Adrien ainda estava paralisado, sua mente era uma bagunça de pensamentos enquanto tentava processar o que acabara de acontecer.

O loirinho percebeu que não poderia mais continuar negando. Claro que ele ainda amava Ladybug, mas por algum motivo estranho ele começou a sentir algo diferente pela sua colega de sala desastrada.

Não era algo forte como os seus sentimentos pela heroína de Paris, mas aquilo com certeza não era algo que um amigo sentiria por outro.

O garoto subiu as escadas e se apoiou na parede ao lado da porta observando Marinette sentada ao lado de Alya.

Adrien sentiu um frio na barriga e uma vontade tremenda de tê-la em seus braços novamente, como no dia em que a garota chorou no ombro de Cat Noir.

Amigos...

Era isso que os dois eram, apenas amigos.

O que Adrien ainda não sabia é se era melhor esquecer seu amor mascarado e investir em uma garota meiga e bondosa, ou continuar sofrendo por alguém que nem ao menos acreditava em suas declarações.

— Até quando você vai ficar aí desse jeito?

Plagg tirou a pequena cabeça de seu esconderijo, no casaco de Adrien, mantendo-se escondido o suficiente para que ninguém o visse ali.

— Eu não sei o que fazer, Plagg — respondeu o loirinho abaixando o olhar para se amigo.

— Você tem que descobrir logo o que quer da vida. É igual queijo, se ficar escolhendo de mais alguém vai acabar chegando antes que você e comendo seu camembert — Plagg disse esta frase com uma voz ligeiramente irritada.

Adrien fez uma careta para seu Kwami ao ouvir a péssima comparação do pequeno. Plagg, mesmo tendo usado um horrível jogo de palavras, estava certo. Marinette havia se interessado pelo garoto de cabelos azuis e aparentemente a atração era mutua. Se Adrien não se decidisse logo ficaria sozinho sem Marinette ou Ladybug.

O loiro olhou novamente para a garota e sentiu as borboletas revirarem o seu estomago. Naquele momento ele percebeu o que deveria fazer. Seu coração ainda era de Ladybug, mas ele acabava de dar um pedaço dele a Marinette.

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A música sessou e Luka colocou a guitarra sobre o suporte ao seu lado. Ele deu uma última olhada para sua espectadora de olhos cor de céu dando um leve sorriso de canto. A garota era simplesmente linda, ele havia se encantado por ela no momento em que a viu. Juleka, sua irmã mais nova, já havia comentado sobre a garota algumas vezes. Claro que foram apenas comentários rápidos, mas estes deram a Luka a compreensão de como a menina era bondosa e gentil.

— Ei, marinheiro! O que você está fazendo?

O garoto viu sua mãe vindo em sua direção com uma sobrancelha levantada. Ela com certeza queria dizer sobre a música que ele acabara de tocar, o festival era para músicas animadas e não uma melodia tranquila como aquela.

— Juleka, aumenta o volume desse som e você — Disse ela apontando para o filho — Quero você fazendo seu melhor.

O garoto sorriu e pegou a guitarra novamente, passando a alça sobre seu ombro. A música sempre foi seu porto seguro, à amiga para encontrar o equilíbrio da sua alma.

A vontade foi maior que ele e com um olhar rápido viu Marinette colocando tampões, aos quais sua amiga Mylene à entregou.

Luka sorriu ao lembrar daqueles olhos o observando enquanto o rosto dela estava corado. O garoto sabia que afetou a menina à deixando um pouco nervosa. Claro que ele também havia percebido a troca de olhares entre ela e o loiro de olhos verdes. Tudo sugeriu que os dois estavam constrangidos com o ocorrido. O garoto havia mostrado estar morrendo de ciúmes de Marinette, talvez ele gostasse dela. Não! Ele com certeza sentia alguma coisa pela menina. Luka só não sabia exatamente se a garota também sentia o mesmo. De início ele achou que sim, mas a menina parecia um pouco confusa quanto ao loiro.

Após um aceno de Juleka, dizendo que estava tudo certo com o som, Luka pegou sua palheta e tocou sua guitarra. O som estava tão alto que ele sentiu o barco vibrar. Mal sabia ele que até mesmo os carros da rua tombaram com tamanho estrondo provocado pelos alto falantes espalhados por sua casa.

Em poucos segundos o policial Roger estava na entrada do barco brigando com a mãe do Luka e da Juleka por causa de todo o barulho. O garoto de cabelos azuis conhecia a mãe muito bem, a mulher era teimosa e não gostava de seguir ordens. Ele observou a discussão e já sabia que aquilo não acabaria nada bem. A mulher estava com tanta raiva que começou a rasgar as multas dadas pelo policial que não parecia nem um pouco satisfeito com tudo aquilo.

A mulher sentiu a raiva se apoderar de seu corpo, era um sentimento tão sombrio que à consumia. Mal sabia ela que ao longe um certo senhor das borboletas observava a cena esperando a hora certa de atacar.

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— Ah! Uma organizadora, não podendo realizar seu concerto — Disse Hawk Moth, vendo tudo o que acontecia de sua câmara secreta — Isso é perfeito para os meus Akumas!

Dizendo estas palavras ele abriu uma de suas mãos onde uma borboleta pousou. Colocando a outra mão sobre ela o homem usou seus poderes para transforma-la em um akuma do mal.

— Voe meu pequeno Akuma, e a traga para o lado sombrio.

O animal voou e voou até chegar à mulher que havia deixado as sombras se apoderarem de seus sentimentos. A borboleta negra pousou sobre a bussola do barco e a mulher raivosa ficou imóvel por um instante enquanto ouvia a proposta do vilão.

— Capitã Hardrock, eu sou Hawk Moth. Este policial está tirando seu direito de fazer o que você gosta? Eu estou te dando uma nave indestrutível, para atirar nos outros concertos de Paris. Mas, você deve achar dois tesouros para mim, quero os miraculous de Ladybug e Cat Noir.

— Dois tesouros em troca da liberdade? Sim, Hawk Moth!

Ao dizer estas palavras a mulher foi akumatizada se tornando a Capitã Hardrock, o barco foi coberto por uma fumaça negra arroxeada que o transformou em uma nave voadora.

A akumatizada que estava no leme do navio/nave gritou para seus tripulantes.

— Vamos atrás de tesouros, marujos!

— Mãe! Para com isso — disse Luka para a mulher.

— Sua mãe está no fundo do mar. Eu sou a Capitã Hardrock! E hoje, Paris vai conhecer a minha ira!

A akumatizada pegou sua luneta e colocou sobre o olho esquerdo. Ao longe ela viu a torre Eiffel, um palco foi preparado para a apresentação do astro do rock Jagged Stone. A Capitã apontou sua espada para o monumento e gritou:

— A este bordo! Para a torre de pedra! Em breve este será o único concerto de Paris. Terá apenas um festival de música, vamos destruir todos os outros.

— Mãe, você não pode arruinar o festival de música — questionou Luka.

— Você não pode forçar as pessoas a ouvirem a sua música, isso não é certo — afirmou Marinette.

Neste momento Adrien já havia saído de perto da escada e estava ao lado da garota de cabelos azuis. A menina, que tentou sem sucesso convencer a akumatizada que o que ela fazia era errado, estava entre o loiro e o garoto de olhos azuis.

— Motim no meu navio? Isso não é liberdade, então, todos para o porão! — Gritou a Capitã Hardrock apontando sua espada para os tripulantes do barco.

Ao fazer isto correntes voaram e se enrolaram prendendo os garotos. Uma parte do barco se abriu fazendo com que todos rolassem até o porão do navio. Para surpresa de Marinette, ela ficou presa entre Adrien e Luka.

A Capitã Hardrock seguiu com seu plano de destruição indo em direção a torre Eiffel.

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Marinette olhou para baixo e viu Tikki piscar para ela, a pequena estava dentro da bolsinha da garota e após receber um aceno de cabeça significando que ninguém estava vendo, a Kwami saiu do esconderijo e abriu o cadeado que os prendiam.

— Uau! Como conseguiu? —  perguntou Luka impressionado.

—  Ahm... com isso —  respondeu a garota levantando a palheta do Jagged Stone que havia ganhado do menino de cabelos azuis mais cedo.

— Você é incrível!

— Isso não é nada — disse a garota enquanto dava a mão para Luka ajudá-la a levantar.

Por um instante os dois ficaram mergulhados nos olhos um do outro, era como se não houvesse mais ninguém na sala. Mas o loirinho estava lá e não gostou nem um pouco do momento intimo entre os dois. Ele se colocou na frente do Luka, fazendo com que o garoto de cabelos azuis soltasse a mão de Marinette que ele ainda segurava.

— Todos nós já sabemos que ela é incrível, não precisa ficar falando —  exclamou Adrien encarando o garoto com um olhar irritado.

Alya observou a cena com os olhos arregalados de surpresa, enquanto dava um sorriso e uma piscadela para a amiga. Afinal, o modelo acabara de dizer que acha Marinette incrível, finalmente seu shipp parecia ser real.

Antes que Luka pudesse se defender eles escutaram passos vindos da escada. A Capitã estava descendo os degraus, o menino de olhos azuis segurou a mão de Marinette e a puxou correndo para seu quarto onde ele trancou a porta logo após Adrien à atravessa-la.

— Droga! O que vamos fazer agora — perguntou Luka para ninguém em especial.

— Temos que dar um jeito de sair daqui — falou Marinette olhando ao redor a procura de uma saída.

— Mas por onde? — Perguntou Adrien.

— Tive uma ideia.

Luka se aproximou de Marinette e segurou sua mão novamente. O loiro vendo isso sentiu a raiva tomar conta de seu corpo novamente. Aquele aperto no peito estava o matando por dentro.

Ele segurou o braço da Mari e fez com que o garoto de cabelos azuis soltasse a mão dela.

— Pode falar sem tocar nela.

A tensão crescia no ar e os meninos se encararam nenhum pouco felizes.

— Olha aqui, Adrien. Não me importa o que você acha de mim agora. A única coisa que eu quero é manter a Marinette segura. Então, acalma-se ou nós três seremos pegos.

Adrien tentava conter a raiva que envolvia seu peito. O ciúme que sentia estava crescendo cada vez mais. Antes que ele pudesse dizer mais algo os três ouviram batidas fortes vindas da porta do quarto.

Luka tinha razão. Eles tinham que manter Marinette segura. O problema era onde? Estavam trancados em um quarto com apenas uma porta, que por sinal estava bloqueada pela akumatizada.

O loiro se virou para a garota e segurando as duas mãos dela falou:

— Nós vamos arrumar um jeito de te proteger, Mari. Eu nunca vou deixar que nada de ruim lhe aconteça.

Aquelas palavras tocaram profundamente no coração de Marinette. A garota queria tanto que Adrien não estivesse dizendo aquilo só por causa da amizade entre eles. Mas como o loiro mesmo disse milhares de vezes, eles eram apenas amigos.

Por um instante ela deixou seus olhos se perderem nos verdes brilhantes do loirinho. Como é que ela queria esquecer aquelas duas esmeraldas? Como ela pretendia amar outra pessoa, se o seu coração ficava descontrolado simplesmente por pensar naquele garoto?

O amor com certeza é o melhor e o pior dos sentimentos. Ele pode te trazer a felicidade absoluta, mas também pode te destruir em menos de dois segundos.