Card Captor Chronicle escrita por teffy-chan


Capítulo 13
Capítulo 13 - Fantasia




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Alguns dias se passaram desde que os dois grupos fizeram as pazes, porém não apareceu nenhum sinal da Carta e nem da pena durante esse tempo. Pelo contrário, o único sinal de que alguma coisa estava acontecendo foi na casa da família Kinomoto naquela manhã. Um mau sinal, aliás.

— Que milagre você ter acordado cedo hoje. Geralmente está sempre atrasada — Touya comentou enquanto tomava o café da manhã. Era a vez de Sakura cozinhar dessa vez, e ela tinha conseguido de algum jeito não acordar atrasada — Vai ter algum teste de novo?
— Teste? — ela falou confusa enquanto sentava-se de frente para ele. Levou alguns segundos para se lembrar de que tinha inventado uma história sobre ter um teste para justificar sua partida mais cedo do que o habitual enquanto levava a Princesa até a casa de Tomoyo — Ah, não! Não tenho nenhum teste hoje. Apenas acordei no horário certo, qual o problema nisso?
— Nenhum. Só que é algo raro de acontecer — Touya respondeu, engolindo a comida — Assim como é raro você trazer visitas enquanto não tem ninguém em casa. Principalmente rapazes — ele observou. Sakura congelou na cadeira. Pensou que Touya já tinha se esquecido daquele assunto… por que ele mencionou aquilo depois de tanto tempo? — Aliás, aqueles primos da Tomoyo ainda estão na cidade? O que foi que eles vieram fazer aqui mesmo?
— Acho que estão — Sakura remexeu na comida, sem conseguir encará-lo nos olhos. Era difícil enganar Touya. Não apenas porque não queria mentir para seu irmão, mas também porque estava sozinha dessa vez. Antes os outros a ajudaram a inventar uma história plausível que justificasse a presença deles. Mas dessa vez não teria ajuda — Bem, eles vieram visitá-la, é claro. São parentes, e parece que faz muito tempo que não se veem. Deviam estar com saudades.
— Que engraçado. Eu ouvi uma história diferente outro dia — Touya respondeu — Yukito me contou que aqueles dois na verdade são parentes daquele moleque.
— O Yukito-san disse isso…? — Sakura ficou tão surpresa que nem reparou que o irmão tinha ofendido Li, como sempre fazia. Por que Yukito tinha dito isso a ele? Ela entendia que era difícil para Yukito mentir para Touya, mas mesmo assim, ele tinha sido avisado…

Não, não tinha. Sakura não contou a história toda para ele. Ela ficou tão focada em explicar sobre o motivo de ela e Li serem tão parecidos com a Princesa e com Syaoran que se esqueceu completamente de dizer para Yukito que tinham inventado que Kurogane e Fye eram primos de Tomoyo para justificar a presença dos dois ali. Céus, como pôde ser tão burra?

— Sim, ele disse. Parece que o Yukito escutou o motorista da Tomoyo dizendo que aqueles dois eram parentes do moleque — Touya contou. Ele inclinou-se sobre a mesa, obrigando Sakura a encará-lo nos olhos — Se aqueles dois estão junto com o moleque, então porque você envolveu a Tomoyo nessa história, hein Sakura?
— Hã… é que… — Sakura desviou o olhar, sem saber o que responder. Não imaginou que Touya faria tantas perguntas. Felizmente seus olhos recaíram sobre o relógio pendurado na parede — Será que podemos ter essa conversa mais tarde? Estou atrasada para a escola — ela disse, levantando-se sem esperar por uma resposta. Pegou sua mochila e saiu de casa o mais depressa que pede.
— Essa menina é mesmo escorregadia - Touya resmungou — Bom, é melhor eu me apressar ou vou acabar me atrasando também.

 


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Sakura caminhava o mais depressa que conseguia até o colégio, praticamente correndo. Não porque estava atrasada, mas porque estava com medo de que Touya fosse atrás dela para enchê-la com mais perguntas. Teria que inventar uma boa história para contar a ele quando voltasse para casa depois da escola.

— Essa foi por pouco, hein? Ele foi bastante insistente dessa vez!
— Nem me fale. Terei que inventar uma… o que você está fazendo aqui, Kero? — Sakura exclamou ao ver o animal amarelado saindo pela abertura de sua mochila.
— É que ficar trancado em casa o dia todo é entediante, então decidi dar uma volta com você…
— Não decida essas coisas sozinho! — Sakura interrompeu — E se alguém ver você?
— Ver o que? — uma voz estranha e familiar ao mesmo tempo perguntou, fazendo Sakura gritar com o susto.
— Você é… o outro Syaoran-kun — ela suspirou aliviada por não ser uma pessoa comum — É o Kero. Ele fugiu escondido — ela apontou para a mochila.
— Ah, entendo. Mokona também faz isso o tempo todo — ele inclinou-se para encarar Kero melhor. Só então Sakura notou que ele não usava roupas comuns. Também não eram as roupas que estava vestindo quando chegou em seu mundo. Sakura conhecia muito bem aquele tipo de roupa. Parecia mais…
— Sakura-chan! — a voz de Tomoyo exclamou ao longe. A garota corria em sua direção, junto com Kurogane, Fye e a Princesa — Que bom que te encontrei! Agora vou poder filmar vocês duas juntas!
— Tomoyo-chan — Sakura chamou, olhando para os demais. Todos usavam roupas um tanto peculiares — Não me diga que… essas roupas…
— Sim! Fui eu quem fiz todas elas! — a garota exclamou, muito orgulhosa de si mesma.

Não tinha como Sakura se enganar com uma coisa daquelas depois de ter usado tantas fantasias feitas por Tomoyo. E tinha que admitir que as roupas feitas para os rapazes também tinham ficado impressionantes. Syaoran usava um conjunto de calça e blusa com mangas curtas em diferentes tons de azul, com símbolos na camiseta que Sakura desconhecia. Fye trajava roupas brancas outra vez, a calça um pouco larga e bem apertada no tornozelo e a camisa com mangas largas e com detalhes amarelos na gola e nas mangas. Kurogane usava uma calça toda preta e uma camisa roxa com mangas compridas e um símbolo igual ao do acessório em sua cabeça. A roupa da Princesa Sakura era simplesmente deslumbrante. Um vestido vermelho com mangas curtas caindo pelos ombros com vários babados brancos sobre a saia, deixando-a volumosa e rendas nas mangas. Uma fita branca amarrava o vestido em sua cintura com um laço delicado.

— Ela meio que nos obrigou a vestir isso — a Princesa contou sem jeito — Ela vez vários vestidos como esse para mim enquanto eu estive na casa dela, mas esse… me parece particularmente exagerado…
— Tenho que concordar — Sakura respondeu — Por que fez isso, Tomoyo-chan? Em plena luz do dia…
— Mokona detectou a presença de uma pena! Então Tomoyo se apressou em nos vestir apropriadamente! — o animalzinho rosa exclamou nos braços de Fye. Ele usava uma gravata branca e parecia muito feliz com ela.
— Mokona, mostre a direção — Syaoran pediu, aparentemente conformado em ter que se vestir assim.
— Por ali! — ele apontou.
— Sakura! — estranhamente, Li veio correndo da direção de onde Mokona apontou.
— Ué? Então o Li-kun era uma pena afinal? — Fye brincou.
— Não diga besteiras, idiota — Kurogane ralhou. Parecia ser o único que ainda estava inconformado por ter que se fantasiar.
— O que aconteceu? — Sakura caminhou até ele.
— Temos problemas — Li apoiou as mãos nos joelhos, tomando fôlego — Perto da minha casa… as coisas começaram a desaparecer. É como daquela vez.
— É uma Carta? — Kero perguntou.
— É a única explicação — o garoto respondeu.
— Não pode ser — Sakura negou — Não senti a presença de nenhuma Carta.
— Bem, está na mesma direção que a pena — Fye observou — Não custa nada vocês virem com a gente dar uma olhada.
— Pensei que algo assim poderia acontecer, então… — Tomoyo ergueu uma sacola, sorrindo para Sakura e Li, que sentiram um arrepio na espinha.

Como já era de se esperar, Tomoyo tinha preparado fantasias para Sakura e Li também. Agora, Sakura usava um vestido rosa claro sem mangas e de gola alta, com saia rodada cheia de babados e um par de luvas brancas. Li estava usando o traje verde estilo chinês que Tomoyo tinha preparado para ele em outra ocasião. Nenhum dos dois pareciam felizes com isso, mas já estavam acostumados.

— Tomoyo-chan, isso não é um pouco de exagero? — Sakura perguntou, examinando a própria roupa — Estamos em plena luz do dia. As pessoas estão olhando…
— Não diga isso Sakura-chan, você está linda! Fantástica! — Tomoyo dizia, movendo-se rapidamente ao redor da amiga para poder filmá-la de todos os ângulos.
— Ela tem razão, você está ótima, Sakura! — Kero concordou. Ele usava uma gravata parecida com a de Mokona, exceto que a dele era uma gravata-borboleta.
— Ei, pessoal — Li chamou — Todos concordamos que a Sakura está bonita, mas…
— O que? — Sakura exclamou, corando instantaneamente. Será que tinha ouvido direito?
— O que? — Li repetiu a frase dela, percebendo tarde demais que tinha dito aquilo em voz alta. Não fazia a menor ideia do que dizer a seguir.
— Que garoto sincero — Fye riu.
— Eles são tão fofos! — Tomoyo exclamou, virando a câmera para os dois.
— Parem com essa melação vocês dois, pelo amor de Deus! - Kurogane exclamou, dando dois tapas na cabeça de Fye.
— Ai! Kuropon, por que fez isso? — ele coçou a cabeça onde tinha apanhado.
— Porque eu não posso bater nela — ele apontou para Tomoyo — E acho que o que o menino queria dizer é que só estamos enrolando aqui, não é?
— Hã… ah, sim! — Li concordou, se recompondo — Os efeitos estranhos provocados pela Carta da outra vez também estavam acontecendo perto da minha casa. Aparentemente está na mesma direção da pena que vocês procuram.
— Ótimo, então é melhor nos apressarmos…
— Espere um pouco — Sakura pediu antes que Kurogane saísse correndo — Essa pena que vocês estão procurando é bastante poderosa, certo? — ela perguntou e o homem assentiu — A Carta que apareceu dessa vez também parece ser bastante problemática. Será difícil explicar para as pessoas o que aconteceu depois, então…

Sakura invocou seu Báculo e pegou as Cartas que já tinha capturado até agora. Logo encontrou a que precisava. Ativou a Carta Soneca e colocou praticamente a cidade inteira para dormir. Apenas eles continuavam acordados.

— Nada mal — Kurogane assobiou.
— Todas as pessoas da cidade estão dormindo? — Syaoran perguntou.
— Todas exceto nós — Sakura respondeu — Quero dizer, pode ser que a gente encontre com o Yukito-san por aí, mas é porque ele possui o espírito do Yue dentro dele, então não tem problema.
— Eu não gosto daquele cara — Kurogane fez uma careta.
— Isso não importa agora. Vamos atrás da pena antes que a presença dela desapareça — Syaoran falou, correndo na direção indicada por Mokona e sendo seguido pelos demais.

 


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