Circus escrita por MaryDiAngelo, Semideusadorock


Capítulo 5
Ato IV - Primeira Morte


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas e cerejinhas ♥
Como vocês estão passando esse dia das mães?
Esperamos que bem!

Good Reading! ^-^



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Hades di Angelo tinha os olhos fixos na estrada enquanto instruía como proceder a investigação nos próximos dias quando, seu amigo Dionísio segurou seu braço com força, começando a tremer de modo desesperado e a espumar pela boca. Os olhos castanhos arregalados com um brilho aterrorizado. E ninguém teve tempo de fazer nada, nem ao menos parar o carro, antes do homem ser dado como morto.

— Que merda foi aquela? — Thalia transbordava irritação em sua voz, e Jason teve a comprovação de sua raiva quando seu ombro quase foi deslocado com um soco bem dado vindo dela.

Ele comprimiu os lábios, prendendo um “aí!” em seus lábios e sorrindo forçado para um vendedor que havia tido a atenção voltada para eles.

— Brincadeirinhas de irmãos, sabe como é, não? — incentivou a mentira, se afastando lentamente com Thalia e indo mais para a parte vazia do parque. Seu ombro latejava e ele puxava o braço da irmã. — Qual o seu problema, garota?

— Qual o meu problema? Você envenenou aquele pobre homem! — ela iria avançar nele novamente, entretanto Jason a segurou pelos pulsos, fitando seus olhos com um brilho irritado. — Nada de mortes. É o nosso lema. Eu vi. Eu vi você envenenando ele! Você lembra da última vez que a gente matou alguém?

— Cala a boca, Thalia! — o garoto rosnou baixo. — Ele estava lúcido. Não estava sobre o efeito da ilusão.

Ela pareceu ter levado um tapa na cara.

— Como?

— Eu o vi mexendo os olhos, aparentemente não tinha competência de se manter inerte por tanto tempo com tanta coisa que mostramos pra ele sem querer. — Largou os pulsos da irmã, rolando os olhos azuis céu.

— A gente tem que contar para o pai...

— É claro que não! — Jason a interrompeu. — Ele surtaria, a gente iria se mudar de novo e talvez o circo até poderia deixar de existir. Se tem um, provavelmente tem outros lúcidos. Eu vou tentar descobrir e matar cada um que tentar...

— Jason! — Thalia tinha quase certeza que o cabelo loiro estava aderindo a burrice dele. — Nada. De. Mortes!

— Thalia, você acha que ele era um humano normal? Ele era um caçador! E caçadores não estão nem aí com nosso lema de nada de mortes! Eles querem a nossa morte, isso sim!

— Caçadores não são assim! — a garota retrucou, espalmando suas mãos no peitoral de Jason com brutalidade.

Sentiu seus ombros pesarem e logo estava no chão. Ele havia a empurrado.

— Thalia, eu... — começou, se xingando por ser tão temperamental.

— Foi só um empurrão, Jason. Vou sobreviver! — resmungou contragosto. Se levantou, batendo as mãos nas roupas para se livrar da terra. Alguns cortes ardiam agora em seus braços, mas nada que não fosse se curar logo.

— Está tudo bem?

— Não. Você é um idiota — Thalia deu as costas para o irmão, começando a correr em direção a tenda de circo e deixando-o para trás nas sombras do parque de diversões.

— Eu não sei o que eu faço! — Bianca virou-se para Nico quando ambos estavam entrando na sala da casa de onde eles moravam.

— O que?

— Se eu fico em choque porque Dionísio morreu. Se eu fico em choque porque eu fui mordida por um negócio peludo. Se eu zombo de você pela confissão da Thalia de ter uma paixonite em você. Ou se eu do risada da sua cara por ter tomado patas de aranha.

Nico revirou os olhos com a infantilidade de sua irmã, preferindo ignora-la e seguir em frente até a cozinha, onde os caçadores estavam reunidos a espera deles.

— Onde... Está ele? — a esposa de Dionísio questionou ao notar que só estavam os di Angelo.

Bianca e Nico se encararam, baixando a cabeça logo em seguida e deixando-a com um consentimento silencioso do que havia acontecido. Se fosse para anunciar a morte de um deles, não seria eles que o fariam, e, sim, Hades.

 — Sinto muito. — O di Angelo mais velho deu os pêsames, observando a mulher levar as mãos em frente aos lábios. Depois, lágrimas silenciosas escorreram por seu rosto e ela pediu licença, se retirando.

Os caçadores ficaram durante alguns minutos em silêncio. Apenas refletindo consigo mesmos sobre o que havia acontecido. Conseguiam ouvir os soluços vindos da sala, mas ninguém se atreveu a ir atrás dela.

Quando mais calma, voltou para a cozinha. O rosto inchado e vermelho.

— Como?

— Nós não vimos o que aconteceu. Estávamos em lugares separados — Nico tomou a frente para explicar. — Ele parecia bem, mas...

— Ele está no carro. — Hades o interrompeu, preferindo ir direto ao ponto. — Morreu a caminho daqui. Aparentemente envenenado.

— Lá tem criaturas que eu nunca vi na vida e nunca ouvi falar, pode ter sido qualquer um... — Bianca balançou a cabeça, atordoada ao lembrar daquele cavalo-barata gigante.

— Precisamos de uma lista de todas elas para acabar com aquele circo. E precisamos estar preparados para isso. — Ariadne, a esposa do falecido caçador, tomou uma pose de desdém. Como se seu luto virasse raiva em alguns milésimos.

— Nós vamos trabalhar nisso — Nico disse convicto, tomando um lugar na mesa de frente para seu pai, que assentiu em confirmação.

— Vamos começar falando de Thalia — Bianca espalmou as mãos na mesa, inclinando levemente seu corpo. — Provavelmente ela vai servir de bode expiatório para a gente.

— Como é que é? — o irmão a interrompeu. — Bianca nem tente...

— É claro que eu falar que ela tem uma paixonite em você. E é claro que eu vou falar pra você sair com ela e arrancar coisas dela. E é óbvio que você vai fazer isso. — Ela o interrompeu.

É, ela falou. Tudinho. Nico negou em reprovação, molhando os lábios.

Qual o problema de vocês que acham que ela vai começar a me falar da vida sobrenatural dela assim, de repente? “Opa, oi, então, eu sou um treco estranho que tem olho brilhante e tatuagens, chupo sangue e sei lá o que mais!”.

— Ah, então quando vocês eram crianças ela não te deu perna de aranha pra você fingir que estava doente, não é, Nico? — Bianca implicou, fitando-o nos olhos com um ar debochado.

— Ela me deu um xarope! — retrucou.

— Você ouviu, Nico! É perna de aranha!

— Deixa eu acreditar que é um xarope, caralho!

— Espera, como? — Hades interrompeu a discussão de seus filhos, franzindo o cenho sem entender direito o que estava acontecendo.

— Ah, merda... Eu vou ter que contar, né?! — Nico fez cara feia, suspirando baixo. — Digamos que eu nunca fui fã de esportes e coisas físicas... Então ela me deu um treco de aranha quando eu era menor pra eu tomar pra fingir que estava doente. Fim.

— Mas que desgraçado! — o mais velho dos di Angelo acusou. — Eu não acredito nisso!

— Olha, eu não tenho culpa, ok? — Nico resmungou. — Era muito chato! E ainda é, na verdade.

— Considere-se de castigo! — Hades decretou, negando em reprovação com a ousadia dele em jogar em sua cara que os treinos (bem legais) eram chatos.

— Se eu dizer que ainda tenho o vidro com metade do líquido você me tira do castigo? — barganhou, arqueando as sobrancelhas.

— Desconsidere o castigo!

Nico sorriu satisfeito, se levantando e rumando as escadas para ir atrás da poção que havia escondido entre as suas coisas, já que tinha certeza que aquilo iria servir para alguma coisa em sua vida. E, no momento, o livrava de ficar em casa nas horas vagas.

De volta à cozinha, ele entregou o frasco para Hades.

— A única regra é apenas uma gota por dia. Mais do que isso pode ter efeitos colaterais.

— Apolo — Hades chamou o caçador, que veio a frente de pronto. — Cuide disso.

O loiro dos olhos claros assentiu, pegando o frasco e sorrindo com a noite divertida que iria ter para o estudar o líquido e descobrir as propriedades mágicas ou não que vinham de tal.

— Nico, tem mais alguma coisa que ela possa ter te dado que você esteja escondendo de mim ou até mesmo ache irrelevante de primeiro momento? — o mais velho dos di Angelo questionou, semicerrando os olhos para analisar o jeito que o filho iria reagir a tal intimidação implícita.

Ele negou, balançando a cabeça.

— Tudo bem. — Hades concluiu. — Então amanhã você vai chamar essa garota para sair!

— Eu vou o que? — Nico franziu o cenho, realmente não queria acreditar que havia ouvido aquilo.

— Você vai chamar ela para sair — repetiu.

— É, Nico — Bianca sorriu, divertida. — Vai iludir uma garota, boa sorte com isso.

— E você poderia chamar aquele lobisomem que diz que você é o amor da vida dele pra sair — Nico implicou a altura, sorrindo ao vê-la abrir os braços indignada ao lado do corpo.

— Bianca já sabe o que vai fazer, não é? — Hades disse apenas para confirmar que Bianca teria mesmo que fazer isso, a fazendo arregalar os olhos, pasma.

— Porra! Eu nem abri minha boca!

— Considere uma vingança — Nico deixou dois tapinhas amistosos no ombro da irmã, sorrindo debochado e rumando a sala para ir ao seu quarto.

— É melhor dormir com a porta trancada essa noite!

— Pai, olha ela me ameaçando de morte!

— Ela sempre fez isso — Hades pontuou. — Inclusive já tentou te jogar pela janela, mas eu tenho sorte de correr rápido.

— Espera, como é que é? — Nico parou de andar, arregalando os olhos e virando-se para os dois que ainda estavam visíveis em seu campo de visão.

— Boa noite, Nico! — Bianca respondeu, indo para o outro lado da cozinha antes que fosse interrogada com mais coisas.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? Alguma teoria? Nós gostamos de ouvir teorias!

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Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥



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