Pandora escrita por majestyas


Capítulo 14
Capítulo IV. Exército dos Cullen.


Notas iniciais do capítulo

ALERTA DE MOMENTOS FOFOS DOS SHIPS PANWARD E PANCOB.
E aí, qual você shippa?



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— Vocês são insanos — comento. Eu estou tranquilamente sentada em uma pedra observando o auto intitulado "exército dos Cullen" treinar. As visões de Alice estão cada vez mais concretas, nos tornando mais confiantes. Peter, Randall e Jasper são professores exigentes. Eles parecem estar até mesmo felizes por fazer algo que sabem tão bem por um bom motivo desta vez.
Carlisle, Makenna e Eleazar se empenhavam em separar os "times" e distribuir. Eles combinam habilidades e probabilidades de algo dar errado. Esme e Carmen vivem com uma constante cara de preocupação, mas elas são fortes. O instinto materno delas a fazem hábeis, por isso minha mãe será uma das encarregadas de ficar comigo. Greta também. Nem preciso dizer que isso deixou Carmen um pouco enciumada, mas logo se conformou em ficar junto com Kate, Irina e Tanya. Aliás, Garrett pediu para ficar junto de Kate. Sim, todos torcem para eles darem certo no final. Só depende de Kate, já que Garrett deixa cada vez mais claro seu interesse.

Mary e Maggie estão amigas, Mary ensina tudo que sabe a loira, a fazendo lutar melhor e se sentir mais confiante.

Alec sorri para mim, sentando-se ao meu lado. Desde quase transamos e conversamos, uma parceria nasceu entre nós. Ficamos mais amigos e sinto ele mais humano. Isso me encanta. Redenção. Tenho uma queda por isso.

— Quando vai começar a treinar? — ele me pergunta.

— Quando Ben desgrudar a boca da namorada — falo, atraindo a atenção do casal.

— Fica na sua aí, pirralha — Leah me olha feio.

— Ela está certa — Seth opina, sentando-se exausto no chão.

A constante companhia dos lobos é algo comum agora. Os mais novos são treinados por Sam e Jared para proteger a tribo enquanto a guerra acontecesse e os mais velhos treinam com os vampiros. Ver Jacob todos os dias é difícil. Na maioria das vezes ele parece em uma batalha interna sobre se aproximar ou não.

— Ben está um chato desde que começou a namorar Leah — reclamo — parecem ser uma pessoa só.

— Isso se chama amor verdadeiro — a loba diz convencida.

— Mas não precisa ficar com ciúmes, irmãzinha — Ben vem até mim — podemos treinar um pouco também.

Seu tom debochado me fez ter uma ideia.

— Eu quero participar — Alice avisa.

Aponto para Ben.

— Eu. Você. — sorrio desafiadora — Mais cinco pessoas para cada.

— Fechado — ele dá um sorriso que me causa calafrios — Posso?

— Fique a vontade — cruzo os braços.

— Leah.

Reviro os olhos para sua escolha óbvia e automaticamente contra-ataco.

— Seth.

— Edward.

Pegou pesado. Mas eu sei exatamente quem pode lidar com ele.

— Alice — chamo minha irmã, que vem sorridente.

— Jasper — ele diz convencido. Vejo o sorriso macabro do meu irmão loiro e logo falo:

— Peter — esse outro loiro vem com o mesmo sorriso, olhando em desafio para o melhor amigo.

— Jared — chamar o segundo lobo mais velho e experiente é apelação.

— Jacob — tento parecer confiante. O moreno vem até mim, colocando-se ao meu lado.

— E Kate — fala vitorioso. Ah, é? Pois bem.

— E Alec — sorrio para o vampiro de olhos vermelhos. Ele sorri e vem até mim em um piscar de olhos.

— Cinco minutos — falo para Ben.

— Dois — ele rebate convencido, virando-se para seu time.

Estreito os olhos com irritação, me virando para o meu.

— Acho que já está óbvio quem foca em quem — falo — Seth, ela é mais rápida, mas você é maior. Use isso. E chantagem emocional também.

Ele ri e assente.

— Alec pode soltar sua fumacinha mágica e  vocês podem atrair os inimigos até ele — sugiro.

— O difícil vai ser lidar com Edward — fala Peter.

— Pode deixar que dele eu cuido — Alice sorri confiante.

— Ben é todo meu — falo.

— Posso cuidar de Jared e do egípcio da Leah — Jacob comenta. Olho frustada para ele. Se não me deixar participar, como posso treinar?

— Pandora pode cuidar do Benjamin de olhos fechados — Alec diz — ou quase isso.

— Talvez com eles bem abertos — concordo, rindo um pouco.

— O tempo acabou — cantarola Alice, se posicionando perto de Edward.

— Vence o time que atingir as partes vitais de todos os inimigos — Garrett sorri, ficando em uma pedra alta para observar — podem começar!

Ergo minha mãos e me concentro em Ben a minha frente. Ele está com os olhos fixos nos meus pés e levou apenas um segundo para eu convocar o ar e flutuar antes que um buraco se formasse.

— Eu me sinto a Jean Grey! — comemoro e começo a imitar a versão desenho dela que eu conheço bem, já que Emmett adora assistir, fazendo meu irmão rir — Scott! Scott! Vem cá me salvar!

— Se você ficar gemendo assim fica difícil — Alec sussurra no meu ouvido, logo desaparecendo atrás de Kate.

— O quê? — explode Edward, olhando para Alice, Alec e eu. Alice aproveita para fazer ele cair e começar a falar coisas baixinho, eu não entendo nada.

— Oh-ou — murmuro. Ben aproveita minha distração e joga uma rajada de vento, me fazendo voar longe. Antes que eu caia no chão Peter salta e me pega no ar, me virando para Jasper que está vindo até nós. Em um segundo eu já estou apontando minhas mãos para ele e o fazendo voar longe.
Peter me coloca no chão e trocamos sorrisos cúmplices antes que ele corra até meu irmão loiro.

Corro até Ben que está trazendo a água de um rio que tem perto para distrair Jacob e Seth.

— Nem vem, maninho! — faço um círculo de fogo se fechar ao seu redor, provocando um rosnado de Leah, que salta em minha direção. Antes que eu pudesse fazer algo Jacob pula sobre ela, raivoso. Eles parecem estar levando bastante a sério. Ficam rolando até que Jacob toca a boca no pescoço dela, que bufa.

— Leah, fora! — Garrett avisa.

Dou risada da cara brava da loba, mas não dura muito. Ben aparece na minha frente e eu só tenho tempo gritar. Ele sorri e estende a mão até meu pescoço, mas Alec acaba aparecendo atrás dele e colocando as duas mãos em seu pescoço antes que ele me toque.

— Ben, fora! — avisa Garrett.

— Mas eu encurralei a Pandora — reclama.

— Mas Alec a salvou — o nômade dá de ombros — são as regras, amigão.

Meu irmão revira os olhos, mas me dá um sorriso e em um piscar de olhos está ao lado de Garrett.

— Seth, fora! — ele diz, olhando para o lobo caído com Jasper ao lado. Peter vai para cima dele novamente, enquanto eu corro até os dois e paraliso meu irmão fazendo a terra suga-lo. Peter aproveita para tocar seu pescoço.

— Jasper, fora! — Garrett anuncia.

Peter ri e eu desfaço a armadilha. Trocamos um cumprimento e eu foco em Kate, mas Edward aparece na minha frente. Por um momento eu fico confusa, apenas tocando seu peitoral com as duas mãos e deixando meu poder fluir.

Mas algo dá errado. Sinto meu corpo em brasas e começo a gritar e ele também. Mas a sensação é estranhamente boa. Aquela sensação constante que eu aprendi a ignorar quando estou com os vampiros vai embora como se nunca tivesse existido. Por um momento eu consigo sentir: o coração de Edward está batendo.

Arfo, me separando dele. Caímos os dois sentados no chão, um de frente para o outro, abismados.

— Você está bem? — sussurro e ele assente.

— E você? — pergunta. Assinto também, sentindo meu corpo se estabilizar.

Logo praticamente todos estão a nossa volta, olhando atentamente para Edward com as mãos no peito, parecendo assombrado.

— O que foi isso? — Esme aparece, olhando preocupada para nós.

— Eu não sei — olho para minhas mãos — eu sempre senti um certo desconforto quando estou perto dos vampiros, como se tivesse algo errado. Quando toquei Edward, acabei confundindo ar com vida. Usar esse elemento nele foi como se meu corpo estivesse em brasas, mas parecia certo. Como se finalmente algo se encaixasse.

— Vampiros são anomalias — Carlisle se pronuncia, se abaixando e parecendo examinar Edward enquanto fala — talvez seu poder reconheça o vampirismo como uma doença e queira curar quando entra em contato.

— Isso é... — começo, mas não tenho palavras para continuar.

— Um milagre — Rosalie murmura, sorrindo. Não preciso ler mentes para saber o que está pensando.

— Depois dessa guerra podemos fazer alguns testes e ver até onde vai o seu poder. — Carlisle diz, me olhando como se eu fosse um ratinho de laboratório. Faço uma careta — ou não. A escolha é toda sua, filha.

— Aham — murmuro sem vontade, sabendo que eu não tenho real escolha. Se eu me negasse a explorar meus poderes, poderia estar privando não só minha irmã, mas amigos e até mesmo desconhecidos vampiros de terem uma terceira chance. De viver como um humano normal, ter uma vida. Talvez eu pudesse reverter completamente a transformação. Talvez não. Mas se eu nem ao menos tentasse...

Como eu poderia negar uma chance dessas para alguém?

Me levantei e fui em passos largos até meu quarto, sem falar com ninguém pelo caminho. Tranco a porta em um claro sinal de que quero ficar sozinha.

Tomo um banho e quando chego no quarto me deparo com Edward olhando pela minha janela aberta, de braços cruzados e uma cara nada boa.

— Você está bem? — pergunto, secando meu cabelo com a toalha. Na verdade, eu ainda estou com outra enrolada no corpo, planejava ir para o closet, mas infelizmente acho que vou ter que desviar o caminho por uns minutos.

— Você está me perguntando se eu estou bem? — ele se vira para mim, me olhando com uma mistura de incredulidade e raiva.

— É, acho que foi isso que eu falei — concordo, estranhando seu comportamento.

— Você parecia estar sendo queimada viva quando tocou em mim daquele jeito, Pandora. Foi aterrorizando — diz.

— Você também estava com dor — retruco.

 


— Não tanto quanto a sua. E eu estava mais surpreso do que com dor — ele dá um risinho seco — faz tempo que não sinto meu coração bater.

— Imagino que sim.

— E então você pergunta se eu estou bem? — ele nega — sua bondade me faz perceber que você não merece alguém como, ou como o Vulturi. Talvez até mesmo o Black seja melhor que nós.

— Do que você está falando, Edward? — me aproximo dele.

— Eu amo você — ele fala, olhando bem nos meus olhos. Sua face era uma confusão de emoções — como nunca amei ninguém. Às vezes eu acho que me afastar é o melhor, às vezes eu simplesmente não consigo — ele dá uma risada sem humor — nossa família achava que a nova Cullen poderia ser minha parceira. Só não contaram que tantas coisas fossem acontecer pelo caminho.

— A culpa não é sua.

— Eu sei que não. Nem sua. Destino, Deus, sina, karma... — ele dá de ombros — eu só sei que você é uma pessoa maravilhosa que entrou na minha existência no momento certo. Mas talvez nosso momento não seja agora.

— Você disse que não iria desistir de mim — disse, confusa. Não estava entendendo nada — você desistiu, é isso?

— Eu sou um maldito egoísta, Dora — ele se aproxima — Espero que me escolha, mas não posso ficar longe de você até lá. Por favor, não me afaste.

— Não poderia — engulo em seco — eu também te amo.

— É uma pena que eu não seja o único — sussurra.

— Não quero ser a causa da dor de alguém — sussurro de volta.

— Você já é — e então ele me beija e eu deixo. Não tenho mais forças para lutar contra ele, ou Jacob. Já estou resolvida com Alec, mas eles dois são uma sombra constante me lembrando da dor: alguém iria se machucar e eu iria junto.

— Sinto muito por ser assim — murmuro quando nos separamos — eu não escolhi isso.

— Nenhum de nós, afinal — ele acaricia meu rosto — mas quem mandou você ser tão perfeita?

Reviro os olhos, sentindo minhas bochechas corarem.

— É muito patético eu chorar agora? — murmuro.

— Não, eu gostaria de poder chorar também — ele dá um sorriso torto.

— Acho que posso chorar por nós dois — encosto nossas testas e deixo as lágrimas rolarem livremente. Eu não estou triste, mas eu preciso aliviar essa angústia dentro de mim.

 

·.༄࿔


Eu já estou deitada confortavelmente na minha cama, quase dormindo quando ouço um barulho na minha janela. Não demora nem um segundo para a figura de Jacob entrar e me olhar com os olhos brilhantes.

— Você sabe que todo mundo na casa está te ouvido entrar pela janela, né? — falo, olhando incrédula para ele.

 


— Eu soube que o sanguessuga leitor de mentes resolveu te fazer uma visita e vim te ver também — diz casualmente. Arregalo os olhos e sinto minhas bochechas esquentarem.

— O que foi? — pergunto finalmente.

— O mesmo que ele, eu acho — ele dá de ombros — a não ser que ele tenha vindo pedir arrego, ai já não é comigo. Sou um cara persistente.

— Para o seu desgosto, ele também — resmungo.

— É — ele se senta ao meu lado sem cerimônia — tô sabendo. O que Alice tem de animada, tem de fofoqueira.

— Tinha que ser — resmungo novamente. Minha irmã tem esse probleminha.

— Sabe, eu fiquei bem magoado quando falou aquilo de "quem sofreu o imprinting foi você, não eu". Só que eu, e pelo o que eu percebi nenhum dos outros, nunca pensou por esse ângulo. Todos os imprinting derão tão certo que ninguém se importou em pensar que talvez existisse um outro lado. Outra vida. Eu nunca quis esse negócio de amor verdadeiro por magia, sempre detestei isso e achava que um absurdo amar alguém com apenas um olhar. Estar destinado a alguém que acabou de conhecer, ser quase devoto a ela, ama-la acima de tudo... Se esquecer de qualquer sentimento que tenha a partir do momento que colocar os olhos nela. — ele respira fundo, olhando meu quarto escuro perdido em pensamentos — Seremos o melhor amigo, o irmão, mas quando chega a hora de ser o parceiro, o amor é tão forte que parece que não conseguimos voltar a fase amigo. Acredite, eu até tentei. Mas vendo que você também tem uma vida, você tem escolhas e pessoas que são apaixonadas por você... Pandora, eu não quero tirar suas escolhas. Você merece isso, você merece o mundo inteiro. Não falo isso só por causa do imprinting, mas por te conhecer. Você é uma pessoa incrível e eu sempre vou estar ao seu lado. Aconteça o que acontecer.

— Ninguém nunca vai me amar como você, Jacob Black — olho para ele sinceramente — com toda a sua alma, sua parte humana e lobo.

— Até que meu coração pare de bater, ele é seu — ele sussurra.

— Há uma razão para tudo isso, Jay — deixo uma lágrima escapar — só não sabemos o motivo ainda.

— Posso esperar mais um pouco para descobrir — ele sorri. E então meu mundo ganha vida, porque o sorriso desse moreno tira toda tristeza do mundo. Como pode existir algo assim? Tão puro e profundo?
Eu sei exatamente onde isso vai dar, assim como foi com Edward. Uma pequena parte de mim sente vergonha e repulsa por ter beijado dois no mesmo dia, mas o resto apenas está feliz. Eu os amo e preciso deles comigo.

E no final das contas, talvez eu seja pior que a falecida Swan.


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