Card Captor Chronicle escrita por teffy-chan


Capítulo 11
Capítulo 11 - Caçada




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Levou poucos minutos para Sakura chegar no segundo andar onde ficava a sala onde ela e Tomoyo estudavam. Infelizmente, Li estava em uma sala diferente da delas este ano, então teriam que arranjar outro jeito de tirar o garoto de lá mais tarde. Sakura abriu minimamente a porta e olhou por uma fresta o que estava acontecendo lá dentro.

— Tem certeza de que é só isso que eu preciso fazer? Ficar sentada aqui o tempo todo? — a Princesa sussurrava para Tomoyo no interior da sala de aula, sentada no lugar de Sakura, visivelmente nervosa — As pessoas estão começando a olhar para mim…
— Isso é porque você está muito agitada. Tente agir naturalmente — Tomoyo sussurrou de volta, sentada na carteira ao lado dela — Apenas copie o que a professora está escrevendo no quadro ali na frente.
— Está bem — a garota concordou, olhando para o quadro mais uma vez. Não entendia nada do que estava escrito ali, mas se precisava apenas copiar aqueles símbolos no papel diante dela não teria problemas.
— Você parece bastante agitada hoje, Kinomoto-san — a professora falou de repente, percebendo a conversa das duas — Que tal se juntar ao resto da classe e ler o próximo parágrafo para nós?

A Princesa demorou alguns instantes para perceber que a mulher se dirigia a ela. Na verdade só percebeu porque tinha se lembrado do que Sakura havia dito quando pediu para que a garota se passasse por ela da primeira vez. Ela disse que seu irmão se chamava Touya Kinomoto. É claro, se eram irmãos, tinham o mesmo sobrenome.

— Essa não — a menina sussurrou.
— O que foi? — Tomoyo perguntou — É só ler o próximo parágrafo.
— Não conheço o sistema de escrita daqui — a Princesa falou baixo para que apenas Tomoyo escutasse — É diferente dos ideogramas usados no alfabeto do meu mundo.
— Essa não — Tomoyo murmurou também — Professora… será que eu posso ler no lugar dela? — a garota falou mais alto.
— Não se preocupe, Daidouji, você vai ler um parágrafo inteiro para nós também. Mas a Kinomoto vai ler primeiro — a professora respondeu — Vamos lá, Kinomoto, pode…

A campainha que anunciava o fim da aula tocou de repente, interrompendo a professora. e fazendo com que as duas meninas suspirassem aliviadas.

— Que sorte a de vocês — a professora falou conformada — Mas eu me lembrarei disso amanhã. Turma dispensada.

Os alunos guardaram o material e deixaram a sala às pressas, conversando entre si distraidamente. Assim que a Princesa e Tomoyo deixaram a sala, Sakura puxou as duas para um canto o mais discretamente possível. As duas notaram que Syaoran já estava junto dela.

— Sakura-chan! — Tomoyo falou o mais baixo que conseguiu — O que está fazendo aqui? Se alguém ver vocês duas juntas…
— Eu sei, é por isso que temos que ser rápidas — Sakura falou. Não queria nem pensar nas consequências caso isso acontecesse. Só então notou a expressão desconsolada nos rostos de Syaoran e da Princesa — Ué? O que aconteceu com vocês dois?
— Eu odeio a escola — os dois falaram juntos, visivelmente abalados.
— Que fofos. Parecem até as crianças do jardim de infância no seu primeiro dia de aula — Tomoyo riu enquanto filmava os dois.
— Não é hora para isso, Tomoyo-chan! — Sakura exclamou, virando-se então para a outra garota — Os rapazes encontraram uma pena no pátio da escola. Você precisa vir comigo.

O grupo se recompôs rapidamente. Sakura saiu do prédio pela janela usando a Carta Voo enquanto os outros deixaram a escola pela porta principal, já que seria difícil explicar o fato de duas garotas serem tão parecidas. Sakura deu a volta ao redor do terreno da escola, mas os rapazes não estavam mais lá. Assim que encontrou um local deserto para pousar, correu na direção onde Tomoyo, Syaoran e a Princesa estavam, a entrada da escola.

— Dei a volta na escola, mas não vi nenhum sinal deles — Sakura informou. Os alunos já começavam a se dispersar, alguns indo para casa, outros se dirigindo aos seus clubes escolares. O pátio estava praticamente vazio.
— Por ali — a Princesa apontou de repente. Ela tinha entrado em transe de novo — Está me chamando…
— Aquela é a direção do Parque Pinguim — Tomoyo observou.
— Deve ter alguma coisa de errado com aquele parque — Sakura falou mais para si mesma. Notou então que a Princesa estava caminhando na direção do parque na frente deles — Vamos, é melhor nos apressarmos.

Assim que chegaram no Parque Pinguim, viram que estranhamente os rapazes estavam tendo dificuldade para capturar uma única pena. Ela voava de um lado para o outro, às vezes chegava a desaparecer e reaparecer em outro lugar sempre que alguém chegava perto.

— Ei, ela sempre age assim? — Li perguntou, observando a cena curioso.
— Não. Essa parece ter vida própria — Fye respondeu após fracassar em capturar a pena pela terceira vez consecutiva.
— Essa é muito irritante, isso sim! — Kurogane exclamou. Ele pulou em cima da pena, que tinha aparecido em cima de um dos cavalinhos, mas bateu com a cara no brinquedo quando ela desapareceu.
— Isso é muito estranho. Esse tipo de coisa só acontece quando alguém está tentando usar o poder da pena para fins malignos — Syaoran falou, aproximando-se dos amigos e olhando ao redor, tentando prever onde ela iria aparecer dessa vez — Mas não tem ninguém tentando usar o poder da pena dessa vez.
— Sakura-chan, acha que consegue capturá-la? — Tomoyo perguntou de repente. Estava filmando a cena toda, é claro.
— O que? — a garota a encarou incrédula — Isso não é uma Carta, Tomoyo-chan…
— Então você não consegue?
— Não entendo muito bem, mas acho que isso está fora da jurisdição dela, Tomoyo-chan — Fye sorriu para menina, que suspirou tristemente. Em seguida notou a pena reaparecer no topo do escorregador. Subiu até o brinquedo para tentar pegá-la, mas só escorregou mesmo. A pena havia sumido outra vez.
— Pare de brincar e ajude em alguma coisa, seu idiota! — Kurogane ralhou.
— Princesa — Syaoran correu até a garota — Consegue sentir a pena? Sabe onde ela vai aparecer agora?
— A presença dela está instável — a Princesa murmurou — Não consigo senti-la.
— Ali — Tomoyo apontou — É ela, não é? Que bonita! — ela virou a câmera na direção da pena.
— É ela mesma — Syaoran correu na direção da pena, mas ela desapareceu instantes antes que o garoto a tocasse, reaparecendo em seguida a poucos metros de Kurogane.
— Certo, isso já está ficando ridículo — ele falou, perdendo a paciência — Ela quer brincar de esconde-esconde, não é? Pois então vamos brincar de pega-pega, que tal? — ele sacou sua espada e cortou um poste, que começou a cair lentamente em cima da pena — Desse jeito você vai ficar presa debaixo do poste e não terá como fugir… te peguei!
— Kuro-chan, não! — Fye exclamou, mas era tarde demais.

O poste de fato caiu na direção da pena, porém esta também estava na mesma direção que a Princesa Sakura. Syaoran gritou pelo nome dela, mas o garoto estava muito longe, não chegaria a tempo. A Princesa só teve tempo de sentir alguém puxando-a pela parte de trás da gola da roupa instantes antes do poste colidir com o chão, fazendo uma rachadura na calçada.

— Li-kun…? — a garota o encarou de olhos arregalados.
— Aquele cara é muito descuidado — ele bufou, soltando-a. Não percebeu que o garoto idêntico a ele o estava encarando — E aquele outro também — Ele observava Fye subindo em uma árvore próxima, tentando pegar a pena que tinha reaparecido ali. Tudo o que conseguiu foi quebrar o galho da árvore e se esborrachar no chão.
— Fye-san! Você está bem? — a Princesa correu até ele.
— Um pouco dolorido, mas tudo bem — ele riu, pondo-se de pé. Felizmente tinha caído sentado — Viu só Kurorin, eu disse que não adiantava de nada derrubar aquele poste! A pena reapareceu em outro lugar e você quase machucou a nossa pequena Princesa!
— Certo, certo, já entendi. Foi mal — Kurogane virou o rosto para o lado.
— Está perdoado.
— Não estou falando com você, seu idiota, e sim com a Princesa — Kurogane resmungou — Bem, e agora? Onde ela está?
— Não sinto mais a presença dela — a Princesa falou.
— O que? — Kurogane exclamou incrédulo — Tem certeza?
— Mokona também não está mais sentindo a presença da pena — o animal rosado falou tristemente — Ela desapareceu por completo.
— Sei como é isso — Sakura falou solidária — Bom, sei que é frustrante, mas ela deve reaparecer mais cedo ou mais tarde.
— Mas nós chegamos tão perto dessa vez — a Princesa lamentou.
— Pense assim: Sempre haverá uma próxima vez — Li falou.
— Li — o garoto parecido com ele aproximou-se, anormalmente sério. Na verdade parecia quase zangado — Gostaria de te pedir uma coisa.
— Tá… o que é?
— Não se aproxime mais da Princesa.

Li o encarou durante alguns segundos, se perguntando se tinha ouvido direito. Mas como todos ali pareciam tão pasmos quanto ele, parecia que sim.

— Por que isso agora? Não vai me dizer que você acha que estou tentando roubar aquela pena?
— Isso não tem nada a ver com a pena — ele respondeu — Apenas não quero que você se aproxime da Princesa.
— Posso saber o motivo?
— A Sakura do seu mundo me contou como vocês dois ficaram próximos quando ficaram sozinhos no quarto dela quando precisamos sair da casa dela por causa daquele rapaz chamado Touya. E agora você a salvou… não me entenda mal, eu agradeço por tê-la ajudado, mas gostaria que não se aproximasse mais dela daqui em diante.
— Está dizendo isso por que está com ciúmes? — Li perguntou abruptamente.
— O que? Claro que não…! — Syaoran se esforçou para se manter sério — Acontece que é meu dever protegê-la, e farei isso custe o que custar.
— Então por que não a deixa decidir sozinha as próprias companhias?
— E por que você faz tanta questão de ficar perto da Princesa? — Syaoran devolveu a pergunta. Os dois se encararam em silêncio por alguns instantes.
— Não faço — Li respondeu por fim — Que seja então, vou atender ao seu pedido. Procurem essa pena por conta própria, não vou mais ajudar vocês — ele deu meia-volta e se afastou, deixando o grupo em silêncio com uma forte tensão no ar, que provavelmente não se dissiparia nem tão cedo.

 


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