muito feliz em dividir meus momentos de mãe com alguém, com o (possível) pai das minhas filhas. 

(...)

A semana se passou praticamente se arrastando, estávamos quase morrendo de ansiedade para receber o resultado que demorou cinco dias para sair o resultado. Não explicamos direito para as gêmeas o que estava acontecendo de fato, dissemos apenas que íamos fazer um teste. Decidimos isso para caso o resultado fosse negativo, eu não queria que elas criassem esperanças e essa fosse quebrada, Edward compartilhava desse sentimento também, mesmo dizendo que seu sexto sentido de pai estava apitando.

Domingo Edward chamou as pessoas mais próximas – que nós contamos da suspeita – para a sua casa. Éramos Edward, as gêmeas, Jasper, Alice – sua esposa –, Thomas – filho deles de 3 anos –, Rosalie, Emmett – noivo dela e padrinho das meninas –, e eu.

As crianças ficaram brincando com blocos de montar em um dos quartos da casa, onde eles se reuniram com todos os brinquedos que trouxeram e mais uns que o Edward comprou para entretê-los, enquanto nós ficamos conversando no sofá, o resultado do teste estava em cima da mesa de centro da sala, mas nenhum de nós tinha coragem de mexer nela.

— Sério, é muita loucura. — Jasper falou. — Eu falei na brincadeira que eles eram parecidos e agora fizeram um teste de DNA, eu acho que estou pronto para abrir meu ponto de vidência.

— Jasper, você não pode abrir um ponto de vidência. — Alice falou, rindo dele assim como nós.

— Por que? Eu gostaria. — Ele perguntou, chateado.

— Querido, você disse que Thomas seria uma menina.

— Foi apenas um erro de percurso. — Ele afirmou.

Emmett saiu do sofá que estava e se sentou ao lado dele, batendo nos ombros dele como se quisesse consolá-lo.

— A Ursinha também vive quebrando minha liga, sinto sua dor.

Eu ouvi um bufo ao meu lado, Rosalie estava o fuzilando com o olhar.

— Vou pedir pizza, qual vocês querem? — Edward perguntou, se levantando.

Eles disseram seu pedido e antes dele ir até o telefone ele se virou novamente.

— Bella, me acompanha?

— Claro.

O segui até a cozinha, ele fez os pedidos e depois veio em minha direção, segurando minhas mãos e apertando de leve.

— Você também está nervosa?

— Sim, sinto como se estivesse quase para surtar. — Falei e nós rimos. — E você?

— Eu também estou quase tendo um treco. — Ele afirmou, subindo as mãos pelos meus braços e acariciou meu rosto. — Eu espero que seja positivo ali, quero poder cuidar de vocês.

— Nós? — Perguntei, colocando minha mão por cima da sua.

— Vocês, todas três. Eu quero estar presente, quero estar perto e mimá-las. E vai ser uma tarefa árdua, pois vai ser três mulheres contra um pobre homem. — Ele falou, divertido.

— Eu posso aliviar seu lado, porém, não prometo nada das gêmeas.

— Para mim serve. — Ele falou, se aproximando mais e enfim tocando seus lábios nos meus.

Foi um beijo doce, lento, senti como se estivéssemos dentro de uma redoma de vidro, separados de todo o resto, apenas nós dois ali.

Mas nosso momento foi interrompido, a campainha tocou e nós nos separamos. Quando chegamos na sala nossos amigos estavam com a expressão maliciosa, a qual ignorei.

— Acho que é hora de abrir. — Edward falou, colocando as caixas em cima da mesa.

— Também acho, não aguento mais esperar. Ai, Alice! — Jasper falou, massageando onde Alice o havia beliscado, nos fazendo rir.

— Bem, chegou o momento. — Edward falou, balançando o envelope.

— Vamos, homem.

— Emmett!

— Calei.

Depois de rirmos novamente, Edward abriu o envelope e tirou o papel de dentro e começou a ler, depois levantou seu olhar para nós.

 


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Notas finais do capítulo

*Alergia pode ser hereditária segundo pesquisas.
Suspense? Nem gosto. Kkkkkkkk
Positivo ou negativo? Ou mediano? Kkkkkk
Nós ultrapassamos os 50 comentários, vocês não sabem o quão feliz estão me fazendo. ♥
O próximo é o epílogo. Hehe. Eu devo dizer que é POV Edward ou não? Não sei. Haha
Responderei os comentários em breve, assim que conseguir tempo. Kkk
Eu errei no capítulo 2, eu disse que o Edward consultou a irmã dele, mas ele consultou o Jasper, okay? Okay.
Espero que tenham gostado. Huahua
Bjs :*



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