Pandora escrita por majestyas


Capítulo 8
Capítulo VIII. Eu estarei do seu lado.


Notas iniciais do capítulo

"hello, brother."

E aí, galeraaaa! Tudo em cima? Sabe, eu especialmente gostei do final desse capítulo. Espero que apreciem também. Quando começar (vocês saberão a hora certa) deem play nessa música aqui:


https://m.letras.mus.br/x-ambassadors/renegades/traducao.html



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/759645/chapter/8

 

 

Depois da visão de Alice, a família ficou super agitada e Benjamin apreensivo, seu criador sempre o manteve afastado dos Vulturi. Mesmo assim ele decidiu continuar conosco. Todos estão curiosos para saber o que o queridinho dos vampirões quer.

 

 

Finalmente o temido dia chega, fazendo eu e meus irmãos faltarmos a escola. Fico um pouco feliz internamente, não teria que enfrentar a aula de biologia e aqueles desafios que Eddie faz praticamente sozinho. Esperamos pacientemente o convidado inesperado chegar, Jazz tendo muito trabalho em controlar os nervos de todos.

 

 

— Um minuto — anuncia Alice, levantando-se do sofá. Agarro a mão de Edward por impulso, com medo.

 

 

— Vai dar tudo certo — ele sussurra para mim, beijando minha cabeça.

 

 

Quando finalmente ele chega, meu coração parece que vai saltar para fora do meu corpo. Carlisle abre a porta e o recebe junto com Esme, sendo educadíssimos, como sempre. A voz do recém chegado é charmosa e extremamente fria. Entra em casa e avalia tudo com a cara impassível. Me levanto, sendo seguida por Edward. Isso chama a atenção do vampiro italiano, que olha bem no fundo dos meus olhos, fazendo meu coração saltar dolorosamente.

 

 

Pareceu respirar fundo e então um grande choque passou por seu rosto. Edward rapidamente se coloca a minha frente, sendo seguido por Jasper e Emmett, mesmo eles aparentemente não fazendo ideia do que está acontecendo.

 

 

— Pandora é La tua cantante do Vulturi — Edward conta entredentes.

 

 

— Não fale como se eu fosse ataca-la, Cullen — o vampiro de olhos vermelhos brilhantes diz com certa arrogância — sou antigo o suficiente para resistir a isso — ele olha para mim, suavizando a expressão — dou minha palavra que não irei ataca-la, senhorita.

 

 

— Eu acredito nele — finalmente digo, sorrindo um pouco para o italiano e ignorando protestos, indo até ele — é um prazer, sou Pandora.

 

 

— O prazer é todo meu — ele pega delicadamente minha mão e a beija lentamente, me fazendo arrepiar — Meu nome é Alec Vulturi. Ouvi muito falar da senhorita.

 

 

— Pode me chamar por você. Sem nenhum tratamento formal, por favor. E espero que tenha ouvido coisas boas.

 

 

— Coisas fascinantes, confesso — diz — mas infelizmente minha visita adiantada, antes da sua festa, não é por sua causa. E sim por causa dele.

 

 

Todos ficam chocados quando Alec se vira para Benjamin, que encara tudo no canto da sala.

 

 

— Eu? — disse surpreso o egípcio.

 

 

— Você mesmo. Mestre Aro ordenou que eu  pessoalmente avisasse o que houve com seu clã — respondeu calmamente o italiano.

 

 

Um calafrio passa pelo meu corpo, pressentindo algo ruim.

 

 

— O que houve? — a expressão de Ben endurece.

 

 

— Sua ex companheira Tia transformou um humano e juntos eles... — pausa para uma careta de repulsa — transformaram uma criança.

 

 

Olhares arregalados, arquejos, lamentos e até mesmo abraços rolam nesse momento. Fico sem entender muito bem o porque dessa reação, mas logo junto um mais um e vejo: crianças que não se controlam, nunca crescem, dependendo da idade, elas poderiam sair matando por aí sem problemas, cedendo a instintos básicos.

 

 

— A criança matou algumas pessoas, mas logo foi neutralizada por membros da guarda. Os outros do clã foram condenado a morte junto com o casal, porque sabiam e acobertaram tudo — conta o vampiro.

 

 

Olho para Ben, que está paralisado em uma cara de horror. Ele não tem mais família, um lar, nada. Minutos se passam e ninguém diz nada, todos parecem estátuas pela sala. Apenas eu me movimento.

 

 

— Vamos dar um passeio — digo serenamente, indo até meu amigo e pegando sua mão. Ele continua com a mesma expressão, deixando-se ser levado por mim.

 

 

Edward fez menção de me acompanhar, mas nego.

 

 

— Alice fica de olho, não é, sis? — falo.

 

 

— C-claro — ela assente.

 

 

Ben e eu começamos a adentrar a floresta, sem falar nada. Aos poucos sua expressão vai suavizando.

 

 

— Você sabe que meu clã está de braços e tudo mais abertos para você, não é? — falo finalmente. Eu consigo enxergar minha casa ainda, não estamos tão longe — você definitivamente não está sozinho nessa.

 

 

— Eu sei. Obrigado — diz, sem muita firmeza.

 

 

Ele levanta a cabeça para nossa esquerda, parecendo cauteloso.

 

 

— Tem alguém chegando — avisa.

 

 

— Se for lobo eu estou aqui com um amigo! — grito. Ben me olha irritado — calma! Só estou prevenindo. Se for lobo, ótimo, se não for, você mete bronca!

 

 

Ele dá o que parece ser uma sombra de sorriso. Viramos nossos rostos para onde alguém vem correndo. Leah. Ela vem na forma humana, com seu shorts jeans e camiseta regata. É impossível não apreciar o quanto ela é linda.

 

 

— E aí, pirralha, Jacob pediu para... — ela perde a fala quando olha pra Ben. A loba ofega e dá um passo para frente — meu imprinting!

 

 

Ben também dá um passo para frente, parecendo hipnotizado pela quileute. Sério, só faltou Jasper se vestir de palhaço e fazer bexigas de bichinhos para bizarrice estar completa. Quando que alguém iria imaginar que isso aconteceria?

 

 

Fui me afastando deles, prevendo um beijo chegando — e algo mais. O sorriso que eu dou parece querer pular para fora da minha cara. Estou tão feliz pelos dois! Beleza que as circunstâncias são péssimas, mas cara, meu Deus! Só os céus sabem o quanto eles precisavam disso.

 

 

— Vocês não vão acreditar! — chego em casa gritando, animada.

 

 

Rose não estava mais na sala, nem Alice. Mas logo vieram por causa do meu grito. Esme e Eddie me olharam de cima a baixo procurando ferimentos. Reviro os olhos, mas logo faço uma careta, eu realmente me machucava com frequência.

 

 

— Diz logo o que foi, esquisitinha! — Emm desvia seu olhar da TV e me olha.

 

 

— Leah sofreu um imprinting pelo Ben! — pulo, batendo palmas.

 

 

O choque na sala era geral. Quase ri da cara deles, mas eu mesma provavelmente devo ter feito uma igual.

 

 

— Mais um casamento para organizar! — Alice pula também.

 

 

— Um pouco de alegria para o pobrezinho — sorri Esme.

 

 

— Bizarro — comenta Rose com uma careta, logo desaparecendo novamente.

 

 

— Isso é tão... — Edward parecia sem palavras.

 

 

— Inesperadamente incrível! — completo.

 

 

Paro de pular e olho para Alec, que está sentado em uma das poltronas. Ele parecia deslocado ali, com seu terno italiano super caro preto e a capa sinistra, encarando o nada seriamente.

 

 

— Convidamos Alec para ficar conosco até sua festa — comenta Esme, observando eu olhar para o vampiro. Ele me pega encarando e eu desvio o olhar, corando.

 

 

— Legal, seja bem-vindo — digo apenas, indo até Edward no piano — toca a minha música?

 

 

Ele sorri e assente, começando a doce melodia. Encosto minha cabeça no seu ombro, pegando meu celular e respondendo a mensagem de Bonnie, uma colega de classe legal, que perguntava sobre a redação para entregar e se eu estava doente. Na escola, todos acham que minha saúde é frágil, já que eu estou sempre faltando por estar doente. Bonnie é gentil o suficiente para se preocupar e me tratar bem, mesmo que eu não nos permita criar uma laço de amizade mais forte.

 

 

·.༄࿔

 

 

Ben não voltou mais para casa naquele dia. Ficamos preocupados, mas decidimos dar um tempo ao coitado. Alec não é exatamente sociável, mas parece se esforçar, principalmente comigo. Diferente do que fiz com Ben, não convidei ele para assistir filme comigo e Edward. Tenho certeza que o leitor de mentes me mataria se fizesse.

 

 

No dia seguinte o egípcio voltou para casa menos triste. Havia um brilho no seu olhar que não tinha antes.

 

 

— Eita que a noite foi boa, ein? — sorrio maliciosa, olhando para o meu amigo.

 

 

Ele retribui o sorriso, sentando ao meu lado.

 

 

— Ela é maravilhosa — suspira.

 

 

— Eu sei! — concordo animada, me lembrando rapidamente a Monica de Friends com seu famoso "I know!"  — Leah é incrível e fico super feliz por vocês! Aliás, temos algo para te falar também.

 

 

— Mais notícias ruins? — ele fica temeroso.

 

 

— Claro que não, faraó vampiro — reviro os olhos — pode dizer, papai.

 

 

Carlisle sorri, ficando de frente para nós. Todos estão reunidos na sala, apenas Alec saiu para "caçar".

 

 

— Gostaria de convidá-lo a se unir a nossa família — diz.

 

 

Dou um gritinho animado, agarrando o braço do meu futuro novo irmão.

 

 

— Por favorzinho, Ben! Você vai amar fazer parte da nossa família! Poderá ter um quarto só seu, até mesmo uma casa só sua para morar com a Leah aqui perto. Pensa que demais: me ver todos os dias! Competição de xadrez com os melhores jogadores, tipo eu. Jogos de baseball vampírico e tal — falo desenfreada.

 

 

— Querida, respire! — Esme ri.

 

 

Assinto, olhando com expectativa para o vampiro ao meu lado. Ele olha atentamente para todos, que estão sorrindo para ele. Finalmente, depois de séculos, ele sorri e assente.

 

 

— Eu aceito — pulo em cima dele, agarrando seu pescoço em um abraço animado.

 

 

— Seja bem vindo a louca família Cullen, o maior e mais legal clã de vampiros e uma humana do mundo! — falo, soltando ele.

 

 

— Obrigada, Hator — ele ri.

 

 

Saio de cima dele.

 

 

— É melhor eu não fazer isso perto da Leah, vai que acabo sem um membro — comento, gerando risadas.

 

 

O resto da família parabeniza ele, engatando uma conversa animada em que todos participam.

 

 

— Isso merece um bolo de comemoração! — fico em pé, indo até a cozinha.

 

 

— Mas só você come — observa Rose.

 

 

— Espertinha! — completa Emmett, fazendo todos rirem. Mostro a língua para eles, continuando meu caminho até a cozinha.

 

 

— Qual sabor você quer, querida? — Esme já estava pegando as coisas.

 

 

— Imagina só, mamãe. Eu mesma faço — digo.

 

 

Ela me olha surpresa. Eu não sou de cozinhar, na verdade, só ela cozinha para mim, mas isso não quer dizer que eu seja uma completa inútil. Mais ou menos.

 

 

— Tem certeza? — ela diz em dúvida.

 

 

— Claro, claro — droga, peguei essa mania do Jacob.

 

 

Ela assente e vai em passos humanos para a sala. Fico uns segundos perdida, mas pego meu celular e vejo uma receita. Coloco em cima da mesa e vou separando os ingredientes.

 

 

— Posso ficar aqui? — Alec me assusta, me fazendo apontar a frigideira para ele, que sorri — calma aí, não precisa me atacar... Com a frigideira.

 

 

— Ah, foi mal — abaixo a panela, colocando de volta no balcão — é que você me assustou.

 

 

— Desculpe por isso — diz, indo se sentar em um dos banquinhos da bancada.

 

 

— Sem problemas, acontece com bastante frequência comigo — dou de ombros — morar com vampiros tem sua parte chata.

 

 

— O que mais é chato? — pergunta. Ele está puxando assunto comigo? Que legal!

 

 

— Bom, a super audição deles é uma merda — faço uma careta — não posso nem fazer xixi sem me sentir constrangida. E também tem a sua velocidade que aparece mais um teletransporte de tão rápido. Principalmente Edward. Às vezes eu quase morro do coração, porque em um segundo ele está sei lá onde, já no outro está do meu lado — vou zanzando pela cozinha, com Alec me seguindo com aqueles olhos vermelhos quase florescente de tão chamativos — eles também são bem mais inteligentes do que eu, mas isso eu não ligo tanto. Sei um pouco de piano, violão, três línguas fluentes e algumas arranho e, claro, venço Emmett no xadrez — conto orgulhosa, sempre em movimento.

 

 

— Gosta de xadrez?

 

 

— É um passatempo familiar. Sempre estamos jogando — conto — gosto de jogar com todos, menos Alice e Edward, é claro. Edward até dá pra driblar, mas Alice não — faço uma careta.

 

 

— Consegue driblar o leitor de mentes? — pergunta, surpreso.

 

 

— Minha cabeça é demais para ele — sorrio brevemente, apontando para minha cabeça  — é tudo nublado, então ele tem dificuldade.

 

 

— Você tem algum dom, é isso? — ele não parece estar entendendo muito bem.

 

 

— Eu... — mas sou interrompida por Alice e Edward, que chegam de repente. Ponho a mão no peito, meu coração quase saindo pela boca — céus! Viu só, Alec? Sustos constantes.

 

 

— Exagerada — Alice revira os olhos.

 

 

— Você não reclama disso quando fazemos algo para você — observa o topetudo.

 

 

— Está faltando coisa para enfeitar o bolo — mudo de assunto rapidamente, dando um sorriso cínico.

 

 

— Eu sei — claro que Lice sabe — vamos lá comprar?

 

 

— Mas e... — ela não me deixa terminar, praticamente me arrastando até a garagem.

 

 

— Edward vai terminando. Aliás, vamos pegar o carro dele emprestado.

 

 

— Ele sabe disso? — pergunto, já entrando no Volvo.

 

 

— Vai saber — ri dando partida e acelerando muito.

 

 

Acho que deixo uns órgãos para trás.

 

 

·.༄࿔

 

 

Quando chego em casa, horas mais tarde graças a Alice e seu ataque de "eu realmente preciso comprar aquilo", o bolo já está feito, tem até cobertura.

 

 

Faço uma careta frustada. Eu só queria fazer um bolo sozinha...

 

 

— Tudo bem? — noto o vampiro da realeza perto, sentando-se do outro lado da mesa.

 

 

— Ah! Ah, oi Alec — coro, um pouco assustada — Nem te vi aí. Sim, tudo sim.

 

 

— Eu terminei para você, espero que não se importe — fala. Não entendo. Ele terminou o bolo? Ele? O vampiro centenário, milenar, que seja! Ele mesmo, o carrasco dos Vulturi?

 

 

— O quê? — murmuro, bobamente.

 

 

— Eu terminei o bolo — ele diz mais lentamente — O Cullen, digo, Edward saiu um pouco depois de vocês da cozinha.

 

 

Estranho a atitude do meu irmão, mas não protesto. Provavelmente eles trocaram farpas e Eddie preferiu sair a brigar mais.

 

 

— Obrigada, Alec — falo, tirando os doces que comprei das sacolas e colocando no bolo — Não precisava, de verdade.

 

 

— Confesso que foi uma experiência totalmente nova e estranha — vi um princípio de sorriso — mas não foi ruim. É bom para distrair um pouco.

 

 

— Nunca fez um bolo? Nem quando era humano? — pergunto, curiosa. Olho de canto de olho para ele, que fica mais sério. Terreno perigoso?

 

 

— Quando eu... Quando eu era humano, há muito tempo atrás, minha família não era exatamente boa financeiramente. E eu não fazia nada doméstico, isso era trabalho para minha mãe e irmã — conta lentamente, com um olhar perdido em lembranças — haviam bolos, sim. Não tão enfeitados quanto esse. — ele dá uma risada curta e... Triste? — mas eram bons, minha mãe fazia com muito carinho. No nosso aniversário ela sempre fazia.

 

 

— Nosso? — levanto uma sobrancelha, curiosa.

 

 

— Jane é minha irmã gêmea — ele sorri minimamente — ela também faz parte da guarda.

 

 

— Que fofos, juntos até depois do fim — sorrio abertamente.

 

 

— Tenho sorte em tê-la — concorda ele.

 

 

— Sua família é muito grande? — pergunto, curiosa.

 

 

— Família? — estranha.

 

 

— É, os Vulturi — respondo o óbvio.

 

 

— Os Vulturi não são uma família, sim um clã — faz uma careta.

 

 

— Tem diferença? — eu estranho.

 

 

— Sim — ele demora um pouco para continuar — clã é o que somos. Unidos por algo em comum. Família é o que você tem.

 

 

— Unidos pelo amor — completo para ele.
Ele assente. Eu sorrio.

 

 

— Tenho sorte em tê-los — comento distraidamente — não imagino vampiros melhores para me acolherem.

 

 

— Os Vulturi — sugere como quem não quer nada.

 

 

— Oh, não. Sem ofensas, mas não — falo — eu preciso de uma mãe, um pai, meus irmãos. Uma família, sabe? Logo terei um momento tão importante, o da transformação, o começo do "para sempre". Não imagino como seria doloroso sem eles. Ter criado esses laços é essencial para que eu me sinta menos perdida quando tudo acontecer. Não tenho vergonha de dizer que eu amo ser mimada pela mamãe, nunca tive isso, então agora é como um sonho se tornando realidade e... — paro meu falatório, olhando para o vampiro que me olhava fixamente. Coro, desviando o olhar — desculpe, às vezes eu não consigo parar de falar.

 

 

— Eu gosto — ele diz simplesmente. Ele puxa assunto novamente e conversando sobre coisas amenas. Como meu bolo, que está maravilhoso, sempre acompanhada do meu mais novo amigo vampiro. Ele se mostra uma companhia boa, apesar de diferente do que eu estou habituada.

 

 

Bom, já estou feliz por faltar aula mais um dia.

 

 

·.༄࿔·.༄࿔·.༄࿔

 

 

BÔNUS — Narração por
Leah Clearwater.

 

 

"Fuja comigo
Almas perdidas em farra
Correndo selvagem e correndo livre

 

 

Duas crianças, você e eu"

 

 

Sempre pensei na minha vida como antes e depois da minha separação com Sam. Pode parecer uma bobagem adolescente — e céus! Todos sabem o quanto eu detesto isso — mas tudo mudou com ele. A vida pacata em La Push fez sentido quando Sam me beijou pela primeira vez. O sol brilhou mais forte quando aprofundamos nossos laços, ele foi o homem a quem me entreguei pela primeira vez. A cada nova promessa que fazíamos ao outro, era como se um sopro de felicidade atingisse minha alma. Ele foi o meu primeiro e graças ao céus, não foi o último.

 

 

"É a nossa vez de fazer a mudança
É a nossa vez de fazer reparações
É a nossa vez de quebrar as regras
Vamos começar"

 

 

Eu amaldiçoei muito a vida por me fazer passar pelo o que eu passei. Toda a dor, a angustia, o ciúmes, a vergonha, a inveja, o sentimento de traição, a amargura de não ser boa o suficiente. Sam estava cravado em mim como um maldito perfume ruim e eu não conseguia tirá-lo, por mais que tentasse.

 

 

Meu pai morreu, se não bastasse isso, toda minha vida foi mudada por causa de algo estúpido como a tradição dos lobos. Aturar Sam me dando ordens, ter vários caras lendo meus pensamentos, não controlar minha raiva, meu corpo... Ver minha prima, aquela a quem eu odiava, mesmo depois de saber sobre o Imprinting, feliz com o homem que era meu... Era demais para mim.

 

 

Mas hoje eu vejo: a vida estava apenas guardando o melhor para o final, para quando eu iria realmente precisar. Quando todas as minhas esperanças estivessem mortas, quando tudo que poderia fazer era assistir a felicidade alheia e torcer para algo acontecesse, qualquer coisa, que me tirasse da mira do vazio que me tomava.

 

 

"E eu digo,
hey, hey hey hey
Vivendo como se fôssemos renegados
Hey hey hey
hey hey hey
Vivendo como se fôssemos renegados
Renegados

 

 

Renegados"

 

 

Meu momento de glória foi quando vi aqueles olhos vermelhos, algo que se não fosse ele, eu teria arrancado fora. E rido.

 

 

Mas não, Benjamin é diferente. Eu senti, desde o momento em que coloquei os olhos nele. Ele seria minha redenção, talvez minha ruína, mas eu não me importo. Eu sei que parece errado, eu sei que é repulsivo para o bando. Eles estão me julgando a cada pensamento e olhada mais demorada. Mas eu não ligo. Pela primeira vez nessa maldita vida, eu simplesmente não ligo. Tudo que me importa agora é Ben, meu charmoso vampiro egípcio. Meu imprinting. O homem mais amoroso, atencioso, divertido, esperto e incrivelmente perfeito para mim que poderia existir.

 

 

Onde eu estava com a cabeça quando pensava amar Sam? Parece uma ideia tão idiota agora. Boba. Uma paixão adolescente que durou tempo demais.

 

 

Tudo bem se formos apenas nós contra todos. Ele também não se importa. Vampiros, humanos, lobos... Podemos ser renegados pelo mundo, mas sempre teremos os braços um do outro para deitar a noite.

 

 

E isso basta.

 

 

"Renegados"

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Quem aí shippa Leah e Ben??