O filho do meu coração escrita por Phoenix


Capítulo 1
Eu nunca percebi


Notas iniciais do capítulo

Só digo que chorei muito no filme.



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Quando conheci aquele garoto, foi diferente de tudo que senti. Sempre fui muito lógico em meus pensamentos, talvez por isso demorei tanto a entender. Sentimentos não racionais. Sentimentos não são lógicos. Depois de muito tempo, eu entendi! Eu queria um filho. Me aproximei muito de Peter, mas ele não era sangue do meu sangue, não tinha meu DNA, por isso precisava conversar com a Pepper para mudar essa situação.

Estávamos correndo no parque, como costumávamos fazer, quando abordei o assunto. Claro que ela discordaria, principalmente por causa de um problema ou outro em relação a salvar o mundo ou a quase morrer, mas isso era tão pequeno perto do que poderíamos fazer, do amor que poderíamos reproduzir em forma de gente.

Mas eu tenho um tremendo azar quando se trata de problemas, e mais uma vez, eles vieram atrás de mim. Ele estava vindo. Pepper me olhou com aqueles olhos como se implorasse, eu fiquei tentado, porém de que adiantaria fazer um filho se não tivesse mundo? Deixei minha amada para trás junto com meu sonho de ser pai. Eu era absurdamente cagado.

Entre todas as desgraças que estava acontecendo, quem me aparece? Ele mesmo, o moleque aranha. Como aquele menino é imprudente. Não que sua ajuda não fosse necessária, mas ele deveria tomar cuidado. Cada vez que eu pensava em algo que pudesse acontecer à ele, meu coração, ou o reator, ou o que.. você entendeu bem, sentia uma pontada de desespero.

Em certo momento dei a armadura que fiz a ele de presente. Não é que o garoto é bom? Tão novo e tão habilidoso, ele faz umas piadas boas até, nada que se compare as minhas, mas com o tempo ele pode chegar perto de ser um Tony Stark.

Dei a ordem para ele voltar para casa. Ele obedeceu? Claro que não! Que moleque atrevido. Veio com umas desculpas esfarrapadas, mas o que ele falou no final, realmente me tocou. Não haveria vizinhança para ele voltar. Essa determinação lembrou a mim mesmo quando era da idade dele. Só que eu era bem mais bonito, claro.

A coisa estava ficando feia, cada vez mais sentia uma sensação ruim, e tinha a ver com o Peter, só que não fazia sentido. E cada vez mais essa sensação aumentava, era como uma alerta, mas era uma alerta sentimental, e eu não entendia muito dessas coisas. Era um verdadeira merda.

Até que aquele momento chegou.

O pior momento da minha vida.

Não existia mais nada.

Não existia ninguém.

Agora tudo passou a fazer sentido.

Mas era tarde demais.

— Senhor Stark, eu não estou me sentindo bem! – Imediatamente essa sensação ruim disparou de vez, fazendo meu corpo se arrepiar da pior maneira possível.

— Senhor Stark eu não estou bem, eu não quero morrer, eu não quero morrer! – Disse chorando. Ele estava com medo e eu podia sentir em mim. Sua voz falhava junto com a minha sanidade. Eu estava lá, mas não podia fazer nada. O grande Homem de Ferro, não podia fazer merda nenhuma.

Então ele se jogou em meus braços querendo proteção, proteção que eu queria dar, mas não podia. Aquele abraço, que eu poderia ter dado tantas vezes, aquele abraço que eu poderia ter aproveitado mais, aquele abraço que poderia ser de reencontro era de despedida.

EU NÃO QUERO QUE VOCÊ MORRA MEU FILHO!

Minha alma gritava, mas meu corpo, meu cérebro não reagiam. Coloquei-o deitado no chão, com uma enorme vontade de chorar, de gritar, de dizer que eu sabia o que sentia por ele, que eu tinha me afeiçoado por aquele cabeça oca, que eu o considerava meu filho! SIM! Agora estava tão claro! Ele era meu filho, meu filho do coração. O sangue não significava nada quando o laço afetivo era grande como o nosso, mas já era tarde. Antes que eu pudesse falar, ele disse. Sua última palavra.

— Desculpe.

Aquilo simplesmente acabou comigo. Se ele soubesse o orgulho que sentia dele. Se ele soubesse que era eu quem devia se desculpar.

Como pó ele sumiu aos meu olhos. Como pó minha alma estava agora. Sangrando, em prantos. Eu não era pai biológico, mas era pai. Eu tinha aquele sexto sentido. Foi por isso que pedi para que ele não viesse, foi por isso que me irritei quando me desobedeceu, foi por isso que eu queria um filho. Só que eu já tinha um.

Agora ele se foi.

Sem eu dizer adeus.

Sem eu dizer te amo.

Sem eu dizer meu filho.

Agora só me resta essa dor, essa saudade absurda, que eu transformei em força. E pode esperar. Eu te trarei de volta. Te prometo de coração, ou de reator ou de... vocês entenderam bem o que eu quis dizer.


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Notas finais do capítulo

Ele vai voltar gente, ele vai voltar!!!!