Run This Town escrita por Lady Mataresio


Capítulo 1
0 — Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Oi galera! Aqui estou eu finalmente repostando esse xuxuzinho que é Run This Town. O projeto surgiu em 2015, mas finalmente tomou a forma que eu desejava.
Espero de coração que gostem da leitura!
Dedico esse capítulo a minha amada amiga Ana de Cassia (ANINHA MENINA S2), que sempre me apoiou na história. Obrigada de coração mi amore!
Nos vemos lá embaixo ^^



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0 — Prólogo.

 

Antes.

17 de maio de 2017. New York City.

 

Havia algo nos olhos de Natasha Romanoff que o fazia perder o fôlego.

O rubro pôr-do-Sol que pintava o céu naquele fim de tarde era de chamar a atenção de qualquer um, especialmente de Steve Rogers, mas o verde que preenchia as írises da loira ao seu lado conseguia prender sua mente de forma jamais antes sentida por ele, além de ser mais belo do que todo o gramado que os cercava. Ambos estavam deitados no capô do mais novo carro de Sam Wilson, contemplando o entardecer juntos e tendo diversos assuntos aleatórios e insignificantes como pauta de conversa.

O cabelo dela, agora loiro por conta dos Tratados de Sokóvia que os faziam fugitivos, se espalhava no vidro do carro preto enquanto fitava o céu. Ela vestia suas roupas de batalha e tinha um semblante cansado, e havia um pequeno corte cicatrizando em sua bochecha direita. Jazz da década de 30 tocava no rádio do carro, o qual permanecia com seus vidros abertos, fazendo Natasha balançar a cabeça ao som da melodia que agradava seus ouvidos.

— Sabe, eu sinto falta do ruivo. — comentou a russa.

— Te entendo, Nat. Eu sinto falta de muitas coisas. — respondeu o americano, com um tom de voz pensativo e distante.

Romanoff parou para observar Rogers, que também vestia seu traje de batalha. Seus cabelos loiros agora eram mais longos do que antes e a barba começava a pedir para ser feita, além do rosto aparentemente exausto que carregava há mais de um ano. Desde que ela, ele e Samuel se juntaram para missões que escondiam do governo – trio que Sam carinhosamente apelidou de Vingadores Secretos—, as responsabilidades da vida real pareciam pesar nos ombros de Steve Rogers. No entanto, o azul em seus olhos ainda refletia um sereno mar no ponto de vista dela.

— É engraçado como as coisas mudam, não é? — Steve dizia. — Quero dizer...

— Estar vivendo de uma maneira num dia e, de repente, ter que se acostumar com outra realidade. — Natasha deduziu e esperou, vendo Steve confirmar com a cabeça. — Não é a primeira vez que tenho que viver como fugitiva, então... Acho que não é uma realidade tão dolorosa para mim. Não mais.

— Você sabe lidar bem com as diferentes situações que o destino te impõe. — o homem comentou.

— Destino? Bah! — a mulher riu e voltou a encarar o céu com um leve sorriso. — Eu nunca dependi de destino, Steve, só de mim. O destino é incerto demais. Cada escolha nos abre um novo leque de possibilidades e cada resposta traz um novo mar de perguntas. Destino é a gente quem faz.

Rogers não podia deixar de reparar na mulher que Natasha Romanoff era. Sempre tão convicta em suas ideias, tão determinada em seus objetivos e tão, mas tão... Independente e cheia de vida. A beleza exterior era só um convite para a pessoa magnífica na qual ela se tornara.

— O que foi? — ela perguntou quando reparou os olhos dele a admirando.

— Você ainda pergunta? — ele respondeu.

Certo de que havia causado confusão na mente da parceira, Steve tirou uma mecha loira do rosto dela e colocou atrás da orelha, transformando o gesto em um carinho com o polegar nas bochechas rosadas da russa. Sem enrolações, o americano puxou-a para perto e fechou os olhos, selando seus lábios em um beijo lento. Não demorou para que ela colocasse uma das mãos no cabelo dele e aproximasse mais seus corpos, desfrutando cada segundo do momento em que se encontravam.

— Vão para um lugar mais reservado! — gritou Sam, saindo de dentro da cabana e chamando a atenção do casal. — Meu Corolla não é motel!

— Ah, dá o fora daqui! — Natasha gritou em resposta, voltando a beijar os lábios de Steve.

Uma das mãos de Rogers repousou na cintura dela, puxando seu corpo para perto. Era um dos raros momentos de calmaria que ele havia encontrado nos últimos anos, e nada mais importava.

Natasha era sua calmaria em meio a tempestade.

X

Agora.

27 de abril de 2018. Wakanda.

 

Foram necessários anos para que Steve Rogers aprendesse que “o destino é incerto demais”. Cada escolha abria um novo leque de possibilidades e cada resposta trazia um novo mar de perguntas. Alguma parte dele já sabia que era impossível ganhar todas as lutas, mas aquele fio tênue entre a perseverança e a renúncia - chamado esperança - insistia em ser a única coisa que os olhos dele podiam enxergar.

Dessa vez, ele não conseguia enxergar a linha tênue. Só via um borrão.

Thanos era o vencedor da guerra.

A maior parte de seus amigos se esvaiu como pó perante seus olhos, juntamente com metade do universo e sua esperança. Nada mais importava. O tempo ao redor das árvores de Wakanda não passava mais, ou ao menos, Steve já não o sentia passar como de costume. Não se ouviam sons além do vazio do silêncio, tanto lá fora como dentro da cabeça de Rogers.

— Acabou. — a voz de Natasha Romanoff saiu como um sussurro entre os lábios.

— N-não. — Bruce Banner falou, abrindo o capacete da Hulkbuster. — Ainda não.

— Sua fé é bonita, cara, mas acabou. — Rocket interveio com uma voz entristecida. — Já era.

— Não. — o tom do cientista tinha insistência. Saindo de forma desengonçada da armadura gigante, ele limpou com o pó de suas roupas com as mãos e continuou. — Thor, anda, fala para eles.

— Ainda resta uma chance. Nós fomos escolhidos para ficar. — Thor balbuciou pensamentos sentado no chão, de costas para os demais.

— Viram? — Bruce apontou para Thor, tentando convencer os demais. — Ele disse...

— Ele está em estado de choque. — Romanoff explicou enquanto tentava cutucar Thor e não recebia nenhuma atenção. O olhar do asgardiano estava perdido no horizonte, seus olhos azuis parecendo estarem totalmente fora de órbita. — Nós tentamos de todas as maneiras possíveis, mas mesmo assim... nós perdemos.

A discussão sobre fatos e possibilidades seguia adiante, mas a mente de Steve Rogers continuava vazia. O vazio do silêncio. As palavras de seus companheiros ecoavam como sons distantes em sua cabeça e ele mal conseguia distinguir a quem pertencia cada voz, mas seus olhos permaneciam ali, vidrados no corpo cinzento de Visão. Steve havia dito que não se negociavam vidas, mas quantas vidas mais Thanos seria capaz de negociar para concluir seus objetivos? Independente da resposta, o fato era de que o Titã Louco era o vencedor.

De repente, algo fez o capitão acordar.

— T-tem algo que eu não contei pra vocês e, e nem pra ninguém. — a outra face do Hulk disse, finalmente ganhando a atenção de Rogers. — Quer dizer, o Clint sabe, mas...

— Se é algo importante, fale logo. — Okoye bradou com pressa.

— A joia, a-a joia da alma que estava com o Thanos. — O cientista hesitou por um instante. — É falsa.

— O quê? — Steve Rogers desviou seu olhar pela primeira vez, fitando os olhos do amigo que falava.

— A verdadeira 'tá aqui, na Terra. — Bruce respirou fundo. — Com a minha filha.


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Notas finais do capítulo

E foi isso! =)
A próxima atualização sai em 16/05.
Até lá, me deixem comentários para saber o que acharam! Responderei todos com o maior carinho. Podem mandar mensagem para comentar sobre a história também, amo conversar.
Beijinhos e até lá!