A Slasher Movie escrita por MV


Capítulo 3
Capítulo 1x03: Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado


Notas iniciais do capítulo

MAIS UM CAPÍTULO GALERA!

Espero que gostem! Posso dizer que a partir desse capítulo a história realmente começa depois dos 2 primeiros capítulos que quase foram como uma introdução para os personagens. Agora com todos devidamente apresentados, vamos seguir em frente com o banho de sangue.

Em tempo, não me matem! Nesse capítulo ainda não tem morte pq eu precisei resolver algumas coisinhas primeiro. Mas não se acostumem com essa falta de mortes, é meu aviso hahahaha

Aproveitem!



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A van branca estacionou rapidamente no gramado verde em frente a casa dos Cooper e um homem apressado saiu do veículo. Ele vestia uma camisa social completamente azul, calças pretas, também formais e nos pés, sapatos negros. Passou a mão rapidamente no cabelo loiro e então se virou na direção do outro homem que o acompanhava.

— Edward, vamos!

O tal homem loiro era ninguém mais que William Johnson, mais conhecido apenas como Bill, um dos principais repórteres da televisão local e mandado ao local especialmente para cobrir o assassinato brutal de Kaitlin Cooper. Embora aquela cobertura era considerada a oportunidade de sua vida, principalmente por ter tido o privilégio de cobrir uma morte um tanto quanto bizarro na até então pacata Mt. Rosemary, ele ainda mantinha um pé atrás com tudo isso, principalmente por também já ter entrado em contato com a vítima algumas vezes.

Ele andou a passos largos na direção da frente da casa dos Cooper, que já estava repleta de repórteres tentando obter qualquer informação sobre o acontecido. Bill se posicionou bem na frente da casa e seu ajudante, Edward, o seguiu, colocando a câmera logo na frente dele.

— Precisamos ser rápidos. – Ele disse, lendo rapidamente o texto-base para a reportagem.

— Que horas entraremos no ar? – Edward perguntou.

Bill olhou para o relógio prateado que carregava no seu pulso e verificou que já passava das uma da tarde, e o jornal local acabara de se iniciar.

— A qualquer momento, assim que o ponto eletrônico me avisar aqui.

Assim que surgiu o aviso, o teleprompter começou a projetar o texto e Edward iniciou a transmissão.

— É isso mesmo, Mr. Hill. A jovem Kaitlin Cooper, de apenas 17 anos, foi encontrada morta em sua casa hoje pela manhã em Mt. Rosemary, e está claro para a polícia local de que trata-se de um assassinato friamente calculado. Poucas informações a respeito foram liberadas para a imprensa, mas a principal era de que Kaitlin estava sozinha em sua casa no provável momento de sua morte, que estipularam entre 23:00 a 01:00 da madrugada de hoje. É realmente um crime bárbaro, que chocou a todos os residentes da pacata Mt. Rosemary, que não sofria com um assassinato tão brutal há quase vinte anos. Aqui atrás. – Bill apontou na direção da casa e Edward direcionou a câmera para tal. – É a casa onde a jovem morava, que foi invadida pela noite. É um bairro nobre de Mt. Rosemary e por isso, os policiais já estão correndo atrás de câmeras que podem ter gravado o provável assassino. Também não se sabe o motivo pelo qual o alarme da casa não foi acionado, fazendo a descoberta do corpo só ocorrer hoje pela manhã. Por enquanto, a polícia continua investigando, Mr. Hill.

Assim que a transmissão foi encerrada, Edward fez um sinal de “certo” com a mão e William respirou, aliviado. Logo depois, comentou:

— Ainda bem que tudo deu certo. Pensei que não iríamos chegar á tempo.

— Bill, você é o melhor repórter da região, você sempre dá um jeito pra tudo. – Edward respondeu, inflando ainda mais o ego exacerbado de William.

— Claro, me esqueci disso. – William falou. – Edward… Eu sei que tenho que mostrar profissionalismo, mas se eu dizer que não estou mal com essa morte, estaria mentindo.

— É triste mesmo. Era somente uma garota de 17 anos, crueldade sem tamanho.

— Sim, e eu ainda conhecia ela. O senhor Cooper é meu amigo de longa data, embora ultimamente estamos meio afastados.

— Bill, eu não sabia. – Edward falou, chocado. – Que horror, principalmente você vir cobrir essa notícia…

— Às vezes temos que nos sacrificar pela profissão, não é mesmo? – William disse, suspirando. – Mais tarde irei falar com o casal, eles devem estar desolados.

Um momento de silêncio se fez ali entre os dois, embora a movimentação ainda era intensa ao redor.

— Já parou pra pensar no que pode ter realmente acontecido nesse crime? – William perguntou.

— Uma garota morta por um louco aleatório.

— Não pode ser só isso, a polícia está liberando pouquíssimas informações. – Respondeu. – Com toda a minha experiência, tenho certeza que existe mais coisa por trás. Não faz nenhum sentido.

— Bill, mantenha-se calmo e foque no que está acontecendo. E fique calmo, não estamos diante do que já ocorreu aqui no passado. – Edward respondeu.

— Eu só espero que esse não seja somente o primeiro ato. – William falou para si mesmo.

A SLASHER MOVIE

Capítulo 3

Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado

Um dia depois.

Universidade de Berkeley, Califórnia.

— Sim Carrie, eu vou voltar antes do feriado ainda.

— Ai Scott, não sei se é uma boa ideia.

— Por que? Por causa da Kaitlin?

Enquanto conversava com a irmã mais nova, Carrie, Scott Wang tentava achar a chave que abria a porta do seu quarto dentro do alojamento da faculdade, onde morava agora. Scott Wang havia saído de sua cidade natal, Mt. Rosemary, há cerca de dois anos atrás para vir estudar Química e havia ganhado uma bolsa de estudos justamente na universidade de Berkeley, onde fazia parte do time de basquete. A cidade de Berkeley porém não era tão longe de Mt. Rosemary, sendo que Scott podia voltar para a cidade assim que pudesse.

O rapaz de descendência oriental era alto e um pouco musculoso, e possuía olhos negros assim como seus cabelos que eram lisos e arrumados em um topete, enquanto algumas mechas do cabelo insistiam em cair sobre sua testa.

— Bem… É também. — Ela respondeu.

— Carrie, eu preciso pelo menos ir no enterro dela. Ela era minha ex-namorada sim, nós já brigamos feio sim. Mas isso não significa que eu não possa ter o mínimo de empatia.

— Você vai ver a Alice?

— Claro Carrie. A gente tem que colocar uns assuntos em dia.

— Eu acho muito engraçado isso de vocês dois serem ex-namorados e também amigos.

Assim que conseguiu entrar no quarto, deixou a chave sobre uma cômoda do seu lado do quarto. Scott dividia o quarto com mais um rapaz, mas o quarto tinha um tamanho ideal para ocupar os dois, ainda contando com um banheiro e uma pequena cozinha. Cansado, o oriental largou a mochila que carregava no chão do lado da sua cama, e caiu na mesma.

— Ué, por que?

— Só não é tão comum, sei lá.

— Você e sua leve antipatia pelas minhas ex. – Scott comentou.

— Eu e a Alice temos um relação ok. Antipatia eu tinha mesmo com… É, vamos mudar de assunto. – Carrie parou por um instante. — Mas a Alice está bem até demais, virou protagonista de filme.

— Fiquei sabendo… Um de terror né? Quero só ver como isso vai rolar, a Alice odeia filmes de terror.

— Imagino. Principalmente depois daquilo…

— Carrie, não vamos falar sobre isso. – Scott falou, sério. — Nós prometemos.

Repentinamente Scott ouviu uma batida na porta de madeira, fazendo ele levantar a cabeça, intrigado.

— Eu já volto, maninha.

Scott pegou a chave novamente e destrancou a porta, apenas para ver Taylor, o morador do quarto do lado parado diante dele segurando um pequeno embrulho.

Taylor? Tudo bem?

— Tudo sim, Scott. É... Seguinte. O carteiro veio fazer as entregas agora há pouco e bateu no quarto de vocês, mas não tinha ninguém. – Ele falou. – Aí eu peguei a entrega, é pra você.

Scott pegou o embrulho, e então agradeceu Taylor. Assim que fechou a porta, correu para a cama deixando o embrulho sobre ela.

— Tudo bem, Scott?

— Eu recebi algo no correio, Carrie. Não sei o que é, não tem o remetente. Depois eu ligo pra você, tá?

— Tudo bem. Fica bem, tá? Um beijão.

— Te amo. Até mais, manda um beijo pra mãe e pro pai.

Scott pegou um canivete que carregava na sua mochila para emergências, um presente que ganhara da própria Carrie, e logo abriu o embrulho estranho.

Ao abrir o pacote, percebeu que existiu vários galhos de madeira pequenos, junto com folhas apodrecidas.

— Mas que porra é essa?

No meio dos gravetos e folhas, existia um pequeno papel dobrado, com alguns nomes escritos na parte de fora da dobradura.

Alice. Miguel. Carrie. Scott.

Subitamente, algo veio a sua mente. Scott logo abriu e percebeu que era uma mensagem, seguida de uma pequena gota de sangue.

Eu sei.

XXX

Horas depois.

Já passavam das 4 e meia da tarde, mas o ginásio de basquete de Mt. Rosemary ainda era usado. As arquibancadas retráteis estavam completamente abertas enquanto ocorria o treino do time de basquete da Mt. Rosemary High School, que era assistido por Beth e Mary Jane, que alternavam entre conversar entre si e observar o jogo, enquanto as duas amparavam uma a outra pela perda trágica da abelha-rainha, que havia as afetado completamente.

— Vai, Nicky! Arrebenta! – Beth gritou das arquibancadas para o namorado que estava prestes a fazer mais uma cesta. Dito e feito. Nicky correu pelo campo, e bateu a mão na mão de Eric, como comemoração.

— Não é estranho, Beth? – Mary falou, chamando a atenção da garota.

— O que, Mary?

— Pensar nisso que aconteceu… Já parou para pensar que a gente nunca mais vai ver a Kaitlin? – Mary disse, cabisbaixa.

— Prefiro nem pensar nisso, Mary. – Beth respondeu. – Acho que ainda não caiu a ficha e isso vai demorar. O pior foi a forma como isso aconteceu. – Beth falou, com a voz um pouco embargada.

— Eu não entendo, mas quem teria vontade de matá-la?

— Isso eu até compreendo. A Kaitlin não era exatamente a pessoa mais amada desse colégio.

— Beth! – A negra a repreendeu.

— Mary, a gente não pode se fazer de idiota. Nós duas sabemos que a Kaitlin colecionava mais desafetos que amigos. Isso não é defender o que aconteceu e continua sendo totalmente inesperado, mas essa é a verdade. Eu só não esperava que ia terminar dessa maneira…

— Eu também não, Beth. Na verdade, acho que ninguém esperava. Mas continuo sem achar explicação.

— É melhor deixar isso com a polícia, Mary. Nós não temos como achar uma resposta, mas se tiver, ela virá.

Um apito e o treino do time se encerrou. Quase no mesmo instante, Mary parou de falar e apoiou a cabeça em sua mão, aparentando estar pensando em algo. No campo, Nicky e Eric fizeram um high five, antes de correrem na direção das garotas. Ao chegar, Nicky pulou alguns degraus da arquibancada e foi na direção de Beth, que o afastou com um braço.

— Depois de um banho, Nicky. Por favor.

— Fala sério, gatinha. Para com isso.

— Depois, Nicky. Eu não tô a fim de chegar em casa fedendo a suor.

Eric assistia a cena, rindo. O rapaz sentou-se no degrau de baixo e se virou na direção de Beth e Nicky, que sentou do outro lado da garota.

— Garotas.

— Garotas. – Eric riu.

— Não sei qual é o problema em não querer ficar fedendo. – Beth falou. – Garotos.

— Uma festa… – Mary falou, saindo de seus devaneios. – Isso Beth, a festa seria ótima! – Ela disse completamente animada, virando-se para Beth.

— Como assim Mary? Explica isso direito. – Beth respondeu, enquanto Nicky e Eric exibiam rostos de interrogação.

— Precisamos homenagear a Kaitlin de alguma maneira, amor. – Mary explicou. – Aí eu pensei: existe melhor meio de homenagear a Kaitlin fazendo a festa do outono que a gente estava planejando?

— Acho isso um pouco nonsense, Mary. Sinceramente. – Eric respondeu.

— Qual é, Eric? A Mary tem razão, eu sou a favor da festa. – Nicky falou, batendo no ombro do rapaz, sendo que o atleta também percebeu a expressão irritada da negra. – E você, Beth?

— Sou obrigada a concordar que é uma boa ideia, Mary. Mas quero saber como você encaixar uma homenagem dentro de uma festa.

— Vocês estão dispostos a me ajudar? – Mary perguntou. – Se nos unirmos, pensamos melhor. A festa do outono será ainda mais épica que a festa do verão passado! Tudo em homenagem a essa garota.

— Eu aceito e o Nicky também. – E você, Eric?

Eric refletiu por um instante. Homenagear uma morta com uma festa? Sério, uma festa? Era uma ideia completamente sem sentido para o rapaz, mas ele não queria estragar os planos de Mary, que parecia já ter pensado um tudo. Mesmo relutante, decidiu concordar.

— Tudo bem, tudo bem. Vamos fazer essa festa.

XXX

Alice puxou um livro da prateleira da biblioteca da Mt. Rosemary High School, e depois de ler o seu título, viu que era a obra o que ela precisava.

A garota começou a andar pelos corredores da biblioteca, entre as prateleiras de livros, até chegar a um espaço repleto de mesas e cadeiras para estudo dos alunos. Clayton estava sentado ali, mexendo no seu celular com os braços apoiados na mesa. O rapaz tinha fones de ouvido, e por isso não percebeu a aproximação de Alice por trás.

A garota se aproximou devagar, pronta para pregar um susto no rapaz. Quando finalmente estava atrás dele, Alice encostou sua mão no ombro de Clayton, que deu um pulo na cadeira.

— Oi princesa. Tá conversando com alguém do Tinder? – Alice falou, tentando ver quem era a pessoa com quem Clay falava, mas o mesmo fechou o aplicativo rapidamente, completamente assustado. Clayton levou a mão ao coração e começou a respirar ofegante.

— Alice, você quer me matar de susto? – Ele disse, tirando os fones de ouvido. – Puta merda.

— Achei o livro, Clayton. Era o último exemplar, então acho que é melhor você ler.

— O livro que a professora Blackburn pediu?

— É claro. E tem outro livro? – Alice falou de forma sarcástica, sentando na cadeira ao lado de Clay, e entregando o exemplar para ele.

— O Caso dos Dez Negrinhos, Agatha Christie. É pequeno né? – Ele disse, pegando a obra entre as mãos e o folheando.

— Aproveita que é pequeno e lê, Clay. É bom você começar Literatura com o pé direito, depois do sufoco que você passou semestre passado.

— Eu nunca fui bem em Literatura, Alice, você sabe disso. – Ele disse, e logo depois começou a ler a sinopse que vinha na parte de trás da obra. – Cê já leu?

— Tô lendo e gostando. Um grupo de pessoas presas em uma ilha e uma a uma começam a ser mortas misteriosamente, sendo que o assassino está no meio delas.

— Parece Harper’s Island.

— Ela foi inspirada nesse livro, Clay. – Ela disse, pegando alguns cadernos na sua mochila e fazendo uma observação logo depois. – E na verdade isso parece mesmo o filme que a gente tá fazendo na aula do Mr. Earl.

Depois Alice pegou o celular e percebeu que tinha recebido uma mensagem no seu de Jake.

— Clayton?

— O que?

— Não roubaram o celular do Jake?

— Sim, ué. – Ele disse, não prestando atenção em Alice.

— Então como ele me mandou uma mensagem?

— Hã? Como assim? – Clayton direcionou o olhar para o celular de Alice e percebeu que tinha uma mensagem não lida, mandada pelo contato "Jake". Datada de minutos atrás.

— Que estranho… – Alice comentou ao ler a mensagem, que revelou ser extremamente simplória.

Olá Alice.

— Olá Alice? Só isso? – Clayton falou. – Acho melhor você bloquear esse contato até falar com o Jake. Quem garante que esse aí é o Hasey?

— Vou responder.

— Responder? Sério? – Clayton falou incrédulo. – Alice, você ficou louca?

— Nunca vamos saber o que esse que me chamou quer se não respondermos, Clay.

— Alice... Bloqueia logo esse ser aí.

— Clayton, para! Tenha calma, eu só vou responder e… – No meio da fala de Alice, um barulho de celular tocou.

— 1 mensagem não lida, Alice. – O rapaz falou. – Do Jake.

Estou adorando essa briga de vocês dois.

Alice e Clayton se entreolharam no mesmo instante, intrigados. Como Jake sabia que estavam discutindo? Só havia os dois sozinhos na biblioteca.

Repentinamente, ouviram o barulho de algo caindo contra o chão.

Os dois olharam na direção das prateleiras atrás deles, de onde o som tinha vindo, como se alguém tivesse derrubado um livro, e puderam ouvir mais um som que assemelhava a outro livro despencando no chão. A biblioteca naquele instante parecia envolvida por um silêncio mortal, com somente os dois e supostamente alguém que mandava as mensagens.

Outro barulho de assobio e Alice percebeu que era mais uma mensagem e Clayton se levantou.

Por que ficaram em silêncio?

Alice não resistiu e mandou uma mensagem para o tal número desconhecido.

O que você quer?

A mensagem veio quase no mesmo instante, assustando a jovem.

Rasgar a sua garganta, querida Alice, e também a do seu amigo viadinho. Não ficou sabendo que A Slasher Movie começou?

— Clayton. – Alice falou assustada, se levantando e pegando sua mochila. – Vamos sair daqui.

Ele se virou na direção de Alice com uma face amedrontada e pegou rapidamente sua mochila e o livro. Os dois correram na direção da saída e Alice agradeceu pela porta da biblioteca estar aberta, sendo que logo os dois já caminhavam pelos corredores da escola, tentando ficar o mais longe possível da biblioteca.

— O que o Jake te disse ou seja lá quem esteja usando o celular dele falou, Alice?

— Acho que é melhor você nem saber, Clay. Porque também envolve você. – Alice olhou diretamente nos olhos do melhor amigo.

— Agora eu quero saber. O que aconteceu lá, Alice? Você não tá legal, eu tô preocupado.

— Clay… – Alice suspirou profundamente. – Ele percebeu que a gente tinha ficado em silêncio, ele estava lá. Aí eu não aguentei, eu respondi.

— Você mandou o que, Alice?

— Perguntei o que ele queria. Ele respondeu. – Alice parou por um momento como se erguesse forças para dizer o que viria pela frente. – A coisa disse que queria ver a minha garganta cortada. A minha e a sua. E ainda disse que A Slasher Movie tinha começado.

— A Slasher Movie? Mas esse…

— É. O filme que a gente ia fazer.

— Puta merda… – Clayton levou as mãos á cabeça. – Será que era alguém tentando assustar a gente?

— Eu não sei, Clay. Eu não sei.

Mais um barulho de assobio veio do celular de Alice. A garota o tirou do bolso da calça percebendo que era uma mensagem de Jake ou da coisa que tinha posse do celular de Jake. Rapidamente bloqueou a pessoa, mas antes acabou por ler a mensagem.

Eu sei o que você fez no verão passado, Alice.

XXX

Anthony Earl folheava as sinopses que tinham sido entregues para ele no início do dia, e concordava que tudo parecia promissor. Os três projetos foram criativos dentro do seu campo e dariam bons frutos.

Enquanto os projetos de Sonya Becker e Terrence Newton eram realmente interessantes, não chamaram tanto a atenção quanto o de Jake Hasey e seu Slasher Movie. Fazer filmes de terror caseiros não era algo difícil na verdade, mas fazer um filme que mexesse com a metalinguagem dos clássicos filmes de slasher era uma ideia deveras inteligente, além de ter prestado homenagem ao gênero.

Anthony Earl só gostaria de saber como aqueles mortes seriam orquestradas já que esse seria o maior desafio do grupo.

Então ele arrumou toda a papelada, colocando-a em sua pasta e logo deixou a sala de aula, mas acabou não percebendo que tinha esquecido um item sobre a mesa: os seus óculos.

XXX

Era por volta das 17:40, e a noite já se anunciava com o pôr-do-sol sobre a cidade, tingindo o céu com uma coloração rosa.

Alice caminhava pelas ruas da cidade interiorana, indo para sua casa. Pouco tempo atrás, despedira-se de Clayton, que teria de fazer mais algumas coisas na escola, mesmo com certos protestos do rapaz de que a esperasse para que eles fossem juntos. O seu amigo tinha realmente ficado preocupado com ela depois daquelas bizarras mensagens que tinham recebido mais cedo, e Alice tratou de tentar deixá-lo mais calmo. Contudo, ela mesma não estava exatamente calma, sua mente martelava e revivia aquele momento de tensão que tiveram na biblioteca.

Ela simplesmente não sabia o que pensar. Será que era somente alguém pregando uma peça neles? Mas seja lá quem fosse essa pessoa não tinha boas intenções, ela pensava. Primeiro por ter roubado o celular de Jake para ficar espalhando mensagens como aquelas.

Preciso falar com o Jake. Ter certeza que não é ele que está fazendo essas coisas. — Alice pensou, embora não acreditasse que o rapaz seria capaz de fazer mal a uma mosca. Desviou do seu caminho, virando na próxima esquina e começou a descer a rua, já que sabia que a casa dos Hasey era próximo dali.

Quando Alice chegou, ela tocou a campainha da casa dos Hasey sendo que poucos segundos depois, a porta foi aberta pelo próprio Jake.

— Alice? – Jake falou, surpreso. – Tudo bem?

— Jake, eu preciso falar com você. É urgente. – Alice falou, um pouco séria.

— Ah, entra aí. – Ele disse, percebendo o tom de voz da jovem enquanto abria a porta. – O que foi?

Depois que Jake trancou a porta da casa, ele começou a ir na direção da sofá da sala, mas parou ao perceber que Alice não tinha o seguido.

— Você não vem sentar?

— Ah, vou sim. – Alice respondeu, indo na direção do sofá e se sentando. – Mas é que o que eu tenho de falar com você é particular. Não queria ninguém ouvindo.

— Não, de boa. Meus pais também não estão em casa, pode falar o que é.

— Jake, você conseguiu o seu celular de volta?

— Ah não. Não de novo não.

— O que aconteceu? Eu nem falei nada. – Alice respondeu, estranhando a atitude do ruivo.

— Você recebeu mensagens de uma pessoa dizendo que era eu, não é?

— Sim. Como você sabe disso, Jake? – Ela perguntou ainda mais intrigada.

— Você é a terceira, Alice. A Deborah também recebeu mensagens no meu nome. – Ele explicou, exausto. – E a Kaitlin também, antes de morrer.

XXX

— Eric, por que você não queria concordar com a festa? O que aconteceu? – Nicky perguntou para o companheiro de time.Ambos estavam no vestiário da escola.

Os dois tinham ficado conversando com as garotas por muito tempo e simplesmente não viram a hora passar, resultando nos dois serem os únicos a estarem no banheiro naquele instante. Nicky trocava de roupa enquanto Eric, que tinha demorado mais tempo, ainda estava tomando banho.

— Nicky, eu acho isso meio sem sentido. Cê consegue entender?

— Sem sentido em que aspecto, Eric?

— Cara, tem vários tipos de prestar uma homenagem pra alguém. Mas com uma festa? Eu acho que ninguém vai lembrar desse motivo, pra mim é só um pretexto.

— Eric Newman, para de ser chato. Não vem pagar de moralista pra cima de mim. – Nicky falou. – Além do mais, qual é o problema? Combina muito com o que a Kaitlin era. – O rapaz parou por um instante e depois continuou:

— Você não acha estranho a gente falar era pra Kaitlin? – Ele comentou. – Tipo, ela está morta. Morta.

— Acho que não caiu a ficha pra ninguém ainda. É a primeira morte traumática que muita gente passa… Mas isso é a vida. Uma hora estamos aqui, na outra ninguém sabe o que pode acontecer. Não sabemos o dia de amanhã.

— É... Eric, você tem razão nisso. Mas é que nós esperamos que as pessoas mais velhas vão primeiro, não uma garota de 17 anos. – Nicky falou. – E nem assassinada como aconteceu. Ai, Kaitlin…

— Nicky, fala sério. Eu sei porque você tá assim, todo preocupado. Tá se sentindo culpado. – Eric falou, saindo da área dos chuveiros, enrolando em uma toalha.

— Culpado por quê? – Ele falou na defensiva, pegando sua mochila de cima do banco, já pronto para sair.

Eric cruzou os braços e olhou para o melhor amigo.

— Cara, cê sabe que eu sou seu melhor amigo e sempre que precisar eu vou te ajudar, né? Mas você sabe do que eu estou falando. A festa do verão passado.

Nicky confirmou com a cabeça, mas não gostava do rumo que a conversa estava levando.

— Tá certo que todo mundo tem alguma a coisa a esconder daquela festa, até o nerd do Jake Hasey. Mas cara, sério? Você traiu a Beth com a Kaitlin, e agora tá achando que tudo isso é sua culpa.

— Ela se matou, por acaso, Eric? – Nicky falou na defensiva. – Se ela não se matou, tá tranquilo na medida do possível. Não foi minha culpa.

— Isso é o que você tá dizendo, para tentar se convencer Nicky.

— Você tá me acusando de matar a Kaitlin, Eric? – Nicky cortou o amigo. – Vai ter que procurar outra pessoa para culpar.

— Não tô te acusando de nada, Nicky. Calma. Eu tô falando da festa do verão passado, você que chegou neste tópico. Você se arrepende do que fez na festa?

Nicky olhou fixamente para Eric e depois bufou, colocando a mochila nas costas. Logo depois, começou a caminhar na direção da saída abrindo a porta do vestiário.

— Nicky?

— O que foi? – Ele disse, ríspido.

— Pensa nisso que eu te falei.

XXX

— Então, como foi isso exatamente? – Jake perguntou, sentado no sofá marrom ao lado de Alice, enquanto tomavam um café que Jake tinha preparado rapidamente junto com biscoitos que o rapaz havia pegado.

— Bem, eu tava lá na biblioteca da escola com o Clayton, tava tudo tranquilo até a tal pessoa me mandar um oi. – A garota falou. – Eu até estranhei, e o Clay também. Tipo, a gente sabia que você tava sem o celular, mas como mandou essa mensagem?

— Exatamente como a Deborah falou comigo...

— Então, eu queria responder o tal do recado mas aí o Clay começou a discutir comigo, ele dizia que era perigoso. Aí mandaram mais uma coisa. Falaram que estavam adorando a nossa discussão. E teve um barulho de um livro sendo jogado contra o chão.

— Então tinha alguém lá com vocês? – Jake perguntou.

— Era o que parecia, Jake. Nós ficamos em silêncio, mas aí mandaram outro recado. Perguntava por que estávamos calados. Aí não aguentei e mandei “O que você quer?” pra ele.

— E então?

— A pessoa me respondeu. E me disse que bem… Queria ver a minha garganta cortada, a minha e do Clayton. Mas ainda não terminei. – Alice falou, fazendo uma pausa. – Isso vai interessar pra você, Jake. Ele disse que A Slasher Movie tinha começado. Não é o nome do nosso projeto?

Jake arregalou os olhos, demonstrando surpresa. Depois repetiu o que Alice tinha proferido, mas com o tom de pergunta:

— A Slasher Movie tinha começado?

— Exatamente. Ele falou desse jeito. – Alice comentou. – E depois, eu bloqueei ele na hora. Não antes de mim e do Clay sairmos correndo da biblioteca.

— Mas… Não faz sentido…

— Nada ultimamente tá fazendo sentido. – Alice comentou. – Mas que isso realmente é estranho, eu tenho que concordar.

— Não, mas você não entende. Parece que tem alguém querendo realmente me jogar pra cima dessas coisas que estão acontecendo. Sabe por que o xerife Larry me interrogou? – Jake falou, se levantando da cadeira e gesticulando. – Porque a Kaitlin recebeu ligações minhas antes de morrer, e provavelmente deve ter sido essa mesma pessoa que falou com você e a Deb.

— Você acha que a gente corre perigo, Jake? – Alice perguntou, aflita. – De também ter recebido essas ligações.

— Mais do que isso. – Ele olhou diretamente para Alice. – Acho que todos os envolvidos nesse projeto podem estar.

XXX

Clayton ainda caminhava pela escola, segurando forte a sua mochila. Ele tinha pedido para Alice que a esperasse porque estava preocupado com a amiga, principalmente depois das bizarras mensagens que a garota tinha recebido na biblioteca do colégio. Mas a verdade é que Clayton também estava muito aflito consigo mesmo.

O que Alice contou tinha sido como uma facada no seu estômago, especialmente a parte de que a tal pessoa queria cortar a sua garganta junto com a de Alice. Ainda achava que era somente alguém tentando assustar eles, mas… Não era só isso.

O rapaz andou até o banheiro da escola, mas ao girar a maçaneta percebeu que estava trancado. Xingou mentalmente o zelador, e então pegou o seu celular, tentando observar que horas eram.

18:15. É por isso que o zelador já trancou, eu já deveria ter saído daqui há muito tempo.

Guardou o celular no bolso, e só naquele instante percebeu em como a escola estava deserta. Ele estava simplesmente sozinho no meio de um corredor quase escurecido pela falta de luz. 

A coisa disse que queria ver a minha garganta cortada. A minha e a sua. E ainda disse que A Slasher Movie tinha começado. — A fala de Alice veio em sua mente como uma flecha a atingindo.

— Talvez a porta do vestiário ainda não esteja trancada. – Ele falou para si mesmo.

O rapaz começou a caminhar em outra direção a passos rápidos mesmo sem ouvir qualquer barulho estranho, se virando para trás a cada dois segundos para ver se ninguém o seguia. Sua mente dizia que ele estava ficando paranoico, mas o temor que ele sentira na biblioteca agora o consumia lentamente. Em uma dessas olhadas para trás, sentiu que tinha esbarrado em alguém. Ele se virou esbaforido e então viu em quem tinha esbarrado.

— Clayton? Tá tudo bem?

Clay olhou estático para Eric Newman, que parecia estar vindo da direção do vestiário. O atleta ergueu uma sobrancelha um pouco intrigado e então Clayton falou:

— Ah, oi, Eric. É que eu estava indo lá pro vestiário, eu precisava ir ao banheiro. Aí… Não vi você.

— O que aconteceu? Você anda meio desligado, cara.

— Impressão sua. – O outro respondeu, meio sem graça.

— Olha, eu tenho a chave lá do vestiário e o zelador pediu pra mim trancar assim que eu saísse, então eu vou com você pra lá, beleza?

— Tá, tá bom. – Clayton falou de forma monossilábica.

Então, os dois jovens começaram a caminhar lado a lado em direção á porta do vestiário, a última do corredor.

— O que cê tá fazendo aqui uma hora dessas Clay? – Eric falou, balançando as chaves na mão.

— Eu tinha umas coisas a resolver… E também pegar um livro na biblioteca.

— O Caso dos Dez Negrinhos?

— É. Como você sabe?

— Que livro a gente tem que ler, Clayton? Por favor, né.

— Não, não. É que pensava que você não ia ler…

— É, todo mundo me fala isso. – Eric respondeu, balançando a cabeça. – O povo acha que só porque eu sou um atleta do time de basquete eu tenho que ser um cara desmiolado que só pensa em esportes, garotas, drogas e sexo, acostumei já.

— É, o protótipo de um atleta. Principalmente em filmes de escolas americanas e tal.

— Como eu disse. Só que todo mundo enxerga como se fossem todos completamente assim. Clayton, você entende que por mais que existam essas pessoas aqui, elas não são como nos filmes. – Eric falou, olhando para o outro rapaz. – Isto é a vida real.

Clayton confirmou com a cabeça.

— Mas você já começou a ler ou nem? – Ele disse, colocando a chave na fechadura e abrindo o vestiário.

— Não, peguei hoje. Eu preciso dar um jeito de ler logo, eu nunca fui bem na matéria da professora Blackburn. E depois que eu quase repeti, a minha relação com meu pai não vai exatamente bem.

— Entendo. Problemas de adolescentes, todo mundo tem.

Clayton então entrou na cabine e Eric ficou apoiado na parede do lado de fora, balançando as chaves que carregava. Então, uma ideia súbita veio na sua cabeça. Eric sempre foi um dos melhores alunos na aula de Literatura ao contrário de Clay.

Ao contrário de algumas pessoas com quem o rapaz convivia, Eric sempre esnobou as cadeias alimentares da escola e muitas vezes era escolhido pelos professores para servir de ajudante, principalmente para os alunos com maior dificuldade. O rapaz já decidira o que faria nos próximos anos, assim que entrasse na faculdade: Psicologia. Ele sempre foi extremamente curioso com as relações que as pessoas estabeleciam e principalmente com o que sentiam, fazendo o mesmo ter certeza desde quando entrou no colegial que seguiria tal carreira.

E ele já sabia o que fazer com Clayton.

Assim que o outro garoto saiu da cabine, após dar descarga e se dirigir até a pia do vestiário, Eric se aproximou, ainda balançando a chave por entre os dedos.

— Clayton.

— Hã… O que? – Ele levantou o olhar logo depois de fechar a torneira, interrompendo o fluxo de água.

— Eu vou te ajudar com Literatura.

— Que? – Clay exclamou, surpreso.

— Eu vou te ajudar com a matéria da professora Naomi. Eu vou bem na matéria, e você disse que sempre foi mal, e precisa dessa nota. Então...

— Pera. Deixa eu ver se eu entendi, você quer me ajudar com a matéria…

Eric confirmou com um aceno de cabeça.

— Da professora Naomi?

— Você entendeu direito.

— Ah, meu Deus… Não acredito, essa é a melhor coisa que eu ouvi hoje! – Clayton falou, começando a rir quase que involuntariamente. – Eric, eu… Eu nem sei como agradecer. Valeu, valeu mesmo.

— Nem precisa, desencana disso. – Eric respondeu, rindo, e logo depois decidiu apertar a mão de Clayton, que retribuiu. Depois de alguns segundos, Eric falou:

— Já pode soltar minha mão, Clay. Não é assim que te chamam?

— Ah, desculpa de novo Eric. Eu estou bem desligado hoje.

— Percebe-se. – Ele disse, se virando na direção da porta do vestiário, sendo seguido pelo outro jovem. Após sua saída, Eric trancou a porta.

— Eric, eu tenho que ir. Meu pai deve estar querendo me matar. Você sabe que ser filho do xerife não é uma coisa fácil.

— Beleza, Clay. Depois a gente se fala então. Eu tenho que procurar o zelador pra entregar a chave, mas a porta central da escola ainda tá aberta. Ele disse que ia me esperar ir embora para trancar, então só sair.

— Tranquilo então. Valeu pela conversa, Eric. – Clayton falou, fazendo um toque de mão com Eric também. – Você é bem diferente do que eu imaginava.

Clay começou a andar na direção da porta central da escola, enquanto Eric o observava. De repente gritou:

— Clayton! Esqueci de falar.

Ele se virou um pouco assustado, mas logo perguntou:

— O que foi?

— Eu coloco Lady Gaga na sua morte no filme, fica tranquilo. – Ele disse, piscando o olho para o outro, que soltou uma risada e com um aceno se virou, voltando ao seu caminho.

Pouco depois, Eric retirou seu celular do bolso, observando a hora.

Puta que pariu, já é quase 18:30. Preciso procurar o zelador agora.

XXX

Mr. Earl subiu as escadas da escola correndo, desejando que ainda estivesse aberta. O senhor só notou a falta dos óculos quando chegou em sua residência e agora torcia para que ainda estivesse onde ele tinha certeza que tinha deixado o objeto: sobre a mesa da sua sala.

Antes que encostasse a mão na maçaneta da porta, a mesma abriu e um dos alunos dele, Clayton Nortwick, deixava a escola, permitindo a entrada de Mr. Earl.

— Professor?

— Olá, Clayton. Pode deixar aberta, tenho que entrar. Esqueci os meus óculos.

— Sendo assim… – Clayton deu de ombros. – Até logo, professor.

— Até amanhã, Clayton. – Anthony Earl disse entrando na escola, e depois encostando a porta rapidamente. Ele caminhou a passos rápidos até sua sala, e percebeu que o zelador ainda não a tinha trancado.

 

A sala estava completamente deserta, totalmente distinta do que costumava ser pelas manhãs atribuladas. Anthony se cansava diariamente com tanto trabalho que tinha, desde as provas até correção de provas e trabalhos, passando por aguentar em suas aulas muitos alunos que eram desatentos e não respeitavam mais a autoridade do professor em sala. Mas no fundo, ele adorava o trabalho e não conseguia ver fazendo outra coisa que não fosse dando aula.

Ele logo observou os seus óculos sobre a escrivaninha e os pegou. Quando estava prestes a se virar ouviu um ruído estranho vindo do corredor, parecido com passos. Se aproximou devagar da porta, ouvindo os mesmos, cada vez mais próximos da sala e então colocou a cabeça para fora, para espiar.

Anthony quase caiu para trás com o susto.

— Professor? – Eric perguntou, espantado. – O que o senhor está fazendo aqui?

— Eric Newman? Eu que pergunto. O que o senhor faz na escola há uma hora dessas?

— Treino de basquete. Se bem que hoje estou demorando demais pra sair. E você?

— Um velho como eu esquece as coisas em qualquer lugar. Voltei pra pegar meus óculos.

— Bem, então vamos. O zelador vai trancar a escola, e não podemos ficar presos aqui, não é mesmo?

Naquele mesmo instante, os dois levaram um pequeno susto quando o celular de Eric começou a tocar.

XXX

O relógio marcava 18:40 quando Alice chegou em sua casa, não muito longe da residência dos Hasey.

Eu sei o que você fez no verão passado, Alice.

A mensagem ainda martelava viva na mente da garota, que prosseguia ainda mais preocupada já que aquilo que havia testemunhado era guardado somente entre quatro pessoas: ela, Carrie, Miguel e mais uma, que deixara a cidade. Mas como teriam descoberto?

A possibilidade de que estivessem blefando com ela era clara, mas Alice simplesmente não entendia o porquê de alguém querer fazer isso. Esse fato unido ao de Jake supostamente não saber de nada do que andava acontecendo e que supostamente teria sido a mesma pessoa que ligara para Kaitlin, a ameaçando antes de sua morte, dizia que algo muito bizarro estava acontecendo diante de todos.

Tudo parecia estar interligado em um quebra-cabeça em que Alice não conseguia ver a solução.

Olhou mais uma vez a mensagem enviada pelo número desconhecido, e então clicou em outro contato em seu celular. Digitou o recado rapidamente, e o mandou.

Scott, precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

Como percebem, eu deixei de lado aquela regra original do tamanho dos capítulos, e posso dizer que funcionou muito melhor o capítulo agora.

DESCULPA QUANTO AO CLIFFHANGER MAS PRECISEI, prometo já na próxima semana trazer o capítulo 4 (já está em escrita). Devo também postar um capítulo por semana, ainda sem um dia específico. Talvez sábado mesmo (?)

Obrigado por lerem ♥ Se possível, deixe um comentário, elogios e críticas construtivas são sempre bem vindas!



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