Pandora escrita por majestyas


Capítulo 13
Capítulo XIII. Você é minha última missão.


Notas iniciais do capítulo

Ei, galera! Alerta de cena quase hot, hein. Quero só ver se vão gostar de quem a Pandora tá pegando...
Recomendo que leiam escutando a música Heaven, da Julia Michaels.



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"Eles dizem: Todos os garotos bons vão para o céu
Mas os garotos maus trazem o céu até você."
Heaven, Julia Michaels.

Tudo que eu quero é desaparecer. Dar uma pausa nessa confusão que se formou dentro de mim. E fora também.

Depois de Greta contar toda a história, a sala fica em um silêncio sepulcral.

Eu sei que depois de um tempo todos estão apenas esperando uma reação minha para falarem algo. Então decido por um fim nesse maldito clima.

— Vamos acabar com ela — dou o melhor sorriso que posso no momento. Greta sorri também e todos parecem ter acordado de um transe.

— Precisamos nos organizar — Carlisle diz, sua postura de líder tomando conta da sala — Jasper?

— Podemos treinar com os lobos essa noite — diz meu irmão loiro, parecendo empolgado. Ele está em sua zona de conforto, afinal.

— Falarei com os lobos. Meia noite na campina ao sul — Leah já está recomposta. Ela sorri para Ben e sai correndo rumo a La Push.

— Podemos nos organizar em grupos com lobos e quem tem alguma peculiaridade — sugere Makenna.

— É uma boa ideia — Peter concorda — podemos ficar em pontos estratégicos se soubermos onde vai ser. Alice?

— A clareira — seu olhar fica vago por uns segundos — já vi a luta três vezes e todas foram lá.

— Pode nos mostrar onde? — ele pede e ela assente, se levantando. Eddie vem até mim, com a mesma expressão controlada.

— Como você está? — pergunta, sua voz baixa e suave, mas irritantemente distante.

— Bem — minha voz falha, então reviro os olhos com minha incapacidade de mentir agora — vou melhorar.

— Você é forte — assente — vai conseguir.

E então ele sai de perto de mim, indo falar com Tanya. Desvio o olhar, respirando fundo. Eu afastei ele. Deveria estar feliz por ter me dado espaço. Então por que eu me sinto mal? E também há Jacob. Ele apenas me manda mensagens, todas sem nenhum sentimento, só informações sobre essa guerra iminente.

Eu pedi por isso, eu sei. Tenho vontade de bater em mim mesma quando fico chateada com eles por fazer o que eu pedi. Mas não consigo evitar.

Ter sentimentos é uma droga.

 

·.༄࿔


Todos estão se preparando para treinar a noite inteira com os lobos e entre si. Até mesmo Greta está se enturmando. Menos Alec, que está ao meu lado no sofá, olhando com tédio para a TV.

— Bom, todos prontos? — Esme pergunta quando dá onze e meia.

— Aparentemente sim — Eleazar confere rapidamente se todos já estão do lado de fora.

— Falta só um — comento, olhando para Alec ao meu lado.

— Ele quer ficar — Edward diz entredentes.

— Alec? — Carlisle pergunta, seu tom educado como sempre.

— Vai ficar tudo bem, Ed — Tanya se pôs ao seu lado, segurando seu braço. Ele faz uma careta, mas assente.

Ele me lança um último olhar e sai com Tanya ao seu lado.

— Então nós vamos... — Esme parece meio hesitante — tudo bem para vocês?

— Ficaremos bem — garanto.

— Cuidarei bem dela, senhora Cullen — Alec sorri. Isso fez com que Esme se sentisse melhor, já que ela sorri de volta.

— Boa noite, então — ela sai, sendo seguida por Carlisle, que nos lança um último olhar antes de sair. Não sei se é de preocupação ou curiosidade. E por que seria curiosidade?

Ficamos olhando para a TV por um tempo, sem realmente prestar atenção.

— Que tédio — comento, quebrando o silêncio.

— Posso ver aquele desenho que estava fazendo um dia desses? — ele diz — o da árvore.

— É para aula de artes — conto e me levanto. Vamos até meu quarto, onde no canto tem uma tela com uma árvore no meio de uma tempestade desenhada. É um pouco sombrio, mas eu gosto.

— Está belo — ele elogia, olhando de perto.

— Obrigada — sorrio orgulhosa. Levei horas nessa obra. Não sou nenhum Picasso, mas sou decente com pincéis.

— Fico surpreso que confiem em mim o suficiente para deixá-la sozinha comigo — Alec diz, virando-se para mim. Há algo em sua expressão... Sua postura... Por que uma parte do meu cérebro grita "corra!" como se ele fosse um caçador e eu a presa?

— Você quer dizer "feliz" e não "surpreso", eu sei — brinco, tentando aliviar o clima.

— Como você faz isso? — em um piscar de olhos ele está há alguns centímetros, me encarando com seus intensos olhos vermelhos.

— Faço o quê? — sua aproximação me deixa nervosa e ele sabe disso. Não é algo exatamente emocional, mas físico. Ele é atraente. E tem essa aura... Ele é um sedutor.

— Entra na minha cabeça desde jeito — ele sussurra, se aproximando mais.

— Acho que me confundiu com meu irmão. — engulo em seco, desviando o olhar. Seus olhos me dão nos nervos.

— Irmão — ele ri falsamente — Não acho que essa seja a palavra adequada para chama-lo. Você o ama.

— É claro.

— Não desse jeito — ele sorri, pegando minha cintura de tal maneira que me faz arrepiar. O que diabos Alec está fazendo isso? — Desse jeito. E mais. Por quê?

— Por que está fazendo isso? — sussurro, desconcertada. Ele está perto demais, me tocando demais.

— Por que ele? — retomo seu olhar, vendo toda a curiosidade em seus olhos cintilantes. É incrível como eles já não me assustavam mais, assim como os do Ben. Só que diferente dos de Ben, Alec possui tanta intensidade no olhar que me faz querer recuar. Ou me jogar nele...

— Fala como se eu já tivesse escolhido — retruco.

— E não escolheu? — ele sorri debochado, se separando de mim.

— Não quero machucar os sentimentos de ninguém. Preciso pensar mais para tomar a decisão certa.

— Já pensou em agir por impulso uma vez na vida e se divertir? — sorri — às vezes o errado é tão bom.

— Errado?

— Vamos lá, Pandora — ele se aproxima novamente, colando nossos corpos. Eu estou envergonhada, mas algo em mim queima mais forte que isso. Excitação — eu consigo sentir seu desejo. Só um pouco de coragem. Permita-se. Você não é de ninguém por enquanto.

Engulo em seco novamente, os pensamentos racionais me escapando. Por que não? Por que não? Por que não?

Nenhuma reposta vem a minha mente.

O surpreendo tomando a iniciativa de beija-lo, o fazendo sorrir. Eu gosto disso. O beijo dele é frio e não tem nenhum sentimento envolvido além do desejo, mas é tão bom. Tão bom que eu não consigo parar, não quero parar. Então quando as mãos dele vão passando pelo meu corpo, eu só suspiro satisfeita.

Logo ele já está sem a camisa e eu sem meu vestido. Ele praticamente me joga em cima da cama, acho que esqueceu que sou humana ainda. Isso me fez dar um breve risada. Ele me olha curioso, mas não dura nem dois segundos e está em cima de mim. Sua pele fria em contato com a minha me causa arrepios, mas eu gosto. Mais um beijo e mesmo com seu corpo frio, tudo está quente.

— Eu não acredito nisso — Alec se separa de mim com uma cara frustada e uma pitada de ódio.

— O quê? — pergunto, ofegante.

— Sua irmãzinha vidente — ele bufa, colocando a camisa — é melhor se vestir para ela não ter um ataque maior do que já vai ter.

Assinto, colocando meu vestido rapidamente e indo ao banheiro me recompor. Será que dá tempo de tomar um banho? Frio, de preferência.

— Eu saio por uma hora e você quase transa com um Vulturi! — Alice me assusta, aparecendo irada atrás de mim.

— Eu poderia dizer que não é nada disso que você está pensando, mas é sim — mordo o lábio — e ele é sensacional.

— Sabe quem mais é sensacional? Edward. Nosso irmão que está...

— Para! Para de falar que ele é nosso irmão! — passo por ela, indo até minha cama e sentando — ele não é meu irmão! Eu não gosto dele desse jeito. E isso está me matando, Lice!

— Então como você gosta? — ela cruza os braços — porque romanticamente não é, caso contrário não estaria com o Vulturi.

— Eu amo o Edward, mas o imprinting me prende a Jacob e me faz ama-lo também, droga! E então Alec vem com aquele maldito charme e mãos firmes... — cubro meu rosto. Eu sou uma péssima pessoa. Meu caráter é o mesmo que lixo. Não do tipo reciclável, mas do tipo que apodrece a terra e não se dissolve por cem anos.

— Pandora — Alice senta ao meu lado. Não parece mais furiosa, mas sim séria — eu tento ver seu futuro todos os dias. Já vi tantos futuros que fico tonta. Uns com Edward, outros com Jacob e até mesmo com o Vulturi. Mas cabe a você escolher apenas um. E se você não se apressar com isso, o destino escolherá por você. E talvez você não goste das consequências.

— Como posso quebrar o coração de algum deles? — olho para ela — como eu poderia?

— Alguém irá se machucar de qualquer jeito, irmã. Você pode apenas minimizar os danos — ela me abraça.

— Obrigada — agradeço, me separando dela.

— Agora acho melhor tomar um banho — ela faz uma careta. Faço uma também e sigo seu conselho.

Acabo adormecendo e acordando no meio da noite por causa de um pesadelo. Estávamos lutando até que uma mulher que eu não vi o rosto me mata. Acordo assustada e basta alguns segundos para Alec estar ao meu lado. Rapidamente lembro que Edward fazia isso e meu coração aperta.

— Foi só um sonho — o vampiro tenta me consolar.

— Eu sei — sento-me — só é difícil não temer. Cem vampiros, Alec. É muita coisa.

— E nós somos vários vampiros experientes e lobos — ele faz uma cara convencida — e eu nem citei os membros da guarda que estão chegando.

— Você é super confiante — reviro os olhos.

— Eu sou. Mas acho que não me vale de muita coisa quando o assunto é você — ele se senta ao meu lado.

— Como assim?

— Lembra sobre a minha missão? Avisar o Benjamin sobre seu antigo clã? — assinto —  digamos que Aro não me encarregou somente disso.

— O quê? — fico receosa.

— Ele também disse para seduzi-la — ok, agora as coisas fazem sentido — mas quando eu cheguei você só tinha olhos para o Cullen — ele revira os olhos — e então tinha o pulguento também... Você tem um péssimo gosto, se me permite dizer.

— E você é um enganador! — rebato.

— Mas acontece que eu... Hm... Isso é realmente difícil dizer — ele respira fundo — Eu me apeguei a você.

— Ah, é? — cruzo os braços, duvidosa.

— É sério. De verdade. Não sei como aconteceu, mas eu realmente gosto de você. É uma boa garota, Pandora. Quartzo. Tanto faz.

— Fico feliz que tenha aberto seu coração assim — falo — e meio triste por ter sido usada.

— Você não foi exatamente usada — ele dá um sorriso malicioso — eu gostei.

— Bom saber — dou um sorriso sem graça — e o que pretende fazer agora que descobriu que tem coração?

— Talvez umas férias — dá de ombros.

— Fácil assim? — me surpreendo.

— Claro que não, Cullen — revira os olhos — vou ter que pensar bem no que dizer para o meu clã. Eles são... Complicados.

— Põe complicados nisso — concordo, lembrando das histórias que Carlisle e Eleazar me contaram.

— Mas você foi definitivamente minha última missão — ele dá um sorrisinho, mas logo substitui por uma careta — o difícil vai ser convencer minha irmã.

— Você consegue — comento — é muito persuasivo.

— Sou melhor com quem eu posso transar — ele faz outra careta — e Jane com certeza não se encaixa nessa categoria.

— Você vai conseguir, eu sei — falo e acabo bocejando.

— Ok, que tal você dormir agora? — diz — precisa descansar.

— Preocupado, Sr. Vulturi?

— Vai ser nosso segredo — ele pisca para mim.

 

Assinto, me aconchegando novamente no cobertor quentinho. Com certeza hesitação, Alec começa a passar a mão pelo meu cabelo, cantando baixinho uma canção de ninar em italiano.

 


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