Circus escrita por MaryDiAngelo, Semideusadorock


Capítulo 4
Ato III - A Grande Atração


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas e cerejinhas ♥
Espero que estejam gostando.

Good Reading ^-^



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— Não acha que eles vão desconfiar alguém indo duas vezes seguidas? — Nico questionou, cruzando os braços sobre o peitoral e estreitando seus olhos.

— É um dos espetáculos mais famosos do mundo, você acha que eles iriam reclamar ou até mesmo prestar atenção? Além do mais você tem uma desculpa para ir... Sua amiguinha — Hades implicou, vendo-o revirar os olhos. — Estou mentindo?

— Vamos, Bianca — Nico o cortou, dando as costas para o pai e começando a caminhar em direção a tenda.

Dessa vez eles levariam mais um dos caçadores para dentro da tenda, mas é claro que ele sentaria de um lado oposto para que tudo fosse analisado em extremos e para não desconfiarem que, aos poucos, formavam um grupo lá dentro para investigar tudo.

— Então você gostou do espetáculo, mocinho? — o mesmo homem serpente do dia passado sibilou, sua língua tremeluzindo e quase fazendo Nico formar uma careta de nojo, mas manteve-se impassível, abrindo um sorriso.

— Sim! É muito bom! — respondeu, entregando seu bilhete e fitando as unhas curvadas e esverdeadas do homem. — Não é à toa que vocês têm tantas sessões lotadas, não é?

O serpente assentiu, pegando o bilhete de Bianca e mandando-lhe uma piscadela.

— Hoje vai ter uma grande atração. — Disse, descontraído. — Garanto que vocês vão gostar! Aproveitem o show.

Nico assentiu, forçando um sorriso e pegando na mão de Bianca para que ambos entrassem logo. Eles foram recebidos novamente por Leo, que apareceu na frente deles com as mesmas vestimentas cegantes do dia anterior.

— Olha só quem está aqui de novo. — Ele sorriu para Bianca, que forçou um sorriso.

— E dessa vez você me aconselha sentar em que lugar?

O lobo franziu os lábios em uma careta pensativa, apontando para o lado que eles haviam sentado na noite passada. Assim, a di Angelo mandou-lhe uma piscadela e puxou Nico para o lado oposto que ele havia indicado. Dessa vez, ela não queria vampiros.

Leo deu um pequeno sorriso, fitando-a até que ocupasse um lugar. Depois, apressou-se em ir para trás das cortinas, onde Thalia terminava de se preparar para o espetáculo, já que aquela sessão não seria ela que cuidaria da ilusão, e, sim, Zeus.

— Ela tá flertando comigo! Ela tá flertando comigo! — disse, ansioso.

A Grace franziu o cenho.

— E você lá sabe o que é flertar?

Ele sorriu, passando os braços pela cintura dela e a puxando para perto.

— Você, mais do que ninguém, sabe que eu sei, gatinha. — Franziu o nariz, sorrindo e deixando um beijo na bochecha da garota, que riu e negou em reprovação, se desvencilhando dele. — Ela piscou pra mim!

— Deveria ter entrado terra no olho dela — Thalia retrucou, diante do espelho em sua penteadeira. Retocou seu delineador para ficar bem marcado, realçando seus olhos.

— Thalia!

— Ou é um tique.

— Thalia!

— Ou...

— Eu já entendi!

Ela riu, fitando-o pelo reflexo: seus olhos revirando, a boca deformada em uma careta feia de reprovação.

“Senhoras e senhores... E agora daremos início ao espetáculo que vocês nunca vão esquecer em suas vidas!”. Zeus anunciou atrás das cortinas, dando início a mais uma das sessões daquele dia.

— Lembrem-se — o pai chamou atenção de Thalia. — Qualquer movimento brusco pode fazer com que você perca o controle dela, então, por favor, evite gritos.

A garota era encarregada da atração principal daquela noite, que era nada mais nada menos do que uma criatura exótica que precisava de alimento. Seu corpo se assemelhava a um cavalo, no entanto sua pele era uma carapaça de uma barata. O rosto tinha dois pequenos olhos quase imperceptíveis, mas o que chamava atenção eram os tentáculos peludos e viscosos que saiam por um buraco que deveria ser sua boca.

— É um ótimo conselho, pai — ironizou, parando ao lado do monstro e sorrindo levemente quando ele envolveu sua mão com um dos tentáculos. Um gesto que mostrava que a criatura tinha confiança em você. — Agora, se concentre e vamos lá.

Assim que as cortinas se abriram, Thalia começou a andar devagar com a criatura, conduzindo-a com calma e dizendo que tudo estava bem. Os monstros que já haviam sido liberados para se alimentar pararam o que estavam fazendo para que nenhum movimento assustasse a atração exótica.

Nico não pôde deixar de entrar em colapso por dentro ao ver aquilo. Mas o que, caralhos, era aquela espécie? Gritou consigo mesmo por pensamento, engolindo em seco discretamente e forçando-se a manter o controle de seu corpo.

— Sério, eu não sei como você consegue — Leo comentou um pouco longe de Thalia, franzindo o nariz ao ver os tentáculos. — Ela é fofinha, mas tão... Estranha!

— Fala como se você não fosse estranho! — a Grace repeliu, fazendo uma cara feia. — Não fale assim desse bebê! Ela pode ser... Um pouquinho temperamental as vezes. E também se empolgar quando brinca e quase arrancar seu braço. Mas é totalmente inofensiva!

Thalia fez um gesto suave com a cabeça, indicando para que o lobo a ajudasse e pegasse a primeira pessoa que estivesse sentada na frente e levasse até elas. Feito isso, Nico assistiu enquanto a criatura envolvia seus tentáculos asquerosos no pescoço da pessoa, sugando seu sangue através dos pequenos espinhos espalhados por ali.

— Isso, bom trabalho... — a Djinn incentivou, franzindo os lábios quando notou que a pessoa havia perdido quase totalmente a cor. — Mas vamos parar por aqui, tudo bom? Sem mortes, Serafina.

— Você deu o nome dela de Serafina?! — Leo questionou quase ofendido pela coitadinha da criatura.

O monstro soltou um som agudo que se assemelhava a um relincho indignado de um cavalo.

— É o nome dela, é o nome que ela gostou. Já pensou em Leonidas? — Thalia alfinetou o lobo, que fez um bico e baixou a cabeça. — É, não vem insultar minha bebê não!

Depois disso, Leo preferiu ficar em silêncio enquanto cuidava do rodizio de pessoas para Serafina, que se alimentava o quanto podia até que chegou no quarto individuo que a fez recuar levemente, batendo os cascos contra o chão e fazendo Thalia entrar em um estado de alerta.

— O que foi? — questionou, passando a mão cautelosamente por sua carapaça. — Está satisfeita?

A atração assentiu. Thalia sorriu.

— Tem certeza?

Assentiu novamente.

— Então vamos!

Conduziu devagar Serafina para trás das cortinas, sorrindo quando ela passou dois tentáculos em seu braço. Depois se desvencilhou e começou a correr de volta para sua manada.

A Grace ficou por ali até que a criatura sumisse de seu campo de visão, suspirando baixo e dando as costas para o mundo mágico que havia atrás das cortinas e voltando para o circo, onde os monstros haviam voltado a se alimentar das pessoas que estavam dentro da ilusão causada por Zeus.

Ela sentiu um leve incomodo no estômago, franzindo o cenho e caminhando até um homem sentado em uma das primeiras arquibancadas. Sentou ao seu lado e, com cautela, pegou seu pulso o virou para si, levando seus lábios até ali e dando-se o beneficio de provar do sangue dele.

Nico havia sido tapeado. Precisou de todo controle possível para não arregalar os olhos ou simplesmente se levantar e sair da tenda. Agora Thalia tinha o brilho azul peculiar em suas orbes, assim como tribais por seu corpo de um jeito bruto, mas que combinava perfeitamente com o mesmo visual ousado que ela preferia manter.

Mas, o pior de tudo, era que nenhum dos caçadores que estavam ali conseguiam identificar de qual espécie era a garota.  

Hummm — Leo emitiu, parando em frente a ela com um olhar sugestivo.

A Grace tirou suas presas da pele do homem, voltando a mão do mesmo jeito que estava antes e levando seus braços para trás do corpo, deixando-os na altura de sua costela, apoiando no degrau de trás. Passou sua língua pelo lábio inferior, se livrando dos vestígios de sangue que ali tinham.

— O que foi?

Hummm! — o lobisomem fez novamente, a fazendo franzir o cenho.

— O que?

Hummm!

— Fala logo ou eu vou te dar um murro no meio da cara!

— Nossa, que amor! — Leo levou a mão para o coração, subindo as sobrancelhas, surpreso. — Você não notou, não é mesmo?

— O que? Você sendo levemente irritante? Notei sim.

— O que deu em você, garota? Credo! Parece que comeu pipoca estragada! O gosto disso é ruim? — ele voltou-se para a marca no pulso do homem, que havia duas gotas de sangue dando sopa.

O Valdez passou o dedo ali, levando para a boca e fazendo uma careta logo em seguida, colocando a língua para fora e tentando limpa-la com sua mão.

— Aí que horror, que horror, que horror!

Thalia, apesar de tudo, riu, negando em reprovação.

— Leo, você não gosta de sangue! — disse como se fosse óbvio. — Mas, o que eu não notei?

— O carinha lá tá ali — o lobo apontou para o lugar onde Nico estava, a fazendo arregalar os olhos e endireitar a postura de imediato. — Sabe que ele não está te vendo, não é?

— Shiu! — Thalia retrucou, revirando os olhos e se levantando.

— Vai falar com ele?

— Não!... — ela respondeu, começando andar como quem não quer nada na direção do canto que eles estavam. Bem, não iria falar com ele, ia apreciar de perto.

— Me engana que eu gosto — Leo retorquiu, negando em reprovação e seguindo-a.

— Leo, ele não pode me ouvir! Você acha que eu ia ficar falando com ele igual você ficou falando com a menina?

— Foi ofensivo!

— Eu sei. — A Grace sorriu, parando em frente ao di Angelo e suspirando baixo ao analisa-lo dos pés a cabeça.

Leo revirou os olhos.

— Que suspiro é esse, hein?

Thalia demorou um pouco para notar que era com ela que ele estava falando.

Hãn?

— Você gosta dele?! — o Valdez foi direto, virando-se para ela com as mãos na cintura.

Meu filho você não sabe nem ser discreto? Nico pensou consigo mesmo, tentando se desligar da conversa bem a sua frente sobre ele.

— Não! — Thalia respondeu, sorrindo de canto.

— Mas?... — Foi mais afundo, semicerrando os olhos.

A Grace repuxou os cantos dos lábios para baixo. Depois, mordeu o lábio inferior levemente, dando de ombros.

— Admito que já tive uma paixonite quando era menor.

COMO É QUE É? Nico prendeu a respiração, totalmente pasmo com a nova informação. Bianca com certeza iria zoa-lo eternamente.

— E você conta isso pra mim?! — Leo deixou sua voz um pouco mais fina do que o normal, levando a mão ao peito, ofendido.

— Ué? Você perguntou! — Thalia franziu o cenho, rindo baixo.

— Mas isso não é uma coisa que se conta para ex-namorado! — levou a outra mão para a testa, encenando dramatização.

COMO É QUE É? EX? O di Angelo constatou que estava cada vez mais difícil não esboçar uma reação com tamanhas revelações bem na sua fuça.

— E melhor amigo — a Djinn acrescentou, negando em reprovação com tanto drama. — Chega, totó. Já tá bom de drama para um dia só.

Leo fez uma cara feia, a fazendo rir. Eles prosseguiram em um leve silêncio, até que ela o cortou.

— Quem diria que ele iria fazer algum exercício na vida dele — comentou, olhando para o di Angelo. O lobo franziu o cenho. — Sério, ele até tomou a poção de perna de aranha quando era menor para fugir da educação física e de uns treinos com o pai dele.

Eu tomava o que? ECA! O di Angelo sentiu seu estômago embrulhar. Vomitar conta como se estivesse passando mal na ilusão?

— Treinos?

Fudeu! Pronto, é assim que eu morro. Nico concluiu, esperando que eles descobrissem que ele é um caçador.

— É, acho que eles faziam luta, autodefesa e tal.

— Ah, sim, entendo — Leo assentiu deliberadamente.

A Djinn se virou a tempo de ver um súcubo se aproximar de Nico, os lábios sibilando e pretendendo ter uma ótima refeição com o caçador. Mas Thalia se limitou a colocar as mãos na cintura, fixando seus olhos de forma ameaçadora na garota, que subiu as sobrancelhas ao notar que estava sendo fuzilada, se virando sem entender.

— Xô! — a Grace balançou as mãos como se estivesse espantando um animal.

Leo prendeu a risada nos lábios até que ambos ficassem “sozinhos” novamente.

— Eu odeio essa espécie — Thalia fez cara feia. — Sério, eu não consigo lidar com o fato de eles... Bom, “se alimentarem” de um jeito sexual das pessoas com elas estando em um transe... Isso chega a ser nojento!

— Ok, eu já entendi! — o Valdez também fez uma careta. — Eu não gosto também, só convivo, porque, né?!..., mas eu tenho a solução para seus problemas!

Ela não havia gostado daquela frase. Então apenas ficou esperando, fitando Leo se afastar com um jeito de criança que estava prestes a aprontar. Foi para trás das cortinas. E quando voltou, tinha um pedaço de papelão nas mãos.

— O que...? — Thalia começou a perguntar, mas se interrompeu ao vê-lo colocar a “plaquinha” de modo estratégico no colo de Nico. — “Pertencente a Thalia. Não mexer”. Tudo bom?

Leo começou a rir, mas deu de ombros e colocou outra plaquinha em Bianca também. Essa dizia que ela o pertencia.

— Tomando posse dos humanos? — a Grace negou em reprovação, mesmo que estivesse rindo. — Eu não consigo lidar com você, Valdez.

E tudo só melhorou quando um ASWANG – espécie metade bruxa, metade vampiro – se aproximou, encarou a plaquinha que estava em Bianca e a tirou, jogando para trás como se não importasse nada, fazendo Leo levar a mão para o coração, ameaçando a chorar.

— Thalia, faz alguma coisa, você dá medo nela!

É claro que a Grace apenas riu, negando em reprovação.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? Alguma teoria? Nós gostamos de ouvir teorias!

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Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥



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