Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Decidi que não seria legal deixá-las esperando...

Ok, eu não aguentava mais ficar sem postar. Admito.

Aí vai mais um capítulo!

Espero que gostem!!



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Capítulo 4.

 

 

_Eer... a sua amiga é surda, Diego?

 

 

Oh, que mico. Porque eu tinha que travar logo agora? Vamos, Bárbara!!! Reage, garota!

 

_Ah... N-não... eu não sou surda, desculpa. É que... haan... eu achei que te conhecesse, fiquei tentando lembrar...

 

_Huum... ok. Meu nome é Felippe, a propósito.

 

Oh God. Ele tava estendendo a mão pra mim ou eu tava sonhando de novo? Anda, menina. Aperta logo a mão desse Deus Grego!

 

_Prazer. Sou Bárbara.

 

Estiquei a mão e apertei a dele. Seu aperto era firme, quase formal. Só porque nos conhecemos agora, pensei.

 

_Então, vamos?_ Diego me despertou. É, eu acho que estava mesmo sonhando acordada.

 

Fiz que sim com a cabeça e saí andando. Diego seguiu ao meu lado, mas seu irmão foi atrás. Vez ou outra eu olhava em sua direção e ele estava como sempre: cabeça baixa, mãos nos bolços e assobiando baixinho.

 

_O que ele tem?_ Sussurrei para o garoto ao meu lado.

 

_As vezes eu acho que ele é bipolar. Uma hora ele tá assim... outra ele tá rindo de tudo e todos.

 

_Ele tem namorada?

 

Me arrependi da pergunta assim que a fiz. Queria saber se ele tinha namorada, mas não porque me interessava. Não só porque me interessava. Mas porque ela podia ser o motivo da aparente tristeza. Torci para que Diego entendesse o segundo motivo, mas não foi o que aconteceu. Um sorriso sacana surgiu em seus lábios e quando ele falou, seu tom era debochado, tal como eu imaginei que seu belo irmão fizesse:

 

_Por que o interesse?

 

_Ué... porque... um namoro pode ser motivo pra essa “tristeza”_ Fiz aspas com as mãos.

 

_Sei... mas, não. Ele não namora.

 

_Hmm. Porque será que ele tá assim, então?

 

_Sei lá, po. Ele é bipolar, já falei.

 

_Falando de mim, irmãozinho?

 

Tomei um baita susto quando vi aquele garoto enfiando a cara entre meu pescoço e o do irmão... Mas confesso que a-do-rei sentir sua respiração na minha pele. Me fez arrepiar e eu quase fechei os olhos, de tão gostosa que foi aquela sensação.

 

_Claro que eu to falando de você. Que outro irmão bipolar eu tenho?

 

_Ha-ha. Como você é engraçado. E então... Bárbara, né? Qual a sua idade?

 

_Que issoooo! Mano, não se deve perguntar a idade de uma garota assim, na lata.

 

_Ué... qual o problema? Aposto que ela não é mais velha que eu.

 

_É, tem razão. Não é.

 

Não acredito nisso. Os dois estavam falando de mim como se eu não estivesse ali... Incrível a capacidade que os garotos tem de serem idiotas.

 

_Oooi! Eu to aqui. Por que não falam diretamente comigo?

 

_Desculpa, é que... Bem, foi o Diego que se meteu e não te deixou responder. Se importa com a pergunta?

 

_Não, é claro que não, eu...

 

_Viu, maninho? Não há problemas com a minha pergunta. Da próxima vez não se meta...

 

_Ah, por favor._ Murmurei e saí andando. Aquela discussão boba estava me dando nos nervos.

 

_Eeei, onde você vai? Não conhecemos nada aqui, podemos nos perder, sabia? Você é péssima guia.

 

_Cala a boca, Diego. Então, quantos anos você tem, Bárbara?

 

_Quinze.

 

_Eu tenho...

 

_Dezessete. É, seu irmão me disse.

 

_Ok...

 

Em seguida, ele murmurou algo como ‘que garota estranha’... e ia continuar, se eu não o tivesse encarado com meu melhor olhar de ‘se continuar, te arrebento’. Eu sei, nada estressada. Calma é uma das minhas maiores qualidades. Ironia também.

 

Eu sei também que não parece que os conheço há pouco tempo. Mas, sei lá... Parecia que eu os conhecia desde... bem, desde sempre.

 

_Então... está em que série?

 

_Na mesma que o seu irmão, eu suponho. Primeiro ano, Diego?

 

_Aham.

 

_Uuh, primeiro ano não me traz boas lembranças. Repeti de ano pela primeira vez quando estava no primeiro. Como deve estar imaginando, estou no segundo. Dessa vez eu não vou repetir. Vou estudar muito pra ir bem em todas as provas e...

 

Nossa. Essa tagarelice só pode ser genética.

 

 

 

Depois de mais ou menos uma hora, meu estômago resolveu dar sinal de vida.

 

_Parece que alguém está com fome..._ Disse Felippe com um ar de deboche.

 

Por mais que eu quisesse, não fiquei brava. Apenas abaixei a cabeça, sem graça, e sorri. Pra mim, tudo o que ele falava era engraçado. Não falei nada depois da brincadeira a respeito da minha fome. Pensa que isso o refreou? Nada!! Ele continuou fazendo piadinhas a meu respeito e a respeito de qualquer um que passava por nós. Eu ria da maioria. Achava graça em tudo o que ele fazia. Achava lindo tudo o que ele fazia. Ele era encantador, engraçado e, por último, mas não menos importante, lindo.

 

Espera um segundinho... se eu to falando dele assim e o conheço há uma hora... então... Oh meu Deus... não. Não pode ser... Será? Será que... eu... to apaixonada por ele?

Como isso? Eu nem o conheço direito... a não ser dos sonhos, mas... Como é que pode uma palhaçada dessas? Então isso é amor a primeira vista? Ou, que seja, ‘paixão’ a primeira vista? Como assim??? Isso não existe!!! Eu nunca acreditei, pelo menos. Idiota, então explica porque parece que você tá voando quando tá com ele, sendo que conhece o cara há uma hora. Vamos, explica, po!

 

_Nãããão! Eu quero morrer!

 

_Heein?_ Felippe perguntou. Então, eu realmente quero morrer.

 

_Aah, nada demais... Só uns pensamentos que ‘escaparam’.

 

Meu Deus, por favor, por favor, me diga que eu não disse essa merda. É, isso aí. A merda em questão, era o segundo pensamento que eu deixava escapar na frente daquele Deus Grego.

 

_Olha, esquece o que eu falei agora, ok? Só pensei alto.

 

_Ok... eu acho.

 

Então ele perguntou ao Diego, aos sussurros pra que eu não pudesse ouvir (o que não deu muito certo...):

 

_Tem certeza de que essa sua amiga não tem nenhum distúrbio psicológico?

 

Ignorei o comentário e até ri dele. Como não era só eu que estava com fome, Diego resolveu ir até uma padaria próxima de sua casa.

 

Eu e ele fomos os primeiros a atravessar a rua. Atravessamos correndo e... woooooooow. Caí sentada em cima do meu pé. A dor era tão grande que não conseguia nem me mexer. Olhei na direção de Felippe e ele ria incontrolavelmente. A dor só aumentou e eu comecei a chorar. De repente, ele ficou sério. Muito, muito sério. Olhou pros lados e atravessou correndo. Se agachou ao meu lado e disse:

 

_Me desculpa por ter dado risada daquele jeito. Eu sou assim mesmo... e pensei que você não tinha se machucado.

 

_Eu to bem. Só sou fiasquenta mesmo.

 

Pra provar o que tinha dito, tentei levantar. Foi em vão.

Ele deu um sorrisinho de lado que me levou a loucura. Sabe aquele sorrisinho sacana de quem ta vendo que você ta mentindo? Pois é...

 

_To vendo... Anda, vem. Me deixa te ajudar...

 

Então ele me puxou pelos braços, colando sua perna direita a minha esquerda, pra apoiar. Fiquei completamente arrepiada com seu toque e mais ainda com a proximidade dos nossos rostos.

 

Então ele foi chegando perto. E mais perto... mais perto... Quando ele estava fechando os olhos, eis que surge Diego, O Estraga Prazeres.

 

 

_Nossa, gente, foi mal a demora. Vocês não imaginam o tamanho da fila e...

 

Ele se interrompeu quando percebeu os braços do seu irmãozinho a minha volta e seu rosto bem perto do meu.

 

_Ooops... parece que eu interrompi alguma coisa, né?

 

_N-não..._ Gaguejei, completamente sem graça, me entreganto.

 

_Não, Diego. Claro que não. Você nunca interrompe nada._ Felippe respondeu com um toque de ironia.

 

Impressão minha ou ele queria ter me beijado?

 

Depois do que disse, saiu bufando revoltado.

 

É, ele queria ter me beijado. OMG! O garoto dos meus sonhos, que já não era só um sonho, quase me beijou! E ficou revoltdo com a parte do quase. O-M-G!!!

 

 

_Uau. O que deu nele?

 

_Sei lá. O irmão é seu, não meu.

 

Ao invés de explicar minha história abestalhada, resolvi me fazer de desentendida.

 

_É... e pra seu irmão ele não serve mesmo... Tendo em vista o que aconteceu e...

 

_Para com isso! Não aconteceu absolutamente nada.... Aliás, aconteceu sim. Eu caí depois de atravessar a rua. Seu irmão viu que eu não conseguia levantar e veio me ajudar. Você chegou na hora em que ele tinha me ajudado a ficar de pé. O que você viu foi seu irmão me ajudando.

 

_Sério? Ele te ajudou a levantar? Meu Deus!! Normalmente ele ficaria rindo até desmaiar. Bem... ele nunca desmaiou de rir mas... aah você entendeu. Força de expressão... ou algo assim. Enfim. Ele não riu?

 

_Riu, riu bastante até. Mas quando viu que eu tava chorando veio me ajudar.

 

_Você chorou? E ele não te zuou por causa disso? Olha... Felippe resolveu amadurecer.... ele nun... AI!

 

Diego foi pego de surpresa por um tapa forte na cabeça. Antes que você pense que estávamos sendo assaltados, eu esclareço. Felippe ouviu metdade do que o irmão tinha dito... e resolveu chamar a sua atenção com uma demonstração emocionante de amor fraterno: dando um megatapa na cabeça dele.

 

Dessa vez quem se revoltou foi Diego. Depois que ele estava a uns bons 10 metros de distância, Felippe quebrou o silêncio.

 

_Eer... sobre o que aconteceu...

 

_O que aconteceu?_ O interrompi assim que percebi o rumo que a conversa tomaria. Eu, definitivamente, não estava a fim de contar a ele sobre meus sonhos malucos. Portanto, era melhor interromper antes que ele resolvesse perguntar se eu corresponderia ao seu beijo.

 

_Ótimo.

 

Pelo visto, ele entendera bem o que eu quis dizer. Mas, além disso, percebi que ele havia se arrependido do quase beijo. E que não queria que ninguém soubesse. Isso me entristeceu, mas não demonstrei. Como reação a suas palavras – ou, no caso, sua palavra, já que foi só uma... – apenas dei de ombros. Acho que ele nem viu.

 

Duas quadras depois da padaria, tinha uma praça. Sentamos em um dos bancos e fomos comer.

Adivinha onde eu sentei? No meio deles, claro. Só pra eu ficar mais sem graça do que já estava.

Comemos e fomos embora.

Quando estávamos quase chegando a na casa dos meninos, Diego parou de repente.

 

_Oh meu Deus, não podemos deixá-la ir embora sozinha, Lippe.

 

_Cara, não se preocupa, eu moro na outra rua. To em casa em menos de 5 minutos.

 

_Não com seu pé dolorido. E se um ladrão quiser te assaltar? Você não vai poder correr. Ele vai levar o que você tem e eu vou me sentir culpado pelo resto da minha vida e...

 

_Pelo amor de Deus, Bárbara, me deixa te levar em casa antes que o meu irmão acabe de vez com a minha paciência.

 

_Ta... então ta.

 

Antes que pudéssemos ir embora, e sem que Lip... digo, Felippe visse, Diego me puxou em um canto.

 

_Provavelmente não é contra mim que você tem algo, mas sim a favor do meu irmão, não é verdade? Por que eu não posso te levar em casa e ele pode? Heeein?

 

_Por que você não cala a boca. Simples.

 

_Ele também fala!

 

_Mas não tanto quanto você. Agora, eu preciso ir, o Felippe ta me esperando.

 

_Ok, então... É, eu devo deixar que vocês terminem o que começaram...

 

_Se você falar qualquer coisa do tipo mais uma vez eu juro que...

 

_Ok, ok, ok. Já parei, já parei.

 

_Humpf.

 

Eu e Felippe andamos até minha casa em um silêncio perturbador. Eu já não aguentava mais. Sinceramente, prefiria a tagarelice de Diego. Pelo menos eu podia ignorar.

 

_Eer... é aqui que eu moro._ Falei, apontando com a cabeça na direção do prédio.

 

_Então tá... até outro dia. Quando quiser sair comi... haan, com a gente de novo... aparece lá...

 

_Tá bem... se cuida... tchau.

 

_Tchau.

 

Ele esticou sua mão e, sem pestanejar, a apertei. Superando minhas expectativas, ele puxou meu braço e me deu um beijo estalado na bochecha esquerda. Senti ela formigar. Só não sabia se era pela minha emoção ou pelo estalo...

Ele sorriu de canto e piscou.

 

_Se cuida também... e vê se não cai... Boa noite.

 

_Boa... noite.

 

E ele foi. Fiquei olhando até que ele sumisse da minha vista. Tomara que ele não tenha visto isso.

 

Saí correndo na direção da porta e quase dei de cara com a mulher que saía do prédio. Ela me olhou torto e eu dei oi. Ela nem respondeu e eu nem liguei. Subi correndo as escadas. Em casa, minha mãe me perguntou onde eu tinha me metido até aquela hora. Disse apenas que tinha dado uma volta com uns amigos do colégio. Ela assentiu e eu fui tomar banho. Depois do banho, fui pra cama. Estava louca pra saber se ainda sonharia com Felippe, agora que eu o conhecia. Mas, infelizmente, não conseguia dormir. Estava elétrica demais pelo quase beijo e pelo beijo na bochecha...

 

Acabou que me levantei e fui comer, de novo. Olhei no relógio e já eram 23:57. Uau. Eu fiquei tanto tempo assim, deitada, tentando dormir?

 

Sentei no sofá e pensei no que poderia fazer pra pegar no sono. Pensei tanto que acabei dormindo lá mesmo. Acordei as 05:29, com os primeiros raios de sol invadindo minha janela. Profundo isso... Vou por no meu Twitter.

 

 


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Notas finais do capítulo

É... esse é um dos meus capítulos favoritos.

O Diego tinha que interromper né??

Que desastrada essa garota né?
Bem que eu queria um Felippe pra me juntar qdo eu caísse... aiai

O próximo sim eu acho que demoro um pouco. Talvez só poste na quinta... ou na sexta. Não sei...

Beeijo, até o próximo!!



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