nicht nichts ohne dich escrita por Last Rose of Summer


Capítulo 2
capítulo dois


Notas iniciais do capítulo

Draco não aceita estar em segundo lugar.



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Draco segurou o punho de sua espada, Algoz, com mais força, e desferiu um golpe contra Greg, que levantou seu escudo bem a tempo de se defender. Vince, que flanqueava Draco, aproveitou-se da distração para tentar atacar, mas Draco rapidamente aparou a estocada com a lâmina de sua espada, e aproveitou o impulso para girar a espada, torcer a arma de seu amigo, e desarmá-lo.

Vince soltou uma exclamação de surpresa. Draco deu um passo para trás, veloz, desviando de um golpe de Greg, ao mesmo tempo em que encostou a ponta da espada contra o pescoço de Vincent.

— Morto! — disse, um sorriso no rosto, a palavra cortada por sua respiração ofegante. Não demorou muito tempo se deliciando na vitória, porém, uma vez que Greg ainda estava “vivo”.

Agora seria mais fácil, porém. Um dos adversários já estava de fora, e Draco poderia focar em vencer o outro. Afastou as pernas, ajeitando sua postura, e voltou a trocar golpes com Greg. Ele estava melhorando cada dia um pouco, e em breve, talvez, Draco não fosse capaz de vencê-lo se estivessem dois contra um.

Talvez. Bem, algumas vezes. Bem, Gregory teria uma chance, se a luta durasse por tempo o suficiente para Draco se cansar.

Draco trocou a espada de mão, aparou uma estocada, lançou outra. Ele e Greg trocaram golpes por alguns minutos, Draco permitindo que a luta durasse em vez de acabá-la imediatamente ao ver uma abertura. Greg não aprenderia nada se a luta acabasse muito rápido, afinal.

Dez minutos. Quinze. Greg já estava suando aos bicos, a respiração entrecortada, a defesa desleixada.

— Draco, — disse, e a palavra pareceu sair com dificuldade. — Põe um fim na minha miséria.

Draco riu, alegre, e pôs a espada de volta na bainha.

— Você precisa trabalhar mais na sua resistência, Greg. Às vezes a única maneira de vencer uma luta é durar mais que seu adversário. Dá para melhorar a postura, também. Pés separados, escudo mais alto, evitar abrir sua defesa quando for atacar.

— Fácil falar, — Greg disse. Tentou dizer. Ainda respirava pesadamente, e se apoiava contra as arquibancadas do anfiteatro. — Deuses, Draco. Você ainda vai causar a minha morte.

— Muito pelo contrário. — Draco passou por ele, deu um tapinha nas costas, e pegou uma das garrafinhas de água que estavam na sua mochila. — Quando você sair do acampamento, o que eu te ensinei vai te manter vivo.

— Eu sou só um filho de Deimos, — Greg deu de ombros. — Monstros não estão preocupados em acabar com a minha vida.

— É bom sempre estar preparado. Você conhece a história de Jean, — Draco começou a falar, garrafa ainda em mãos, quando uma voz o interrompeu.

— Draco! — era Pansy. Só Pansy chamava seu nome daquela forma, meio cantada, extremamente irritante. Draco virou-se para encará-la, as sobrancelhas erguidas. — Seu estilo de luta é uma obra de arte.

Draco sorriu, falso.

— Eu sou o melhor espadachim do acampamento, Pansy, — ele deu de ombros, como quem queria dizer “por que você está me dizendo o que eu já sei?”. Pansy, por sua vez, só sorriu. Aquele sorriso cheio de dentes, de quem sabia alguma coisa que ele não sabia. Draco semicerrou os olhos, mas não perguntou nada. Sabia que Pansy diria o que queria dizer, quer Draco demonstrasse interesse, quer não.

— Talvez não por muito tempo, querido. Não ficou sabendo? Aquele garoto- qual era mesmo o nome dele? Filho de Lily Evans? Matou o Minotauro sozinho, às portas do acampamento, depois de escapar das fúrias. Todo mundo está falando sobre isso.

Draco cruzou os braços, as sobrancelhas franzidas. Manteve-se em silêncio por um longo minuto. O Minotauro era notavelmente difícil de matar e nenhum recém-chegado seria capaz de fazê-lo. Não sozinho. Por mais poderoso que fosse. Draco talvez conseguisse, claro. Talvez aquela menina, filha de Athena, a Granger. Mas o famoso filho de Lily Evans, criado no meio dos mortais?

— Impossível, — respondeu, por fim.

— Seu reinado está chegando ao fim, — Pansy afirmou, e parecia absolutamente feliz com a perspectiva.

Draco rosnou para ela, que soltou um sorrisinho. Então saiu do anfiteatro, os passos pesados, Vincent e Gregory em seu encalço. Precisava ver aquilo com os próprios olhos.




Harry Potter era filho de um dos três grandes. De Poseidon, não menos, como provara sua breve façanha contra o Minotauro e sua subsequente habilidade de curar a si mesmo em contato com a água. Ele sequer vencera o Minotauro sozinho! — Granger estivera com ele o tempo inteiro. Sem dúvida a filha de Athena tinha feito a maior parte do trabalho, e agora ele estava levando os louros da vitória.

Draco estava com raiva. Não porque as pessoas estavam achando que o garoto era um melhor lutador que ele — e Draco não tinha nada além de escárnio para oferecer a essas pessoas, porque francamente —, mas porque ele mal tinha chegado no acampamento e estava navegando por aí sob a fama de sua mãe e uma luta com a qual ele dificilmente tinha contribuído o suficiente.

Era só ele piscar seus enormes olhos verdes que todo mundo ia correndo ajudá-lo com o que quer que ele quisesse, e ugh. Honestamente? Patético. Draco se perguntava se as pessoas que adoravam o chão em que Harry passava tinham a coragem de olhar-se no espelho mais tarde.

— Olha para ele! — Draco resmungou na direção de Vince e Greg, que se entreolharam.

Estavam os três sentados na mesa de Zeus, durante o almoço. Num geral, Draco se sentava na mesa de Ares — os filhos de Fobos e Deimos se sentavam lá, afinal, e a mesa de Zeus tendia a ser solitária —, mas naquele dia em particular, Draco não estava com saco para lidar com gente.

Estava todo mundo falando sobre Harry Potter, e ele não queria falar sobre isso.

— Ele não me pareceu de todo ruim, — Greg disse, dando de ombros.

— Como não? — Draco abandonou a própria comida em favor de olhar Greg diretamente no rosto para demonstrar o quanto estava horrorizado com aquela afirmação. — Gregory, só- olha pra ele!

Ele estava sentado na mesa de Hermes, pequeno no meio de tanta gente, a camisa laranja do acampamento grande demais para seu corpo magricela. Parecia rir, tímido, de alguma piada que um dos gêmeos tinha feito. Draco suprimiu a vontade de socar a mesa.

— Não é possível que ele seja um melhor lutador que eu, — Draco resmungou por fim. — E eu vou fazer todo mundo ver isso, você vai ver.

— Draco- — Vince começou, tarde demais. Draco já tinha levantado, e andava decidido na direção da mesa de Hermes.




— Malfoy. — Um dos filhos de Hermes olhou em sua direção com os olhos semicerrados, e disse seu nome como quem dizia algo desagradável. O sentimento era mútuo.

— Ruivo número… seis, — Draco retornou, um sorriso meio cruel no rosto. — Para a sua alegria, estou aqui não por sua causa, mas para falar com a nossa mais nova celebridade.

A celebridade em questão, Harry Potter, olhou em sua direção. Seus olhos eram realmente muito bonitos — verdes, profundos. Exatamente como o oceano. Draco cruzou os braços, forçando sua mente a pensar em outra coisa, e franziu os lábios.

— Potter, — disse. — Ouvi dizer que você matou o Minotauro sozinho.

— Bem, eu- — Harry começou a responder, mas Draco o impediu de terminar.

— Me poupe, sim? Eu sei que você seria incapaz de vencer o Minotauro, então não preciso nem da sua falsa modéstia, nem da sua falsa ostentação. Me encontre no anfiteatro amanhã às três da tarde, e vamos mostrar para todo mundo de uma vez por todas quem de nós dois é o melhor lutador.

— Malfoy! — O mesmo ruivo exclamou, assim que ele terminou de dizer. Parecia horrorizado. Draco sorriu mais uma vez. O ruivo olhou para Harry, olhos arregalados. — Harry, você não precisa fazer isso.

— Seu amigo covarde tem razão, Harry. — Seu sorriso assumiu um tom zombeteiro. — Você não precisa fazer isso. Mas, se não aparecer, todo mundo vai saber que você não tem coragem de aceitar um duelo justo contra outro campista. Mais que isso, todos vão saber que você é uma farsa.

— Olha, cara, eu não sei quem você é-

— Draco Malfoy, filho de Zeus, e melhor espadachim do acampamento. — Draco o interrompeu mais uma vez. Pensou em oferecer sua mão, mas decidiu não fazê-lo. Potter parecia do tipo que o ignoraria por despeito. — Também a pessoa que vai mostrar para todo mundo do acampamento que você não é metade do que eles acham que você é.

— Eu aceito seu duelo, Draco Malfoy, filho de Zeus. — Harry semicerrou os olhos, enraivecido.

Bom, Draco pensou. Bingo.

 


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Notas finais do capítulo

Olhem essa fighting scene, gente!! I'm v proud of it, aaaa. Draco é um lil' shit, aliás. Mas é um lil' shit que mora no meu coração.

Gotta work this rivals to lovers amirite?



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