Pandora escrita por majestyas


Capítulo 11
Capítulo XI. Trégua amorosa.


Notas iniciais do capítulo

Altas emoções nesse capitulo, preparem o coração para uma revelação bombástica!



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"'Cause space is just a word made up by someone who's afraid to get close."

Close, Nick Jonas feat Tove Lo.

 

— Nem comecem vocês dois! — minha reação surpreende a todos. Mas qual é, eles não esperavam que eu ficasse feito uma tonta no meio dos dois falando "parem com isso, por favor, por favor Edward, se controle Jacob" — eu estou passando por um momento difícil aqui e não vou aturar briguinhas por ciúme.

Edward suaviza o rosto e se afasta de Jacob, que cruza os braços contrariado. Ele também queria uma briga.

— Alguém me enviou isso — aponto para a caixa — tem uma cabeça ali. Humana. De uma colega de classe minha. E esse bilhete.

Entrego para Jacob, que lê em voz alta para os outros. Observo alguns lobos irem para atrás das árvores e voltarem humanos: Sam, Jared, Paul e Seth. Ainda restava Quil e Embry, que sairam correndo pela floresta.

— Bem direto — comenta Sam — mas por acaso você sabe quem poderia ter mandado?

— Diz filha — Esme se pronuncia — no bilhete chamaram ela de filha. Pode ser sua mãe biológica.

— Ou pai — sugere Carlisle.

— Então precisamos acha-los — conclue Jacob.

Edward revira os olhos.

— O problema é que ela não conhece os pais. Eles supostamente estão mortos — retruca o vampiro — Procurar por eles vai ser praticamente impossível.

— Mas conhecemos alguém que pode ajudar — comento, olhando para os meus pais.

— Jacqueline — murmura Esme — ligarei para ela.

— É melhor falarmos com ela pessoalmente — diz Carlisle — ela nos avisou que algo ruim talvez pudesse acontecer.

— Sim — a cabeça da minha mãe parece estar uma confusão — vamos falar com os convidados e partir.

— O que está acontecendo? — Alec surge, andando a passos rápidos até nós.

— Onde estava? — pergunta Edward. Ele sabe que Alec não poderia mentir em seus pensamentos.

— Seattle. Alguém está sendo bem estúpido — ele revira os olhos com tédio.

— Como assim? — Alice pergunta.

— Muitos recém-criados... Estão fugindo do controle — ele conta.

— São muitos — Edward parece assustado, lendo a mente de Alec que endurece a face — parece... Um exército.

— Espera... um exército de sanguessugas novinhos em folha? Aqui perto? — Jacob passa a mão nervosamente pelo cabelo — só pode ser brincadeira.

— Vamos entrar — Carlisle diz subitamente, estendendo o convite as quileutes também. A casa já não estava mais com aquela vibe festiva, alguns convidados já não estavam nem fantasiados mais.

— Carlisle, precisamos ir — Liam anuncia, indo rapidamente até meu pai — espero que entenda.

— É claro — murmura ele, apertando a mão dele. Maggie e Siobhan me deram rápidos abraços e partiram com ele. Depois Alistair se foi também.

— Mais alguém? — pergunto, tentando esconder o pequeno ressentimento.

— Não tenho pressa — Garrett senta no sofá, colocando os braços atrás da cabeça — eu adoro um bom mistério.

— Nós não vamos a lugar nenhum sem resolver isso primeiro — Carmen afirma, cruzando os braços determinada.

Sorrio para todos. Uma esperança, afinal.

— Ouvimos tudo — Eleazar conta — a última vez que ouvi sobre um exército vampiro foi por causa de Vladimir e Stefan.

— Dúvido que sejam eles novamente — comenta Charles — não depois daquela perda vergonhosa.

— Vigiamos os romenos de perto — conta Alec — não são eles.

— Seja quem for sabe das minhas visões e não está tomando decisões diretas contra nós — Alice fala, sentando-se e sendo amparada por Jasper.

— Então vamos supor que são os pais biológicos de Pandora, e que eles queiram, sei lá, matar ela. Eles estão contando com alguém que também não gosta dela, ou talvez do clã Cullen — Mary vai dizendo, todos seguindo sua linha de raciocínio — mas o que eles ganhariam? O que eles querem tanto assim dela?

— Meu poderes — sussurro — Jacqueline sempre me disse que pessoas iriam querer meu poder.

— Quem é Jacqueline, afinal? — Makenna pergunta.

— Minha ex tutora — respondo — talvez ela possa ajudar.

— Amanhã eu vou visitá-la para ver se consigo algo — Carlisle diz — alguns tem que ficar aqui, mas será bom que alguém me acompanhe.

— Nós vamos — Leah se pronuncia, surpreendendo os lobos. Ela está segurando a mão de Ben firmemente. Troco um olhar cúmplice com ela, agradecida.

— Eu também — Peter diz e Charlotte assente, confirmando que iria também.

— Edward...

— Eu quero ficar — ele interrompe Carlisle.

— Eu sei. Mas será melhor se for — meu pai, como sempre calmo...

— Não quero deixá-la — ele me olha sofrido.

— Pode confiar, caro amigo — Zafrina diz solenemente.

— É, ela estará em boas mãos — Randall sorri.

— As melhores — é claro que Jacob tinha que perturbar.

— Você não consegue ficar quieto, cachorro? — Edward vira-se para ele.

— Eu tenho tanto direito quanto você, sanguessuga — retruca.

— Ela é minha — Edward sussurra entredentes.

— Não é não — o lobo diz no mesmo tom.

— Se eu tivesse dois homens assim brigando por mim eu estava é feita na vida — comenta Irina, que recebe uma cotovelada de Kate.

— Quer saber? Estou indo dormir — falo, chocando a todos. Eles acharam mesmo que eu ia me meter? Me poupe. Já estou farta daquilo, estamos no meio de um problemão e eles agem assim?

— É melhor descansar mesmo — concorda Esme.

— Boa noite a todos, desculpem essa festa desastrosa — murmuro, recebendo consolos.

— Vou com você! — Rose me segue escadas acima.

Ela me ajuda a me arrumar para dormir e fica ao meu lado até eu cair no sono.

Cabeças flutuantes e esqueletos me chamando de filha assombram meu sonhos.

 

·.༄࿔


No dia seguinte, acordo mais exausta do que quando fui dormir. Me remexo na cama, mas sem levantar. Fico encarando o teto até alguém abrir a porta do meu quarto.

— Bom dia — a voz tímida de Maggie me faz despertar completamente.

— Maggie?! — minha voz aumenta consideravelmente. Pulo da cama, indo até ela.

— Eu voltei — sorri. Me jogo nela, abraçando-a.

— Por quê? — me afasta, confusa.

— Eu estou cansada de fugir, sabe? Evitar qualquer coisa mais arriscada por medo. Desde que virei vampira eu tenho medo e talvez antes disse eu também tivesse — respira fundo, um ato humano que me faz sorrir — Liam tem protegido a mim e Siobhan por tempo demais. Está na hora de aproveitar a eternidade.

— Caramba, eu estou tão feliz por você! — abraço-a novamente.

— Eu também, mas agora você precisa se arrumar. Logo o pessoal está partindo e querem se despedir — avisa.

Assinto e corro para me aprontar. Quando finalmente desço meu coração está apertado.

— Vocês já vão? — já chego abraçando papai, que me aconchega em seu casaco quentinho.

— Só estávamos esperando você — diz, beijando minha testa.

— Logo voltaremos — mamãe me puxa delicadamente para si — não largarei o celular, qualquer coisa me ligue.

— Calma, hermana — Carmen aperta o ombro dela — cuidarei da minha sobrinha.

— Eu sei. Só é difícil deixá-la, sabe? — Esme me aperta — ela come quatro refeições por dia contando o lanchinho noturno de vez e quando, ok? Deixei as receitas separadas, por favor cozinhem, ela é péssima nisso. Não deixem ela ir a escola, pode ser perigoso. Quando ela fica com muito raiva ou estressada o elemento fogo se manifesta, então tomem cuidado. Evitem dar muito doce, depois ela quase morre de dor de barriga e diz não saber por quê.

— Mãe! — sinto minhas bochechas corarem e vejo alguns disfarçando a risada. Outros nem disfarçavam, tipo o idiota do Emmett.

— Ah, filha — ela me solta finalmente.

— Ela estará segura — garante Makenna sorrindo.

— Pense em nós como tios e primos distantes muito divertidos — Garrett comenta.

— Aí está o meu medo — resmunga minha mãe. As despedidas continuam, até eu chegar em Edward.

— Você vai mesmo? — pergunto, sentindo minha boca formar um biquinho triste quase inconscientemente.

— É preciso — diz, parece odiar a ideia tanto quanto eu.

— Se cuida — abraço ele, que me surpreende com um breve selinho — Edward...

— Eu sei — ele me interrompe — mas manterei minha promessa. Nunca vou parar de tentar.

— Isso é meio doentio — Irina comenta, sendo cotovelada por Tanya desta vez.

— Você não consegue ficar calada por um minuto? — resmunga Kate.

— Chatas — resmunga a loira, bufando.

— Quando toda essa bagunça acabar resolveremos isso, eu prometo. Eu só quero um tempo — suspiro. Terei que tomar uma decisão, mas só depois de resolver essa Caixa de Pandora que tinha se aberto na minha vida.

Ele sorri, separando-se de mim. Aceno da porta quando todos partem, correndo em suas velocidades alucinantes.

— Pronta para diversão, priminha? — Garrett põe a mão em meu ombro, fechando a porta e me conduzindo até o sofá.

— Mas... — olho para a escada, pensando em ficar com Alice, que vigia o futuro para possíveis ameaças. Jasper, Randall, Mary e Eleazar também estão no quarto, discutindo melhores opções de ataque, defesa e sei lá mais o quê. No fundo eu sei que todos estão gostando disso. Finalmente um pouco de ação na monótona eternidade. E quando o nosso não está na reta, tudo é mais divertido.

— Sem mais — ele corta — vamos nos distrair.

— E como pretende fazer isso? — pergunto curiosa. Nada poderia me tirar a preocupação naquele momento.

 

·.༄࿔


Eu disse que nada poderia tirar minha concentração? Bom, eu estava errada. Esses vampiros fazem milagre.

Rose insistiu para me mostrar meu carro novo o que inspirou Emmett a ter a sensacional ideia de me ensinarem a dirigir. Mas é claro que eles não ficaram satisfeitos só com isso, como Zafrina tem o  poder de nos causar "ilusões mentais", decidiram usar isso para brincarem. Ela fez cenários muito lindos, assustadores e encantadores, até Alec se distraiu e ficou um pouco mais descontraído. Senna e Kachiri, que já estão acostumadas com isso, ficaram de fora "de vigias", caso algo acontecesse. Makenna e Tanya decidiram fazer rondas igual os lobos. Carmen e Maggie ficaram na cozinha fazendo minhas refeições. Todos foram muito gentis comigo e eu sou realmente grata por isso.

Já é tarde e Jacob chega, fazendo dezenas de olhos vermelhos e alguns dourados olharem para ele com repulsa e desconfiança.

— Já viu a hora, menino? Isso lá são horas de aparecer na casa dos outros? — Carmen atende ele — já pensou se eu estivesse dormindo?

— Mas a senhora não dorme — ele parece incrédulo, o que me faz rir. Não só eu, até mesmo Rosalie ri enquanto revira os olhos.

— Você já viu as figuras que tem nessa casa? Eu não duvido mais de nada — minha tia da de ombros.

— Olha... Eu posso falar com a Pandora? Eu realmente preciso vê-la.

— Ah, esses adolescentes apaixonados... — ela suspirou e começou a resmungar algumas palavras em espanhol rapidamente.

— Quem tocou a campainha? Me acordou do meu fechar-os-olhos-mas-não-dormir da beleza! — Irina bate o pé, parecendo brava ao lado de Carmen.

— O quê? — o quileute parece estar mais surpreso ainda.

— Visitas são permitidas apenas antes das nove — Garrett aparece atrás de Carmen, com a cara fechada — ordens do chefe Cullen.

Jacob fica estático no lugar, sem acreditar em tudo que está acontecendo. Reviro os olhos e passo por eles.

— Tudo bem, chega de brincadeira — falo — estão dando curto circuito no Jay.

— É, foi bom enquanto durou — Irina deu da ombros, sumindo escada acima.

— Não demorem — Carmen lança um olhar a nós dois — agora é sério.

Assinto, fechando a porta, só por educação mesmo, já que sabia que todos podem ouvir.

— Como você está? — ele me pergunta.

— Eu não sei — sou sincera — está tudo uma confusão tão grande. Mas é bom te ver, me deixa mais tranquila.

Ele dá um meio sorriso e avança para me beijar, mas eu viro o rosto rapidamente. Ele beija minha bochecha confuso e recua.

— O que foi?

— Não seria justo com Edward — murmuro.

— Você não pode está falando sério — ele passa a mão pelo cabelo nervosamente.

— Eu não posso decidi nada agora, então quero uma... Trégua. Dos dois — suspiro — eu realmente não quero mais brigas, nem provocações. Eu só preciso colocar a cabeça no lugar para poder decidir de vez.

— E tem o que decidir? — ele parecia incrédulo.

— Quem sofreu o imprinting foi você, não eu. É claro que eu também o sinto... Mas Edward... É diferente — fecho os olhos por alguns instantes, sem querer encara-lo — eu o amo, mas também amo você. São dois amores diferentes e eu nunca senti isso antes. Não sei o que fazer. E agora essas merdas acontecendo... Eu não posso pensar nisso agora, entende? Preciso resolver minha vida e depois pensar em como resolver nossa situação.

Tomo coragem para olhar em seus profundos olhos castanhos, odiando a mágoa que enxergo ali. Mas eu não poderia fazer um joguinho com os dois, nem tomar uma decisão agora.

— Eu sempre vou fazer o que é melhor para você, querida — sou voz soa mais rouca que o normal e ele encosta nossas testas. Me permito inspirar seu cheiro amadeirado e sentir seu calor — mesmo que isso acabe comigo.

— Eu sinto muito — murmuro. Meu coração se despedaça com isso.

Olho bem em seus olhos e começamos a nos aproximar, eu já posso sentir seu hálito e...

— Dora, Esme está ligando — Rosalie abre a porta com tudo, fazendo eu e Jay nos separarmos rapidamente pelo susto.

Assinto, dando um rápido abraço em Jacob, que sai correndo para a floresta. Entro novamente em casa, observando todos suspeitamente concentrados em alguma coisa.

— Cadê? — pergunto, estendendo a mão.

— Acho que caiu — ela comenta, olhando para o celular — toma, liguei pro Edward. Quem sabe com ele tenha mais sorte.

Franzo as sobrancelhas, mas não digo nada. Coloco o aparelho no ouvido, Eddie havia atendido no primeiro toque.

— Oi! Como vocês estão? — só então, sem que ninguém estivesse tentando me distrair, percebo que estou com saudades e preocupada com todos — Leah não matou ninguém, né? Nem ninguém atacou ela? Você sabe, ela pode ser um pouco... Temperamental.

Ouço os protestos dela perto dele e Ben falando para ela se acalmar.

— Um pouco? — ele da uma risada seca — estamos todos bem, já conversamos com Jacqueline.

— Então já estão vindo para casa? — pergunto vendo todos os olhares recaíram em mim com expectativa.

— Não, agora temos outro destino — ele parecia meio nervoso.

— O vocês descobriram, Edward?

Ele hesita um pouco antes de jogar a bomba.

— Estamos indo atrás da sua tia.


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