Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Heey! Volteei!

Mais um capítulo de GDMS.

Espero que gostem...



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Capítulo 3.

 

Acordei tremendo, arfando em meio a soluços. Oh meu Deus! Eu estava chorando de verdade? Nossa. Tratei de me acalmar afinal, fora só um sonho. Olhei em volta e descobri o porque da familiaridade do quarto que eu vira no sonho. Era idêntico ao meu. Tinha minhas coisas. Todas as minhas coisas. A diferença era que as paredes tinham um tom magnífico de lilás... diferente do que meu quarto nesse apartamento e exatamente como eu desejava que fosse, na casa que eu, um dia, com certeza teria.

 

Mas, como é possível que eu tivesse sonhado com um quarto lilás, ou melhor, com meu quarto, em uma casa enorme, como a que eu queria que fosse minha? Será que aquilo aconteceria algum dia? Se sim, significa que eu também conheceria o garoto um dia...? Balancei a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Eu já não os aguentava mais. Assim como não aguentava mais os sonhos. De certa forma, eu ainda queria sonhar, pois era onde eu o via. E eu adorava vê-lo. Mas, por outro lado, eu queria que os sonhos acabassem... só assim poderia parar de pensar apenas nisso e me concentrar mais nos estudos, que ficavam cada vez mais em segundo plano na minha vida. Como consequência, tirei uma nota baixa em Literatura e outra em Química. Pelo menos, a recuperação de Química viria logo e, para esta, eu pretendia estudar. E foi isso que eu fiz, já que acordara as 17:28.

 

Depois de muito estudar, imaginei que sabia tudo o que precisava. Sendo assim, me vi livre para comer. O resto do dia passou rápido. Lá pelas 22:30, fui dormir. Claro que sonhei com ele de novo. Porém, havia programado meu celular para que ele despertasse 15 minutos antes do horário normal. Por causa disso, o sonho acabou na parte em que nos despedíamos. Sem choro, mas com aquela musiquinha chata que me acorda todo santo dia. Pelo menos, não havia tocado o telefone longe. Por falar em telefone... Oh, droga! Esqueci de conectar o cabo do telefone fixo... Bem, que se dane. Aposto que ninguém tentou ligar.

 

Acordei sonolenta, louca pra voltar a dormir. Despertei imediatamente ao me dar conta de que já era quinta. Tomei banho correndo. Arrumei minhas coisas, almocei, escovei os dentes e saí.

 

Os minutos se arrastaram mais do que o normal. Eu fiz de tudo pra que passassem mais depressa, inclusive contar carneirinhos. O máximo que consegui foi ficar com sono. Muito sono. Estava prestes a cochilar, quando o sinal tocou. Era o último período. De repente queria tanto ter Química...

 

Aguardei ansiosamente que o professor Lúcio adentrasse a sala de aula, mas ele não o fez. Ao invés disso, entrou a diretora, dizendo que Lúcio estava gripado.

 

_Contudo_ ela continuou, elevando o tom de voz para que parássemos de protestar_ O Diego... Entre, Diego._ Paralisei. Antes que você pense que era o garoto com quem sonhava, eu digo que não. Antes que você pense que era o chato que me tirou da cama, eu digo que não. Mas era o garoto do ônibus. É, ele mesmo. Aquele dos olhos iguaizinhos aos do garoto dos sonhos. Ele entrou sorrindo timidamente. Disse um ‘olá’ baixíssimo, mas que todas as garotas ouviram e responderam. Então, ele me olhou. Encarou-me por cerca de 15 segundos, até que a diretora chamou a atenção da turma, dizendo que deixaria a matéria e que Diego nos observaria.

 

_Não façam feio na frente do garoto. Copiem e façam tudo direito, afinal, Química é a matéria favorita do Diego, não é?

 

_Sim... é.

 

TODAS as alunas daquela sala passaram a copiar a matéria com atenção exagerada. Mas quando eu digo todas... São todas MESMO. Inclusive eu... Enfim. Enquanto copiava, notei que ele não observava a turma. Observava alguém em especial. Olhei em sua direção e descobri que era a mim que ele observava. Sua expressão passou de confusa a debochada em um mísero instante. É, com certeza ele estava se lembrando da cena ridícula que eu protagonizara no ônibus há alguns dias. Depois de me analisar por alguns instantes, desviou o olhar. Em seguida, saiu da sala. Retornou, para delírio total da nação feminina, menos de um minuto depois, com um sorrisinho sacana brincando em seus lábios. Sem que eu esperasse, ele veio em minha direção. Arregalei os olhos ao notar que ele estava vindo falar comigo.

 

_Oi!

 

_Oi...

 

_Você estava no ônibus um dia desses, não é?

 

_É, estava... caí ao seu lado... eer.

 

_Verdade... em um dia normal eu te ajudaria a levantar... mas aquele não era um dia nada normal._ Quando ele começou a falar, notei que, de tímido ele não tinha nada. Notei também que sua voz era como eu esperava que fosse a daquele que habita meus sonhos._ Sabe, eu estava mal-humorado. Tinha brigado com meu irmão. E eu não gosto disso. Não mesmo. Mas, sabe como é. Irmãos brigam...

 

_Não sei... não tenho irmãos._ Eu o cortei e ele pareceu não se importar, pois sentou ao meu lado e continuou falando.

 

_Sabe porque brigamos?_ Antes que eu respondesse, ele continuou_ Porque algo parecido tinha acontecido mais cedo e, ao invés de ajudar a moça, ele riu dela. E eu, que não gosto disso, reclamei. Ele não gostou e começou a dizer que eu era defensor dos fracos e oprimidos... começou a debochar. Me irritei e desci do ônibus. Esperei meia hora e peguei outro. Era justamente o que você estava... Cara, como eu falo... me desculpa. Por incrível que pareça, eu sou tímido. Mas você é legal... por isso que não estou com vergonha.

 

_Deu pra ver que você é tímido... mas como sabe que sou legal se nem falou comigo? Nem sabe meu nome?

 

_Rá, claro que sei. Por isso que saí da sala. Perguntei pra diretora quem era aquela garota de cabelo ondulado e castanho-claro, bonita e com olhos igualmente castanho-claros... ela me disse que era Bárbara... Está certo?

 

_Sim..._ Fiquei completamente sem graça quando ele me descreveu. Não que eu me achasse feia, mas também não era nenhuma narcizista.

 

_Legal! O meu você já sabe, né... é Diego...

 

_É... a diretora já te apresentou. A propósito, Diego é o nome do meu melhor amigo...

 

_Sério? Legal! Ele também tem um irmão chamado Felippe?

 

_Não... a irmã dele se chama Ana.

 

_Aaah... e ela é bonita?

 

_Cara, vocês só pensam nisso?

 

_Claro que não. Quer dizer... é a primeira coisa em que pensamos, mas... não é só isso. Meu irmão é pior, acredite. Mudando de assunto... onde você mora?

 

_Mudando de assunto, eu tenho que copiar, e você observar...

 

_Ah... ok.

 

Ele estava se levantando, mas eu me senti culpada por ter sido grossa, enquanto ele estava sendo legal.

 

_Ei! Eu moro a 19 quarteirões daqui... na Avenida Hílis. Não sei porque diabos puseram o nome da Avenida de Hílis... muito menos o que isso significa. Também não sei porque contei a quantidade de quarteirões... Mas o nome da Avenida é tão incomum que é fácil de achar.... E você, onde mora?

 

_Na Rua Dante Amaral... conhece? Também é por aqui...

 

_Conheço sim, é atrás da minha rua.

 

_Legal! Mas, sabe... eu conheço muito pouco daqui... morava a 7 Km daqui, no bairro Europa.

 

_Hum... quem sabe eu posso te ajudar... Podemos voltar juntos pra casa hoje. Vou com você até sua casa, você larga suas coisas e depois nós damos uma volta... pra você conhecer melhor o bairro onde mora._ Sorri. Por algum motivo, queria que ele aceitasse. Algo me dizia pra eu conhecê-lo mais. Mas tive medo de ter sido muito direta e de que ele recusasse. Pensei que ele fosse ficar envergonhado e que recusaria. Me enganei.

 

_Legaaaaaal! Ótima ideia, Bárbara...

 

_Babi... pode me chamar de Babi...

 

_Ok. Ótima ideia, Babi!!! Ah... tem um problema... meu irmão vai querer ir junto...

 

_Sem problemas. Qual a idade dele?

 

_Dezessete...

 

Uau. E eu pensando que era um garotinho de 10, 11  anos... mas não. Era um carinha de 17.

 

_Quantos anos você tem?

 

_15.

 

_Ah...eu também... Sabe, eu pensei que seu irmão fosse uma criança!

 

Ele riu e depois continuou falando.

 

_E ele é. Raramente age como um cara da idade que ele tem. Está sempre fazendo graça. Sempre debochando da vida. Vive implicando comigo... mas eu adoro ele. Só debocha se pegar implicância com a pessoa. O que eu tenho quase certeza de que não vai acontecer entre vocês.

 

Ótimo. Um tagarela e um debochado. Me arrependi profundamente de ter feito aquela proposta ao Diego. Mas... fazer o que. Eu não podia voltar atrás.

 

Pegamos o ônibus e logo estávamos na parada. É, ele descia na mesma parada que eu. Por que ele não desceu naquele dia? Por que estava indo pra casa de sua avó. Andamos silenciosamente até a rua dele. Quer dizer, EU andei silenciosamente. Ele tagarelou o caminho todo.

 

_...e, bem... Essa é minha casa.

 

Não sei quanto tempo fiquei admirando aquele casarão. Mas, o que mais me chocou foi que, do outro lado da rua, ficava a casa com a qual sempre sonhava. Diego me convidou para entrar, mas não quis. Afinal, eu só o conhecera há uma hora e quinze minutos.

 

Ele entrou e eu esperei. Esperei... esperei... Até que Diego saiu da casa correndo, com um garoto em seu encalço. O tal garoto parou de correr assim que me viu. Estava escurecendo, portanto não vi direito seu rosto. Ele era um pouco mais alto que seu irmão, talvez 10 centímetros. Seus cabelos eram de um castanho-escuro muito bonito. Ele veio na minha direção e parou na minha frente.

 

Estaquei ao reparar em seus belos olhos verde-azulados.

 

_Oi.

 

Sua voz soou exatamente como eu esperei ouvir no meu sonho. Seus olhos eram como eu me lembrava. Seu cabelo dava a impressão de ser macio, tal como a impressão que eu tinha nos sonhos. Seu corpo parecia desenhado, exatamente como eu vira naquela madrugada, enquanto sonhava.

 

Sim. Era ele. O garoto dos meus sonhos, literalmente, estava parado bem na minha frente e tinha me dado oi.


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Notas finais do capítulo

Viajei legal na hora de inventar as ruas... hihihi

E então? Alguém desconfiava do irmão do Diego??

Espero que tenham gostado... Deixem revies!!

Beijos, até o próximo.

PS: Não vou postar tão rápido o próximo capítulo... Mas também não vou sumir.

Beeijo! :*