Pandora escrita por majestyas


Capítulo 2
Capítulo II. Se adaptando a uma cidade alienígena.


Notas iniciais do capítulo

A fic vai ser curtinha, já tenho metade dela escrita, o enredo já está preparado. Vai ser uma mistura dos acontecimentos dos livros com coisas novas.

Com amor, Yas.



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— Tudo aqui é tão... — procuro a palavra certa.

— Cheio de... mato? — Rosalie olha para a floresta em frente a casa, entediada.

— Ótimo para brincar de esconde-esconde? — ri Emmett, pegando as malas de Rosalie.

— Verde? — tenta Alice.

— Definitivamente verde — concordo — é como um planeta alienígena. Gostei.

Tiro os sapatos e vou até a horla da floresta, afundando meus pés na terra. Respiro fundo o aroma da terra molhada, havia chovido um pouco antes.

— Ela é tão esquisita — Rosalie comenta e entra na casa acompanhada do grandão.

Reviro os olhos e passo a mão pelo tronco de uma árvore, sentindo-a. Não sei quanto tempo passei apenas aproveitando meu contato com a natureza.

— Aqui — Alice praticamente surge ao meu lado com uma toalha molhada e uma seca em seus ombros — não pode entrar na casa nova sujando tudo.

Limpo-me nos degraus da entrada com ajuda dela. Logo entramos em casa e tudo está perfeitamente arrumado.

— É linda — comento, olhando cada detalhe. Meus olhos devem estar brilhando de tanta admiração.

— Obrigada, querida — Esme agradece, vindo até mim com minha caixa. Ela possui um bom gosto incrível.

— E minha mala? — pergunto.

— Se perdeu no caminho — Alice dá de ombros e entrelaça seu braço no meu, me conduzindo escada acima — mas não se preocupe, tem um closet enorme cheio de roupas escolhidas por mim para você arrasar.

— Ah, obrigada — agradeço desconcertada — eu acho.

Tento não ficar chateada pela mala, afinal, nenhuma das minhas antigas roupas tinham grande valor. Seja sentimental ou material.

— De nada, fofa! — a morena sorri radiante, enquanto seguimos até o final do corredor.

— Você previu que isso aconteceria? — pergunto um pouco hesitante. Não sou boa em ser sutil.

— Está mais para arquitetou — Edward está encostado no batente da última porta do corredor.

Alice mostra a língua para ele e abre a porta antes do seu quarto. É um quarto grande, com duas portas levando ao que eu julgo ser o closet e o banheiro, sem contar uma janela enorme que da direto para floresta.

Todo quarto parece que foi feito especialmente para mim. As paredes são de uma cor creme refinada, com detalhes em violeta. É elegante e calmante. Os móveis são feitos de madeira e dão um ar rústico a decoração. A cama ocupa o centro do quarto e é enorme, toda sofisticada, com travesseiros demais e provavelmente mais cobertores do que eu realmente preciso.

— É muito lindo mesmo — falo maravilhada. Vou até a janela e pouso minha mão no vidro, admirando a floresta.

— Planejamos pensando em você — Esme diz, entrando no quarto — ficamos feliz que tenha gostado.

— É lindo, muito obrigada — agradeço de todo meu coração. Quem diria que um dia eu teria algo assim?

— Bom, eu vou ir ver meu amorzinho. Com licença — e então Alice sai quase saltitante.

— Que amorzinho? — pergunto curiosa.

— Jasper. Eles namoram — Esme conta.

— Desculpe? Jasper, nosso irmão? — não entendo muito bem. Alice e Jasper? Se pegando?

— Ah, querida, Alice e Jasper não são irmãos — ri Esme — Jasper é irmão gêmeo de Rosalie. Edward, Emmett e Alice são irmãos. Rosalie e Emmett namoram também.

— Ah, sim... — finalmente entendo e rio — estava achando que a família gostava de uma pegada Game Of Thrones.

Ouço a risada alta de Emmett no corredor. Será que ele ouviu?

— Sem incesto — Esme nega sorrindo — bom, pode se acomodar a vontade. Quando quiser jantar é só avisar que eu preparo algo.

— Que horas vocês costumam fazer as refeições? — pergunto.

— Ahn... Somos meio desregrados. Sabe, cada um come em um horário diferente, em um cômodo diferente — ela explica, meio atrapalhada — mas qualquer coisa que quiser é só pedir que eu faço.

— Obrigada — agradeço e então ela sai, me deixando sozinha em meu novo quarto.

A primeira coisa que faço é cair na cama e dormir.

 

·.༄࿔

Ouço batidas na porta e continuo secando meu cabelo distraidamente. Depois de descansar bastante, acordei e já eram 22h. Tomei um banho e peguei um vestido e sapatilha que achei no closet — que é realmente enorme — e agora já são 22h47.

— Pode entrar.

— Oi — Edward diz, parecendo um pouco hesitante.

— Oi, Edward — o cumprimento alegremente e paro um pouco — caramba, isso é legal. Sempre quis ter um cara como amigo.

Ele ri e entra em passos lentos.

— Está gostando daqui? — pergunta.

— A casa é demais, vocês são acolhedores e tem uma floresta nos rodeando — faço um pausa e olho bem nos seus olhos dourados líquido — Eu estou amando.

— É bom ter alguém tão animado conosco — ele diz, sentando-se na beirada minha cama. Sempre muito cauteloso.

— Além da Alice.

— Além dela.

— E Esme.

— Ela também.

— E Emmett.

— Tudo bem, talvez eu não tenha pensado muito antes de falar — ele ri parecendo nervoso.

— Tudo bem, eu faço isso o tempo todo — acompanho ele na risada.

Ficamos um tempo nos olhando, até que ele finalmente fala.

— Pode me mostrar?

— Pensei que não ia pedir nunca — levanto animada e pego ele pela mão — Vamos lá fora!

— Essa eu quero ver! — Emmett nos segue pelo corredor até a entrada da casa. Pelo caminho, Alice, Jasper, Rosalie, Carlisle e Esme vão se juntando a nós.

— Cuidado para não causar um incêndio na floresta, bruxinha — Rosalie diz, mas não há desprezo em suas palavras. É uma brincadeira.

— Claro, Angel — retruco, fazendo ela dar um mínimo sorriso.

— A casa, mocinha — avisa Esme simplesmente. Assinto e me ponho a frente deles, um pouco afastada.

— Todos prontos? — eles assistem atentamente — Um, dois, três... — me concentro em sentir os elementos ao meu redor e chama-los para mim.

Bruscamente a terra se move e um buraco é aberto a minha frente apenas com um aceno de mão e logo se fecha. Um vento forte e concentrado passa por cada um, quase levantando-os. Me concentro em um regador perto de uns vasos. Sinto a água dentro dele e a manipulo para chegar até mim, parando aos meus pés e sendo absorvida pela terra. E então abro a mão e um pouco acima da minha palma uma pequena chama nasce, mas logo se apaga. Esse tipo de coisa leva muita concentração e prática, duas coisas que eu não tenho.

— Isso foi... fantástico! — Carlisle bate palmas impressionado. Na verdade, todos parecem impressionados.

— Só faltou vida e morte, mas esses eu evito. A não ser, claro, que algum de vocês queira se machucar. Assim posso curá-lo — sugiro divertidamente, vendo eles olharem uns pros outros com um olhar que eu não consigo identificar.

— Melhor não— Edward passa a mão na nuca. Está nervoso?

— Claro que não. Era brincadeira. A natureza não é algo a se brincar, vida e morte são os elementos mais sérios. Às vezes, não tem volta — esclareço.

— Foi tudo muito bonito, mas você precisa descansar — Esme me pega pelos ombros e me conduz pra dentro de casa — Jacqueline me contou que não costuma usar seu dom e fica exausta quando pratica. Vamos lá, meu bem, seu jantar está pronto.

— Todos já comeram? — pergunto.

— Eu como mais tarde — Emmett diz, se jogando no sofá.

— Eu também — Rosalie se junta a ele.

— Já eu e Jasper jantamos mais cedo — Alice diz, sentando-se em uma das poltronas e mexendo em seu celular. Isso me lembra do meu que estava na mala. Oh, não.

— Ainda não tive tempo de comer nada, fiquei arrumando as coisas para o trabalho. — Carlisle diz, mas ele não parece nada cansado, estranho — mais tarde faço um lanche. Com licença — e vai para seu escritório novamente.

Assinto distraidamente e sigo em frente.

— Mãe, dentro da minha mala estava meu celular — digo um pouco aflita.

— Está com Alice, querida — ela diz, colocando um prato cheio de comida na minha frente e um copo de suco — de sobremesa tem sorvete de creme com cookie.

Decido falar com Alice após comer.

— Meu preferido! — sorrio para Esme.

— Eu sei — ela pisca e sai.

Começo a comer distraidamente, pensando em como minha vida virou de cabeça para baixo. E tem essa sensação de que algo está errado não vai embora. Os Cullen são tão amáveis e são especiais assim como eu, então porque meus instintos avisam que algo está errado? Fora do lugar?

Errado. Errado. Errado.

— Pandora? — Edward estala seus dedos na minha frente, tentando chamar minha atenção.

— Perdão, eu estava divagando — desvio o olhar para a comida pela metade.

— Percebi — diz, sentando-se ao meu lado — tudo bem?

— Claro. Só pensando — levo mais uma garfada a boca.

— Em quê? — ele presta muita atenção em mim, é intenso demais. Coro e fico com mais vergonha ainda por ter corado, o que faz ele sorrir — você fica linda assim.

Se possível, o comentário me deixa mais envergonhada.

— Não diga isso — sussurro e ponho as mãos no rosto, não querendo encará-lo.

Ele ri e tira as mãos do meu rosto.

— Por favor, me diga: o que está pensando? — pergunta, ávido por minha resposta.

— Que você foi o primeiro garoto com quem eu realmente conversei — digo a primeira coisa que me vem a cabeça.

— Como? — ele parece descrente.

— Vivo na Mansão desde que era um bebê. É só para meninas. Então raramente víamos outras pessoas, principalmente da minha idade — explico — o mais perto que cheguei de um adolescente foi em livros, filmes e séries. Cumprimentar na rua, ser atendida em uma lanchonete... — rio sem graça.

— Não estava perdendo muito coisa — ele ri, parecendo lembrar de algo.

— Sim, eu estava — murmuro um pouco mais séria — eu perdi muito. E agora posso viver com vocês.

— Vamos fazer o máximo para que possa — ele segura minha mão com cautela. Sua mão está muito fria, mas decido não comentar. Já percebi que eles, todos eles, são fisicamente frios. E com os mesmos olhos diferentes, em um tom âmbar que ora está mais claro, ora está mais escuro. E pálidos. E deslumbrantes, claro.

— Obrigada — sussurro.

— Nós que agradecemos.

Ficamos nos olhando por um tempo até Alice chegar com um grande sorriso.

— Atrapalho? — ela diz, olhando sugestivamente para nós.

— Sempre — Edward sorri, ao mesmo tempo em que eu dizia:

— Jamais.

Rimos os três e ela me entrega meu celular.

— Obrigada, Alice! — agradeço, abraçando-a e ligando ele. Logo minha foto com as garotas e Madame na escadaria da Mansão no último natal aparece.

— De nada, Dora — sorri — mas claro que vamos comprar outro logo.

— O que há de errado com o meu? — pergunto, surpresa.

— Lançou um mais atual e tenho certeza que vai amar. Sua cor preferida é violeta, não? Tem uma capinha que vai ser perfeita! Podemos sair às compras amanhã mesmo, já que segunda tem escola — ela fala sem parar. Até parece eu.

— Acho que assustou ela — Edward comenta.

— Não, tudo bem. É que eu nunca sai pra fazer compras — conto.

— Oh, santa Chanel! — ela põe sua mão no coração — maninha, amanhã eu, você e Rose vamos ter um dia de irmãs e vai ser demais! — ela até dá um gritinho no final.

— Ok, agora ela me assustou — brinco.

— Vou falar com a Rose! — e sai toda alegre.

— Ela é sempre tão alegre? — pergunto, curiosa.

— Na maioria das vezes — ele dá de ombros.

Acabo de comer e lavo a pequena louça, pegando a sobremesa, um pote de Ben&Jerry's.

— Quer um pouco? É meu preferido — Edward faz uma careta com minha oferta e recusa.

— Você não gosta?

— Não é bem isso...

— Vamos lá, Eddie. Só uma colherzinha.

Ele faz uma cara de nojo e come. Rapidamente engole e faz uma careta.

— É, você realmente não gostou, não é? Desculpa — encolho os ombros, arrependida de ter sido inconveniente.

— Está tudo bem. Não é como se tivesse gosto de cinzas ou algo do tipo — ri amargo. Emmett ri na sala, me fazendo dar um pequeno sorriso. Que audição boa.

— É... É. — assinto, um pouco distraída. Parece que eu havia perdido alguma piada interna.

— Está tarde... Não acha melhor descansar?

— É, hm, claro — concordo, lavando rapidamente o que usei e saindo da cozinha — Dormir um pouco mais vai me fazer bem.

Desejo boa noite a todos e vou até meu quarto, sendo seguida por Edward. Entro e me viro para ele.

— Então... Boa noite — sorrio — e obrigada.

— Não precisa agradecer. É minha irmã, afinal — sorri de volta. Seu sorriso é tão impecável que até fez meu coração acelerar. E então ele sorri mais ainda, como se pudesse ouvir. Franzo a testa, estranhando.

— Me lembrei das minhas irmãs da mansão. Sinto falta delas — digo, fingindo um suspiro, tentando justificar a aceleração. É claro que é um absurdo ele poder ouvir, mas pelo sim, pelo não...

— Vai ser tão feliz aqui, quanto lá. Eu garanto — ele pega minha mão gentilmente. Sua mão está tão fria quanto quando estávamos no carro — boa noite, Pandora.

— Boa noite, Edward — ele larga minha mão e eu fecho a porta, indo dormir.

Tento não pensar naquelas sensações estranhas que estou sentindo.

 

·.༄࿔

Sou acordada com Alice cantarolando de um lado para o outro. Ela sai e entra no closet, fazendo caretas para as roupas.

— Bom dia, irmã — resmungo e bocejo, checando a hora. Sete.

— Bom dia, flor do dia. Espero não ter te acordado — ela não parece nem um pouco culpada. Rio, levantando da cama e me jogando em cima dela, que ri também.

— Sem problemas, Lice. Você deve estar sedenta por compras — vou até o banheiro, fazendo minha higiene matinal. Quando volto, já de banho tomado e só de toalha, encontro Edward sentado na minha cama.

— Ei! Bata antes de entrar — tento disfarçar meu rosto avermelhado, indo até o closet.

— Desculpe! — ouço Edward dizendo no quarto e Alice rindo.

Eles conversam algo, mas não presto atenção. Me visto rapidamente e eles ainda estão lá.

— Bom dia, invasor — cumprimento Edward, dando um abraço nele. Ele ri meio sem graça, passando a mão pelo cabelo.

— Bom dia e desculpe mais uma vez por aquilo — diz.

Assinto e olho Alice, toda arrumada e impecável.

— Lice, tem certeza que fazer compras de salto alto é o melhor?

— Tenho prática nisso — ela pisca pra mim e me entrega uma bolsa — aí tem tudo o que você precisa. Dentro da carteira tem cartão de crédito junto com a senha e documentos.

— Ok — confiro o conteúdo e me surpreendo com a quantidade de coisa que poderia caber ali.

— Agora vamos! Jasper já deve estar ficando impaciente — ela me puxa pelo braço para fora do quarto, sendo seguida por Edward.

— Jasper? Não era só garotas? — estranho.

— Os garotos vão também. Precisamos de alguém para carregar as compras, não é? — ela dá uma risadinha. Encontramos Rosalie, Emmett e Jasper na sala.

— Esme saiu e Carlisle foi trabalhar. Vamos tomar café no shopping — diz Alice, ainda me puxando para fora.

— Quer dizer, a Pandora vai tomar café no shopping — corrige Jasper — todos nós já tomamos.

— Que pena — murmuro. Queria ter tomado café com eles.

Fomos em silêncio em direção a garagem, onde carros maravilhosos estão guardados. Emmett foi até seu Jeep com Rosalie, então Alice ficou com a BMW da loira, junto com Jasper. Olho para Edward em dúvida em qual dos dois ir, mas ele apontou para seu Volvo.

— Que desperdício de gasolina — resmungo, entrando no carro.

Ele ri.

— Acredite, depois de compras com Alice e Rosalie Cullen, você vai precisar de todo espaço possível — diz, dirigindo velozmente até o começo da estrada. Todos param os carros lado a lado.

— Uma corridinha até o shopping? — desafia Emmett.

— Não parece uma boa ideia — pondero. Eles começam a zombar de mim, me fazendo revirar os olhos.

— Eu vou ganhar — Alice sorri convencida. Ela provavelmente já tinha visto o que aconteceria.

— Concordo com a Pandora — Edward se manifesta.

Todos riem (eu não entendo o por quê).

— Claro que sim — Emmett da uma piscadela e arranca com o carro. Alice está na sua cola e logo Edward também, não resistindo ao uma boa competição.

 

·.༄࿔

— Finalmente! Pensei que tinham se metido em encrenca — Esme diz, olhando para nós.

Havíamos acabado de chegar em casa, depois de um longo dia de compras. Primeiro Alice ganhou a corrida de carros (como ela havia previsto), depois ficamos horas no shopping, parando apenas para comer de vez em quando (é incrível como eles nunca comem na mesma hora que eu) e por fim uma passada no salão de beleza enquanto os meninos iam ver outras coisas.

— Como foi o dia? — Carlisle pergunta. Ele e Esme estão abraçados no sofá, assistindo algum filme.

— Eu acho que encontrei o amor da minha vida e ele é um vestido Versace — Rosalie resume, com suas sacolas de roupas nas mãos. Emmett, que também está com muitas sacolas, ri.

— Durma com ele então — e sobe até o quarto do casal. Tento não estranhar muito eles serem adolescentes e terem tanta intimidade. São tempos modernos, afinal.

— Espera aí, ursão! Não foi bem isso que eu disse! — e lá vai Rosalie atrás dele.

— O dia foi maravilhoso! Andamos o dia inteiro e compramos algumas coisinhas básicas. Fomos no salão também. Não que alguma de nós precisasse — Alice diz, ignorando o casal dramático.

— Dora foi bem paciente, Alice — sorri Edward — Até mesmo Jazz estava quase desistindo.

— Ninguém me supera no quesito Alice — se gaba Jasper, pegando a amada pela cintura e abraçando.

— Bom, já vamos nos recolher. Boa noite, família linda e perfeita! — Alice sorri alegremente, parecendo realizada. Ela e Jasper praticamente flutuam escada acima.

Percebo que só ficou eu, Edward e nossos pais. Não quero atrapalhar o casal e então me despeço também. Edward vem logo em seguida. Ele me ajuda a guardar as sacolas dentro do closet. Irei arrumar isso com Lice e Rose amanhã.

— Então, já vai dormir? — pergunto, ligando a enorme TV e procurando algum canal que me interesse.

Ele dá risada. Olho para ele sem entender. Talvez esteja muito cedo, confiro no relógio. São onze. Talvez ele durma mais tarde.

— Não — ele finalmente diz — eu não costumo dormir cedo.

— Também não estou com sono. Acho que todo aquele café que Alice me deu me deixou muito desperta — falo, tirando os tênis e jogando para dentro do closet. Vejo meus pijamas e escolho um conjunto de frio, com desenhos de flocos de neve. Rio sozinha e volto para o quarto, onde Edward está distraidamente vendo a fileira de filmes que eu tenho, apesar de não ter escolhido nenhum.

— Que tal assistirmos algo juntos? — sugiro, me jogando na cama.

— Claro. Só vou trocar de roupa — ele sai rapidamente.

Quando volta, está com um balde de pipoca e refrigerante. Nem estranho muito ele estar com um só, já que ele quase nunca come.

Ele se senta ao meu lado e me dá as coisas.

— Obrigada, Eddie — agradeço, começando a comer — e então, o que vamos assistir?

— Que tal algo de terror? — ele sugere.

— Só se você dormir comigo depois — rio — nem pagando que vou dormir sozinha depois de um filme de terror.

Ele sorri e assente.

— Posso apagar a luz? — ele segura a risada.

— Claro que sim. Não sou criança — faço bico. Rimos e ele apaga a luz. Colocamos o filme sobre terror no Natal.

E depois do filme eu estou meio traumatizada sobre Natal e essas coisas.

— Eu super acredito no Papai Noel e amo o natal — murmuro quando o filme termina e eu corro para acender a luz. Edward ri e pega o balde vazio junto com o copo.

Ele foi saindo do quarto, mas eu seguro sua mão livre. Eu tenho uma confiança absurda nele, é incrível.

— Eu só vou na cozinha — ele sorri divertido — prometo voltar logo.

Assinto e vou ao banheiro enquanto isso. Quando volto Edward está fechando a porta do quarto.

— Nossos pais já foram dormir? — pergunto, indo pra cama e me cobrindo.

— Sim — confirma, deitando-se ao meu lado.

— Obrigada por ficar, Edward — agradeço, sorrindo para ele. Só a luz da TV sem passar nada nos iluminava e cara, ele está lindo. Como sempre.

— O prazer é meu — ele sorri novamente. Quem diria que aquele cara entediado do primeiro dia se tornaria esse cara sorridente?

— Boa noite e bons sonhos — desejo, bocejando.

— Boa noite e bons sonhos, Pandora — ele acaricia meu cabelo. Sorrio de olhos fechados.

— Adorei, pode continuar — resmungo. Ele dá uma risadinha e continua. E então começa a cantarolar uma música que eu nunca ouvi, me fazendo cair no sono rapidamente.

Acordo com toda a família na porta do quarto, olhando para mim. Bom, eu e Edward.

Estamos abraçados e ele aparentemente acordou no mesmo instante que eu. Ele parece um pouco desorientado.

— Edward... Você estava dormindo? — Carlisle perguntou, cauteloso. Ele parece realmente surpreso. Todos parecem, aliás. Emmett está até com a boca aberta.

Sinto meu rosto esquentar de vergonha, temendo o que eles poderiam estar pensando de nós dois assim. Eu deveria ter pensado... Pensado que talvez outras pessoas poderiam ver malícia em nossa relação. Ainda mais dormindo juntos...

— Eu... — ele olha para mim e depois para eles — enquanto dorme a mente da Pandora fica aberta, digamos assim. É algo tão profundo que exigiu algo de mim parecido com sonhar. É como se eu estivesse nos sonhos com ela. Sonhasse junto, explorando uma floresta densa demais para simplesmente ler sua mente sem me perder.

— Que inveja — resmunga Rosalie, cruzando os braços.

— Isso é... Fascinante — Carlisle comenta.

— Eu não estou entendendo nada, mas bom dia, família! — digo, pulando para fora da cama.

Recebo vários cumprimentos animados e vou ao banheiro. Quando volto ninguém está mais lá. Me troco e desço para o café, que aparentemente todo mundo já tomou. Após terminar, vou até a sala e me perco em pensamentos observando a floresta mais a frente.


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