Acordo com as vozes empolgadas do lado de fora da barraca. Liz já não está mais ao meu lado, provavelmente está com Seth.

— Ela está — Edward coloca a cabeça para dentro da barraca, me assustando — desculpe. Queria avisar que os outros já chegaram.

— Vamos voltar para a mansão? — pergunto.

— Sim — ele então beija minha testa e sai. Pelas risadas lá fora, hoje talvez seja melhor que ontem.

·.༄࿔

— Vocês só precisam fazer isso — explica Carlisle, que ainda permanece vampiro.

— "Só". Fácil dizer, Dr. Ainda Sou Vampiro — debocha Alis.

Deixe-me explicar: há pouco tempo descobri uma função inibidora de vampirismo (ou seja lá o nome). Meu corpo meio que emite uma cura temporária, ou algo assim, que faz com que os vampiros ao redor pareçam humanos. Sem super velocidade, audição, visão ou qualquer super. Agora decidi praticar e aproveitamos para fazer um circuito de atividades. O grande prêmio é uma medalha de ouro, o valor mais simbólico e sentimental que qualquer outra coisa.

Os mais animados para isso são os mais competitivos, claro: Garrett, Noah, Ben, Greta, Leah, Maggie e Makenna. Eles realmente levam a competição a sério.

— Nem precisa se esforçar muito, Nosh — Alistair diz enquanto flexiona seus  músculos — é melhor deixar os adultos fazerem as coisas perigosas.

— Não liga, Noni — minha filha coloca a mão no ombro do primo, que sorri para ela — Alis só está sendo Alis. Você pode chutar a bunda de qualquer um aqui.

— Eu sei, querida. Eu não ligo para ele. — Noah dá de ombros, fazendo uma expressão parecida com a do seu pai quando quer parecer neutro e casual.

— Bom — Liz sorri e vai até Carlisle, deixando Noah com um sorriso bobo. Oh-ow.

— Isso não vai dar certo — comenta Leah ao meu lado.

— Só espero que eles não se machuquem muito — concordo.

— Eu espero que sim — diz ela.

— O quê? — pergunto, incrédula.

— Se eles se machucarem mais chance d'eu ganhar — sorri ela presunçosa. Percebo então que ela está falando do pessoal se alongando mais a frente, perto dos obstáculos.

— Ah, Lee — reviro os olhos, indo para o lado de Alec, que digita no celular freneticamente.

— Jane e Saphira brigaram de novo. Acredita que Aro mandou as duas para uma ilha quase deserta? — ele revira os olhos carmesim — é claro que ia dar errado. Jane arrancou um braço da companheira. E então Saphira achou justo apagar a memória dela por um dia e fazê-la de marionete.

— Imagino que ela tenha voltado a si furiosa — comento.

— Ela arrancou o outro braço dela — Alec suspirou — e eu achando que eu era problemático.

— Mas você é — Maggie se intromete. Ela está suada de tanto correr, pular, deitar na grama e aproveitar esses momentos como humana.

— E você era melhor quando era muda — ele retruca.

— Eu nunca fui muda — ela diz, confusa.

— Pro meu azar — ele diz mau humorado.
Ela revira os olhos e volta a correr.

— Chatinha, né? — ele continua digitando.

— Ela não é a única — resmungo.

— Os incomodados que se mudem — ele da de ombros — não te chamei e nem pedi para ficar.

— Grosso — murmuro.

— Sou — ele dá um sorriso malicioso. Solto um som de nojo e saio do seu lado, fazendo-o rir e voltar a digitar.

Edward está correndo, mas me alcança, ofegante.

— Não sei por que insiste em uma amizade com aquele... — ele faz uma pausa, tentando achar uma palavra certa, mas desiste — ele.

— Seus olhos verdes são lindos — suspiro, tocando seu rosto — me apaixono outra vez por você quando os vejo.

— Ah, é? — ele sorri divertido, me puxando pela cintura para si.

— E suas bochechas coradas... — fecho os olhos sorrindo e abro novamente, observando seus detalhes — posso dizer que está no topo da minha lista de coisas raras que eu amo ver.

— Eu te amo — ele diz antes de me beijar. Eu também te amo, meu amor. Mesmo que ele não possa ouvir, sei que ele sabe.

·.༄࿔

— Que lições aprendemos hoje? — Esme pergunta, divertida. Estamos todos reunidos ao redor da lareira, a sala cheia. Alguns até sentam no chão, enrolados por cobertores e abraçados com alguém.

— Trapacear é errado — Mary cutuca Randall, que concorda (mesmo que contrariado).

— Mesmo que seja meio que sem querer no calor do momento — completa ele.

— Competir de salto alto não foi uma boa ideia. Nunca mais aceito uma aposta do Garrett — Irina faz uma careta, mas ri.

— E que nunca é uma boa ideia provocar um híbrido, mesmo que de brincadeira — Garrett ri, mas logo para e faz uma careta quando o curativo em sua bochecha incomoda. Kate revira os olhos, mas beija seu rosto suavemente.

— Também aprendi que estudar física é importante — ri Noah olhando para sua mão quase completamente curada depois de calcular errado a distância entre dois obstáculos.

— Eu aprendi que Greta é a Mulher Elástico — brinca Carmen.

— Eu fui líder de torcida — ela conta orgulhosa.

— Bom saber disso — comenta Alis, beijando a esposa.

— Eu aprendi que papai pode ser mais rápido, mas sem seu poder da mente, tio Jazz chuta sua bunda — Liz comenta, recendo um olhar indignado do pai e risos.

— Obrigado, minha sobrinha preferida e sensata que disse o que todos já sabiam, mas finalmente foi comprovado — o loiro diz, gerando outras zoações pro meu ex topetudo. Edward revira os olhos, engolindo os desaforos.

— Fiquei magoado pelo "sobrinha preferida", mas nada que um presente e elogios não resolva — comenta Jake, quando todos se acalmaram.

— Tem certeza que ele não é meu filho? — Alice sorri para mim.

— Quem me dera — faço uma falsa cara de pesar.

— Mãe! — Jake joga uma almofada em mim, que só dou risada.

  — Esse garoto sou eu todinha — suspira minha irmã.

— Você é o rascunho, ele é a arte finalizada — debocha Henry, fazendo a baixinha mostrar a língua para ele. Ele nem liga, está rodeado por Senna, Kachiri e Zafrina. Esse verão será o sonho realizado do meu irmãozinho...

— Eu aprendi que vocês são uns chatos — Alec sorri ácido — mas isso eu já sabia, só confirmei mesmo.

— Eu aprendi que Alec a cada dia fica mais rabugento — Ohana, que está sentada ao seu lado comenta — mas isso eu já sabia, só confirmei mesmo.

Isso gerou risadas, uma revirada de olhos do vampiro e logo depois um sorriso para minha irmã mais nova.

— Eu aprendi que amo ser vampira... Mas é bom me sentir humana por um tempo — Makenna deita sua cabeça no ombro de Charles.

— Que esse momento sem imortalidade seja eterno, então — sorri Maggie, fechando os olhos e abraçando a si mesma. Ela parece estar aproveitando cada parte de si, cada fragilidade humana temporária.

— Of all the money that e'er I had — começo a cantar. Uma música de despedida, para o fim de um momento bom do nosso verão. Mas nunca será um adeus, é claro. Sempre um até logo.

Até porque nosso para sempre é juntos.