Às vezes, segredos caem por causa da alma. Não é no corpo exterior onde uma pessoa é reconhecida, é pelo seu espírito, pelo jeito de agir e falar. Muitos esconderam suas almas em outros corpos, esperando se esconder. Algumas poucas pessoas conheciam o segredo, porém não foram o suficiente para esconder de algumas outras. Muito menos dos animais. Dizem que os animais podem reconhecer aqueles que amam em qualquer corpo, qualquer fantasia. É como se pudessem sentir nosso espírito. Quantas farsas já descobertas por animais...
Escondidos em outro corpo, tentamos agir como seu velho dono. Todavia, se não o somos, não podemos nos esconder para sempre. Até mesmo pessoas começam a suspeitar. Nosso verdadeiro ser transparece em situações reveladoras. E os animais tentam nos comunicar um “Eu avisei”.
Não foi diferente o que houve naquele dia. Dois amigos que tentavam esconder a almas um do outro. Primeiro, algo fácil de esconder. Um pensamento, um sentimento. Depois, algo que poderia ser captado por qualquer reconhecedor de almas. Sua verdadeira essência.
Um mal-entendido, sempre perfeito para revelar aquilo que escondemos. Mas dessa vez parecia que estava dando certo, mesmo que magoasse aos dois. Porém, outro logo se seguiria. Um que poucas coisas poderiam reparar. Um inimigo em comum, uma pessoa com quem se importa. O que melhor para aflorar seus instintos protetores?
...
Adrien estava triste pelo pensamento de Marinette não gostar dele e Marinette estava preocupada que ele descobrisse que gostava até demais. Esse segredo ainda ficaria guardado por um tempo, no entanto outro se quebraria logo em seguida.
Hawkmoth. Figurinha repetida para os heróis Marinette e Adrien, quer dizer... Ladybug e Chat Noir. Ainda mais com um amigo ao lado, não tardaram a agir. Adrien agarrou a primeira coisa que viu, aquela que o fez sentir com seu bastão em mãos e utilizou para segurar o vilão, protegendo a amiga que não precisava de proteção.
—Adrien, cuidado! - gritava Marinette, preocupada
Algo similar a uma luta de esgrima iniciou-se e ela assistia sem conseguir desviar os olhos. Sentia que se piscasse, ele se machucaria e ela não poderia ajudá-lo a tempo. Toda essa atenção foi muito oportuna, pois no momento em que ele seria acertado, ela estava lá para tirá-lo do caminho. A bengala de Hawkmoth só acertou e machucou o chão.