A Slasher Movie escrita por MV


Capítulo 2
Capítulo 1x02: O Dia do Terror


Notas iniciais do capítulo

DESCULPA A DEMORA, era pra eu ter liberado esse capítulo mais cedo mas só consegui fazer isso agora.
Bem, então estou trazendo o segundo capítulo, que compõe o capítulo duplo de estreia. Esse capítulo está mais tranquilo, com mais desenvolvimento e apresentando o resto do cast, mas isso não quer dizer que não lança novos mistérios para a trama :)

Quanto ao tamanho dos capítulos, estive revisando e achei melhor deixar em aberto esse tópico, afinal uma coisa que me aflige é manter esses limites e não ter conseguido desenvolver o bastante o capítulo naquele trecho, parecendo mais um capítulo filler (que eu não quero que aconteça). Então, o tamanho deles deve variar bastante, embora ao mesmo tempo vou me policiar pra não fazer capítulos realmente enormes.

Reforçando o link do cast: http://mvfanfics.blogspot.com.br/2018/05/personagens-de-slasher-movie-parte-1.html?m=1

Espero que gostem!



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Mt. Rosemary High School, cerca de oito horas da manhã.

Enquanto alguns dos alunos já estavam reunidos na roda, um rapaz muito conhecido de Alice adentrou a sala. Com cabelos castanho-curtos quase raspados, Miguel Sierra chegava com uma camiseta branca e jeans completamente largados e rasgados. O latino caminhou até o grupo tirando no caminho o óculos escuros que usava anteriormente, e Alice já poderia sentir o cheiro de cigarro impregnado em sua roupa que tomava conta do ambiente.

— E aí, hermana? – Miguel cumprimentou Alice, que havia se levantado para dar um abraço no jovem, que era seu meio-irmão mais velho por parte de pai. A mãe de Alice era a madrasta do rapaz, que apesar disso ainda morava com a mãe biológica e não com o pai latino.

Apesar da convivência entre os dois já ter sido difícil no passado, por conta de Miguel odiar o pai biológico e não ter tanta simpatia com a madrasta, isso já não se estendia mais para Alice. A relação entre os dois se fortaleceu de uma forma que os dois se enxergavam como irmãos efetivamente.

E ao contrário de Alice, que apenas tinha tal descendência por parte de pai, Miguel era efetivamente mexicano mas viera para os Estados Unidos ainda criança. 

— Tudo bem? – Ele perguntou.

— Tudo sim, Miguel. O Jake já tá com os papéis do projeto, senta aí.

— Deixa eu dar uma olhada então. – Ele falou meio cansado, se sentando ao lado de Alice.

— Tá tudo aqui. Tirei uma cópia pra cada um. – Jake falou. – Você vai ser o maconheiro, como a gente já tinha combinado.

— O latino é ao mesmo tempo o maconheiro, que impressionante. — Miguel falou, mostrando um pouco de insatisfação.

Ele começou a folhear a papelada, mostrando certo desinteresse em tudo aquilo. Alice já sabia o que acontecia: Miguel era mais velho dois anos que ela e era um aluno repetente, sendo que a única matéria em que ele ficou de DP tinha sido justamente a de Mr. Earl. Nada mais óbvio que o jovem ter ódio daquela matéria e daquele professor. Porém, existia esperança no fim do túnel para Miguel. O rapaz participou do Clube de Teatro e do Clube de Cinema alguns anos atrás na high school, logo o grupo que caísse com Miguel sairia favorecido. Por sorte, ele, Alice e Jake acabaram caindo no mesmo grupo.

Pouco depois, o sinal que indicava o início das aulas ressoou pela escola.

A SLASHER MOVIE

Capítulo 2

O Dia do Terror

Assim que o sino havia sido tocado, os alunos restantes chegaram. Beth se aproximou como uma rainha do grupo, tal qual como era na escola, acompanhada de Nicholas ou apenas Nicky, seu namorado. Beth tinha longos cabelos loiros e olhos azuis e vivos, uma beleza quase transcendental, e usava uma blusa branca com um certo decote acompanhada de uma saia rosa. Uma pequena jaqueta azul estava sobre a blusa. Já Nicky era o clássico protótipo de atleta mais popular da escola que namora a alpha bitch. Tinha cabelos castanhos claros, e olhos verde-escuros, e um rosto limpo de qualquer resquício de barba.

Ele vinha com a jaqueta do time de basquete de Mt. Rosemary, nas cores verde e branco, onde atuava como um dos principais atletas. Calças jeans e tênis brancos completavam o visual. Beth se aproximou rapidamente de Jake, que entregou as falas para a mesma.

— É bom você ter seguido exatamente do jeito que eu pedi. – Ela disse, antes de sentar do outro lado com Nicky que apenas lançou um olhar ao grupo.

Pouco depois, uma negra com uniforme do time de cheerleaders chegou á sala. Lábios carnudos, a pele negra, e o cabelo cacheado caindo sobre os ombros, Mary Jane era a capitã do time das cheerleaders da Mt. Rosemary High School e consequentemente, melhor amiga de Beth. Junto dela, vinha Eric, que conversava animadamente com Mary, vestindo com quase as mesmas roupas de Nicky, com a troca do calçado. O rapaz possuía cabelos castanhos arrumados para cima em um topete e olhos escuros, completados por uma barba raspada de leve.

Ambos se aproximaram de Jake que entregou os papéis a Mary, que foi rapidamente na direção de Beth. Eric começou a conversar com Jake e Carrie, sendo que a asiática parecia nem prestar atenção em Eric, que falava a respeito do som e Alice percebia o olhar nada discreto que Clayton lançava aos três.

Então ela teve a atenção desviada para Mary, Beth e Nicky assim que ouviu o nome Kaitlin Cooper.

— Você conseguiu falar com a Kaitlin hoje? – A cheerleader disse, cruzando as pernas de forma sensual. – Ela não respondeu nenhuma das minhas ligações.

Kaitlin e Alice nunca se deram bem desde o primeiro ano, já até entrando em discussões e brigas por vários motivos inncluindo um em especial, envolvendo justamente Scott Wang, o ex-namorado de Alice. Entretanto agora que a primeira chegara ao topo da cadeia alimentar ela fazia questão de transformar a vida de Alice em um verdadeiro inferno.

Muitas vezes Alice simplesmente ignorava com maestria as ofensas que Kaitlin lançava contra ela, mas por vezes era difícil aguentar e diversos momentos acabava fragilizada, como no dia que Clayton a encontrou chorando copiosamente dentro da sala do almoxarifado. Apesar disso, Alice ainda era uma garota extremamente forte mas só a menção de Kaitlin Cooper era capaz de fazer a garota se encher de temor e raiva.

— Não, não. Ela tá offline desde ontem. Também estranhei vindo da Kaitlin.

— Ai, será que ela tá doente? – Mary perguntou. – Ela não veio hoje pra cá, mas ontem parecia tão bem...

— Se eu fosse você, paravam de se preocupar, gatinhas. – Nicky falou, entrando na conversa. – A Kaitlin é uma caixinha de surpresas. Com toda a certeza está tudo bem com ela.

— É que isso não é normal, Nicky. – Beth respondeu. – A Kaitlin nunca demora muito pra responder as mensagens minhas. Mas ela desapareceu hoje de manhã, nem tem nada dela no Instagram.

Nicky balançou a cabeça como se mostrasse despreocupado pelo o que acontecia e começou a folhear a papelada que Jake dera para Beth.

— Então eu sou o atleta desmiolado que morre enquanto faz sexo? – Nicky riu. – Gostei. Só quero ver como vão fazer isso.

— Pelo menos você tem um papel, ser o cara que faz sexo. Eu vou ser quase uma figurante. – Mary falou, claramente expressando indignação. – Ok, agora que eu tô lendo aqui... Melhorou um pouco. Sou a capitã do time de cheerleaders, como na vida real.

Naquele instante, Mr. Earl, o professor de Inglês, entrou na sala, fechando a porta da mesma. Ele já lecionava aulas na Mt. Rosemary High School há vários anos, porém desta vez estava disposto a tentar algo novo. Com o início de um novo semestre, Mr. Earl lançou mão de um novo projeto junto com Naomi Blackburn, professora de Literatura, que chamou a atenção geral da escola: fazer os alunos desenvolverem um pequeno curta-metragem, que serviria de nota final do semestre. Porém como seria um trabalho que exigiria certo tempo, ele já tinha passado tal avaliação aos alunos.

O senhor deixou as pastas sobre a mesa, e se sentou, pegando os óculos e os colocando. Pigarreou uma vez, tentando chamar a atenção dos alunos, o que não aconteceu. Mais uma vez, e agora mais forte, e então todos se viraram na direção dele.

— Bom dia a todos. Bem, como combinamos, hoje os líderes dos três grupos. – Ele pegou uma folha com o nome dos integrantes de cada grupo. – Sonya Becker, Terrence Newton, e Jake Hasey deverão ter, pelo menos, o script de como será o filme. De preferência com todos os papéis já divididos. Confere?

Os três confirmaram com a cabeça.

— Bem, eu preciso das folhas impressas com tudo arrumado hoje. Por favor, coloquem aqui na minha mesa. Essa vai compor uma nota especial para vocês três, que de modo nenhum irá prejudicar os alunos, visto que a média geral dos três será dividida também com essa nota e a dos outros dividida de forma normal.

— Vai lá Hasey. – Miguel falou para o rapaz, que se levantou e deixou sobre a mesa uma das cópias do script.

XXX

Algum tempo depois.

— Então, como a gente vai fazer essas mortes acontecerem? – Alice perguntou, intrigada. – Acho que isso é o mais importante.

— Precisa ser off screen, senão vai ser um pouco difícil de mostrar a morte realmente acontecendo e quando a gente vai ver o ator tá respirando. – Miguel falou, comentando enquanto balançava uma caneta na mão.

— Bom, podemos tentar usar cortes rápidos. Pode ser a solução. – Jake falou. – A Deb e a Carrie podem cuidar disso.

— Parece ser uma ótima solução, Jake. – Carrie falou, claramente tentando bajular o ruivo. – Mas a ideia do Miguel também é boa, o que você acha, Deborah?

— Eu acho que dá pra gente discutir isso depois, o que for mais fácil pra mim editar mais pra frente, melhor. – Deborah comentou.

— E o som? Vocês tem alguma música sei lá, em especial, que gostariam de colocar no filme? Podemos encaixar na filmagem direto… – Eric comentou.

— O Clayton tem uma. Não é, Clay? – Jake falou, apontando para o garoto que não prestava atenção, apoiando a cabeça em um braço e olhando em uma direção aleatória, curiosamente a de Eric.

Alice percebeu que o amigo estava viajando naquele instante, e empurrou o seu braço fazendo a sua cabeça tombar e o rapaz finalmente perceber que falavam dele. Todos começaram a rir de Clayton, que ficou visivelmente vermelho de vergonha.

— Hã… Do que vocês estavam falando mesmo?

— Trilha sonora pra morte, Clayton. – Eric falou, sorrindo para o rapaz.

— Sim, sim… Bem, eu queria… Falar em particular depois com você. – O jovem falou, passando as mãos no cabelo, claramente envergonhado.

Beth olhou sorrindo para Clayton, enquanto Miguel teve que segurar uma risada ao seu lado e Nicky rolava os olhos. Apesar disso, Eric fez um sinal de afirmação com a cabeça.

— Se quiser falar agora, também não tem problema. Ninguém vai te julgar por nada. – Ele disse, dando uma cotovelada em Nicky por baixo da cadeira como se dissesse “cala a tua boca”.

— Eu ia pedir pra ver se dava pra colocar uma música da Gaga na cena da minha morte de algum modo. – Ele disse, corando um pouco.

— Bom. – Eric meneou com a cabeça e depois olhou para Carrie, que parecia pensar sobre. – Eu não te prometo nada, mas vamos tentar.

Naquele momento a conversa foi interrompida por uma batida na porta e um chamado pelo professor Earl. Alice levantou os olhos do script que lia, pelo fato da diretora Thereza Hayledale ter adentrado a sala.

Ela vestia um vestido negro básico, mas que transmitia toda a sua imponência. Thereza Hayledale era negra e possuía cabelos curtos no formato chanel, além de lábios carnudos e grossos e um rosto que transmitia dureza, uma das características da diretora de Mt. Rosemary High School. Junto a ela, vinha a professora Naomi Blackburn, ajudante de Mr. Earl no projeto dos filmes e vice-diretora da Mt. Rosemary High School. Ela, ao contrário de Thereza, era branca e loira com lábios finos preenchidos com batom e olhos penetrantes, e trajava calças jeans e uma camiseta branca, coberta por uma jaqueta marrom.

Ela trazia uma expressão séria no rosto, embora seus olhos mostravam que a mulher estava emocionada internamente. Thereza respirou profundamente antes de dirigir a palavra aos alunos:

— Vim pessoalmente aqui na sala de vocês porque a situação realmente exigiu isso. Eu não gostaria de ser a portadora da má notícia, mas será preciso.

O que está acontecendo? — Alice pensou, e pelos rostos dos outros alunos, percebeu que pensavam a mesma coisa. A presença da diretora Hayledale nas salas quase sempre era acompanhado de algum fato terrível que acontecera, já que Thereza preferia chamar os alunos pelos alto-falantes localizados nas salas de aula.

— A colega de vocês, Kaitlin Cooper, foi encontrada sem vida em sua casa hoje de manhã. – Ela disse, e fez uma rápida pausa, logo continuando: – Acabei de receber a notícia da polícia, que já estão no local investigando o que ocorreu. Foi somente isso que me passaram e qualquer outra notícia entraremos em contato com vocês.

Um silêncio mortal pairou sobre a sala de aula, ninguém arriscando soltar uma palavra sequer diante daquele fato chocante que atingira a todos.

Kaitlin Cooper estava morta.

— Iremos fazer uma homenagem para a aluna nos próximos dias. Por enquanto, é esperar uma resolução do caso.

Thereza Hayledale iniciou a sua retirada da sala quando Mr. Earl se levantou e a seguiu, dizendo que precisava falar com a diretora. Os dois saíram da sala rapidamente, deixando o que era apenas burburinhos se transformarem em altas conversas.

Jake ainda estava estático, não acreditando no que tinha acabado de ouvir, assim como Clayton. Deborah permanecia chocada com o fato, mesmo odiando Kaitlin, se surpreendeu negativamente, assim como Miguel, que embora parecesse estar desinteressado com tudo isso, tinha a mente trabalhando e tentando processar o que tinha ouvido.

Carrie expressava uma face de interrogação e choque, afinal ela nunca pensaria que a colega de sala dela morreria… Assim. Carrie sabia que a vida humana era tão frágil, mas uma pessoa tão jovem morrer tão cedo parecia mais como algo saindo da ordem natural.

Já Mary não conseguiu segurar o choro e as lágrimas começaram a cair rapidamente, sendo que Eric abraçou a garota fortemente, tentando servir de consolo para ela. Beth permanecia em estado de choque, e repetia várias vezes que Kaitlin não estava morta, não acreditando no que Thereza acabara de dizer. Nicky tentava acalmar a garota, mas ele mesmo não podia esconder o choque que tomara conta do seu ser.

E Alice estava sem qualquer reação. Como assim morta? Como Kaitlin Cooper estava morta? A sua mente não conseguia digerir essa informação… Como poderia a abelha rainha do colégio e que tanto infernizara a sua vida, do dia para a noite, ter perdido a vida de forma tão súbita?

XXX

Horas depois.

Jake, Deborah, Alice e Clayton desciam as escadas que levavam ao pátio do colégio, em sua parte interna. Naquele dia, o ambiente estava decerto estranho. Mais informações tinham chegado depois e por mais que Thereza tentasse impedir, a notícia de que uma aluna foi assassinada já tinha rodado a escola.

Ainda mais quando se tratava de Kaitlin Cooper.

Além disso, para continuar lembrando os alunos do evento que ocorreu, vários policiais e o xerife local estavam na escola interrogando pessoas próximas à Kaitlin Cooper, como Mary, Beth e Nicky, tentando conseguir alguma informação ou pista sobre o assassinato brutal da jovem estudante.

— É, a escola realmente parou depois disso. – Clayton comentou.

— É claro. Kaitlin Cooper, a abelha-rainha de Mt. Rosemary High School, é encontrada morta com a barriga rasgada na banheira de casa. – Jake falou, como se expusesse uma notícia urgente. – É claro que ia dar esse bafafá todo.

— Duvido que se fosse eu todo mundo ia ficar comentando. – Deborah falou, mexendo em uma pulseira. — Mas como o Miguel falou, uma hora ou outra isso ia acontecer. Do jeito que a Kaitlin era, não ia durar muito, odiada por todos. Daqui a pouco até um desses nerds que ela atormentou no baile do dia dos namorados ia atrás dela. E não ia ser pra pedir a mão pra uma dança.

Repentinamente, Alice, Clay e Jake pararam sua caminhada e olharam surpresos para Deborah, que continuou a andar, agora na frente do grupo. Logo depois, ela se virou e falou:

— Qual é, galera? E só a verdade.

— Mas Deb… – Jake falou, um pouco hesitante. – A Kaitlin acabou de morrer, não fica falando essas coisas…

— Jake, você defendendo a Kaitlin? Me espanta, já que você era o principal alvo das piadinhas daquela garota. E tem mais: não é que eu não esteja mal com a morte dela. – Deborah falou, fazendo uma pausa. – Mas como disse, ela era odiada por metade da escola. São fatos.

— É. Depois dessa eu ficava era quieto. – Clayton falou para o rapaz, que confirmou com a cabeça.

— Mas Deborah… Você não pode dar ouvidos a tudo que o Miguel diz. – Alice comentou. – Acredite em mim, eu conheço meu meio-irmão melhor que ninguém.

— Sinceramente, eu também não sei com o que vocês estão tão incomodados. Eu sei que lá no fundo, que me perdoe de falar isso, mas vocês também pensam isso. – Deborah falou, continuando a andar pelos corredores do pátio, seguida pelos outros novamente.

Ao seu encontro, um grupo de policiais caminhava, com um deles sendo o xerife da cidade. Larry Nortwick vinha no meio do grupo, e era reconhecido facilmente por ser o único por ter o distintivo clássico em forma de estrela no peito. Ao se aproximar do grupo, fez um sinal para os quatro para que parassem e assim o fizeram um pouco assustados, com exceção de Clayton que bufou.

— Bom dia senhores, nós soubemos que vocês são do mesmo ano que a jovem Kaitlin Cooper. Portanto, precisamos colher o depoimento de vocês sobre a aluna.Gostaria que vocês me seguissem.

— Pai.

Larry Nortwick ignorou completamente o chamado, e voltou a andar a frente do grupo, que o seguiu entre olhares. Era claro que eles não entendiam o porquê de estarem sendo chamados, já que as relações deles com Kaitlin eram mínimas.

— Pai. – Clayton falou mais uma vez.

— O que foi, filho? – Larry Nortwick falou, caminhando rapidamente.

— É sério que o senhor vai me interrogar? Você sabe o que eu estava fazendo ontem a noite!

— Clayton, é necessário o depoimento de todos sobre a aluna. Além disso que acabei de dizer não posso contar, é confidencial.

— Mas pai…

— Clayton, aqui eu infelizmente não sou seu pai. Estou somente fazendo meu serviço. Me siga, por favor.

XXX

Jake Hasey entrou na sala da diretora Hayledale, e logo percebeu a presença do xerife sentada na cadeira da diretora. Uma outra policial vigiava a porta, e Jake se sentia muito desconfortável. Era a primeira vez que estava sendo interrogado e por isso o rapaz transpassava muito nervosismo, sendo que isso parecia ser percebido pelo policiais.

— Sente-se, por favor. – A policial Kari Staples, que estava em pé, indicou a cadeira.

Assim que Kari falou, Jake puxou a cadeira de couro e então se sentou nela, mexendo as mãos, apreensivo. Logo o xerife começou a interrogar o homem:

— Vou direto ao ponto. Jake Hasey, o que o senhor estava fazendo ontem a noite, mais precisamente às 22:00?  

— Eu estava na minha casa, mais precisamente no meu quarto. Terminando um trabalho para a escola.

— Você tem algum álibi ou algo do tipo?

— Pode tentar falar com os meus pais. Eles vão confirmar exatamente o que estou falando para o senhor.

— Que horas o senhor foi dormir ontem a noite?

— Eram por volta de… 11 da noite. Eu já estava quase dois dias acordado direto, tanto que eu tô com essas olheiras aqui. – Ele apontou para o olho e Larry se limitou a confirmar com a cabeça.

— Então o senhor foi dormir por volta de 11 da noite. Certo. Você sabia algo sobre Kaitlin Cooper estar sozinha em sua casa?

— Na realidade, não. Eu tinha pouco contato com ela, sabe como é, cadeias alimentares de escola.

— Sendo assim, por qual motivo a última ligação que Kaitlin recebeu vinha do seu celular, Sr. Hasey?

Um silêncio mortal tomou conta da sala. Larry olhava inquisidor para Jake que passava em sua face claramente o nervosismo que sentia. Percebendo isso, Larry reforçou a pergunta:

— E então? Pode me responder o porquê de Kaitlin Cooper ter recebido uma ligação sua ontem á noite?

Jake titubeou por alguns segundos, mas finalmente respondeu:

— Meu celular foi roubado anteontem aqui mesmo, no colégio. Ninguém viu quem pegou, simplesmente uma hora estava na minha mochila e depois, não estava mais.

O xerife ergueu uma sobrancelha para Jake e era claro para o rapaz que o policial desconfiava claramente do que tinha o jovem tinha dito.

— Novamente, você tem alguém que possa provar isso?

— Bem… – Jake suspirou novamente. – Você pode perguntar pra qualquer um dos meus amigos, eles vão te confirmar isso. Até mesmo pode falar com a diretora Hayledale. Ela sabe que o celular de um aluno foi furtado na última sexta.

O xerife pareceu ponderar por um instante, enquanto anotava o depoimento de Jake em um bloquinho. Pouco depois, disse:

— Tudo bem, compreendo. Bem, está liberado, senhor Hasey.

Jake se levantou e logo saiu da sala, aparentando ter um pouco de pressa. Assim que Kari fechou a porta da sala da diretoria, olhou para Larry.

— O que achou, xerife?

Larry fez um sinal de negação com a cabeça e depois disse:

— Eu não sei, Kari… Nós temos que averiguar melhor, mas esses depoimentos não andam batendo entre eles.

— Eu comprovo a versão do menino, xerife. A senhora Hayledale me chamou na sexta para fazer o boletim de ocorrência, mas não fazemos ideia do que aconteceu. – Kari falou.

— Muito intrigante isso. Na sexta um celular é furtado no meio do colégio municipal, dois dias depois uma das jovens mais populares da cidade aparece com a barriga rasgada na banheira de casa.

— O senhor acha que pode ter sido um dos alunos? – A mulher perguntou, incrédula.

— Prefiro não lançar suspeitas agora, mas o que eu aprendi nessa cidade Kari… É que ela esconde mais segredos que aparenta.


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Notas finais do capítulo

Espero vocês nos comentários ^^ qualquer elogio ou crítica construtiva será bem vinda!

E como eu disse: todo capítulo terá um nome de um filme slasher, neste caso foi O Dia do Terror (Valentine). Eu coloquei uma referência a ele no capítulo, vamos ver quem pegou :)

Até a próxima!



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