James sorria para mim daquela forma que fazia o meu corpo derreter todinho. Parte de mim não conseguia deixar de ficar assustada com o quanto meu coração estava batendo rápido e meu corpo ficando quente.

— Eu não sabia que você trabalhava na pizzaria. - murmurei

— Só nas horas vagas. - ele riu

Dei uma risada e abri mais a porta.

— Entre logo, eu estou perdendo o meu programa. - eu disse

Ele franziu as sobrancelhas, mas aceitou o convite.

Fomos até o sofá e nos sentamos, em pontas opostas. Não que isso fosse possível, já que o meu sofá era bem pequeno, mas nós mantivemos o máximo de distância possível entre nós.

Coloquei a caixa da pizza da mesinha de centro e peguei um pedaço para mim e um para James.

— Só queijo? - ele perguntou - Eu achei que você fosse do tipo pizza de rúcula com queijo brie e damasco.

Dei uma gargalhada.

— Esse é um tipo bem específico. - murmurei

Ele deu de ombros, sorrindo.

— Eu gosto só de queijo. - continuei - Quero dizer, eu também gosto das outras, mas eu acho que nada se compara ao gosto de uma bela pizza de mussarela.

— Justo. - ele disse

— E você? - perguntei - Eu achei que você fosse do tipo pizza de rúcula com queijo brie e damasco.

Ele sorriu.

— Eu sou do tipo pizza de rúcula com queijo brie e damasco. - confessou - Mas eu sou quase vegetariano! Eu não tenho tantas opções!

Dei uma gargalhada e o encarei por alguns instantes. Se alguém tivesse me falado que, algum dia, James Potter estaria sentado no meu sofá, comendo pizza comigo, eu provavelmente teria rido da pessoa. Agora, no entanto, a única coisa que eu queria era que ele estivesse mais perto de mim.

Era assustador, no entanto, querê-lo por perto. A noite anterior havia sido incrível, mas eu não tinha a menor ideia do que ela significada. Nem para mim, muito menos para ele.

Nós estávamos um pouquinho bêbados e havíamos acabado de sair de um casamento lindo, no qual cantamos músicas românticas juntos. Tudo o que aconteceu depois pode ter sido apenas uma reação a isso. Talvez James estivesse na minha casa, naquele momento, justamente para me dizer que a noite anterior foi um erro. Um ótimo erro.

— O que estamos assistindo? - ele perguntou

— Você não acompanha o Masterchef? - perguntei

Ele negou, com a boca cheia de pizza.

— É um programa de culinária. - eu disse

Ele franziu as sobrancelhas, certamente julgando o meu gosto para programas de televisão.

— Você deveria se inscrever. - continuei

Ele deu uma gargalhada.

— Você realmente ficou impressionada com o macarrão que eu fiz. - ele murmurou

— É sério! - protestei

Ele revirou os olhos, mas se esticou até alcançar minha cintura e me puxou para o colo dele. Dei uma risada, sem graça, e apoiei minha cabeça em seu peito para continuar vendo o programa aninhada em seus braços, mas me concentrar na competição começou a ficar extremamente difícil.

Eu não sabia se era sensato ouvir as vizinhas dentro da minha cabeça que me diziam o quanto James era perfeito – e ele realmente era. Ele era inteligente, gentil e tinha um senso de humor incrível. Era difícil de acreditar que eu realmente gostava de ficar com ele!

Sem contar que ele era lindo. O seu cabelo era tão macio. Passar as mãos por ele era como tocar em uma nuvem. As suas mãos eram tão firmes e tê-las passeando pelo meu corpo era como a melhor massagem do mundo. O seu beijo era a coisa mais delicada e deliciosa que já havia acontecido com a minha boca.

— Eu gostei do seu pijama. - ele disse, delicadamente, com a boca próxima ao meu ouvido.

Eu estava usando um pijama de sapos. Ele rosa e branco e tinha muitos sapos espalhados pela calça. Eu havia ido a uma loja de pijamas comprar um presente para uma das minhas primas, que estava fazendo aniversário, mas a vendedora havia me convencido a comprar um para mim também.

Dei uma risadinha e James deu uma trilha de beijos pelo meu pescoço, que ainda estava todo marcado da noite passada, preciso ressaltar. Me virei para ele, lentamente, mas ele voltou sua atenção para o programa, como se nada tivesse acontecido.

— Você é cruel, Potter. - choraminguei

Ele deu uma risada e voltou a beijar meu pescoço, mas eu tive que me contentar em assistir a maldita televisão.

…

Quando o programa finalmente acabou, me levantei correndo do colo de James para desligar a televisão. Ele também se levantou do sofá, mas se contentou em observar o meu apartamento.

— Você quer uma tour? Você me parece interessado nele.- perguntei, me lembrando de quando visitei o apartamento dele.

Ele sorriu.

— É um apartamento incrível. - ele disse - Eu adorei o design do mezanino.

— O meu quarto fica la em cima. - eu disse - Só para você saber.

Ele deu uma gargalhada.

— Obrigada pela informação. - ele murmurou.

Revirei os olhos, mas ele não pareceu se importar pelo meu desespero e foi até o aquário.

— Olá! - ele disse a Válter e Petúnia.

Fui até eles.

— Válter e Petúnia, conheçam James. - eu sorri

— Que nomes engraçados! - ele riu

Dei de ombros.

— Posso dar comida para eles? - ele disse, pegando o potinho de comida.

— Não! - exclamei rapidamente, assustando-o. - Eles já comeram hoje.

Ele me encarou, triste.

— Uma vez, eu viajei e deixei meus peixinhos com Remus. Ele deu tanta comida que os dois morreram. - eu disse - Desde então, eu não deixo ninguém alimentá-los, a não ser que seja uma situação extrema.

Ele riu.

— Isso é muito fofo. - ele disse

— Por que? - eu perguntei, rindo.

— Eu não sei. - ele deu de ombros - Mas é, e muito.

Sorri e mordi o meu lábio, mas James continuou seu passeio e foi até a minha mesa de trabalho.

— Então é aqui que são feitas as edições do Pasquim… - ele murmurou

Assenti.

— É aqui que a mágica acontece… - murmurei, embora estivesse ocupada imaginando James me pegando no colo e me colocando sentada na mesa.

Chacoalhei a cabeça, tentando me livrar da minha própria imaginação.

— A edição de maio vai ser sobre casamentos? - ele perguntou, olhando as minhas anotações e páginas que estavam espalhadas sobre a mesa.

— Vai! - sorri - Conveniente, não é?

Ele sorriu.

— Talvez era isso que você precisava para voltar a escrever. - ele disse

Bufei.

— Minha criatividade não funciona dessa forma. - eu disse

Ele franziu o olhar, me repreendendo.

— Desde quando você lê a Pasquim? - perguntei, lembrando da conversa que tivemos mais cedo, com Emmeline.

— Você se lembra daquele dia em que eu fui ao seu escritório e você me expulsou, mas me deu uma revista? - ele disse

Assenti.

— Eu li e achei incrível. - ele disse

Sorri.

— Mas como você sabe que eu escrevia, então? - perguntei

Ele riu, mas não respondeu.

Me aproximei dele e beijei o seu pescoço, lentamente, diversas vezes. Ele riu e deixou escapar um suspiro.

— Me conte… - eu disse

— Eu entrei no site e comprei mais algumas. - ele disse, apertando o meu corpo contra o dele. - Não foi nada demais.

Sorri.

— Quantas? - perguntei, passando minha mão pelo seu cabelo.

Ele revirou os olhos.

— Quinze. - ele disse

Dei uma gargalhada.

— Quinze! - exclamei - James, você é doido.

— Eu gostei da revista! - ele disse - De nada!

Continuei rindo e passeando a minha mão pelo seu corpo, o fazendo rir também.

— Eu estou falando sério, Lils. - ele disse - Você tem muito talento.

Sorri.

— Obrigada.

Ele assentiu e se desvencilhou dos meus braços, continuando a observar minhas coisas.

Bufei. O homem estava se fazendo de difícil a essa altura do campeonato?

— E a Alemanha? - perguntei

— O que que tem? - ele perguntou

— O que a empresa de vocês está planejando fazer por lá? - perguntei

Ele sorriu para mim.

— Vamos abrir uma sede em Berlim. - ele disse

— James, isso é incrível. - eu disse

Ele assentiu.

— Vai ser muito bom ter uma sede no continente. - ele disse - Os negócios vão prosperar muito.

— Quando ela vai inaugurar? - perguntei

Ele deu de ombros.

— Se tudo der certo, em duas ou três semanas. - ele disse - Mas nós ainda precisamos analisar alguns gráficos e estatísticas sobre o mercado alemão.

— Você fica tão sexy falando de trabalho. - murmurei, com honestidade.

Ele deu uma gargalhada.

— Você fica sexy em um pijama rosa de sapos! - ele exclamou, exasperado - Eu perdi todo o controle da minha vida.

Ri.

— Então venha aqui! - exclamei

Ele riu e se aproximou de mim, me segurando pelas coxas e passando o nariz pelo meu rosto com delicadeza.

— Eu deveria ir para casa… - ele murmurou

Bufei.

— Tudo bem, pode ir. - murmurei

Ele deu uma risadinha e me soltou, se dirigindo para a porta. O segui, cruzando os braços e fazendo cara feia.

Ele abriu a porta e se virou para mim.

— Obrigada pela pizza. - murmurei

Ele sorriu.

— De nada.

Assenti.

Ele deu um beijo na minha testa e saiu, fechando a porta atrás de si. Dei uma risada e me sentei na bancada perto da porta.

— Quatro… três… dois… um… - murmurei

A porta do apartamento se abriu novamente.

— Eu esqueci de te devolver as chaves do seu carro. - ele disse

Levantei as sobrancelhas e assenti, sorrindo.

Ele colocou as chaves no balcão, ao meu lado, mas me encarou e suspirou.

— Merda… - ele murmurou

Dei uma gargalhada e ele veio até mim, me puxando para o seu colo e, enfim, me beijando.