Eu Acho Que Não Consigo Viver Sem Você escrita por Socko


Capítulo 3
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Depois de alguns meses sem postar nada e sinceramente, uma dor de cabeça para escrever este capitulo, eis me aqui pessoas. Espero que gostem.



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Capitulo 2

   Na manhã do outro dia...

Eram cinco da manhã de quinta-feira, um pouco mais cedo do que Alex gostava de acordar. Mas nessa noite, diferente das outras, Alex não teve pesadelos. Foi uma das melhores noites de sono, ou pelo menos parte dela. Olhando para baixo viu os tufos de cabelo de Justin sobre seu peito e começou a se lembrar do que ocorrera naquela noite. Ainda estavam como haviam dormido, o que estava resultando em alguns desconfortos em algumas partes do corpo, nada muito relevante para o momento, mas Alex que apesar de ser cedo, alguma hora teria que levantar.

Com sua mão direita livre, começou a fazer carinhos no cabelo de Justin e começou a pensar sobre o que aconteceu naquela noite. Algo não estava muito certo com seu irmão, os objetos flutuando no quarto, sua agressividade, seus olhos vazios como estavam, sem aquele calor que ele tinha sempre quando olhava para algo.

Observando o derredor e a situação que estavam, notou que dormira sem seus shorts, que ele ainda estava sem sua camisa e que uma de suas mãos estava sobre sua coxa nua. Respirou de leve e tentou segurar a vermelhidão que lhe encheu a face. Nunca tinha tido tanto contado com outro rapaz dessa maneira, a única pessoa que dormira dessa forma com ela, nessa intimidade fora o dito cujo que ali estava, mas este tinha seus dez anos e ela seus 9. Controlou-se e continuou a acaricia-lo.

Afagava de leve cada fio de Justin enquanto dava leve beijinhos em sua cabeça. Logo ela o sentiu se movimentar a apertando levemente. “Ele vai acordar...” pensava enquanto continuava suas ministrações.

Justin então levantou sua cabeça e lentamente abriu os olhos, mais tarde ele admitiria que quase caiu para trás quando viu Alex o olhando tão próxima, mas que logo se compôs ao vê-la sorrindo docemente para ele.

—Bom dia! – Disse Alex.

Justin ficou a observando por alguns segundos até que começasse a ficar desconfortável e voltou a posição inicial com a cabeça no peito de Alex e a apertou levemente e disse abafadamente pela camisa da menor:

—Bom dia... – Alex riu levemente, mas parou ao sentir uma leve pressão em sua coxa, pressão essa que não vinha da mão de Justin que estava em sua coxa, vinha de outra coisa. Pressão essa que para ser mais preciso, apertava sua área erógena.

—Justin...?

—Hun?

—Isso me apertando perto do meu quadril é o que eu estou pensando?

—...

—Justin? – Ao contrario do que ela imaginava que ele iria fazer, isso é: ficar constrangido, pular da cama e correr para o banheiro pedindo desculpas, ele respirou de leve no peito dela o que resultou em arrepios pelo corpo da menor. Dado tamanha aproximação e a audácia de Justin que agora depositou um beijo entre seus seios, o que gerou certo prazer, fez com que Alex soltasse um leve gemido.

Ambos travaram e Justin se separou um pouco de Alex, deitando ao nível da cabeça de sua irmã. Olhando-a olho no olho, ela sabia que ele pedia desculpas mentalmente, por isso acenou com a cabeça. Ainda estavam abraçados e com suas pernas entrelaçadas, mas agora com certa distância e Justin fazendo questão de tirar sua mão da coxa de Alex.

—Bem pelo menos sabemos que você dormiu bem. – Disse Alex rindo docemente para ele olhando para baixo vendo a famosa “barraca armada”. Ele desviou o olhar envergonhado e disse:

—Engraçadinha... Para de olhar...

—Não estou olhando...

—Está sim.

—Estou não.

—Esta sim!

—Estou não. – Tá bom agora isso estava o irritando.

—Alex! – Respondeu Justin prolongando o “e” de Alex.

—Awex! – Rebateu Alex debochada. Ele a olhou sério e ela parou com um sorriso sapeca. Dessa vez quem deitou no peito de quem fora ela, encostando sua cabeça no peito de Justin, tomando cuidado para sua “arma” não roçar em lugares impróprios.

Ficaram calados por mais alguns segundos e agora trocando de vez os papeis é Justin quem faz carinhos na cabeça de Alex.

—Devíamos levantar Alex.

—Será que devíamos mesmo? Tá tão bom...

Justin suspirou e começou massagear os cabelos de Alex. A noite anterior começou a voltar em sua mente e o jeito que ele agiu com sua irmã, antes de reconhecer que era ela, ele se sentia assustado, mas também com uma gigante fúria sobre si. Não sabia de onde aquilo tinha vido, tinha a leve impressão que tinha tido um sonho, mas não se lembrava.

Desvencilhou-se dos braços de Alex e deitou-se de costas olhando para o teto do quarto.

—O que foi? – Disse Alex deitando-se de lado e apoiando-se sobre seu braço. – Pensando sobre a noite anterior?

—Sim – Respondeu sinceramente Justin. – Me desculpe novamente...

Alex se aproximou e deitou-se sobre o peito de Justin e passou seu braço direito sobre sua cintura.

—Já passou. Isso que importa. Você devia tá tendo algum tipo de liberação mágica.

—Liberação mágica? – Respondeu Justin ironizando. – Desde quando você sabe que isso existe?

—Eu presto atenção nas aulas... - O mais velho arqueou uma de suas sobrancelhas. – O que? Eu presto sim.

—Acredito...

Mesmo sabendo que ele estava sendo irônico Alex o ignorou e se aconchegou mais perto. Sabia que tinha que levantar, mas estava tão bom. Era um momento intimo entre os dois, que já eram raros, mas este era diferente, nunca haviam explorado essa nuance do relacionamento dos dois. Ao mesmo tempo que estava gostando de tudo isso, também sentia um aperto no coração, pois sabia que a situação em que se encontravam assustaria qualquer um.

Eram irmãos, não tinham como negar isso e a ali estavam os dois: ela deitada sobre seu peito nu, sendo que ele somente estava com um short de pijamas (e sim, ainda dava para ver que algo estava fazendo certo volume ali) e ela estava de camisola, sem sutiã por baixo e somente de calcinha. Sua sorte era que a blusa era grande o suficiente para tampar parte de sua coxa, mas também tinha o costume, como era o caso de agora da gola cair sobre seu ombro deixando boa parte de sua clavícula e peito a mostra.

Mesmo sendo irmãos, se sua mãe chegasse naquele momento e visse-os dessa maneira... Só de pensar chegava a dar arrepios e ansiedade.

—Obrigado por ter me feito companhia. – Disse Justin interrompendo seus pensamentos. Ela levantou um pouco sua cabeça e o olhou acenando. Estavam bastante próximos agora, notou que os olhos de Justin analisavam cada parte de seu rosto, olhos, nariz, bochechas e boca. Ela também fez o mesmo e como ele parou na boca de seu irmão. Ambos se olharam assustados quando repararam aonde isso iria levar, mas não se afastaram.

Alex se ajeitou na cama se impulsionando para cima e ficou no mesmo nível de Justin, conseguiam sentir o hálito um do outro agora enquanto se olhavam agora mais perto. Ela iniciou o primeiro passo chegando mais perto, mas foi ele que, com sua mão livre, colocando-a em sua nuca a puxou mais perto e depositou o que seria o primeiro beijo deles desde a viagem.

Ambos ao contato de seus lábios cerraram os olhos. Deixaram-se sentir a textura áspera, mas ao mesmo tempo macia da boca um do outro. Não se mexeram, somente pressionaram com mais força. Pareciam quere mais um do outro. Era um beijo mais necessitado, como se ali deixassem claro a saudade que tinham um do outro, após ficarem se ignorando por tanto tempo.

Justin largou a nuca de Alex e essa se afastou mordendo o lábio inferior de leve. Ambos abriram os olhos e ambos esboçaram sorrisos. Sabiam que era errado o que fizeram, sabia que era o limite que iriam chegar, mas ainda sim, para se justificarem em suas mentes pensavam: “foi só um selinho, nada mais. Já haviam feito isso antes, quando eram menores e na viagem. Não iria passar disso.”

—De nada idiota... – Respondeu Alex voltando-se a deitar no peito de Justin achando que iria ficar mais tempo ali. Isso, claro, foi interrompido quando ela olhou novamente para o volume de Justin e rindo disse: - Olha se quiser ajuda...

Agora sim ele fez o que ela pensou que iria fazer mais cedo: pulou da cama e foi direto para o banheiro pedindo desculpas. Não antes de resmungar seu nome daquele jeito que só ele fazia: Aaalex!

Caiu na gargalhada e vermelha de vergonha se enrolou na coberta esperando-o voltar. Vendo que Justin demorava para voltar, levantou-se e fora para seu quarto voltar a dormir. Apesar de querer ficar no quarto de Justin e ficar deitado no conforto com ele, ainda tinha escola naquele dia.

Seus pensamentos ainda continuavam na área de: “foi somente um beijo, não vai acontecer de novo. Era somente o seu irmão.”

—+_

Na escola...

A manhã se passou sem nenhum outro percalço, Thereza e Jerry notaram a reaproximação de seus dois filhos mais velhos e Jerry teve que pagar 20 dólares para Thereza por perder a aposta que tinham feito sobre quando tempo Alex e Justin ficaram de mal um com o outro.

Alex e Justin, que estavam sentados ao lado um do outro na mesa, trocavam olhares e rubores ali e aqui. Max não comentou nada, mas notou que Alex em determinado momento segurou a mão de Justin e a manteve sobre sua coxa.

O trio mais novo as sete e trinta horas foram para escola enquanto Jerry e Thereza abriam a lanchonete. No caminho, no qual eles pegavam um ônibus para chegar a escola a qual estudavam, Max novamente notou certas peculiaridades.

Não havia troca de olhares, mas Justin e Alex que sentaram juntos no ônibus ficaram trocando comentários entre si amigavelmente, se zuando e brincando, novamente de mãos dadas e dessa vez Justin beijando a testa de Alex. Ok, uma mudança geral aconteceu entre os irmãos, pensava Max.

Na escola cada um foi para seu canto, Justin voltou a conversar com Zeke, este que ficou chateado ao ponto de achar que havia feito algo de ruim para Justin estar o evitando tanto. E Alex voltou a conversar com Harper para a felicidade da confeccionista de roupas excêntricas.

Durante o intervalo, todos da escola se reuniram na cantina. O ambiente que estava tranquilo pelas aulas que ocorriam, agora estava barulhento, risadas, vozes altas e fofocas enquanto alunos estofavam suas barrigas com o almoço servido. Justin adentrava o local e comprou algo para comer indo se sentar logo seguido por Zeke.

—Amanhã vou participar da pré-convenção na casa do Andrew. – Comentou Zeke enquanto começava a comer. – Você vai?

—Queria eu. – Respondeu Justin entre mordidas. – Vou ter que ajudar na lanchonete até tarde amanhã já que vai ser sexta.

—Que chato cara. Dizem que vão umas vinte pessoas dessa vez! – Zeke estava claramente animado e isso era irônico por que normalmente nessas pré-convenções iam por volta de dez a quinze pessoas.

—Seria mais do que no ano passado pelo menos. Mas é, não vai dar para eu ir, sexta-feira a lanchonete enche e você sabe como meu pai fica se pedirmos uma folga.

—É, mas você me conta que a Alex faz isso direto e seu pai deixa, isso quando ela sai sem contar pra ninguém. – Justin sorriu levemente na menção de sua irmã, mas respondeu:

—Eu sei, mas a Alex sempre da seu jeito com essas coisas.

E falando nela, entrando na cantina vem Alex e Harper atrás dela. A morena para por alguns segundos e acha o seu alvo e avança em direção. Surpreendendo Zeke e Justin ela se senta ao lado de seu irmão e Harper confusa senta ao lado de Zeke. Justin olha para o lado confuso e achando isso tudo muito suspeito.

—Oi Zeke, como vai? – Zeke pego de surpresa olha para Justin que dá de ombros e responde:

—...bem e você? – Harper também não sabia muito o que fazer, pois raramente Alex se sentava perto de Justin.

—Ótima! – Respondeu Alex colocando uma garfada na boca. E assim ficaram em silêncio um certo tempo até Alex virar para Justin e dizer: - E você, está melhor?

Justin parou com o garfo na boca e olhou para o lado surpreso, olhou para Zeke e Harper que faziam igual a ping pong olhando para Alex e para ele. Engoliu rapidamente e respondeu:

—Creio que sim...?

—Por que Justin? Você está passando mal? – Disse Zeke exageradamente preocupado como sempre. Alex viu a brecha e a pegou.

—Ele não te contou? – Justin a olhou ameaçadoramente pensando que ela iria contar sobre o pesadelo e que eles dormiram juntos. – Ele comeu algo estragado ontem e vomitou a noite toda. – Ele suspirou aliviado. – Tive que cuidar dele embora, ficou igual um garotinho assustado, não é Justin? – Novamente olhar ameaçador.

—É sério Justin? – Perguntou Harper. Justin olhou para Alex inquisitorialmente e ela o cutucou de leve com o cotovelo.

—É verdade... eu acho... – Disse esse último meio sussurrando.

—É contagioso? – Perguntou Zeke tampando seu rosto com a gola da camisa.

—É! Bastante! – Zeke já ia correr quando Justin interrompeu a brincadeira:

—Claro que não é Alex! – Falou rispidamente o “Alex”. – Foi só uma dor de barriga que tive, nada mais. Alex a gente pode conversar?

—Depois, eu to comen... – Mas foi interrompida por Justin a puxando pra fora da cantina deixando Zeke vermelho e ansioso achando que iria pegar uma doença seria e Harper achando isso tudo muito estranho.

Justin foi a arrastando até um canto mais reservado onde passava poucos alunos, mas isso claro, com uma Alex rindo atrás dele.

—O que você acha que está fazendo Alex?

—Me divertindo, ué. – Responde Alex.

—Você quer mesmo espalhar pra escola toda o que aconteceu essa noite, você sabe que o Zeke não consegue manter a boca fechada. – Ela não conseguia conter o riso, o que o irritou mais ainda.

—Eu sei, só achei que seria legal tirar uma com a sua cara. Desculpa. – Mas ao contrário do que ela falava, ela não parecia se sentir tão culpada assim. Justin começou a sair do canto em que estavam, mas Alex o segurou pelo pulso. – Eu queria também passar um tempo com você hoje. – Disse falando mais sério.

Justin virou-se para ela novamente e viu que ela estava um pouco vermelha e olhando para os lados com vergonha. É, não conseguia ficar brava com ela. Revirou os olhos e se aproximou dela fazendo carinho na cabeça, como se ela tivesse sete anos de novo, o que a deixou mais corada ainda.

—Eu realmente estava preocupada com você. – Continuou Alex, tirando a mão de Justin de sua cabeça e a entrelaçando com a sua. – Eu só, sei la, não soube expressar corretamente o que estava sentindo. – Ele assentiu entendo o que ela queria dizer.

Alex então foi surpreendida por Justin que a abraçou ali, na frente de toda a escola, e deu um beijo em sua testa.

—Obrigado por se preocupar Alex. – A soltou, olhando nos olhos sorrindo e foi embora com o sinal tocando sinalizando que acabara o intervalo e que todos deviam ir para suas ultimas aulas do dia.

Alex ficou ali sem reação por um bom minuto antes de ser despertada por Harper que a balançou perguntando:

—Foi só minha impressão ou o Justin acabou de te abraçar e te dar um beijo na testa? – Harper só não estava tão atônita quanto Alex. – Alex? – Ela não respondia. Alex?

Alex pigarreou se recompondo e respondeu:

—Sim, foi...

—Mas Alex, isso foi uma demonstração de afeto em público! – Harper pegou Alex pelos ombros para olha-la no olho e repetiu: - Em público!

—Sim, eu sei Harper! – Disse Alex meio irritada, indo para seu armário para pegar o material necessário. Coisa que também não saiu desapercebido por Harper, Alex nunca pegava material do último período do dia.

—O que foi que aconteceu Harper? – Perguntou Zeke se aproximando.

—Eu não sei Zekinho, eu não sei... – Disse Harper, demorando a perceber a forma carinhosa que chamou Zeke. – Opa, eu já vou... Desculpa... – Meio sem graça continuou Harper correndo para seu armário.

—Será que Alex também vai ficar doente?

—+_

Mais tarde naquele mesmo dia...

A volta para casa, foi muito similar como a ida. Justin e Alex se sentaram juntos, mas dessa vez com Alex cochilando no ombro de Justin. Max se fechou com seu fone de ouvido e vídeo game portátil e tranquilamente iam voltando pra casa.

Justin que estava acordado e atento começava a vaguear nos últimos acontecimentos. Em poucas horas: teve um pesadelo que o perturbava, mas mal conseguia se lembra de seu conteúdo, dormiu intimamente ao lado de sua irmã, novamente a beijou na boca, por mais que tenha sido um selinho, demonstrou publicamente afeto, coisa que ela odiava e agora voltavam para casa, abraçados dentro do ônibus como um casal.

O que diabos está acontecendo?— Pensou Justin. Olhou para Max de canto de olho que estava sentado à janela no banco da frente, estranhava, mas sabia que Max não iria falar nada. O mais novo dos Russo tendia a ser mais fechado, talvez por ser o caçula e por um tempo considerável o mundo de Justin era Alex, e o de Alex era Justin. Pelo menos era assim que se lembrava.

Eram deveras apegados um ao outro, coisa que foi-se indo graças à idade em primeiro lugar e as outras amizades em segundo. Alex a partir de certo momento se achava superior e que não necessitava de um irmão que ficava perto de si a todo momento, ou pelo menos era o que ela dizia a si mesma quando suas novas amigas criticavam Justin, isso tudo fora afastando ambos os irmãos.

Ele sempre fora muito nerd, inteligente, o bom filho e o bom irmão. E era isso que agora estava pesando na mente de Justin. Será mesmo que hoje em dia ele merecia ser chamado “bom filho, bom irmão”? De pouco a pouco estava sentindo algo se formar dentro de si, algo que se inclinava a jovem morena que estava deitada apoiando sua cabeça em seu ombro.

Se fosse uma morena qualquer estaria tudo muito bem, mas Alex era sua irmã e irmã de sangue. Sempre tiveram uma relação conturbada, próxima na infância, mas sempre conturbada. Jerry e Thereza, seus pais, sempre foram muito ocupados com a lanchonete e quando eram mais novos, Justin e Alex não trabalhavam por longos períodos de tempo com eles.

Logo ambos irmãos, que ficavam por conta própria tinham que se virar. Isso os tornou mais próximos, até a fase onde Alex amadureceu, digamos assim e quis se tornar independente.

—Chegamos Alex. – Disse Justin despertando Alex de seu cochilo. Está o olhou e coçou os olhos, não queria sair daquela posição, mas por motivo de força maior, sendo este o motorista que tinha que continuar com seu trabalho, começou a se levantar para sair do ônibus.

O caminho do ponto de ônibus até a casa foi sem problemas, era próximo da lanchonete, mas ambos, Justin e Alex, inconscientemente naquele ponto, foram de mãos dadas e se separaram quando chegaram as portas de casa.

—+_

Hoje era dia de Max e Justin cobrir o dia, o que deixou Alex de folga e livre para dormir a tarde, não como se não tivesse dormido em sala, mas dormir no sofá de casa era outro nível. Assistiu tv, roeu unha, leu revistas de fofoca, mas chegou ao ponto de ficar entediada e resolveu descer à lanchonete. Já era por volta de dezessete e trinta e ela estava com fome e ao ver Justin na cozinha fazendo um sanduiche já lhe veio a ideia do que fazer.

A lanchonete estava com pouco clientes a essa hora e Max estava de costas para a cozinha com um fone de ouvido. Alex foi em direção a Justin e o surpreendendo o abraçou pelas costas deitando sua cabeça.

—Alex?

—Faz um sanduiche pra mim? – Justin suspirou e comentou:

—Estava muito tranquilo o dia...

—Ei, o que você quer dizer com isso? – Justin riu e terminando o lanche deixou em cima do balcão para Max pegar e levar ao cliente, tocando a campainha ele chamou Max, e sim Alex ainda estava pendurada em suas costas:

—Max, dois cheeseburger, mesa três. – Mas o mais novo não ouviu por causa do fone. – Max? MAX? — Disse Justin aumentando o tom de voz.

—Você não me respondeu. – Insistiu Alex.

—Espera Alex. – Justin pegou um montinho de guardanapo sujo que ali estava, embrulhou e jogou na cabeça de Max, que mal reagiu e lentamente retirou o fone e disse:

—Alguém me chamou?

—Vai ficar surdo moleque, mesa três, dois cheeseburger e não esquece do refrigerante lata. – Max obedeceu, fazendo careta para o irmão que revidou botando a língua pra fora e foi servir o pedido. – O que você quer Alex?

—Credo, é assim que trata sua irmãzinha querida? - Ainda estava abraçada as costas dele, mas ele a conhecia o suficiente pra saber que ela estava fazendo sua cara de cachorrinho.

—Quando ela esta querendo abusar deste estabelecimento e deste pobre funcionário sim. – Respondeu fazendo um draminha que fez Alex revirar os olhos, mas sorrir um pouco.

—Faz um lanche pra mim? – Dessa vez ela o soltou e dando um saltinho sentou-se na bancada ao seu lado. – Por favorzinho? – Agora estava fazendo biquinho.

Justin estava apoiando-se com os dois braços na mesa e suspirando olhou para o lado que Alex estava. A primeira coisa que ele notou foi seu olhar sapeca e que olhando mais abaixo, ela estava de shorts o que na mesa expunha as suas pernas claras para ele ver. Ela pigarreou e ele envergonhado se recompôs e como uma criança de cinco anos Justin pegou Alex pelos braços e a desceu.

—Ok, eu faço, mas não se acostume. – Ela concordou com a cabeça e se acomodou no balcão ao lado para o observar a trabalhar.

Similarmente aos pensamentos de Justin, Alex também estava questionando seus pensamentos e ações que estavam tomando ultimamente. Estavam extremamente próximos, mais carinhosos um com o outro e mais físicos por assim dizer. Desde a viagem, a relação deles tem se modificado de certa maneira. E ela tentava ignorar, mas em sua mente vinha a questão dos selinhos que já haviam dado desde o Caribe. Foram poucos, mas mesmo assim selinhos. Nenhum irmão e irmã de dezessete anos e quinze (perto de seus dezesseis) fariam coisas assim. Não tinham mais nove anos, não brincavam mais de casinha onde ela era a esposa e Justin era o marido.

Nem me lembro por que paramos de brincar disso pra falar a verdade.— Pensou Alex.

Aonde isso tudo ia? Ela não sabia, mas tinha medo. Muito medo. Estava com medo de dar nome as coisas para não as tornar reais. Estaria ela apaixo...

—Pronto mimadinha. – Disse Justin entregando o sanduiche para Alex interrompendo seus devaneios.

Alex olhou para Justin e para o sanduiche. Por um milissegundo pensou se valeria a pena ir investindo com estes sentimentos. Não sabia. Mas ela era Alex, e Alex tinha costume de fazer as coisas sem pensar e sem considerar os erros.

—É, mas sou sua mimadinha. – Disse Alex pegando o prato com o sanduiche e para surpresa de Justin, dando um outro selinho no moreno. – Obrigada meu idiota. – E saiu deixando Justin fazendo o que costumeiramente ele e seu pai fazem quando Alex faz algo de errado.

—Mas... Ela... Argh... Eu... Você. – Parou por um segundo vendo Alex saindo da cozinha e sim rebolando um pouco, indo em direção as escadas e subindo. Ele apontou para a escada e disse rispidamente: —ALEX!

E sim os poucos clientes, sem entender, pois não viram o selinho, ouviram uma risada vindo do andar de cima.


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