Os três casais seguiram pela ponte até o parque que havia ali perto, eles estavam longe um do outro o suficiente para que as conversas entre cada casal se tornasse particular.

— Então, Marinette, acabou que você não me respondeu — lembrou Adrien a encarando.

Marinette olhou para ele e com o rosto vermelho fingiu não saber sobre o que ele estava falando.

— E-eu? Não respondi oque?

Adrien colocou a mão atrás da cabeça e olhou para o lado.

— Bem... você não queria tomar sorvete, mas você veio com seus amigos tomar sorvete. Então eu fiquei me perguntando se você, talvez... não esperava que outra pessoa também viesse.

Marinette olhou para ele com os olhos arregalados e ficou imóvel. Adrien achava que ela estava apaixonada por outra pessoa e por isso ela foi tomar o sorvete dos apaixonados, mas já que este suposto amor não apareceu ela não queria tomar sorvete.

— Marinette, você tá bem — Adrien olhava para ela preocupado.

—Ah... C-claro, quer dizer... eu estou bem, não que eu não estivesse esperando por alguém... na verdade eu estava, quer dizer... ele até veio, mas... eu... você... o sorvete... droga, o que eu estou dizendo?

Ela se interrompeu percebendo que não falava coisa com coisa e Adrien a olhava sem entender nada.

— Então... você realmente estava esperando por alguém? — ele disse estreitando os olhos e colocando a mal no queixo pensativo, enquanto olhava para os lados.

— B-bem, s-sim — Marinette respondeu olhando para o chão com o rosto vermelho.

— Isso quer dizer que você gosta dele?

Ela ainda olhava para o chão o rosto dela queimava ainda mais a cada segundo. Ela assentiu com a cabeça enquanto Adrien a observava.

— E “ele” é alguém que eu conheça?

Marinette levantou o rosto e observou a expressão no rosto do loiro de olhos verdes, aquilo era ciúmes? Não dava para ter certeza.

— B-bem... E-ele... A-cho que sim, mas ele nem sabe que eu existo — disse ela com o rosto triste – ele não gosta de mim do mesmo jeito que eu gosto dele. Eu até tento me aproximar dele, mas acho que ele só quer a minha amizade.

O loiro tirou os olhos do rosto dela e olhou para a frente pensativo.

— Eu sei bem como é isso.

Marinette olhou para ele e percebeu que seu rosto estava triste, ele pensava na garota que roubara seu coração. Até aquele momento ela não sabia que o loiro gostava de alguém, ele era sempre tão reservado. E isso à deixou bastante triste.

— Eu gosto muito de alguém, até chamei ela para sair, mas ela não dá muito papo para mim. O problema é que ela é minha melhor amiga e eu não posso perder a amizade dela também.

Adrien começou a perceber que talvez a Ladybug nunca fosse se apaixonar por ele, e isso lhe machucava.

Ele não podia perder sua amizade e para ele se não pudessem ser algo a mais pelo menos aquela amizade teria que ser o suficiente.

Os dois se olharam e ficaram pensando em como as coisas seriam melhores se tudo pudesse ser diferente.

— Ei pombinhos! Vão ficar aí só se encarando? — Nino gritou quando enfim chegou ao parque.

Alya deu uma cotovelada nele por ter atrapalhado o momento Adrinette e ele voltou o olhar para ela sem saber o motivo da agressão.

Adrien sorriu para Marinette e seguiu até seus amigos se sentando na mesa onde os outros quatro já haviam se acomodado. Eles ficaram mais algum tempo conversando sobre coisas diversas, riram e se divertiram.

Em alguns momentos Adrien e Marinette tinham os olhares cruzados, nesses momentos os dois sorriam sem graça um para o outro com os rostos rosados, porém o assunto anterior não voltou à tona.

— Foi muito bom passar esta tarde com vocês, mas já está tarde e eu tenho que ir embora — disse Mylene se levantando.

— Eu te levo para casa — disse Ivan se levantando e se despedindo dos amigos.

— Eu também tenho que ir, meus pais vão sair hoje a noite e eu vou ter que cuidar das pestinhas das minhas irmãs — disse Alya se levantando e pegando sua bolsa, Nino também se levantou e se despediu dizendo que ia acompanhar a Alya até em casa.

— B-bem... eu acho que também vou indo — Marinette disse se levantando, mas se deteve ao sentir alguém segurar seu braço.

— Marinette, porfavor, fica mais um pouco — Adrien disse com um olhar triste.

Marinette vendo sua expressão se sentou novamente no banco, ela estava bem ao lado dele.

— T-tudo b-bem, acho que meus pais não vão se importar se eu ficar mais um pouquinho.

— Eu vou entender se você precisar ir.

— Não, tudo bem. Eu posso ficar mais.

— Eu só... não quero voltar para casa agora. Eu odeio aquele lugar.

— Mas porquê?

— Eu sempre me sinto sozinho lá. Meu pai nunca está em casa e nunca me deixa sair, eu tive que sair escondido para poder vir hoje. Se eu não tivesse implorado para ele deixar eu vir estudar na escola a única amiga que eu teria até hoje seria a Chloe.

— E a sua mãe?

Adrien ficou encarando a mesa segurando as lagrimas.

— Eu não tenho mãe, Marinette.

— E-eu, d-desculpa. Eu não sabia.

— Tudo bem, eu só queria ficar aqui mais um pouco e aproveitar a sua companhia.

— C-claro!

Marinette olhou para a mesa e um silencio se apoderou do ambiente até que Adrien resolveu dizer algo.

— Marinette, você gosta de mim?

Ele a observava e ela arregalou os olhos tentando entender a pergunta.

— E-eu... B-bem... q-quer dizer... o que exatamente você quer saber... n-não entedi bem a pergunta.

— Eu quero saber o que você acha de mim. Quer dizer... você me considera um bom amigo?

— B-bem... S-sim... A-adrien, você é uma pessoa maravilhosa. Você é amigo de todo mundo, até da Chloe. E você sempre ajuda quando alguém precisa. E... você é tão lindo...

Marinette disse com um sorriso enorme no rosto imaginando aqueles lindos olhos verdes e brilhantes e os cabelos loiros macios...

— Espera... O que? — disse Adrien com os olhos arregalados enquanto fitava a garota ao seu lado, tirando ela de seu devaneio.

— B-bem... E-eu quis dizer... é que... você tem um coração lindo... sabe... um coração bom, entendeu? Quis dizer que você é uma pessoa boa.

A Marinette estava toda nervosa, mas conseguiu se explicar.

— Ah! — exclamou ele rindo — fico feliz que pense assim.

Adrien colocou a mão atrás da cabeça sorriu e olhou para o lado antes de encarar Marinette novamente.

— Eu também acho que você tem um bom coração. Você sempre defende as pessoas quando percebe que elas estão precisando. Você é uma boa pessoa, Marinette. Eu fico feliz em ter te conhecido. E... bem... você também é lin...

O telefone da Marinette começou a tocar e interrompeu a que o loiro ia dizer. Ela pegou o telefone e viu que era a sua mãe.

— Desculpa, Adrien. É a minha mãe, tenho que atender.

— Tudo bem, ela já deve estar preocupada com você.

A garota atendeu o telefone e trocou algumas palavras com a mulher na linha, quando desligou olhou para o garoto ao seu lado, um pouco triste.

— Eu tenho que ir, meus pais vão precisar de mim na padaria.

— Claro... tudo bem, uma hora eu também ia ter que voltar para casa, não é?

Os dois se levantaram e seguiram em silencio até o portão do parque.

— Marinette, eu adorei passar essa tarde com você... quer dizer... com todo mundo, sabe... você a Alya, o Nino, a Mylene e o Ivan.

— C-claro, eu também adorei.

— Nos vemos amanhã então?

— S-sim... até amanhã na aula, Adrien.

Após um aceno os dois foram embora seguindo cada um para um lado.

— Olha só, você passa uma tarde com a Marinette e já se esquece completamente da Ladybug – disse Plagg saindo de seu esconderijo no casaco do Adrien.

— O que? Não! Eu e a Marinette somos só amigos.

Neste momento Adrien parou por um segundo e olhou para trás, Marinette seguia para sua casa com um sorriso enorme no rosto. Adrien deu um leve sorriso enquanto a observava, percebendo que o que acabara de dizer para o Plagg não era exatamente verdade.