Card Captor Chronicle escrita por teffy-chan


Capítulo 8
Capítulo 8 - Gelo




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Sem outra opção, os três voltaram para a escola também. Infelizmente, demoraram tanto para tomarem essa decisão que perderam os viajantes de vista. Não podiam voltar para a sala de aula. Tomoyo estava supostamente na enfermaria e qualquer professor sabia que Sakura faria questão de ficar ao lado da amiga. Não sabiam qual desculpa Li tinha dado para sair da sala no meio da aula, mas o garoto certamente não voltaria para lá enquanto não tirasse aquele menino idêntico a ele de dentro da escola.

Procuraram em todos os lugares possíveis. No refeitório, que àquela hora estava vazio. No ginásio, nas salas dos Clubes Escolares, o que deu muito trabalho pois eram muitas, mas não os encontraram em parte alguma. Pensaram em se dividir para procurá-los, mas Tomoyo recusou a ideia, com o argumento de que "de acordo com os programas de televisão, sempre que um grupo se divide, alguém é atacado". Li achou uma tremenda baboseira, mas não estava com vontade de ouvir o longo discurso que ela certamente faria se continuasse insistindo na ideia, então apenas concordou e continuaram procurando.

Ao mesmo tempo, não muito longe dali, uma busca diferente estava acontecendo. E o grupo em questão não havia tido a mesma ideia de Tomoyo. Eles se separaram.

— Tem certeza de que é aqui, Mokona? — Fye perguntou.
— É claro! — o animalzinho respondeu — Mokona sentiu o poder da pena nessa sala, mas… está muito fraco. Como se estivesse desaparecendo aos poucos.
— Acho que você só está inventando isso para não parecer um inútil — Kurogane acusou.
— Acho que não, Kuro-chan. Afinal, o poder da pena diminuiu tanto que a Princesa recuperou sua consciência — Fye recordou — Lembra do que ela disse? Que algo a estava chamando para dentro desse prédio que as pessoas daqui chamam de "escola", mas que não conseguia mais senti-la. Como estivesse se afastando.
— Se for o caso, então talvez alguém a encontrado antes de nós — Kurogane ponderou.
— Isso seria um problema — Fye disse anormalmente sério — O poder da pena da Princesa é forte demais para as pessoas desse mundo conseguirem controlar. Se cair nas mãos de uma pessoa comum… bom, eu não faço ideia do que poderia acontecer — ele coçou atrás da cabeça sem graça — O que será que aconteceria?
— Acho que a sensação de poder subiria à cabeça — Mokona supôs.
— Do mesmo jeito que aconteceu nos outros mundos em que estivemos antes — Kurogane recordou — Então é mais um motivo para encontrá-la logo…
— Encontrar o que?

Eles se viraram e viram um ser vestido de branco com longos cabelos prateados e um enorme e belo par de asas bloqueando a porta. Ele não parecia muito feliz em vê-los ali.

— Me digam. O que exatamente estão procurando? — o homem com asas perguntou novamente.
— Ora, ora… não sabia que as pessoas desse mundo tinham asas — Kurogane abriu um largo sorriso. Já estava ficando entediado por ter ido parar em um mundo tão pacífico. Talvez finalmente tivesse encontrado uma boa diversão — Não precisamos responder isso para um cara desconhecido.
— Tecnicamente eu não sou humano. Pelo menos não por completo — o ser vestido de branco respondeu — E eu o aconselharia a responder minha pergunta. Isto é, se não que quiserem se machucar — ele ergueu uma das mãos e começou a concentrar uma massa de energia nela.
— Pois eu lhe digo o mesmo — Kurogane segurou o punho de sua espada mas, antes que pudesse desembainhá-la por completo, Fye se colocou na frente dos dois.
— Ei, ei, acalmem-se vocês dois — ele voltou a exibir o sorriso de sempre — Não precisamos lutar com alguém que nem sequer conhecemos sem nenhum motivo aparente, precisamos? Vamos ser civilizados aqui e conversar.
— Foi o que tentei fazer desde o começo. Mas seu amigo ali parece ser muito imaturo para entender o que é um diálogo — o homem alado falou, ainda com a massa de energia bem concentrada na palma da mão — Aliás, me admira você também não querer lutar. Você possui um grande poder mágico escondido, não é?
— Assim como você. Está escondendo boa parte da sua verdadeira força — Fye adivinhou — Mas eu prometi que não usaria mais magia.
— Que pena para você. Nesse caso, sugiro que responda minha pergunta. O que vocês estão procurando? — o homem de branco indagou pela última vez — Se estivessem tentando prejudicar minha Mestra, acabarei com vocês sem nenhuma piedade.
— Bem… isso depende de quem é a sua Mestra — Kurogane respondeu, sem tirar aquele sorriso debochado do rosto — Mas isso não faz diferença no fim das contas. Não vamos parar de procurar só porque um completo estranho mandou, certo?
— Kurorin tem razão — Fye concordou — Sinto muito, mas precisamos encontrar o item que viemos buscar nesse mundo, custe o que custar.
— É mesmo? — o homem ergueu uma sobrancelha — É uma pena, mas vocês nunca irão encontrar.

Ele finalmente lançou a bola de energia que concentrava na palma da mão. Era mais forte do que imaginavam. Provavelmente esteve concentrando magia nela durante o tempo em que estiveram conversando. Ambos conseguiram desviar, mas logo perceberam que aquilo era apenas uma distração. O homem abriu suas asas e levantou voo até onde conseguiu dentro do espaço limitado daquela sala. De cima, estendeu ambas as mãos na direção dos dois e disparou lanças de gelo contra os inimigos. Kurogane sacou sua espada a tempo e conseguiu se defender, arremessando-as para longe. Fye também conseguiu se desviar dos golpes, o que era surpreendente, pois eram muitas lanças. Provavelmente porque era muito magro, então era um tanto difícil de acertá-lo. Mokona era um alvo pequeno, e as poucas lâminas de gelo que foram em sua direção foram engolidas pelo animal quando sua boca se abriu de uma forma completamente impossível. Ele as cuspiu de volta na direção do homem alado, aparentemente sem sofrer nenhum dano, que se desviou das lanças que foram arremessadas de volta contra ele.

— Ora, quem diria que dos três, apenas este pequeno animal se atreveu a revidar — o homem alado comentou. Para Kurogane, isso soou como uma ofensa.
— Essa é uma das 108 habilidades do Mokona! Engolir o golpe do inimigo e atirá-lo de volta contra ele! — Mokona falou, muito orgulhoso de si mesmo.
— Cale a boca! — Kurogane exclamou, visivelmente ofendido — Você quer que a gente revide, é? Muito bem, que seja então! Pare de ficar voando para lá e para cá, seu trapaceiro! Desça até aqui e lute como um homem!
— Kuro-chan, não provoque alguém que pode lançar lâminas de gelo em você… — Fye avisou, mas era tarde.

Os olhos azuis do homem brilharam, o que parecia um mau sinal. Ele pousou no chão e voltou a concentrar magia em sua mãos, uma quantidade maior dessa vez. A magia tomou forma, transformando-se em um arco e flecha cor de gelo, que ele apontou direto para o coração de Kurogane.

— Vai me atacar com uma flecha de gelo? Há! Que piada! — Kurogane riu, colocando-se em posição de ataque novamente — Posso rebater essa flecha de volta para você sem nenhuma dificuldade!
— Sem querer ofender, mas eu não acho que a sua espada seja o suficiente para lidar com uma flecha feita de magia, Kuro-tan… — Fye disse preocupado, seu sorriso desaparecendo do rosto.
— Seu amigo mago tem razão — o homem alado concordou — Chegou a sua hora. Adeus.


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