Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Yay, voltei rápido, hum? Eu acho, pelo menos... É, mais um aí.



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Capítulo 28.

Quando apresentei a Ana ao Diego... não imaginei que me arrependeria tanto. Mas, hum, antes de qualquer reclamação... Preciso esclarecer como tudo aconteceu.

Lippe e eu continuamos ficando por um longo tempo. Um dia, resolvemos sair todos juntos: Diego e Marcela, Lippe, eu, Ana e Diego. Aí a Ana e o Lippe se conheceram. Ficaram amigos... Amigos demais pro meu gosto.

Aquele dia foi bastante divertido, então resolvemos sair mais vezes. Em uma das últimas vezes que fomos ao shopping, um garoto quis ficar comigo. Não fiquei, óbvio, pois estava ficando com Lippe. Mas ele insistiu pra que eu desse meu MSN e telefone.

Começamos a conversar... conversar... Lippe e eu começamos a nos afastar um pouco. Ele e Ana estavam cada vez mais próximos... Eu dizia a mim mesma pra não sentir ciúme, pois não tinha esse direito. Mas meu querido coração nunca me obedeceu, então... Eu sentia ciúme.

Chegou, então, um dia em que o garoto quis sair comigo. O enrolei por um tempo... Até que Lippe me contou que estava começando a gostar da Ana. Foi incrivelmente doloroso pra mim, mas eu não podia demonstrar isso. Ele me avisara que um dia ia cansar de correr atrás... Esse dia havia chegado. Foi aí que resolvi sair com esse garoto... O Gabriel. Logo na primeira vez que saímos, nós ficamos. Foi realmente bom e senti, pela primeira vez, que seria capaz de esquecer de vez o meu ex.

Passou um mês e nós resolvemos retomar as saídas em grupo. O plano original era irmos eu e Gabriel, Diego e Marcela, Lippe e Ana e Diego, que ia ficar ‘de vela’ até achar alguma garota por lá. Diego e Marcela furaram e Diego passou mal. Mau sinal. Lippe e Gabriel ainda não se conheciam... Seria tenso.

Eu estava encostada em uma espécie de balcão, apenas ouvindo a música. Gabriel tinha ido comprar algo pra bebermos. Foi aí que Lippe apareceu. Fazia algum tempo que não o via. Como os outros não vieram, não vimos motivo pra ficar todos juntos na festa, já que criaria um clima estranho. Senti uma sensação estranha de déjà vu. Foi aí que me lembrei de um certo sonho... Ai, Deus. Péssimo sinal. Minhas pernas tremeram.

_E aí, Babi?

_E aí.

_Seu namoradinho furou com você, foi?

_Não, ele só foi comprar algo pra gente beber.

_Hum...

Lippe se aproximou, como ele fazia sempre que pretendia me beijar. Aí Gabriel apareceu.

_Quem é esse cara, Babi?

_Esse é o Feli...

_Sou o namorado dela, cai fora.

_Namorado? Babi você não...

_Felippe! Você foi meu namorado. Não é mais. Passado. Acabou.

Ele virou as costas e saiu. Pude ver até onde ele foi, que era onde Ana estava. Ele a pegou pela cintura e a beijou. Não parecia nada com nenhum beijo que já tivéssemos dado. Era... estranho.

Voltei minha atenção para o garoto ao meu lado. Entre beijos e conversas, o tempo passou. Gabriel me deixou esperando em uma mesa enquanto ia pagar nossa conta. Aí o Felippe resolveu aparecer e se sentar ao meu lado.

_Você não parece gostar dele.

_Oh, sério? E porque você não cuida da sua vida?

Ele nem respondeu. Não pareceu nem ter me ouvido. Me puxou praticamente pro seu colo e me beijou. Foi um beijo que fez meu estômago girar. Porque toda vez que eu o estava esquecendo, ele fazia questão de me lembrar de tudo? Me afastei dele, levantando e indo até onde Gabriel estava. O beijei e, durante o beijo, resolvi que tiraria Lippe de vez da minha cabeça. E não tinha ninguém melhor que o garoto que eu beijava pra me ajudar a fazer isso. Eu ia mostrar ao Lippe que era capaz de me apaixonar de novo.

Duas semanas depois e eu já estava apaixonada pelo Gabriel. Ele era ótimo. Finalmente tinha parado de pensar em Felippe. Não era como se ele nunca tivesse tocado minha vida... Ele foi parte importante dela. Eu jamais esqueceria daquela tarde em que o conheci; aquela tarde em que me apaixonei... e que ele passou a fazer parte da minha vida. Mas não poderia me prender a apenas aquilo. Minha vida não esperaria eu me acertar com ele pra continuar. Ela passaria... Então eu não podia desperdiçá-la. E não tinha maior desperdício do que me prender a lembranças de algo que não voltaria. A partir daí, eu e Lippe resolvemos ser bons amigos.

Só que aí... Quase um mês depois, comecei a sentir as coisas diferentes. Quis acreditar de qualquer forma que era paranoia... Mas uma conversa no MSN mudou tudo. Gabriel me disse que se sentia pressionado em relação a nós e não queria me dar falsas esperanças de um futuro ao seu lado. Disse que não estava preparado pra algo mais sério e que eu estava livre pra ficar com quem eu quisesse. Senti o chão sair debaixo dos meus pés. Eu estava outra vez apaixonada, outra vez sem medo de entrar em algo sério... E aí tudo, de repente, sumia. Ou melhor, era arrancado de mim com uma frieza e insensibilidade enormes. Como ele podia fazer isso? Eu não podia obrigá-lo a continuar comigo, mas o mínimo que ele poderia ter feito era ‘terminar’ pessoalmente.

Chorei como há muito tempo não chorava. Estava outra vez partida por dentro. Outra vez estava incerta sobre o amor. Será que eu conseguiria senti-lo de novo? Afinal... pra que dar uma chance a algo que nunca dura? Será mesmo que duas pessoas que não fossem da mesma família poderiam se amar? Bom... acho que sim, se não as famílias nem existiriam e... Enfim. Eu estava outra vez magoada.

Alguns dias depois, estava com Diego no shopping, contando a ele alguns detalhes sobre o ‘término’, quando encontramos Lippe e Ana. Eles andavam de mãos dadas. Meu amigo ficou tenso ao meu lado.

_Você sabia, né?_Perguntei. Ele apenas assentiu, devagar.

_Diego!

Ana gritou e veio correndo abraçar o irmão. Lippe não podia estar mais feliz. Veio caminhando até nós, despreocupado, com as mãos nos bolsos e sorrindo.

_E aí, Babi. Como vai?_Lippe veio diretamente em mim. Qual é, isso era perseguição?

_Bem, bem... e você?

_Bem também.

_Sabia que... eu, hum, to... namorando?

Ok, aquela sim me pegou desprevenida. Namorando?

(Música:

http://www.youtube.com/watch?v=YO5zcOdoXk8&feature=player_embedded - Quando Nascemos – Área Restrita.)

_Sério?

_Sim... Com a Ana.

_É, acho que essa parte eu entendi.

Ele riu.

_E você... como anda com o Gabriel?

_Ah, nós... Terminamos.

_Ouch... Foi mal. Sinto muito.

_É, eu também.

_Você tava gostando dele, né?

_É, eu acho que sim.

_Eu realmente sinto muito.

_Não sinta. Não quero pensar nisso.

_Ok, então.

Resolvemos então andar os quatro juntos. Conversamos durante um longo tempo. Paramos pra comer, tomamos sorvete, conversamos mais... Foi aí que notei que eu e Lippe estávamos nos reaproximando. Como amigos, dessa vez, mas mesmo assim  nos reaproximando. Notei também que Ana não gostava disso. E que Lippe ia pagar por seus pecados ao lado dela. Ultimamente eu estava observadora... É.

E foi por isso que me arrependi de ter apresentdao Ana e Diego naquela minha festa de aniversário. Ela e Diego ficaram amigos e, no começo, achei que ficariam juntos. Ela parecia querer e... de repente, começou a ficar com o Lippe. Achei muito muito muito suspeito. Mas achei melhor ficar quieta. Eu nunca tinha sido boa detetive.

Em um belo dia, depois de uns bons dois meses desde que descobri do namoro de Lippe e Ana, meu pai resolveu dar sinal de vida, dizendo que já havia se instalado na casa nova. Ah, ótimo. Ele era vizinho do meu ex. Que lindo, não? Pois é. Um dia depois desse belo dia, minha querida mãe precisou viajar. Passaria três meses fora. Meu pai disse que eu poderia ficar com ele e minha mãe concordou, mas também disse que eu poderia ficar em casa, se quisesse. Resolvi fazer as duas coisas. Ir até a casa do meu pai de vez em quando e voltar em casa outras vezes.

Fazia uma semana que minha mãe tinha viajado. Eu estava sentada em frente a casa do meu pai, o esperando voltar do trabalho. Encarava o nada, no maior tédio, pensando se tinha algo de muito importante pra fazer pra escola no outro dia.

Assim fiquei durante mais uns dois dias. Eu não via Lippe, pois estudava de manhã e ele, que tinha acabado o ensino médio, trabalhava à tarde. Hoje seria outro dia, (ah vá, é mesmo?), pois era sábado. Eu não tinha certeza se ele trabalhava sábado... Enfim. Estava pensando no dia em que nos conhecemos... Cara, não dava pra acreditar que já fazia mais de um ano. Nos conhecemos alguns meses antes de eu fazer 15 anos, apesar de eu ter dito que já tinha. Ele ficou um pouco irritado com isso quando descobriu, mas... isso são detalhes. Passamos por tanta coisa juntos... descobrimos coisas juntos e...

_O que faz perdida por aqui?

_Lippe! Que susto.

_Haha, pensando na vida, é?

_Respondendo sua primeira pergunta... Não estou perdida, estou esperando meu pai. E eu tava pensando em coisas aleatórias... sei lá. Brisando.

_Seu pai é meu novo vizinho, é?

_Aham.

_Nossa... há um tempo atrás eu teria medo.

_Bom... continue tendo, ele ainda é o mesmo de um tempo atrás._Achei melhor me fazer de desentendida, pra poupar aquelas longas conversas que nos deixavam frustrados e magoados.

_Certo, vou me lembrar disso. Agora tenho que ir.

_Tchau._Acenei rapidamente. Ele retribuiu o gesto e foi pra casa.

No outro dia, a cena se repetiu. Conversamos por alguns minutos e aí ele entrou. E assim fomos por um tempo, até que ele me cumprimentava com um beijo no rosto ao invés de um simples ‘oi’. Ficamos mais e mais amigos, o que ele me dissera que estava deixando Ana enciumada. Lippe dizia que não entendia esse ciúme bobo, pois éramos só amigos. Que ele não via problema em uma garota e um garoto serem amigos. Minha cara de FUUU quando ele disse isso deve ter ficado ótima. Cara... ele terminou comigo por ser contra exatamente o que ele estava defendendo. Mas... quem, afinal, entende os garotos? Nem eles mesmos se entendem!

Certo dia, quando foi me cumprimentar, ele se aproximou de uma forma... tensa. Olhava fixo em meus olhos... e depois passava pra minha boca. Sentia as borboletas em meu estômago se agitarem, o que não faziam há algum tempo. Mau sinal, mau sinal. Ele chegou bem perto... Perto o suficiente pra eu pensar que me beijaria... E então ele me beijou. No rosto. Senti como se aquilo já tivesse acontecido. Forcei minha memória e então lembrei. De certa forma, tinha sim acontecido... Eu sonhara com aquilo. Me senti arrepiar. Jamais imaginei que sonhos de um ano atrás pudessem acontecer.

Fazia um mês que minha mãe estava fora. Eu estava me sentidno sozinha, apesar de passar sempre alguna minutos conversando com Lippe e jantar com meu pai quase todo dia. Eu não entendia porque, mas me parecia sempre faltar algo. Parecia que estava incompleto.

Agora faltavam só duas semanas pra minha mãe voltar. Eu e Lippe tínhamos ficado realmente amigos, nos vendo todo dia e conversando tanto. Eu já não o via mais como namorado ou ex, mas como amigo. Ok... eu pensava. Mas era raro. Sério, era mesmo raro. Eu estava numa fase pós-Felippe. Ok, nem tanto. Enfim. Estava mais fácil. Eu aprendera aaceitar que ele não era meu, era de outra pessoa. Mas era difícil pensar nele apenas como amigo quando rolava aquele clima entre nós...

A última vez em que isso aconteceu, foi quando ele chegou fazendo cócegas. Eu sempre disse que cócegas não eram legais... Eu estava rolando de rir, praticamente, até que ele perdeu o equilíbrio e só não caiu com a cara colada na minha porque foi mais rápido e apoiou as mãos no chão dos dois lados do meu rosto. Paramos de rir na hora.

Lippe se aproximou, os olhos fixos nos meus. Engoli em seco, meu estômago se agitando. O que fazer? ‘Virar a cara’, dizia minha razão. ‘Beijá-lo’, rebatia meu coração. Eu realmente deveria virar a cara... Mas eu queria beijá-lo. Virei a cara, mordendo o lábio inferior. Ele abaixou a cabeça, a balançando como se estivesse negando algo. Então ele se levantou e me ajudou a fazer o mesmo.

_Eu... Minha mãe deve estar precisando de ajuda. Até amanhã, Babi.

_Até...

E aí ele atravessou a rua, sem voltar a me olhar e falando tão baixo que se estivesse chovendo, por exemplo, eu não teria escutado.

“Você diz que não é justo, que eu não penso em você
Mas nem sempre as coisas são como deveriam ser
Cansei de esperar uma vida pra ouvir uma resposta sua

Todo aquele sentimento você nunca deu valor
Nem ao menos uma chance pra provar o meu amor
Tudo aquilo que eu sentia e ainda sinto por você
Meu coração despedaçado vai tentando te esquecer

Por não poder mais e suportar a dor
Vou andando nesse inverno procurando teu calor
Eu sei que é verdade mas não posso entender
Porque quando nascemos começamos a morrer”


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Notas finais do capítulo

Então, gente. Fic ta no final. Eu logo conto umas coisinhas... É. Espero que tenha gostado!

Até o próximo. Volto logo, é uma promessa =)

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