Card Captor Chronicle escrita por teffy-chan


Capítulo 2
Capítulo 2 - Complicações




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O enorme grupo se dirigiu até a casa da família Kinomoto. Felizmente o pai de Sakura estava viajando a trabalho e seu irmão passava a maior parte do tempo fora, ocupado demais com os estudos e fazendo bicos, então apenas Kero estava em casa, jogando videogame como sempre.

— Ah, Sakura! Você demorou! — o Guardião das Cartas virou-se para encará-la quando a menina abriu a porta do quarto — Olhá só isso, finalmente consegui passar de fase… ei, por que o moleque está aqui? E por que tem dois dele? Sakura, quem é essa gente? — Kero recuou tanto que acabou batendo com a cabeça em uma prateleira, caindo de cara na escrivaninha.
— Mokona é o Mokona! Muito prazer! — o animalzinho rosado adiantou-se sorridente.
— Ah, que bicho estranho! Tira ele de perto de mim! — Kero recuou.
— Olha só quem fala — Sakura suspirou — Acalme-se, Kero. Temos muito o que conversar.

Depois que o animalzinho amarelo enfim se calou, Sakura trouxe chá para todos, que se sentaram em uma roda apertada. Não que o quarto da garota fosse pequeno. Mas ela nunca tinha recebido tantas visitas de uma só vez.

Sakura explicou sobre as Cartas que estava coletando e sobre o poder que elas continham. Explicou também que cada uma delas possuía o mais variado tipo de habilidade, desde fazer as pessoas dormirem e fazer objetos levitarem e até mesmo manipular os elementos da natureza. Explicou também que era a única que conseguia dominar os poderes dessas Cartas e que precisava juntar todas o mais depressa possível, antes que elas acabassem causando algum tipo de catástrofe na cidade ou machucando alguém.

Depois foi a vez do grupo da Princesa explicar sobre as misteriosas penas que estavam procurando. Syaoran contou que elas na verdade representavam a memória perdida da Princesa. Quando as asas dela se fragmentaram, suas penas se espalharam por vários mundos diferentes e cada pena continha uma lembrança da garota. Agora eles estavam viajando por vários mundos para que ela pudesse recuperar sua memória. Contou também que, diferente das Cartas que eles procuravam, qualquer pessoa que encontrasse uma pena poderia manipulá-la ao seu bel-prazer, o que era perigoso, pois apenas uma pena possuía um poder absurdo, e eles não podiam permitir que caísse em mãos erradas. Também explicou sobre o que a feiticeira Dimensional Yuuko, que lhes ajudou a viajar entre mundos diferentes (basicamente usando Mokona como meio de transporte) tinha dito que a mesma alma de uma pessoa pode estar levando uma vida diferente de alguém que você conhece em outro mundo. Aparentemente, era isso que estava acontecendo com Sakura Kinomoto e Syaoran Li. Eles nunca tinham se encontrado antes, mas possuíam o mesmo nome e aparência e seguiam suas vidas de uma forma completamente diferente da deles.

— Que história fantástica — Sakura disse depois de digerir todas aquelas informações — Eu pensei que você era uma das Cartas que eu estava procurando. A maioria delas possui uma aparência feminina e já aconteceu uma vez de uma delas imitar a minha aparência… desculpe, de verdade!
— Está tudo bem. É realmente confuso encontrar alguém parecido com você assim do nada — a Princesa respondeu — Mas então quer dizer que apenas vocês dois e o… Kero, não é? — ela apontou para o animalzinho amarelo, que devorava doces, agora mais sossegado.
— Isso mesmo, Princesa — ele falou de boca cheia.
— Então, só vocês sabem sobre essas Cartas?
— Na verdade não — Sakura respondeu — Um amigo do meu irmão mais velho também tem uma noção do que está acontecendo…
— Ele é o hospedeiro de um dos Guardiões das Cartas na verdade — Li explicou.
— É, é isso mesmo — Sakura sentiu-se meio tola por não conseguir explicar direito — Mas quem passa a maior parte do tempo com a gente é a nossa amiga da escola, Tomoyo-chan. Ela sempre insiste em me filmar quando estou prestes a capturar uma Carta, não sei porque…
— Você disse Tomoyo? — Kurogane a interrompeu bruscamente — Está dizendo que a Princesa Tomoyo também está nesse mundo?
— Hã… a Tomoyo-chan é realmente muito rica, mas tenho certeza de que ela não é uma Princesa — Sakura respondeu confusa.
— Kurorin. A Tomoyo da qual eles estão falando deve ser como esses dois. Alguma garota com a mesma alma da Tomoyo que você conhece, vivendo em um mundo diferente — Fye lembrou, apoiando a mão no ombro dele — Não é a mesma Tomoyo do mundo de onde você veio.
— É verdade. Não tem como ela estar… ei, quem você pensa que está chamando de Kurorin, seu idiota? — ele empurrou Fye para longe.
— Kurorin ficou zangado! Kurorin ficou zangado! — Mokona começou a cantarolar.
— Então, quanto a essas Cartas — Syaoran virou-e para os outros dois, ignorando os amigos — Apenas o Kero, essa menina chamada Tomoyo e o amigo do seu irmão sabem sobre a existência delas, é isso?
— Sim… e, por favor, não contem para ninguém sobre elas! Meu irmão por exemplo, vive desconfiado de que eu estou fazendo algo fora do normal… se ele descobrisse sobre as Cartas… nem quero pensar no que aconteceria! — Sakura passou a mão pelos cabelos, não conseguindo nem imaginar a cena — Ninguém pode saber, ninguém mesmo!
— Eu realmente não sei como o seu irmão não descobriu nada até hoje. Ele é tão desconfiado de tudo — Li resmungou.
— Não se preocupem, não vamos contar nada. Nosso único objetivo nesse mundo é encontrar a pena que contêm a memória da Princesa, e nada mais — o garoto incrivelmente parecido com ele respondeu.
— Aliás, e vocês? — Li perguntou — Não tem problema ficar contando sobre essa pena para os outros? É uma coisa poderosa, certo?
— Sim, mas… é a forma mais rápida de encontrarmos — a Princesa respondeu — Além do mais, não conhecemos nada nesse mundo, não sabemos como as coisas funcionam. Precisamos nos adaptar primeiro para depois poder procurar pela pena. Mas, para isso, sempre acaba sendo necessário revelar nosso objetivo antes de encontrarmos um lugar para ficarmos.
— Eu não me importaria de vocês ficarem aqui — Kero falou como se a casa fosse dele enquanto se servia de mais chá — Mas acho que a casa é pequena demais para quatro pessoas. Além do mais, não teria como explicar uma garota igualzinha à Sakura vivendo aqui… ah — ele interrompeu-se ao notar que os doces tinham acabado — Sakura… acabaram os doces. E também não tem mais chá…
— Isso é porque você come demais, Kero — ela reclamou, mas começou a juntar os copos vazios na bandeja.
— Pode deixar que eu trago mais. Vi onde é a cozinha — Syaoran falou, tirando a bandeja das mãos dela.
— O que? Não precisa, você é visita…
— Eu também preciso ir ao banheiro — o garoto murmurou. Felizmente para ele, Li tinha ouvido, pois estava com cara de quem ia começar a brigar com ele de novo.
— Ah… segunda porta a direita.

Depois de largar a bandeja em cima da mesa e ter ido ao banheiro, Syaoran encontrou a cozinha e começou a procurar por uma nova jarra de chá. Depois de alguns segundos procurando ele ouviu um barulho no outro cômodo. Pensou ter sido Sakura ou alguma das outras pessoas do andar de cima, mas quando se virou, viu que era uma pessoa que ele nunca tinha visto antes. Ou já tinha visto várias vezes. Depende do ponto de vista.

— Ei… o que está fazendo na minha casa, moleque? — Touya Kinomoto estreitou os olhos assim que notou sua presença. Syaoran estava pálido, os olhos castanhos arregalados. Não era possível que ele estivesse ali.
— Majestade… por que… o que está fazendo aqui? — ele acabou perguntando e se arrependeu quase que imediatamente. Tinha se esquecido das palavras de Fye. Que as almas das pessoas que ele conhecia estavam vivendo vidas diferentes em outro mundo. Aquele homem não era o Rei do mundo de onde ele veio. Mas ele claramente conhecia o Syaoran desse mundo.
— Oh… "Majestade", é? - Touya repetiu, erguendo uma sobrancelha - Não pense que vai ganhar minha confiança me bajulando desse jeito, moleque. Ainda não me disse o que está fazendo na minha casa. Onde está a Sakura? Não me diga que vocês dois estão aqui sozinhos?
— Não… a Princesa está no andar de cima… quero dizer…! — nem o próprio Syaoran sabia o que queria dizer. Droga, as duas garotas tinham o mesmo nome, e ele acabou confundindo a menina que era dona daquela casa com a Princesa Sakura. Desse jeito acabaria colocando-a em problemas.
— Princesa? — O rapaz repetiu, cada vez mais irritado — Quem você pensa que é para chamar a minha irmãzinha assim, seu moleque? — ele segurou Syaoran pela gola da camisa e só então notou as roupas diferentes que ele usava — Mas o que…? Que roupas esquisitas são essas? Não me diga que a Tomoyo anda fazendo fantasias para você também?
— Você conhece Tomoyo?
— E você bateu a cabeça? — o rapaz exclamou de volta — Acha eu não iria me lembrar da melhor amiga da minha própria irmã? Anda, me fala qual é a dessa roupa ridícula.
— Não é ridícula! São os trajes do meu mundo de origem! — Syaoran exclamou. E amaldiçoou-se novamente por estar falando demais — Isso é… uma fala da… como se chama…? Escola?
— Pelo menos você sabe o que é uma escola. Então estão ensaiando outra peça… sabia que era coisa da Tomoyo — o mais velho resmungou, soltando o garoto — Bom, a conversa está ótima, mas eu preciso dar uma bela bronca na minha irmãzinha por ter deixado um moleque como você entrar em casa enquanto eu estava fora. Então, se me der licença… — ele se dirigiu na direção das escadas.
— Não! Espere… Touya! — o garoto chamou, torcendo para que, além da aparência, ele tivesse o mesmo nome do Rei de seu mundo de origem também.
— Olha só, você se lembra do meu nome — Touya deu uma risada de deboche — Mas isso não vai te ajudar em nada. Ei, Sakura! Que ideia foi essa de deixar esse moleque entrar em casa? Sakura! — ele gritou enquanto subia as escadas, com Syaoran correndo atrás dele.
— Espere! Não entre agora!

— Essa não… é o meu irmão! — Sakura choramingou dentro do quarto — Por que ele tinha que chegar mais cedo justo hoje? Se ele ver uma outra versão de mim e um garoto parecido com o Syaoran-kun… o que eu vou fazer?
— Na verdade ele já viu — Li observou — Aquele garoto não sou eu.
— Isso é ainda pior! — Sakura desesperou-se.
— Não podemos fazer nada quanto ao Syaoran-kun, mas é melhor o Li-kun e eu nos escondermos até o seu irmão ir embora — a Princesa falou.

Ela entrou no armário e se espremeu entre as roupas enquanto Syaoran se escondia embaixo da cama. Instantes depois Touya entrou no quarto sem pedir permissão. Syaoran vinha atrás dele, com cara de quem tinha feito besteira. Os olhos de Touya percorreram lentamente todo o quarto, a raiva e ciúme preenchendo sua face. Só então Fye e Kurogane perceberam tarde demais que talvez devessem ter se escondido também.

— Sakura. Quem são esses homens?


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