Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Mais um, como prometido. A partir daqui a frequência diminui, porque eu ainda to escrevendo o próximo, ao mesmo tempo que tenho que escrever em outra fic, que eu to fazendo com a minha amiga Janine. Aliás, ela ta fazendo, eu só to colocando umas ideias loucas da minha cabeça... Quando for postada, eu aviso. Ta ficando bem legal, hihi

Bem... perdoem pelo texto. O capítulo compensa ;)

Espero que gostem...



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Capítulo 25.

Tinha sol demais no meu rosto pra eu conseguir continuar dormindo, mas eu estava cansada demais pra sequer manter os olhos abertos, que dirá levantar. Estranhei o sol batendo no rosto, pois nunca entrava tanta luz no meu quarto, tanto pela posição da janela e do prédio em relação ao sol quanto pelo fato de a cortina estar sempre fechada.

Abri um olho, confusa, e foi aí que lembrei que não estava em casa e sim na casa do... Lippe. Não só na casa, como também na cama. E não só na cama, como também abraçada a ele. Era difícil explicar a cena. Eu não lembrava de tê-lo abraçado. Não lembrava nem mesmo de ter acordado durante o resto da madrugada.

Mas então... porque ele tinha um braço atrás da minha cabeça, com a mão alcançando minhas costas e eu tinha um braço ao redor da sua cintura? Ele ainda estava deitado de barriga pra cima, mas dessa vez com as pernas levemente encolhidas e com o outro braço segurando o meu braço que circundava seu corpo.

Eu gostaria muito de saber como aquilo tinha acontecido. E gostaria muito também de jamais sair daquela cama, do conforto daquele abraço... Enfim. Queria poder congelar o tempo para todos, menos para mim, para que eu pudesse desfrutar o momento.

De repente, me atentei a um detalhe que tinha passado despercebido. Mesmo adormecido, Lippe acariciava minha cabeça. Me mexi de leve para admirá-lo enquanto havia tempo, mas como a boa desastrada que sou, o acordei.

Deitei a cabeça novamente e fingi que dormia, esperando sua reação ao ver que era eu ali. Arrisquei outra espiada, mais cuidadosa dessa vez, e ele olhava o teto distraidamente, ainda acariciando meus cabelos. Ele virou a cabeça e eu rapidamente fechei os olhos.

_Ah, meu Deus! O que você faz aqui? Ou melhor, porque ta na minha cama? Porque veste só a minha camisa? Babi, o que nós fizemos?

Ele pulou da cama, colocando as mãos na boca de uma forma mais gay do qualquer coisa que tenha feito na noite anterior e berrou. Mais gay ainda. É sério, o Lippe precisava cuidar isso ou ele ia passar para o lado mais colorido da vida... E olha que eu não estou falando de entrar pro Restart.

_Eu to aqui cuidando de você, idiota. To na sua cama porque você não me deixou dormir no sofá e eu não te deixei dormir no chão. Visto só sua camisa porque você quase me afogou no chuveiro e me deu uma cabeçada antes de dormir. E nós não fizemos na-da. Aliás... fizemos: nós dormimos.

_Tem certeza?

_Sim, né! Você que era o bêbado por aqui.

Sua expressão passou de tensa a aliviada.

_Bom, eu... acho melhor você se vestir... Né.

_Sim, sim. Eu vou ali ver se a minha roupa ta seca...

_Tá.

Pra minha completa desgraça, minha roupa ainda estava úmida. Na verdade, mais pra molhada do que pra úmida.

_Ainda não secou...

_Que pena, né?_Ele não estava com cara de quem tem pena, mas deixa quieto._Mas... como foi que a sua roupa ficou molhada?_Ele foi até a janela e espiou pra fora._Choveu?

Rolei os olhos.

_Não, Lippe. Você reclamou que a água estava muito fria e... bem, pediu pra que eu te esquentasse.

Ele se controlou para não rir e eu fiquei quase roxa de tanta vergonha. Obviamente ele achou que eu tinha ido esquentá-lo. Tentei consertar...

_Aí, como eu ia dizendo, eu disse que não. E aí você me puxou.

O sorriso que começava a se formar em seus lábios murchou.

_Eu fiz isso?

_Fez.

_Cara, que idiota!

Reprimir o impulso de concordar foi quase tão impossível quanto ficar sem respirar por 5 minutos.

_E o que mais eu fiz?

_Quer mesmo saber tudo?

_Quero sim. E seja lá o que tenha sido, desculpa. Sério. Você não tinha que ter me aguentado bêbado. Não mesmo. Já me filmaram assim e, cara, eu sou muito mala quando bebo!

_Bom... digamos que eu tenha percebido isso...

_Que vergonha. Desculpa.

_Ta tudo bem. Sem danos. Eu supero.

Sorri. Ele retribuiu com aquele sorriso torto que eu tanto amava.

_Bom... a história é meio longa e eu não posso ir pra casa desse jeito..._Apontei para sua camisa, que parecia mais curta agora, já que estava meio amassada. Senti meu rosto esquentar um pouco._Então, que tal comermos algo enquanto eu te conto?

_Claro, pode ser. Eu cozinho, pra me redimir.

_Essa sim é uma má ideia. Você não sabe cozinhar._Automaticamente me lembrei do dia em que tentamos fazer pizza. Sorri com o pensamento._Eu arranjo outra forma de você se redimir.

Ele chegou mais perto. Me afastei por reflexo. Qualquer contato no estado em que estávamos — eu com sua camisa e ele sem camisa — era perigoso demais. Ele continuou se aproximando — mau sinal — eu continuei me afastando — mau sinal outra vez — até que eu fiquei sem ter pra onde ir, já que estava agora contra a parede — péssimo sinal.

_Arranja, é? Será que você escolheria o tipo de coisa que eu gostaria que você escolhesse?

Ele agora estava quase colado em mim, o rosto a centímetros do meu. Uma mão apoiada na parede, como ele tentara fazer na noite anterior, o que resultou no choque entre nossas cabeças. Fiquei sem fala e sem ar, também.

Lippe aproximou mais o rosto, os olhos mirando minha boca, e eu engoli em seco. Esperei pelo inevitável e aí... salva pelo gongo. Ou melhor, pela barriga. Meu estômago roncou tão alto que se eu não estivesse tão aliviada, morreria de vergonha.

Ele tirou a mão da parede e a passou pelos cabelos.

_Eu acho que você ta com fome... E acho que isso é culpa minha. Lembro vagamente de ter dito que não queria comer.

_Hum, é. Você tava cansado, eu não ligo.

_É sério, espero que me desculpe um dia.

_Tudo bem, Lippe, é sério. Eu já desculpei. Agora vem, você também deve estar com fome.

Puxei-o pelo pulso e pude senti-lo estremecer de leve ao meu toque. Ou talvez tenha sido eu a que estremeceu, mas... Bem, isso não vem ao caso.

Esrávamos descendo as escadas e eu começava a contar o que tinha acontecido. Mas aí eu escorreguei. E aí ele me segurou. E aí se aproximou, mais uma vez e...

_Hahaaaa! Paarecee quee não fooi só euu e oo m...euu manoo que bebeemos, heein, Baabizinhaa?

Eu e Lippe não aguentamos e começamos a rir. Terminamos de descer as escadas e aí Diego nos viu melhor.

_Ooooopaaaa!! Maa oeeeee! Parece quee a night foi boaa por aquii, heein? Poor isso quee vocêss sa...íram daa festa... Vieeraam ter umaa festinhaa particulaar!

Lippe foi calmamente até o irmão e lhe deu um tapa atrás da cabeça. Chegou a doer em mim, mas ele não pareceu se abalar.

_Pra deixar de ser besta.

_Aaah, paraaa! Vaii dizeeer que nããoo roloou nadaa?

_Vai rolar um soco na sua cara se continuar com gracinha. Vai tomar banho, energúmeno, antes que entre em coma alcoólico.

_Não, Diego, não é de comer. E é bem ruim, se você quer saber.

Eles me olharam como se eu fosse louca.

_Baabiizinhaa... eu to meio bêbado..._Meio? Ah, ta bom._...maas euu nãão souu burroo não... Eeu seei o quee é coma alco...o...ólicoo!

Olhei sugestivamente pro Felippe. Ele pareceu se dar conta e ruborizou.

_Chega, Diego. Sobe e vai tomar banho.

_Maas euu numm tenhoo condiiçõess nãão... Achoo quee não consiigo neem levantaar mais daquii... quee diráá subir issoo e toomar banho... Nãão, nãão. É caapaz dee eu mee afoogar.

_Pelo menos o seu irmão é um bêbado consciente...

_Ai. Me desculpa... sério. Eu não queria que você tivesse me trazido... Queria ter poupado você. Da próxima vez, promete que não vai se envolver?

_Esquece, Lippe. Não foi nada. Já passou.

Promessa tola aquela que ele queria que eu fizesse. É claro que eu estaria envolvida se o assunto fosse a saúde e a segurança dele. Dã.

_Maaas ee entãão... Seerá quee a mooça pooderiia mee daar a hoonra dee mee daar um banhoo? Quee neem ela devee ter feitoo comm o goostoosãoo alii?

Com a parte do gostosão, referida a Felippe, eu tinha que concordar... Mas fiquei abismada com tamanha cara de pau de Diego.

_Diego, Diego... Você ta pedindo por uns bons socos... E faz tempo que eu quero um voluntário a saco de pancadas.

_Quaal éé manooow! Voocê podee teer alguéém praa te daar banhoo... E euu nãoo? É issoo?

_A Babi não vai te dar banho coisa nenhuma. Além disso, se você teve condições de chegar em casa, tem também de tomar banho. E se não tiver, quem vai te dar banho sou EU.

_Jáá fuui!

Aí ele levantou e saiu correndo que nem uma mula escada acima.

_Que garoto imbecil!_Lippe esbravejou.

_Com ciúme?_Me arrependi de ter perguntado assim que o fiz. Ele me olhou e ia responder, mas eu mudei o assunto._Mas a imbecilidade... Eu neeem sei de onde vem._Fiz cara de santa quando ele me olhou torto.

_Mas e se... eu, assim, só por acaso... Mas tipo, não que seja isso mesmo... Só cogitando a pequena hipótese de eu, por um acaso do acaso...

_Desenrola!

_Ok... E se eu estivesse mesmo com ciúme? Prontofalei.

_É só que, bem... não tem motivo pra ter ciúme, afinal a gente nem...

Aí ele veio até mim em um piscar de olhos, segurou minha cintura com uma mão e meus cabelos com a outra e me beijou. E, ah, que beijo bom. Cada beijo dele era único... Perfeito. Mas claro que eu não admitiria isso.

Em seguida ele me soltou, o olhar culpado.

_Me desculpa, Babi... Desculpa mesmo... Eu não... Eu sou um idiota, não consegui resistir mais. Eu... não devia ter feito isso.

Então... será que ele estava deixando de me querer?

_E porque não deveria? Eu achei que... que você ainda... me quisesse._A última parte saiu em um sussurro quase inaudível.

Por mais que eu não quisesse voltar com ele... Quer dizer, por mais que eu, em termos, não quisesse voltar com ele, era difícil saber que ele não me queria mais.

Ele arregalou os olhos e se apressou em falar.

_Não, não é isso! É claro que eu quero... É só que eu não quero mais tentar te forçar a nada. Se você não quer, não posso...

_Mas quem disse que eu não quero?_Soltei sem pensar. Seus olhos brilharam e ele se aproximou novamente. O afastei com as mãos; ele me olhou confuso._Não, não. Lippe... O fato de eu ainda te querer e..._Não... não admita isso, Babi, não!_...te amar..._Engoli em seco ao dizer isso, lutando contra a dor de saber que ele não seria meu outra vez._...não quer dizer que eu queira voltar pra você...

_Mas... porquê?

_Você sabe porque... Não dá. Você é ciumento, eu sou revoltada... Não combina, não da certo. A gente só vai se magoar se estivermos juntos.

_Mas a gente só se magoa separados também... Então prefiro estar ao seu lado.

_Mas eu não. É melhor nos magoarmos por não ter um ao outro do que por brigarmos. Acredite, é assim mesmo. Logo você me esquece e eu te esqueço, aí não vamos mais nos magoar por estarmos separados.

_Sabe, Babi... Eu sei que fui eu que terminei, mas... Não queria que tivesse sido como foi. Não mesmo. Mas eu não vou insistir. Não vou correr atrás. Mas também não pense que vou me fechar pro mundo e estarei a sua disposição quando você notar que quer sim voltar comigo, porque não vou. Eu vou esperar, sim. Ver se a sua ficha cai... Mas não esqueça que uma hora, eu posso cansar de esperar... E aí vai ser tarde demais.

Uma lágrima solitária caiu do canto do meu olho direito. Não fiz questão de limpá-la. Deixei que escorrese pelo meu rosto, até pingar. Lippe deu um murro na mesa, me fazendo sobressaltar.

_Que droga! Porque as coisas tem que ser TÃO difíceis? TÃO complicadas? PORQUÊ?_ Ele gritou.

_Eee aee, rapaaziadaa! Dieeguinhoo na áreaa!

Foi impossível não rir. Olhei pro Lippe. Ele ria também. Ele parou de rir e me olhou. Deu um sorriso de canto, o qual retribuí sem tanto entusiasmo.

Diego se jogou no sofá e colocou as mãos em cima da barriga.

_Geeente... Euu tou com uma foomee... E saabee o quee euu too com vontadee de comeer? Chuurras...co. Oooo diiliça! Voocêê vaai faazerr pra miim, Baabiziinha? Olhaa heein, eeu seei quee vocêss desceeraam praa comeer... Vaai, Babiizinhaa! Vaai serr oo Chuurrasquinhoo doo Dieeguiinhoo! Olhaa quee legal!

Eu ri.

_Bom, churrasco eu não prometo. Mas vou fazer algo pra gente comer. Vai matar a fome, eu garanto.

Fui para a cozinha e comecei a abrir os armários e a geladeira, atrás de panelas e ingredientes pra fazer a comida.

_Precisa de ajuda?

Me assustei com a quebra repentina do silêncio e, como consequência, encostei o dedo em uma das panelas que tinha colocado no fogo. Pra minha total falta de sorte, a que já estava há mais tempo, fazendo meu dedo doer. E muito.

_Ai! Queimei o dedo!_Choraminguei.

_Ai... Isso dói. E foi minha culpa... Desculpe. Me deixa ver.

Ele chegou perto e segurou meu dedo.

_Aah, não foi muita coisa... Quando casar, sara._Ele riu, colocando meu dedo debaixo d’água. Que comentário infeliz._Pronto, agora é só não pensar na dor.

Seus olhos passaram do meu dedo pro meu rosto no mesmo instante em que os meus olhos foram pro seu rosto, fazendo olharmos nos olhos um do outro.

_Olha eu... eu não devia ter dito aquelas coisas, é só que...

_Não, tudo bem... Você tem razão e...

_Eeee aí, minha geentee! Essaa comiida saaai... oou nuum saai?_Perguntou Diego, escorado na porta, oscilando nos pés, indo pra frente e pra trás. Eu via a hora em que aquele garoto ia cair... Não ia dar certo... Enfim. Ele fazia bico, como se estivesse há dias e dias sem comer.

_Já to acabando..._Murmurei, um pouco constrangida.

_Oooops... Aaachoo quee estraagueei aalgumaa coisaa... Voou saair ee deiixaareem voocês resoolvereem iiissoo... Jáá taa na hooraa de see aceertaareem e assumiirem... Este Amor._Ele fez uma careta e voz de narrador de novela mexicana. E dane-se se novela mexicana não tem narrador.

_Sabe, mano... Eu tento... Mas quando um não quer, dois não brigam. As duas pessoas tem que sentir esse amor, entende? Tem que ser recíproco.

_Aaaaah, eentendiii!

_Eu vou acabar essa comida logo..._Disse, escondendo minha cara de constrangida e querendo logo sair daquele assunto tenso.

Acabei a comida e Lippe arrumou a mesa. Parecíamos um casal feliz com seu filho de 7 anos... No caso, o Diego, que parecia uma criança e não parava de dizer besteira, o que nos fazia rir muito.

Enquanto comíamos, fui contando detalhadamente o que havia acontecido na noite anterior. Diego se dobrava de rir na cadeira, inclusive dele mesmo e Lippe se desculpava o tempo inteiro, até que...

_Chega, Lippe! Isso tá irritando! Você já pediu desculpas, eu já disse que não foi nada, mas que se for te fazer sentir melhor, eu desculpo, e você continua! Que merda!

_Cara, você ta de TPM?

O fuzilei com os olhos.

_Ok, ok. Des...

O fuzilei outra vez.

_Deixa pra lá.

_Ótimo._Disse apenas, irritada demais pra continuar discutindo. Eu não ficava revoltada na TPM, oras. Aliás, nunca ficava revoltada. Sempre fui e continuo sendo um amor de pessoa. E ai de quem ouse contrariar.


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Notas finais do capítulo

Revoltada? Capaz. Outro que eu me diverti pacas escrevendo... Bom, até o próximo. E não esqueçam de ler To Dominate, da Janine. É perfeita.

Aqui, ó:

http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=86708&ageconsent=ok&warning=4

E se der pra dar uma passadinha no meu blog e da barbaraalmeida...

http://www.vddeadolescente.blogspot.com/

Ta começando, então peço a paciência de quem for ler.

Obrigada *-*

Até o próximo, bjos :*

Gabi