Circus escrita por MaryDiAngelo, Semideusadorock


Capítulo 3
Ato II - Velhos Amigos


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas e cerejinhas ♥
Espero que estejam gostando.

Good Reading ^-^



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— Caralho você ficou num vácuo maravilhoso! — Bianca caçoou do irmão mais novo, rindo ainda mais alto quando o viu fazer cara feia, reprovando o ato. — Foi muito bom, deu pra ver certinho sua cara de “abraço? Não? Ah, ok!”.

Hades estava parado ao lado de Bianca, os lábios comprimidos para conter a risada da desgraça de seu filho. Não poderia fazer isso com o pobrezinho. Além de que, já havia ganhado muitos vácuos da mãe dele na época que estavam tentando engatar em um romance, então que moral tinha ele sobre tal? Nenhuma!

— Não enche, Bianca. — Nico resmungou contragosto, cruzando os braços sobre o peitoral e desviando o olhar.

— Uh, ele tá coradinho! — a di Angelo não o poupou, rindo alto quando o viu revirar os olhos.

— Pai? — o filho chamou, semicerrando os olhos em um sinal de desconfiança.

— Eu não vou falar nada, já levei muitos vácuos da sua mãe, então é melhor eu ficar quietinho, apenas observando o bullying — Hades respondeu, não conseguindo conter uma risada quando ele levou a mão ao coração, arregalando os olhos.

— Eu não tenho culpa de gostar de abraçar as pessoas, ok?! — resmungou, cruzando os braços, emburrado.

— Como ela te conhecia? — Bianca questionou, levando as mãos para a cintura em uma pose desleixada.

— Nós conversamos sobre isso em casa. — Hades cortou qualquer possível informação que poderia vir do filho mais novo, o fazendo subir as sobrancelhas e murmurar um “tudo bem, então”, começando a andar em direção aonde havia ficado o carro deles.

Logo Nico se sentia em um interrogatório. Ele estava sentado na mesa da cozinha. O lustre estava aceso bem acima de sua cabeça e o ambiente ao redor estava escuro. Muitos caçadores estavam na penumbra, observando seus movimentos e medindo cada uma de suas palavras.

— Fala. — Hades incentivou, observando o filho nos olhos.

Nico suspirou baixo, remexendo-se desconfortável na cadeira.

Hum... Eu meio que era amigo dela. A gente chegou na cidade quando eu era menor e, coincidente, fazíamos duplas nos trabalhos de escola e viramos amigos, pois sempre estávamos juntos e tal...

— E como você sabe que é ela? Thalia, não é? — o di Angelo mais velho questionou, semicerrando os olhos para ter certeza que ele não mentiria.

Inconscientemente, Nico puxou a manga da jaqueta, prendendo-a em sua mão e dando de ombros.

— Eu chutei e acertei. Ela não mudou muito. Sem falar que foi ela que me reconheceu primeiro, então eu só fui mesmo.

— Que espécie que ela é?

— Não sei! Pra mim ela era humana até hoje, olha só que lindo! — Nico respondeu, subindo as sobrancelhas como se estivesse incrédulo. Hades fez cara feia. — O que? Olha a pergunta que você está fazendo! Acha que eu ia chegar lá, no meu humilde papinho, e ia falar “ei, qual sua espécie? Assim, só por curiosidade”.

— Sinceramente? — Hades retrucou. — Sim!

— Pai, não. Só não. Agora me deem licença porque eu vou tomar um banho — Nico se levantou, espalmando as mãos na mesa e abrindo um sorriso cínico.

Depois, deu as costas e quando estava prestes a sair, ouviu uma implicação vinda de Bianca:

— Levou um vácuo, hein?!

— Vai se fuder! — Nico repeliu de pronto, rolando os olhos e saindo da cozinha negando em reprovação. Se conhecia bem a peça que tinha como irmã, ela não o deixaria esquecer tão cedo do acontecimento.

Ele deu-se o beneficio de um banho demorado e quente, sentindo o vapor enevoar seus pensamentos que estavam voltados para um passado que ele tinha com a tal garota misteriosa que hoje havia descoberto que ela era uma criatura sobrenatural que poderia matar pessoas para se alimentar. Enrolou a toalha em seu quadril, saindo e vestindo um pijama.

Deitou-se na cama, entrando embaixo das cobertas e se acomodando. Levou seus olhos para a marca em seu pulso e passou seu polegar em cima, franzindo o cenho a lembrar-se do dia que eles haviam feito-as.

— Nico, Nico, Nico! — o nome foi chamado várias vezes, até que Nico se virou, arregalando os olhos ao constatar que Thalia não iria ter tempo de frear, ainda mais no chão recentemente encerado da escola.

— Eu! — ele respondeu, colocando as mãos a frente do corpo e segurando-a pelos ombros, impedindo sua queda.

— Vem! Eu tive uma ideia! — a pequena Thalia envolveu seu pulso, puxando-o e começando a correr pelos corredores, o arrastando junto.

— Thalia! A gente tem aula de matemática agora!

— Quem se importa? — a garota retrucou, virando uma esquina da escola e quase colidindo com o extintor de incêndio que ficava pendurado na parede.

— Eu me importo!

— Quieto!

— Thalia!

— Nico, por favor!

Ele ficou quieto, revirando os olhos em um ato desaprovador, mas continuaria a seguir ela. E, assim, ambos acabaram embaixo da arquibancada do ginásio. O lugar estava vazio, então era mais fácil fazer o que Thalia pretendia.

— Olha! — ela levantou um cigarro em uma tonalidade azul, o fazendo arregalar os olhos.

— Eu não vou fumar! — Nico respondeu de pronto, levando a mão para o coração como se fosse seu pior pesadelo.

— Que mané fumar! — chocou a mão contra a testa, negando em reprovação. — A gente poderia fazer um juramento de amizade, caso aconteça alguma coisa, sabe? De nos separarmos e tal... Pra você sempre se lembrar de mim e eu sempre de você!

— Não vai acontecer nada!

— Você não pode prever o futuro.

— Mas...

— Se você não quiser, eu não vou te forçar a fazer isso, Nico — Thalia respondeu, fazendo um bico entristecido. Era claro que as outras crianças a achavam estranha.

— Você é minha melhor amiga, é claro que eu vou fazer! — repeliu. — É que eu não preciso de uma marca pra me lembrar de você.

A Grace corou, sorrindo animada e esticando seu pulso para fazer a marca.

E no outro dia ela não apareceu. Nem no outro. E nunca mais.

Nico preferiu deixar as lembranças apenas no passado. Sabia que havia sido um pouco forte para si, mas era apenas uma criança, não é mesmo?

No circo, Thalia estava indo dormir também. Em seus braços, estava o ursinho que ele havia dado a pouco. Parou em frente a cama, bocejando e negando em reprovação quando viu Leo estirado ali apenas de bermuda.

— Por que você dorme na minha cama, mesmo? — questionou, se sentando na beirada e fitando-o sorrir de canto, levando as mãos para trás da cabeça em uma pose confortável.

— Lobos se reproduzem com muita facilidade, logo eu tenho muitos irmãos, então não tem espaço. Sério, aquilo chega a ser claustrofóbico. E, bem, você só tem o Jason que nem dorme aqui, a maioria das vezes ele fica para o outro lado das cortinas, não sei porque ele prefere o mundo humano do que o nosso. Também tem o fato de você ser minha melhor amiga e minha ex...

— Leo, tá. Cala a boca e vamos dormir. Hoje eu trabalhei demais — Thalia se deitou, acomodando-se com o urso polar.

— Ei, Thals — ele a chamou. A Grace emitiu um “hum”, pedindo para que prosseguisse. — Por que você se importa com esse ursinho?

Thalia demorou um pouco para responder, tanto que o lobo achou que ela havia o deixado no vácuo eterno e nunca daria uma resposta válida. Contudo, ela suspirou.

— É a primeira vez que alguém me dá alguma coisa, sabe?

— Mentira! Eu já te dei as coisas!

— Que você achou no circo, coisas esquecidas das sessões, incluindo gravetos que são pra eu jogar pra você buscar, Leo.

Ele fez um bico, mas não contradisse.

— Além do mais, ele me lembra uma fase boa da minha vida — Thalia voltou a indagar. Respirando fundo. — Quando eu ainda podia tentar ter uma vida normal.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao final de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que querem que aconteça? Alguma teoria? Nós gostamos de ouvir teorias!

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Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥



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