Equidistante escrita por Gaia


Capítulo 1
Prólogo - Sobre o destino e ironias




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Alexander Lightwood não se atrasava. O tempo era seu aliado, assim como a lei e a disciplina - e ele não ousava trai-lo. Seus relógios sincronizados o provocavam com cada toque de minuto pragmático, como se zombassem de sua personalidade ordeira, mas ele não ligava. A rotina não o massacrava e muito menos entediava, era, na verdade, extremamente familiar e confortável, um lembrete diário das vantagens de seguir uma ordem e manter-se assim.

Alexander Lightwood não falava com estranhos. Atividades sociais só deveriam ser feitas com algum propósito e nunca não haveriam motivos suficientes para impulsioná-lo a falar com alguém a não ser que fosse absolutamente necessário. Ninguém teria nada para oferecer a alguém como ele; nenhuma piada, agrado ou conselho que ele não poderia conseguir com os seus irmãos. E mesmo assim, só se fosse absolutamente necessário.

E mais do que tudo, Alexander Lightwood não se apaixonava. O amor não fazia sentido, era inimigo da lógica e fatalmente irreversível. Penetrava no corpo e alma de forma irregular, mudava comportamentos e ações, era quase uma afronta ao normal. Se ele fosse mais ingênuo, até diria que não devia existir. O amor consumia, pegava qualquer partícula de razão e a destruía.

 

 

Magnus Bane não queria perder o foco. Sua motivação e determinação eram as únicas coisas que tinham sua absoluta atenção. Eram as muletas que o levaria para onde deveria estar, o seu real objetivo de vida, o que envolvesse seus verdadeiros talentos e o recompensasse de forma justa. A rotina não o massacrava e muito menos entediava, era, na verdade, um plano calculado metodicamente para alcançar seu sonho, um lembre diário do que ainda estaria por vir.

Magnus Bane não queria trabalhar mais do que deveria. Trabalho só deveria ser feito com algum propósito. O dinheiro que ganhava não era suficiente e os seus superiores não podiam se importar menos com o seu bem-estar. Ele não devia nada para aquelas pessoas ou para aquele lugar. Nenhum agrado, promoção ou conselho o manteria ali. Mesmo amando o ofício, sua posição era ingrata e seus talentos desperdiçados.

E mais do que tudo, Magnus Bane não queria se apaixonar. O amor fazia sentido até demais, era inimigo da emoção, tirando-a todo o poder e fatalmente irresistível. Penetrava no corpo e alma de forma irregular, mudava comportamentos e ações, era uma maravilhosa afronta ao normal. Se ele fosse mais ingênuo, até diria que deveria se apaixonar mais vezes. Mas o amor consumia, pegava o seu coração e o destruía toda vez.

 

 

É seguro dizer que depois do outono, nenhuma dessas afirmações permaneceria verdade. Pois o destino juntaria Alexander Lightwood e Magnus Bane, e provaria que nenhuma certeza pode ser feita sobre o próprio caráter, especialmente ao se tratar de amor.


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Notas finais do capítulo

Se eu amo prólogos clichês com construção de personalidade e paralelos? Sim.

Essa é uma short-fic que vai ter 7 capítulos curtos + epílogo. Vou postá-la toda terça e quinta.
Espero que gostem!!

O que acharam do prólogo? ♥