Amanhã escrita por Yomika


Capítulo 3
Depois da meia-noite


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao final do curta-metragem. Espero que gostem!
Agradecimentos especiais à VS Pinheiro e ao The Nightmare.

Obrigado pelos comentários da minha querida Phoenix, da
sabrinavilanova e da GabiSan.



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[Sob o ponto de vista de Trevor]

 

 

“30 segundos para a meia noite!”

Eu o encarava paralisado. Era como se ele tivesse dado com o taco bem na minha testa, fazendo meu cérebro dançar dentro da cachola. Estava muito, muito bêbado, não tinha perdido a razão. Eu sei o que vi!

filha da puta me encarava com a cara mais cínica que eu já vi na minha vida. Foi dando as costas para mim. “Ah, mas não vai fugir MESMO”, pensei.

Mesmo com o mundo girando, corri atrás dele. No instante seguinte estávamos sozinhos no quarto de sei-lá-de-quem. Fechei a porta com força, pouco me fudendo se ia quebrá-la. Na verdade eu queria quebrar a cara dele. A raiva era tão forte que me fazia tremer. O álcool só piorava as coisas. Mal conseguia me controlar pra não pular no pescoço dele agora mesmo.

— QUE PORRA FOI AQUELA? — Fui pra cima dele. O filha da puta nem queria olhar para minha cara, mas eu o obriguei.

— Olha...M-me Desculpa… E-eu prometo… Não foi o que pare-

— Tá brincando comigo? — Ele achava que eu era cego? Fazia aquela cara de cachorrinho. Que vontade de quebrar a cara dele... — Que. PORRA. FOI. AQUELA?

Fui encurralando-o até a escrivaninha. Ele não tinha como fugir. Novamente fez aquela cara de garotinho indefeso. Caralho, eu queria bater TANTO nele. Estava bêbado e o Clark ia apanhar demais!

— Calma, Trevor...Por favor...

Me tocou.

Meu coração quase estourou. Joguei o braço dele para longe, empurrando-o forte contra a escrivaninha. Ele estava LOUCO?

— Não me toca.

Clark me olhou indignado pelo empurrão, e então disse, irritado:

— Quer saber? Ela nem tava afim de você!

E passou por mim.

SÉRIO? SÉRIO?

A audácia era tão grande que eu sequer acreditei.

— Vai se FODER!

Peguei o braço dele com força antes dele chegar na porta. Ele não ia sair daqui. AH, MAS NÃO IA MESMO.

Se desvencilhou e me empurrou.

Certo. Agora ele ia apanhar.

Joguei o Clark no chão. Sequer conseguiu resistir. Pulei por cima dele e joguei todo meu peso. Setenta quilos de músculos contra aquele corpo magricelo.

— Sai de cima de mim!

O paspalho tentava se desvencilhar, mas os braços estavam bem presos. Ele estava paralisado. Eu podia quebrar aquela cara de bom moço. Podia destruir ele. Podia amassar aquela boca todinha e ninguém ia me impedir…

Amassar a boca do Clark e...

Balancei a cabeça, tentando afastar aquele pensamento para longe. O álcool estava pregando peças em mim. Que porra de ideia foi essa?

Meu coração batia muito forte. Minha respiração era profunda. Notei que estávamos há menos de trinta centímetros um do outro.

Caralho, eu estava bêbado demais!

Toda a vontade de surrá-lo estava se confundindo na minha cabeça. Tudo girando e se misturando...

Só que não tinha como mentir.

Aquela não era a primeira vez que a ideia tinha passado na minha cabeça...

Eu lembrava da primeira vez que vi o Clark. Era muito criança, mas lembro muito bem. Estava jogando baseball com o meu pai no parquinho e o Clark pintava o muro com o dele. Nossos pais foram conversar e do nada a gente já estava brincando. Lembro de ter jogado ele muito forte na areia. Eu era meio bruto. O Clark chorou e o pai dele acabou levando-o para casa.

Depois o vi na escola. A partir de então passamos a ficar juntos no intervalo. A mãe dele fazia uns sanduíches naturais. Clark sempre dividia comigo. Da infância eu só lembro disso e vagamente.

Só sei que em algum ponto nos tornamos inseparáveis. Éramos Clark e Trevor.

Sempre que brigava com o velho, ia para a casa do meu melhor amigo jogar videogame, tentando esquecer os dramas da minha vida. Meu pai não queria que eu fosse jogador de baseball. Me queria seguindo o caminho do meu irmão, um estudante de direito. Vivia me comparando a ele, porém com o tempo parou de falar do Ray. Eu sabia o porquê. Apesar do desentendimento deles, meu pai nunca me encorajou a seguir a carreira de jogador. Achava que eu ia terminar fracassando, como ele.

Quando estava com Clark, esses problemas sumiam. Me divertia demais. Ele sempre foi o garoto certinho, que estuda, o fotógrafo sensível e tudo mais. Eu era o cara dos esportes, mas nunca gostei de ficar muito com a galera do time, porque eles eram um bando de burros e o Clark tinha cérebro.

Ele sempre falava coisas legais. Sempre tinha conversas interessantes. Eu gostava disso, porque a minha vida medíocre de loiro burro do bairro parecia ter algum sentido. Clark me fazia ter vontade de ser alguém.

Eu gostava de imaginar o que o Clark seria se não tivesse comprado aquela câmera para bater foto do meu jogo. E o que eu seria se tivesse desistido, depois que meu próprio pai não viu minha maior vitória. Um tinha criado o sonho do outro.

Desde então, o moleque sempre andava com aquela câmera, batendo foto de tudo. Gostava de fazer imagens principalmente do céu. Eu acabei pegando o mesmo gosto, talvez pelo fato de conversarmos bastante no telhado da casa dele, olhando para o horizonte montanhoso de Long beach.

Chegamos ao último ano do colegial, aí que conheci a Sarah. Era a garota mais bonita e popular do nosso ano. Grudou no Clark e do nada se tornaram melhores amigos. Sarah era linda e só queria saber do Clark. Óbvio que eu imediatamente me apaixonei por ela.

Comecei uma grande jornada para ficar com a Sarah, mesmo sabendo, no fundo, que ela não se interessava muito em mim. Ela gostava muito mais do Clark. E quem não gostaria? Ele era legal, inteligente, tranquilo, carismático. Um sorriso lindo que eu adorava arrancar dele. Eu admitia tudo aquilo, sem perceber o grande problema que isso me causaria.

Quando notei, era tarde demais.

Os sentimentos que estavam represados dentro de mim há décadas vazavam lentamente. Com o tempo, começou a pesar dentro de mim e aí eu me dei conta que tinha alguma coisa errada com a nossa amizade. Desesperado, joguei para o fundo da mente uma ideia louca que tive quando certa vez dormi na casa do Clark.

Comecei a evitar pensar naquilo, porque não tinha explicação. Não podia ser. Eu também gostava da Sarah e a missão de ficar com aquela linda garota me manteve nos trilhos.

Por um tempo.

Meu irmão veio nos visitar no natal e eu entrei em modo de defesa. Ao mesmo tempo, Clark começou a ficar triste. Foi no nada! Não sabia o porquê, mas também não podia dar tanta atenção, porque em casa estava rolando uma guerra fria sobre a qual o Clark nunca poderia saber.

Quando meu irmão foi embora, eu consegui voltar ao normal. O que inicialmente era um desejo simples se tornou uma obsessão. Eu só falava na Sarah e o Clark já parecia meio irritado com isso. Eu percebi isso no momento das bebidas, quando meu melhor amigo estava reduzido a alguém que só servia para ficar com uma garota. Por isso que decidi ir na piscina curtir com ele, sem ligar um pouco para o lance da Sarah.

Só que aí aconteceu aquilo.

Eu tive a impressão que o Clark queria me… Que loucura! Me entupi de álcool para mandar tudo aquilo pro inferno. Fugi dele como o diabo foge da cruz, pois a ideia louca tinha voltado com tudo! Revirei a festa inteira atrás da Sarah, afinal, eu também... quer dizer, eu só gostava dela. Porém quando eu a encontrei...

...olha o que tinha acontecido!

O Clark pegou a Sarah!

desgraçado do Clark tinha pegado a Sarah!

Alguma coisa rachou dentro de mim.

Caralho, eu tinha sobrado! Ia ficar sozinho pelos próximos cinco meses, enquanto Clark e Sarah iam começar a namorar! Tinha me fodido totalmente!

Como ele tinha sido capaz de fazer aquilo comigo? A traição era dupla, porque tinha tirado todas as minhas chances em uma única tacada! A ideia louca tinha se quebrado em pedacinhos ao mesmo tempo que a minha paixonite murchou como uma bola furada numa cerca bem pontiaguda. Não tinha jeito mais filha da puta do destino me foder.

Decepção. Raiva. Tristeza. Ódio.

Como ele tinha sido capaz de me abandonar dessa maneira?

O ódio cresceu no meu peito tão forte que eu queria extirpar o Clark da face da terra! Descontei tudo naquele desgraçado, tentando esconder aquilo realmente estava se passando na minha cabeça.

Mas o álcool tinha me traído.

Eu estava cara a cara com ele. Perto demais. Tinha bebido pra caralho e agora a represa tinha rompido por completo. Pensei nos próximos meses que ia enfrentar sozinho até a universidade, então tomei a decisão mais idiota possível. A tentativa mais desesperada de quem não tinha nada a perder.

Era o último dia do milênio, não era?

Tinha bebido demais, o Clark também, né?

Ele tinha feito aquilo na piscina, não tinha?

E agora não tinha ninguém por perto…

Estávamos a sós em um quarto fechado.

Enquanto nos encarávamos, Clark começou a ficar confuso. Afinal, eu estava preparado para quebrar sua cara na porrada. Mas agora suas mãos sequer estavam presas, eu apenas as segurava. 

Eu estava descontrolado. Nunca tinha bebido tanto assim. Meu coração batia rápido ‘pra caralho. E o Clark respirava forte também. O hálito do desgraçado invadia minha cabeça. A ideia estava ali, não tinha como evitar.

A boca do meu melhor amigo...

Puta que pariu, aquela boca... Deus, que merda...

Foi como mergulhar em uma piscina com roupa e tudo. Foda-se as consequências. Foda-se o amanhã.

Peguei fôlego e quebrei última barreira, tornando real a ideia que venho prendendo sei lá há quanto tempo.

Beijei os lábios do Clark.

Era como se tivesse corrido dez vezes ao redor do campo de baseball e a boca dele fosse o único bebedouro disponível. A sede era forte demais. Eu estava totalmente fora de mim.

Beijei os lábios inferiores, depois os superiores, apertando-os contra os meus com força. Traguei o cheiro do Clark como um viciado, fechando os olhos em um misto de desespero e alívio. 

De repente ele abriu passagem. Senti sua língua deslizar contra a minha. A mão de Clark agarrou meus cabelos e foi nesse momento que senti um estalo na minha cabeça.

De repente tudo se tornou nítido.

O som do mundo lá fora denunciou que existia um mundo ainda.

A gritaria avisava que estávamos no ano dois mil...

E que aquilo nunca poderia ter acontecido.

Abri novamente os olhos. A pergunta veio a minha cabeça: O que eu fiz?

Clark respirava forte. Olhava assustado para mim. A mão dele ainda agarrava meu cabelo e eu ainda segurava a outra contra o chão. Caralho, aquilo era erradoerrado em proporções astronômicas. Pisquei duas vezes e então me desvencilhei dele, aterrorizado com o que tinha acabado de acontecer.

O que acabou de acontecer? O que eu fiz?

Me levantei e saí do quarto como um raio.

A galera lá fora bebia sem limites. Todos gritavam, assopravam apitos e estouravam confetes. Um cara do meu time veio pra cima de mim e eu só dei um empurrão forte, nem ligando se ele ia se acabar no chão.

Só queria sair dali.

No instante seguinte estava no jardim do Philip. Som de algazarra escapava das casas vizinhas. Fogos de artifício povoavam o céu, mas eu estava alheio a tudo aquilo.

Desci as escadas, desviando da galera que olhava o show pirotécnico.

Ben Cocks - So Cold

Graças a Deus não tinha ninguém lá. Sentei a beira da piscina e fiquei olhando as luzes estourarem no reflexo da água cheia de copos vermelhos. Minha cabeça estava estourando também. O que tinha acontecido?

Clark era meu melhor amigo. Porque diabos eu iria querer… Porque?

O que eu era?

Lembrei do meu irmão.

Nunca fui próximo dele, mas não era cego. Eu sabia que ele saía com caras. Ele falava tanto de ir para Chicago para ser livre que eu acabei herdando aquele sonho. Ser livre daquela vidinha medíocre. Ray fugiu antes da bomba estourar e eu não podia culpá-lo. Nos uníamos pela vontade de ter uma vida só nossa.

E, pelo visto, agora não só nisso.

Mas eu era diferente do Ray. Eu não era corajoso. Além disso, eu gostava de garotas, juro. Eu daria tudo para ficar com a Sarah, de verdade. Mas é que eu também sentia uma vontade incontrolável de pegar o Clark e, e...

Puxei os meus cabelos, na ânsia de recuperar a sanidade. Respirando fundo, um pouco mais calmo, tirei o bolso a única lembrança que tinha dele. Era um isqueiro prateado que ele alegava ser da nossa mãe. Sei lá se era dela mesmo, mas guardava sempre comigo. Segundo o nosso pai, ela tinha abandonado a gente para viver com outra família. Procurava não pensar muito naquilo, porque ser vítima não era do meu perfil. Mas o Clark não me deixava em paz. Sempre perguntando se estava tudo "O.K" com isso.

Que droga...

Apertei meus olhos, sentindo um arrepio de aversão à minha atitude. Eu tentava esquecer, mas parece que a droga do álcool não estava fazendo efeito algum, a não ser a tontura e vontade de vomitar tudo o que comi há décadas.

Eu não queria pensar, mas tudo vinha à tona como um carrossel. Clark tinha correspondido... E agora.. E agora?

Cinco meses. Cinco fucking meses até a formatura. Como eu ia olhar para a cara dele sem sentir ódio de mim mesmo? O meu pior pesadelo estava se tornando realidade.

Fiquei ali. Pensando. Quanto tempo? Não sei dizer. Tudo foi ficando silencioso. O céu foi clareando. Eu só sabia encarar o isqueiro, olhando sem ver as chamas que ascendiam e apagavam com um petelecoco.

A manhã de primeiro de janeiro do ano dois mil chegou com o canto dos pássaros. Azulada, fria, um clima de reinício insuportável. O clarear do dia era tardio na Califórnia e Long Beach tinha esse sopro marinho friento, mesmo que o nosso bairro ficasse longe pra caralho da praia.

Levantei-me, sentindo que tinha ficado ali há séculos. A sala da casa do Philip estava uma merda. Copos, garrafas, serpentinas, lixo da mais variada qualidade ocupava o chão, atapetando tudo. O palco estava montado ainda, mas as o "dois" do “dois mil” tinha sido arrancado sabe Deus quando.

Uma galera se amontoava nos sofás. A luz escapava da janela panorâmica. E ela brilhou exatamente no rosto dele.

Estaquei.

Clark estava parado exatamente do outro lado da sala. Vinha do quarto onde tudo aconteceu. Ele abriu a boca, querendo dizer alguma coisa, mas não disse nada. Tampouco eu disse alguma coisa. O que poderia ser dito?

Eu sentia um abismo entre nós, como se nem mais conhecesse aquele garoto que estava na minha frente.

O silêncio se estendeu até alguém se levantar do sofá.

Era a Sarah.

Ela olhou para nós dois. Soltou um bocejo e tirou o cabelo do rosto.

— Podem me dar carona?

Saímos da casa do Philip como sobreviventes de guerra. Nenhum de nós disse nada. Sarah ainda estava exausta. Se jogou no banco de trás e adormeceu no segundo seguinte. Clark hesitou para entrar no carro. Incapaz de olhar para a cara dele, destravei a porta. Ele entendeu o recado e sentou no lado do carona.

Alguma coisa queimava dentro de mim. Uma raiva que não passava. Não olhei para aquele cara que estava do meu lado. O que eu poderia fazer? Não tinha nada a dizer. Sentia que ele hora ou outra olhava para mim enquanto eu dirigia. Na verdade, eu estava mantendo uma concentração do caralho para não gritar.

Droga, droga, droga…

Parei na frente da casa da Sarah, evitando olhar para o parquinho. mal me despedi dela, porque sabia que ela merecia meu desprezo pelo que fez. Mas e o Clark?

Suspirei fundo, tentando mandar os pensamentos para puta que pariu.

Continuei dirigindo. O silêncio pareceu piorar. O trajeto foi longo demais e a raiva só aumentava. Após um milênio, cheguei na casa dos Garrick. Clark não saiu do carro. Senti seu olhar, mas ignorei-o com todas as minhas forças, olhando para o nada, sem sequer piscar. Ouvi o suspirar dele ao meu lado e o destravar do cinto de segurança.

Ele nem se despediu.

O baque da porta pareceu me despertar de um sonho horrível, no qual eu tinha perdido meu melhor amigo. Olhei para o Clark se distanciando…

Meu coração se apertava pra caralho.

Abri o porta-luvas do carro, porque sabia o tempo todo o que estava ali. Depois que retirei o que queria, vi a luva que ele tinha esquecido há séculos. Nunca devolvi, porque planejava levá-la comigo para Chicago, junto com as nossas fotos. Me lembrei da nossa última conversa no parquinho. 

A conversa do ano passado.

O que eu estava fazendo?

Meu coração esmurrou meu peito com uma angústia que parecia querer escapar pela minha boca, mas ao mesmo tempo me silenciava.

Covarde...

Uma culpa do caralho tomou conta de mim, porque eu vi o futuro e sabia que ele dependia dos próximos segundos. Eu fui o imbecil do milênio passado, mas não ia ser o babaca nessa nova era também. 

— CLARK!

Ele parou. Virou-se e me encarou com uma cara de tristeza que partiu o meu coração em dez mil pedaços. Aquela cara que ele fazia quando eu fazia merda. Engoli a seco. Clark veio até a janela do meu carro. Estava confuso, mas assim que viu minha mão, deu um sorrisinho fraco.

Ele tinha esquecido a câmera no porta-luvas e, bem, era o maior tesouro dele, não era?

A foto que eu tirei dele sorrindo deveria estar muito linda...

Como eu me odeio...

Clark pegou a máquina e agradeceu mudamente. Preparou-se para sair. Senti uma nostalgia incontrolável pela época que éramos crianças e tínhamos que nos despedir após um dia inteiro de baderna pela vizinhança.

Aquela promessa de amizade era a única coisa que um sujeito grosso como eu podia fazer. Era o meu jeito de renovar os votos para aquela nova era. Por isso que eu estendi a minha mão para o Clark e disse:

— Amanhã?

A feição de surpresa dele deu lugar a um sorriso maravilhoso. Eu sorri também. Ele apertou a minha mão e foi embora. O observei até fechar a porta, sentindo algo dentro de mim ficar contente. Dirigi, sentindo que aquela brisa que passava por mim não era o motivo de eu estar me sentindo leve.

Onde estaríamos daqui a um ano?

O que seríamos um para o outro?

Sinceramente, não sabia. O novo milênio renovaria as coisas para nós. Tinha cinco meses para consertar minha cagada, a minha confusão estúpida, a minha decisão inconsequente...

...De me apaixonar pelo meu melhor amigo.

É... Amanhã poderia ser tudo diferente, só que sempre seríamos Clark e Trevor. Eternamente.

Eu ia fazer ser eterno.


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Notas finais do capítulo

Aguardem o Epílogo!

Link do curta metragem que me inspirei para escrever essa história: https://www.youtube.com/watch?v=jkpWu3TJOz0&t=647s



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