P.O.V. Isabella Swan

— Bella tem um encontro. Bella tem um encontro. Lá, lá, lá.

— Rosalie, eu não tenho um encontro. — Falei, a olhando frustrada.

— Oh, se tem. Com um professor, não me diga que quer umas aulas? — Ela falou, maliciosamente.

— Rosalie! 

— Okay, mas ele é bonito? Ele dá um bom caldo? — Ela perguntou, curiosa.

Eu não deveria ter dito sobre o senhor Cullen para ela, agora não vai me deixar em paz.

— Sim, Rose, ele é. Mas eu vou estar com as minhas filhas lá, para com isso.

— Eu posso ficar com elas enquanto se divertem, você está precisando. — Ela sugeriu, com um sorriso enorme.

— Rosalie Halle!

— Tá, tá. — Ela soltou um muxoxo. — O senhor Newton não gostou muito de você não ter vindo ontem.

— Eu me entendo com ele mais tarde, preciso daqueles documentos, senhorita Halle. — Falei, voltando minha atenção ao trabalho.

— Sim, chefa. — Ela bateu continência e saiu da sala.

Eu ri dela, esperando que ela parasse de me atormentar.

(...)

Cheguei na escola para buscar as meninas pontualmente, consegui esse feito graças à minha rapidez hoje, a fim de sair mais cedo e poder aproveitar um pouco o nosso passeio mensal.

O senhor Cullen e eu acertamos onde iríamos nos encontrar para facilitar e marcamos para às 19:00h. No horário combinado nós nos encontramos em um shopping que ficava perto para nós dois, então começamos a passear pelo local. Em algum momento nós dispensamos as formalidades e nos chamávamos apenas pelo primeiro nome.

— Mamãe, podemos ir lá? — Carlie perguntou, apontando para o playground do shopping.

— Só se prometerem ter cuidado. — Falei, as olhando como se estivesse em dúvida.

— Nós prometemos. — Renesmee falou.

— Então podem ir. — Falei e elas comemoraram, fazendo Edward e eu rirmos.

Nós a levamos para os brinquedos e elas foram direto para a piscina de bolinhas, enquanto nós nos sentamos em um sofá destinado aos pais.

— Elas são muito elétricas. — Edward comentou, vendo elas brincando.

— Demais, elas devem ter puxado para o pai, minha mãe falava sempre que às vezes tinha que trazer as filhas dos vizinhos para ver se eu corria. — Falei, fazendo Edward rir.

— Eu também não era agitado, mas em compensação meu irmão faltava virar a casa de ponta cabeça. — Ele falou, sorrindo saudoso.

— Eu sou filha única, não tive irmãos. Depois que meus pais se foram eu fiquei só, mas agora somos nós três. — Falei, apontando para as meninas.

— Não quero ser indelicado, mas o pai delas não é muito presente? — Ele perguntou, parecendo curioso.

— Na verdade nem o conheço. — Falo e ele me olha, parecendo confuso. — Fiz inseminação artificial, meu relógio biológico estava pedindo por um filho, vieram duas. — Falo, divertida.

— Entendo. — Ele falou, voltando a olhar para elas. — Eu mesmo já quis ter filhos, mas não achei a pessoa ideal ainda, e eu tenho meus alunos, dá para suprir um pouco essa vontade. — Ele falou.

— Como você decidiu ser professor para crianças pequenas? — Perguntei, realmente curiosa. Não é uma profissão que vemos muitos homens atuando.

— De vez em quando eu cuidava de alguns primos que iam para casa, ou quando eu ia visitar. Quando foi a hora de cursar uma faculdade eu me perguntei “Por que não?”, então segui com essa área. — Ele falou, com um leve sorriso.

— Eu não conseguiria lidar com muitas crianças ao mesmo tempo, tenho um pequeno problema nisso. Com as gêmeas ainda consigo ter um controle. — Comentei sinceramente. Duas está ótimo.

— Eu de alguma forma consigo, minha mãe diz que é um dom. — Ele diz. — Renesmee, cuidado nessa escadinha. — Ele gritou para ela, que estava subindo na escadinha do brinquedo.

— Como sabe que é ela? — Perguntei. — Nem a madrinha delas sabe diferenciar, somente eu ainda consigo saber quem é quem.

— Meu pai tem um irmão gêmeo, desde pequeno eu tive que aprender a diferenciar eles, pequenos detalhes fazem a diferença. — Ele explicou, dando de ombros.

— Eu lutei muito no início, agora eu já tenho mais facilidade. — Comentei.

— Em alguns dias eu sabia diferenciar elas, não ache que aceitei vir por interesse, é que eu não consigo negar nada para elas, e eu queria passar um tempinho a mais com elas sem que fosse na escola. — Ele se explicou.

— Tudo bem, e não ache também que eu as induzi a pedir, fizeram isso de surpresa.

— Elas são espontâneas. — Ele falou, dando de ombros.

Concordei com um aceno de cabeça.

— O que você faz? — Ele perguntou, direcionando sua atenção para mim.

— Advogada. Quando precisar pode me chamar.

— Pode deixar, quando eu for preso você será a primeira pessoa em minha mente. — Ele falou, com um sorriso zombeteiro.

— Mamãe, nós vamos ao escorregador agora. — Carlie falou, me dando um abraço suado.

— Certo, mas tenham cuidado. — Falei, olhando em seus olhos que estavam iluminados.

— Tá, mamãe. — Ela correu de volta aos brinquedos.

Quando voltei minha atenção a Edward eu vi nos olhos dele os de Carlie e Renesmee, como se fossem iguais, somente um o reflexo do outro.

— Tudo bem? — Edward perguntou, parecendo confuso.

— Claro. — Confirmei.

As meninas passaram um bom pedaço do tempo nos brinquedos. Enquanto isso Edward e eu ficamos conversando sobre nós. Ele comentou sobre seus pais – Esme e Carlisle – e sobre seu irmão. Contou também um pouco dele mesmo. Eu também falei sobre mim, contei sobre meus pais – Charlie e Renée – e também a origem dos nomes das meninas.

— Na verdade foi de um sonho. — Falei e ele arqueou a sobrancelha. — Eu sonhei que teria uma filha chamada Renesmee Carlie, mas quando a fertilização funcionou vieram duas, então dividi.

— Elas podem ter o orgulho de dizer que seus nomes são originais. — Ele comentou, risonho.

— E vão me odiar quando crescerem. — Completei, acabamos rindo.

Quando elas cansaram de brincar nós fomos merendar na praça de alimentação, pedimos uma pizza de tudo o que nós gostávamos, Edward, Renesmee e Carlie montaram o complô de quatro queijos, então pedimos metade calabresa e metade quatro queijos.

Nessa hora também houveram mais semelhanças entre eles, Edward e Carlie colocaram bastante ketchup, enquanto com Renesmee eles queriam Coca-Cola, essas pequenas semelhanças estavam confundindo minha mente, talvez isso fosse apenas sono, eu deveria parar de ler livros de suspense.

Ao final do passeio as meninas deram um abraço apertado em Edward, enquanto os três faziam promessas de passeios futuros.

Quando cheguei em casa estava muito cansada, coloquei as meninas para tomar banho e em seguida para dormir, querendo apenas minha cama.

(...)

As semelhanças ficaram rodando em minha mente por todo o fim de semana, mas qual era a chance? Uma em mil? Eu nem sabia se ele fez uma doação para alguma clínica de fertilidade. Então eu estava concentrada em esquecer esse assunto e seguir em frente, as semelhanças podem ser coincidência. Na segunda de manhã eu levei as meninas para a escola e ao chegar lá quem estava na sala não era Edward, e sim um rapaz loiro que parecia não saber ao certo o que fazer lá.

— Bom dia. — As meninas e eu o cumprimentamos.

— Bom dia. — Ele respondeu.

— O senhor Cullen não veio hoje? — Perguntei, enquanto guiava as meninas para seus lugares.

— Veio, é que ele esqueceu a pasta com os trabalhos que ele vai passar hoje e me pediu para ficar de olho nas pest... crianças. — Ele se corrigiu rapidamente, dando um sorriso amarelo. — A propósito, sou Jasper Cullen, irmão dele.

— Prazer, senhor Cullen, sou Isabella Swan. — Falei, e trocamos um aperto de mão.

— Sem formalidades, me chame de Jasper. — Ele pediu, rindo.

— Eu sou Renesmee Swan.

— E eu sou Carlie Swan.

As meninas se apresentaram, o olhando com simpatia. Às vezes elas são tão comunicativas que me pergunto se saíram de mim mesmo ou foram trocadas.

— Olá, belas garotas. — Jasper falou. — Vocês me lembram um pouco Edward quando era pequeno. — Ele falou, as olhando com curiosidade. — Quase diria que foi fruto de um dos soldados dele.

— Soldados? — Elas perguntaram curiosas, e Jasper ficou nervoso, olhando para os lados.

— Que tal fazerem um desenho para me darem mais tarde? — Perguntei, tentando as distrair.

— Oba!

— Vamos fazer um muito bonito!

Elas falaram e correram para seus lugares, ri vendo a expressão de alívio de Jasper.

— Obrigado, eu não sou muito bom com crianças. — Ele falou, passando as mãos no cabelo.

— Percebi. E eu não conhecia Edward até algumas semanas atrás, acho que elas não são dele. — Falei, olhando para as meninas de relance.

— Não é isso, é que uns 12 anos atrás nós fizemos uma aposta, o perdedor ia fazer uma doação para uma clínica de fertilidade. Eu ganhei. — Ele falou, com um grande sorriso.

De repente me senti meio sem chão.

Será que é possível ou é coisa da minha cabeça?