À Espreita escrita por EsterNW, Entusiasta


Capítulo 9
Encontros


Notas iniciais do capítulo

Ester:
Hallo hallo, povo! Como vão vocês? Gostaram do momento casal no capítulo passado? Hoje continuemos um pouco com as coisas mais leves xD
E continuemos com nosso Dreamcast. O personagem de hoje é o Heitor.
Boa leitura ;)



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Seguimos então o caminho para um teatro, onde assistimos a uma peça com os seguranças por perto. Era o último dia do espetáculo na cidade, então aproveitei para levar minha namorada comigo na esperança de que a comédia tirasse sorrisos de seus lábios, e confesso que dos meus também. Felizmente meus planos foram bem-sucedidos, e em pouco tempo acabamos esquecendo nossas preocupações. Meus olhos se voltavam algumas vezes para o rosto de Camila, e eu não conseguia deixar de admirar seu belo sorriso que quase nunca aparecia. Como momentos bons sempre aparentam passar rápido, a peça logo acabou e ver os seguranças sorridentes vindo em nossa direção fez com que tudo voltasse à minha mente. Eles pareciam ter notado, porque logo fecharam a expressão.

— Aconteceu alguma coisa, patrão? – perguntou-me García, com um ar de preocupação.

— Não, nada. Está tudo bem – sorri. – Eu acho que… devo parar de me preocupar excessivamente com esse caso, não me faz bem. E está tudo tão bem essa tarde, não quero deixar que nada atrapalhe o resto do meu dia. Querida, vejo que você gostou do passeio – virei o rosto para Camila, que estava ao meu lado.

— Você escolheu uma peça muito divertida para vermos! Quase me faltou ar. – Camila estava tão alegre que até chegava a parecer outra pessoa, se não fosse pela grande franja que insistia em cobrir parte de seu rosto, sua “marca registrada”.

— E o que acha de continuarmos nos divertindo ao sair para comer? – perguntei enquanto a envolvia em meus braços. Senti que ela se encolheu um pouco, talvez constrangida por causa da presença dos seguranças que nos olhavam felizes.

— Então, bem que eu gostaria… – dei um beijo em uma de suas têmporas – mas preciso voltar para casa, de verdade. Antes que fique tarde.

— Tem certeza? – perguntei tentando fazer com que ela refletisse sobre o assunto.

— Tenho…

Depois de mais um beijo, deixei-a livre de meu abraço e nos dirigimos ao carro com García e Hernandes, indo para sua casa. Não iria obrigar Camila a fazer algo que não queria ou podia. Talvez ela estivesse preocupada por seu bairro não ser um dos mais seguros, principalmente para sair ou chegar à noite. Eu me preocupava mesmo com a presença dos seguranças. Acredito que, quando alguém que amamos corre perigo, todo cuidado é pouco.

Enquanto estávamos no carro, senti meu telefone vibrar dentro do bolso. Depois de alguns cliques, estava na página das mensagens de texto.

— O que foi? – perguntou Camila, que estava sentada ao meu lado.

— Tárcio me chamou para comer alguma coisa com ele daqui a pouco. Se importa se eu for?

— Não, não tem problema.

— Vocês dois me fazem companhia?

— Claro! – responderam os seguranças em uníssono.

Durante o resto do percurso, conversamos animadamente sobre assuntos variados, e minha namorada inclusive sorria em alguns momentos.  Árvores balançavam ao vento fazendo um som que eu não era capaz de ouvir graças às janelas fechadas do veículo. Camila apoiava a cabeça em um de meus ombros, posição essa que fazia com que seu rosto ficasse quase que totalmente coberto pela franja. Era quase impossível acreditar que todas as coisas que ocorreram no dia anterior faziam de fato parte da realidade. As coisas seguiam tão diferentes naquele momento que era como se nada houvesse acontecido conosco. Como se Hernandes e García fossem apenas amigos que nos acompanharam. Como se eu não tivesse passado um tempo pensando nas motivações daquele homem depois do trabalho. Como se ele nunca tivesse surgido em nossas vidas.

— Divirta-se! – desejou-me Camila antes de fechar a porta do carro quando chegamos à sua casa. Seus vizinhos saíram para as janelas ao ouvir o som do veículo. Não era algo que me deixava muito feliz, mas havia se tornado minha realidade desde que fui promovido.

Alguns instantes depois de ela ter fechado sua porta, Hernandes nos pôs novamente na estrada, dessa vez em direção ao meu apartamento. Permiti que os dois se retirassem por um tempo enquanto tomava um banho antes de irmos juntos ao encontro de Tárcio num café não muito longe de onde eu morava. O sono havia me deixado de lado por um tempo graças ao cochilo que consegui tirar apesar das ruas defeituosas do bairro onde Camila morava, bem como o dos vizinhos.

Encontrei meu amigo sentado no canto do simpático estabelecimento e fui ao seu encontro. A cafeteria me passava uma sensação de tranquilidade, como se eu não estivesse num dos bairros mais caros da cidade e sim num lugar mais simples. Bela escolha a de Tárcio.

— Desculpe garoto, não aguentei ver o garçom passando com isso e tive que pedir um para mim. Servido? – perguntou enquanto me estendia uma empada já mordida.

— Não se preocupe com isso! Eu vou pedir minha comida, aproveite sua empada.

Sentados na mesma mesa que nós, meus dois seguranças vasculhavam suas carteiras em busca de dinheiro para também participarem desse lanche conosco. Tárcio e eu ficamos os observando discretamente, para ver o que ia acontecer. Eles contaram a quantia encontrada, mas não tinham mais que uns trocados.

— Sabe, eu não me importaria de pagar seus pedidos se me pedissem. – Falei para os dois com um sorriso brincalhão. O garçom chegava à mesa com um cupcake. – Então, vão querer algo?

Os dois olharam para o dinheiro que tinham, se entreolharam e García resolveu responder dirigindo-se ao garçom:

— Pode trazer dois sanduíches e dois cafés pretos?

— Certo! Já já volto com seu pedido.

— Capricha na mortadela! – falou Hernandes para o funcionário quando este começou a se afastar.

— Você está com uma cara ótima, Heitor. O que aconteceu? – O tom de estranhamento usado por Tárcio me fez rir por uns instantes. É verdade, eu andava bem tenso naquela época.

— Apenas fiz o que o senhor me disse: saí com minha namorada. Os resultados foram incríveis! O senhor tinha que ter visto como ela estava feliz...

— Ah, eu gostaria de ter visto! Sorrisos são a coisa que menos se vê no rosto dela.

— É, com licença... – interrompeu García. – Podemos pedir um doce?

— Fiquem à vontade para pedir o que desejarem.

— Qualquer coisa eu ajudo a pagar, garoto.

— Nós não vamos abusar da boa vontade de vocês. Muito obrigado patrão – o outro segurança agradeceu.

• •

Na volta para meu apartamento, García reclamava baixo com uma das mãos no estômago dolorido enquanto Hernandes ria da situação.

— Quem mandou comer tanto e tão rápido? Agora vieram as consequências.

— Entendi, entendi… Não pode dirigir mais rápido? Quero chegar logo em casa…

— Pode ir no meu banheiro se quiser – ofereci.

— Agradeço o convite patrão, mas não é necessário.

Nosso motorista da vez atendeu ao pedido do companheiro que sofria no banco ao lado, isso somado à curta distância até o prédio fez com que em poucos minutos chegássemos ao meu destino. Desci do carro e trocamos rápidas palavras de despedida, já que García estava apressado. Fiquei parado na rua a observar o veículo que se afastava, ouvindo cada vez mais baixo o som das “broncas” que Hernandes dava no colega de trabalho, o clássico “eu te disse”. Então ele virou a esquina. Nesse momento, dei dois passos em direção ao prédio, mas fui impedido de continuar meu caminho por uma mão que me puxou com força para um ponto da rua que ficaria longe das vistas da maioria das pessoas que por um acaso olhassem para baixo pela janela de seus apartamentos. Pego de surpresa, não consegui resistir a essa ação. E, ao ver quem estava na minha frente, a surpresa e o medo me fizeram perder a fala.


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Notas finais do capítulo

Entusiasta:
É como dizem: as coisas se acalmam só para depois ficarem ainda piores.
Ester:
Será que nosso amigo misterioso vai sequestrar o Heitor? Ele vai pedir resgate? É assalto? Se correr o bicho pega? Não perca, na próxima segunda, no próximo capítulo de... À Espreita ~música de fim de plantão.



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