The Hanging Tree escrita por Emily Rhondes


Capítulo 1
Gisselle


Notas iniciais do capítulo

Essa será de um capítulo só, espero que gostem! Tenho várias outras fanfics no meu perfil, dê uma olhadinha! ;)



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Por mais que eu me esforçasse, não conseguia me esquecer daquela tarde que mudou totalmente minha maneira de ver as coisas. Tudo começou quando Gisselle chegou aqui. Lembro-me perfeitamente de cada momento daquela tarde.
A maneira que o Sol, tímido, saiu de trás das nuvens e nos iluminou. Naquela tarde, eu passei a ser um homem. Eu havia me apaixonado e já via tudo completa e absolutamente diferente. 
Berna, Suíça, 1761. Meu nome é Antonnie e vivo desde os meus dois anos de idade no orfanato Margaret Hollidavis, que apelidamos carinhosamente de MH. Carinhosamente é um insulto, eu odeio esse lugar mais do que odeio couve-flor.
Mas tudo mudou. Meu mundo agora é colorido, eu amo a vida, amo as pessoas, amo os animais como Gissele amava. E dedico todo meu tempo a viver como Gisselle viveu.
Aquela era uma tarde fria e sem graça como todas as outras. As meninas se encontravam dentro de seu quadrante, à ala esquerda do orfanato, todas comportadinhas e conversando em silêncio. Já os meninos, jogavam bola, riam alto e eram felizes.
Eu observava todos, sentado debaixo da grande árvore que ficava na linha imaginária - Mais real do que o papel que estou tocando - que nos separava. E foi nesse momento que ela surgiu. Com seus cabelos dourados, cacheados e volumosos esvoaçando ao vento presos em uma fita de flores.
A pele, branca como neve, os olhos escuros como a noite. O vestido xadrez brega que era o uniforme da MH ficava perfeito nela.
Altinha, toda livre e com sardas. Seu brilho fez nascer o sol, os pássaros cantarem e meu coração estava vivo. Posso ficar longos anos descrevendo-a, mas nada estaria a seus pés.
E no momento em que nossos olhos se encontraram, eu sabia que ela tinha me escolhido. Eu não conseguia desviar os olhos, estava hipnotizado com tamanho brilho. E melhor que seu exterior, só seu interior, onde floresciam flores nos quatro cantos de sua alma.
Ela veio até mim, andando de um jeito estranho que achei encantador. Tudo nela era encantador. Gissele parou, com o rosto a centímetros do meu, e disse:
— Quer passar meus últimos momentos comigo?
— Quero - respondi sem pestanejar. 
Eu só não sabia o que aquilo significava realmente, mas sempre soube que, enquanto Gisselle andasse sobre a terra, seria a era dos deuses.
Passamos a nos encontrar na clandestinidade à meia noite em ponto no local que nos conhecermos, a árvore que por algum motivo ela chamou de "Árvore Forca". Não perguntei o porquê na época; - o que Gisselle queria dizer ela dizia. O que não dizia, eu não devia saber. E, quando davam três da manhã, ela se calava e entrava na floresta.
Ela me ensinou tanto. Falava sobre tudo. Paz à guerra; de como flores eram belas à teorias complexas de filosofia. Dizia sempre que estamos aqui para renascer, e alegava que nascia diferente a cada nascer do sol. Ela pedia para eu cantar, ela dançava.
Não falava sobre o passado, dizia que o que importa é o futuro. Odiava a palavra ódio. Dizia que era o corrosivo da alma, e sua alma era absolutamente luz. Podia iluminar o mundo.
Gisselle não reclamava. Para que reclamar dos espinhos se eles estão nas flores? Ela era feliz. Uma pessoa muito madura e extremamente inteligente. Não vi nenhum defeito em sua pessoa.
Mas Gisselle ficava entediada muito fácil. Falava que preferia morrer de paixão que de tédio. E acho que foi isso que aconteceu. O relógio badalou doze vezes e eu estava na árvore forca. Ela havia se atrasado, e isso nunca acontece. Esperei, esperei, e ela apareceu, com o sorriso mais sincero que já vi em seu rosto. Segurou minhas mãos, e disse:
— Eu não renasci hoje, Antonnie. Estou morrendo.
Eu não queria perdê-la. Mas lembrei que para perdê-la eu precisava tê-la antes. E eu nunca tive. Gisselle pertencia ao Paraíso.
— Eu vou hoje. E você nunca pode me esquecer.
— Nunca o farei - afirmo, acariciando-a. A dor em meu peito era grande, mas eu sabia. Eu a entendia. Gisselle era boa demais para o mundo.
— Minha alma se juntará ao sol. Meu coração vai virar paz. Meus olhos, estrelas, e meu cabelo, flores. Sempre estarei com você. Não ouse chorar, Antonnie.
E dito isso, me beijou. Foi como se eu estivesse em chamas, aquilo era o pecado em forma de Paraíso. Mas ela tinha de ir a floresta mais cedo, hoje. Foi sem dizer mais nada.
Voltei para dentro, deitei em minha cama, e, naquele momento, dediquei a minha vida a viver como Gisselle.
No dia seguinte, entendi porque chamava nosso local de encontro de Árvore Forca. Retiraram seu corpo doa galhos, e o sol brilhou muito mais forte.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor! Quero saber o que acharam :)
Obrigada por lerem!



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