Pandora escrita por majestyas


Capítulo 3
Capítulo III. Monstros são reais e eu chamo de família.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gracinhas. Nesse capitulo os lobos aparecem, amo isso. Sim, a fic vai ter um ritmo acelerado assim. A cada capitulo uma ou duas confusões para esquentar as coisas haha
A música Pandora eu imagino como a música que Edward fez para Bella. Para quem não lembra, aqui o link:

https://www.youtube.com/watch?v=Od-3oxpFWB0

Eu amo ela, espero que gostem também.

Com amor, Yas.



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— Alice, vou dar um passeio na floresta. Não vou me afastar — aviso, saindo de casa — logo volto.

Ela assente distraidamente, concentrada no desenho que está fazendo. Algo como vestido para um aniversário...

Carlisle saiu para resolver algumas coisas no hospital e Esme o acompanhou, porque iria comprar algumas coisas que estão faltando em casa. Rosalie aproveitou e foi junto, alegando querer se distrair com a civilização. Já Edward, Jasper e Emmett decidiram sair para comer fora juntos. Emmett disse que seria uma caçada achar comida decente por aqui. Todo mundo sorriu, eu não entendi. Sorri também para não parecer desajustada. Mas estranhamente isso pareceu tornar a frase mais engraçada, já que isso fez Emmett rir. E então sobrou Alice, que ficou feliz em me fazer companhia em casa, absorta em seus projetos.

Ando pela floresta, prestando atenção ao meu redor. Nem percebo a hora passar, o clima pacífico que emana da natureza é inebriante. Chego em um lago bonito, onde minha paz é tirada em um piscar de olhos.
Vários lobos surgem, monstruosamente enormes, rosnando para mim. Ponho as mãos na boca, parece que meu coração vai saltar para fora. Estou tão assustada que tropeço e quase caio. Um deles aproveita e avança mais, olhando nos meus olhos. Seus olhos grandes e castanhos parecem racionais demais e vidrados nos meus. Sinto algo diferente dentro de mim. Um carinho por ele, não sei explicar.

Me ergo devagar, ouvindo algo como ganidos e mais rosnados, enquanto todos os lobos se distanciam e vão para trás das árvores. O castanho faz o mesmo, sem tirar os olhos de mim. Vejo de relance ele... Ele se transformando em um homem!

Respiro fundo, tentando normalizar minha respiração. Estou zonza. Pisco algumas vezes tentando assimilar o fato daqueles lobos gigantes terem quase me atacado e eu estar alucinando sobre homens-lobos.

Vários homens altos, morenos e musculosos aparecem no lugar dos lobos vindo até mim. Só há uma mulher, tão intimidadora quanto o resto. Claramente todos são indígenas, me fazendo lembrar do que Esme comentou brevemente sobre uma reserva perto.

Um deles me chama a atenção, ele me olha ansioso e praticamente corre até mim. Finalmente para na minha frente e fica um tempo encarando. Fico um pouco envergonhada e decido falar algo.

— Olá? Quem é você?

— Quem é você? — ele retruca sorrindo. Mas parece meio desconfiado.

— Ela tem o cheiro dos sanguessugas — um deles se aproxima, fazendo uma careta.

— Sanguessugas? — arregalo os olhos, olhando ao redor com um certo receio — tem sanguessugas por aqui?

— Ela pensa que é o animal — ri o que parece ser o mais novo.

— Não deixa de ser — um deles comenta.

— Por gentileza, algum de vocês pode me explicar o que está acontecendo? — pergunto, curiosa. Apesar de que devia estar bem assustada. Talvez eu esteja em assustada demais para agir racionalmente.

— Você cheira a vampiro — um deles diz.

— E vampiros não podem vir até nosso território — outro completa.

— Vampiros? — choco-me. Isso é insano. Vampiros, lobos...

— Sim, eles existem — um deles revira os olhos.

O que está a minha frente não para de encarar. Mas não só encarar. Não. Ele me olha com ternura, admiração, como se eu fosse o sol em um lindo dia de verão.

— Por que você está me olhando como se eu fosse a Beyoncé? — pergunto, confusa e curiosa.

— Quem? — ele não parece estar assimilando bem o que eu digo.

— Deixa para lá — desisto.

— Jacob só tá surpreso de encontrar alguém tão linda — diz um outro moreno, sorrindo para mim.

— Obrigada — agradeço o elogio, sorrindo de Volta. Ele é bonitinho.

O tal Jacob fecha a cara rapidamente, encarando o amigo.

— Calma aí, cara — o que me elogiou levanta as mãos para o alto — Ela é sua.

— O quê? — pergunto indignada. Ok, que palhaçada é essa? Eu sou dele? Isso é algum tipo de "eu vi primeiro então é minha?" Homens estúpidos!

— Não foi isso que ele quis dizer — Jacob diz, se aproximando.

— Olha, eu não estou entendendo nada. Vou voltar para minha casa que eu ganho mais — aceno levemente para eles — Tchau pessoas que se transformam em lobos gigantes, foi muito louco conhecê-los.

— Você não pode simplesmente ir embora — o grandão mais velho diz — Temos que conversar antes.

— Sobre o quê? — cruzo os braços.

— Sobre nosso segredo — diz — Sobre esse cheiro horrível de vampiro em você.

Me senti meio ofendida pelo cheiro horrível, mas relevo. Penso no que falar.

— As únicas pessoas que eu convivo são minha família — conto — Só conheço eles nessa cidade. É impossível que eu cheire a vampiro!

— Qual seu sobrenome? — o mais velho parece estar encaixando peças em sua mente.

— Cullen — sussurro, com um mal pressentimento.

— Não é possível! — o estranho que me olha estranho da um passo para trás.

— Ela é uma sanguessuga disfarçada? — um deles que parece com muita raiva segura meu braço com força.

— Vocês são loucos? — grito, tentando me soltar — Me solta!

— Não chegue perto dela! — Jacob, o estranho, diz empurrando o meu agressor para longe — Ela é humana! — e então olha para mim — Você é, não é?

— Olha, eu não sei do que vocês estão falando, mas eu quero ir para casa — falo, quase no limite. Eu só queria dar um passeio na floresta! Como fui me meter nessa confusão?

— Como foi parar com os... Cullen? — o líder (claramente o alfa ali) parece ter uma certa dificuldade em não falar "sanguessugas".

— Eu fui adotada há dias pelos Cullen — conto, passando a mão pelo braço apertado — Pouquíssimo tempo. Eu não... Eles não me disseram... Não pode ser...

— Eles planejam usar ela! Certeza que é algum plano maligno pra transforma-la em uma sanguessuga também! — Jacob parecia ter juntado as peças de um quebra-cabeça — Eu não vou permitir isso!

Vários gritos de concordância são dados, mas eu estou perplexa demais para dizer algo.

Me usar? O quê? Alguém realmente acabou de dizer conspiração vampírica?

— Acho que ela entrou em choque — a mal humorada comenta.

— Ih, rapaz — comenta um deles, mexendo a mão na minha frente, esperando alguma reação.

Fecho os olhos e respiro fundo, tentando me concentrar na terra aos meus pés e as árvores ao meu redor. O barulho do lago é o único que eu ouço por um tempo.

— Estou bem agora — abro os olhos, mais calma — podem explicar melhor, por favor?

— Qual parte? — pergunta Jacob.

— Todas, se não for incômodo.

— Ela é tão educada — um deles comenta, admirado.

— Isso é bem estranho pra você, já que vocês agem como animais, não é? — a mulher disse, sorrindo com deboche.

— Cala a boca, Leah, você também é uma de nós — ele retrucou.

Ela faz uma careta, ficando carrancuda em seguida.

— Venha conosco — o mais velho diz, andando e sendo automaticamente seguido pelo resto. Sigo eles, que conversam distraidamente. Estão novamente calmos e isso me conforta um pouco. Mesmo assim mantenho distância do cara que me apertou.

— Então, qual o seu nome mesmo? — um deles fica ao meu lado.

— Pandora. E o seu?

— Jared. Esse cara parecendo um maníaco ciumento é o Jacob. Aquela mal humorada é a Leah. Aquele é nosso líder, Sam. O mais novo, Seth, irmão da Leah. Quil. Embry. E o Paul, o estressadinho.

— É um prazer conhecê-los — digo, forçando um sorriso.

— Tão educada — Leah revira os olhos, mas até dá um mini sorriso.

— Inveja da madame, Leah? — Paul ri e ela rosna para ele. Ela rosna.

— Claro que não, otário! Não sou uma princesinha do papai — ela faz uma careta no final e eu não entendo. Mas o tal Seth suspira.

— Isso é algo ruim? — sussurro comigo mesma. Apesar do meu pai adotivo ser um... vampiro, ele é meu pai, certo? E ser uma princesinha é legal...

— Não é não — Jacob que em momento nenhum saiu de perto de mim, diz — Leah só está sendo Leah. Não leva pro pessoal.

— É, tudo que a gente fala pode ter certeza que é brincadeira — diz Seth, sorridente.

— Nem tudo — a voz grave de Sam se faz presente.

Andamos rápido e por um caminho não tão difícil. Mesmo assim a terra suavemente me ajuda a andar por seu solo, passando despercebida pelos outros.

— Vocês conhecem minha família? — pergunto finalmente, as perguntas pipocando em minha cabeça.

— Eles são nossos inimigos mortais — Jared diz, sorrindo com deboche.

— Temos um tratado com eles. Nossos antepassados fizeram — explica Sam.

— Eles são tão velhos assim? — assovio. Devem ter o que, centenas de anos? Oh, meu Deus! São imortais. Caramba.

— São vampiros, querida. Velhos e maus. São imortais e só morrem se desmembra-los e tacar fogo — Jacob diz gentilmente, me explicando. Um fofo! Mas meio aterrorizante, com certeza.

Por algum motivo os lobos começam a rir, até mesmo Sam discretamente.

— É, querida! — Seth concorda, rindo.

— Querida... Querida! — Quil diz entre risos. Acho que Paul vai morrer sem ar.

— Querida, você não sabe no que se meteu — sorri Leah.

— O quê? — rio também, sendo contagiada — não entendi.

E isso pareceu só dar mais graça a piada que só eu não entendi e Jacob não estava achando graça. É a segunda vez no dia e eu não gosto nada.

— Babacas — ele resmunga, fechando a cara.

— Isso é jeito de falar na frente de uma senhorita? — Jared diz em tom de falsa repreensão.

— Duas — corrijo.

— O quê? — ele parece não entender. Sam dá um suspiro e Leah fecha a cara.

— Duas senhoritas — digo, apontando para Leah.

— Ah, Leah não conta — ele ri e é acompanhado. Faço uma cara indignada.

— Como assim esse mulherão não conta? — rio um pouco — Leah dá duas de mim. Se tem uma coisa que ela conta, é como mulher.

Um silêncio se faz presente, enquanto cada um absorve o comentário. Leah ergue o rosto um pouco corado e me lança um olhar de agradecimento. Sorrio para ela. Mulheres ajudam mulheres. Madame sempre nos ensinou isso. O mundo já é difícil o suficiente para nós.

— É só que... Leah é nossa irmã de bando. Nós não... — Jared tenta se explicar sob o olhar de Sam, que eu havia percebido. Aquele assunto deveria ser velho.

— Estamos chegando, Pandora! Sente só esse cheiro! Emily deve estar fazendo macarronada para o jantar. E bolinhos para agora! — comenta Seth, dissipando o clima.

— Ela é humana, idiota — Quil bate em sua nuca — não consegue sentir o cheiro.

— Ah, é — o lobinho sorri envergonhado.

— Quem é Emily? — pergunto.

— Minha noiva — Sam sorri. Parece amar muito ela. Como Carlisle ama Esme. É bonito de se ver. Até sorrio junto.

— Ah, que legal! Desejo muita felicidade e paz ao casal! — falo, animada.

— Obrigado— ele parece sincero. Praticamente corre entre as árvores, mais a frente da para ver um terreno sem árvores e com uma casa.

— Não encare ela — Jacob aproveita a bagunça e diz baixinho para mim — Sam detesta.

— Por que eu...? — começo a perguntar, mas Sam finalmente saí do meu campo de visão, me fazendo olhar sua futura esposa.

Ela é adorável! É bela como Leah, mas uma beleza diferente, mais suave. Apesar da cicatriz enorme que marca seu rosto, isso estranhamente apenas reforçava sua beleza. E com um cabelo Vanessa Hudgens 2009, com franjinha e longo, a cicatriz com certeza não é algo que chame tanta atenção para mim.

— Eu amei seu cabelo! — chego mais perto, olhando o brilho daquele cabelo preto.

— Obrigada... mas é bem comum — ela pega uma mecha e observa o próprio cabelo.

— Bom, de qualquer forma, parabéns pelo cabelo, é lindo. E não só o cabelo — continuo.

— Obrigada — ela gagueja, um pouco corada. Talvez não esteja acostumada a elogios.

— Ih, tô começando a achar que ela atira para todos os lados — comenta Jared.

— A vida é para aqueles que sabem se divertir — pisco para ele, que fica um tempo paralisado, mas logo ri, junto com os outros.

— Essa já é minha, Cullen! — Sam diz, puxando a noiva e beijando-a.

— Eles são tão lindos! — quase dou um gritinho, já que cena é muito fofa. Imediatamente me lembro de Alice. Ela morreria de amores por eles.

— Vamos comer logo — Jacob parece um pouco incomodado, um pouco divertido, me puxando delicadamente pela mão para dentro da casa. Leah já estava sentada em uma cadeira no canto, comendo.

— Toma, antes que todos peguem — Jacob me entrega um bolinho.

— Obrigada, Jacob — ele sorri como se eu tivesse dito algo maravilhoso, me fazendo sorrir também — o que foi?

— Você é muito sorridente — muda de assunto.

— Sou uma pessoa alto astral — comento, começando a comer. Está delicioso! Quase solto um gemido de satisfação — Estou realmente pensando em roubar Emily para mim! Isso está divino!

Ela entra rindo na cozinha, junto com Sam, claro. Eles parecem um só.

— Tenho uma ideia melhor! — Jacob diz — Por que não adota ela, Sam?

Sam engasga com seu bolinho, Emily me olha com ternura.

— Você é órfã, querida?

Era para ser um momento triste, mas ao ouvir a palavra "querida" Seth engasga com seu bolinho e sai até pelo nariz. E então todos estavam rindo desesperadamente, até mesmo a Leah solitária em seu canto.

— Logo depois de nascer fui deixada com minha primeira tutora. Há um tempinho atrás a família Cullen me adotou e nos mudamos para cá — explico finalmente.

— Os... — ela olhou para Sam pedindo permissão, que assentiu — vampiros? — completou, levantando uma sobrancelha.

— Descobri isso há alguns minutos — sorrio meio envergonhada. Não tenho culpa de uma família de vampiros ser justamente a minha família.

— Pobrezinha! — ela me entrega mais um bolinho, que eu aceito, mesmo sabendo que não ia aguentar comer todo. É delicioso, mas enorme e enche fácil. Não sei como os garotos e Leah comem tantos.

— Pandora... você é uma humana, mas uma Cullen. Veio para nossas propriedades, porém não sabia de nada... — Sam diz pausadamente, olhando para Jacob por uns segundos — não vai ter punição, nem nada. Mas sinto no dever de te avisar o que está acontecendo. E falar com seus... Com eles. Um aviso. Não quero nenhum deles ultrapassando a divisa.

Faço uma cara de decepção involuntária. Seria proibida de ir lá? Gostei deles.

— Menos você, é claro — Jacob sorri, segurando minha mão livre e depois olhando para Sam — não é, Sam?

O líder fica uns segundos pensando, mas assente sob os olhares de todos, até Emily que está indo e vindo, concentrada em cozinhar e arrumar a bagunça deixada pelos garotos.

— É claro. Você é bem vinda aqui, Pandora — ele dá um pequeno sorriso.

— Obrigada, vocês são muito acolhedores. Mesmo que essa situação não seja convencional, é um prazer conhecê-los — digo.

— Você é adorável — comenta Emily sorrindo para mim, que retribuo.

Ouço Leah bufar pela milésima vez e Seth tosse falsamente um "ciumenta" para a irmã, que joga uma almofada nele. O pobrezinho não desvia a tempo e acaba reclamando da força que a morena jogou em sua perna.

— Tudo bem, tudo bem. Agora saiam. Eu vou explicar tudo a Pandora — Sam manda e todos obedeceram prontamente, menos Jacob, que parece meio relutante.

Nos sentamos no sofá da sala e começamos a conversar com Emily fazendo fundo, cantando docemente enquanto cozinha.

 

·.༄࿔

Depois do que parece horas de conversa, tudo está explicado. Bom, quase tudo. Mas algumas respostas só conseguiria com minha família.

Decido contar da minha peculiaridade à Sam, ele merece saber depois de ser tão aberto.

— Em consideração por ser tão honesto e acolhedor comigo, Sam, quero contar algo também — tomo coragem e despejo tudo de uma vez — eu tenho o dom de controlar os elementos.

— Controlar os elementos? — ele parece bastante surpreso.

— Sim. Fogo, água, terra, ar, vida e morte — explico — desde que nasci tenho isso comigo, mas não costumo usar. É muito poder.

Ele para por uns instantes e eu o encaro, com medo da sua reação.

— Isso é incrível — disse ele por fim — gostaria que viesse sábado para cá. Faremos uma fogueira e contaremos histórias do nossos antepassados.

Sorrio animada com a ideia. Será fascinante! Emily, que estava de um lado para o outro pela casa, aparentemente ouve, pois sorri.

— Como acaba tarde, pode dormir aqui — ela oferece, simpática — assim não vai precisar ir tarde para casa. E também podemos passar mais tempo juntas. Se quiser, é claro.

Eu e Sam rimos do seu jeitinho.

— Eu adoraria! Podemos chamar Leah também? Podemos ter conversas de garotas! — bato palmas com a ideia.

Ela e Sam se entreolharam.

— Claro que podemos convidá-la. Mas Leah é... Difícil — ela encolhe os ombros.

— Entendo... — não entendo muito não, mas uma hora descubro.

— Venha, vou te levar para casa agora — Sam levanta e se despede de Emily. Me despeço também e sigo ele.

Jacob está nos olhando com impaciência do lado de fora. Ele sorri e três lobos surgem por entre as árvores.

— Vamos acompanha-los — avisa, desaparecendo na floresta.

Entro no carro de Sam e um tempo depois estamos em frente a minha casa. Todos esperam na entrada, com expressões fechadas encarando a floresta a frente.

Percebo que os lobos estão ali, encarando de volta. Quando eu e Sam saímos do carro, eles avançam até nós. E então fica minha família, eu e Sam e os lobos atrás.

— Estava morrendo de preocupação! — Esme não está com uma cara de raiva como os outros, mas sim quase de dor. Carlisle parece impassível. Edward, Jasper, Rosalie e Emmett furiosos. Já Alice está mordendo o lábio, brava e frustada.

— Estou bem, mãe — sussurro. Não consigo falar direito. Talvez seja o choque de saber o que eles são.

— Vocês não tinham o direto! — Edward quase grita, com as mãos em punho.

— Filho, o que houve? — Carlisle olha para ele. E então o mais novo assente, fazendo papai olhar para mim. E ele parece triste.

— Ela sabe — Alice olha para mim, parecendo triste também.

— Filha, nós não... — mas Esme se interrompe, respirando fundo. Ela parece sem palavras.

— Pandora foi para o nosso território sem saber de nada, quase a atacamos por achar que ela era uma vampira, por causa do cheiro forte de vocês nela. Conversamos e resolvemos tratá-la como uma humana qualquer. Ela é livre para acessar território quileute — explica Sam.

— Obrigado por não a machucarem — Carlisle diz, olhando dele para mim — é a nossa caçula.

De repente um rosnado é ouvido e Edward me assusta, parecendo furioso.

— Como você se atreve, cachorro? Ela não é para sua laia — Edward olha diretamente para Jacob, que reconheço como o lobo castanho avermelhado. O lobo rosna para ele.

— O que foi? — Alice pergunta, parecendo frustada.

— Ele... Ele teve um... — e então Jacob rosna novamente e avança um pouco.

— Um o quê? — pergunto, curiosa.

Uns segundos de tensão rondaram o ar, enquanto ele e Jacob se encaram.

— Nada — Edward dá um sorriso forçado, mudando drasticamente. Ele vem até mim e pega minha mão, beijando o topo da minha cabeça — estava preocupado. Vamos entrar, você precisa descansar.

Jacob avança, mas é impedido por Sam.

— Vamos embora — diz com a voz forte. Deve ser a voz de alfa que ele havia comentado — nos vemos no sábado, Pandora. Até mais.

E então todos vão embora, Jacob sendo o último, me lançando um último olhar antes de correr.

— Vamos — Edward me puxa gentilmente para dentro de casa.

Vamos todos para a cozinha e nos sentamos ao redor da enorme mesa.

— Bom... Acho que os quileutes já disseram tudo. Pelo menos o que somos — diz Carlisle. Assinto.

— Primeiro queremos que saiba que não nos alimentamos de humanos. Lutamos muito para sermos os melhores possíveis — Esme diz, pegando minha mão.

E então vem um longo discurso sobre honra, humanos e vida. Não entendo cem por cento tudo, mas pego a essência. Eles são bonzinhos. Cada um contou sua história (sempre trágica) de vida, morte e vida novamente. Explicaram que a Madame tinha pedido que cuidassem de mim por causa dos meus poderes e que confiava plenamente neles para serem meus guardiões. E que a decisão de me tornar vampira como eles e permanecer no clã é minha, que eu posso tomar quando bem entender. Nisso eles explicaram sobre os Vulturi, a realeza vampírica, quem executa as leis deles. Eles conversaram sobre mim com eles e — pasme — Madame já os conhecia e fez um acordo. Na hora certa eu me transformaria em vampira, então poderia escolher se ficaria com meu clã original ou com os Vulturi.

Depois de tanta informação, decido ir dormir. Mas não sem antes dar um abraço em cada um e dizer o quanto sou grata por tudo que fazem por mim. Não importa se eles são vampiros, lobisomens, bruxos ou fadas, eles são minha família agora, eu já os amo e sinto sua bondade.

Já estava deitada na minha cama, olhando para o teto quando batem na porta.

— Pode entrar — falo. Edward entra e fecha a porta atrás de si — Oi, Edward. O que foi?

— Eu... Eu quero saber se está tudo bem. Sabe? Entre nós. Se... Se você não está... — me parte o coração ver ele hesitante daquele jeito. Com medo de que nossa relação tivesse mudado algo.

— Eu continuo sentindo exatamente a mesma coisa por você. Aliás, como iria ficar sem meu irmão preferido? — digo sorrindo.

Ele sorri também e vem até a cama. Abro espaço e ele deita ao meu lado, virando-se completamente para mim.

— Canta aquela música de novo? — fecho os olhos.

— Claro — ele começa a passar a mão pelo meu cabelo.

— Afinal, qual o nome dela? — sussurro sonolenta.

— Eu não sei ainda. Estou pensando em Pandora's Box — ele sussurra também.

— Você quem fez? — pergunto surpresa. Ele fez uma música para mim?

— Ainda estou fazendo. Não terminei.

— Isso é... Impressionante — me esforço para dizer, em meio ao sono.

Acho que ele diz algo, mas estou muito entorpecida para reparar.


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