Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Podem me matar, eu sei que demorei SÉCULOS pra postar de novo. Mas é que minha inspiração viajou, aí eu tive que ir buscá-la. Agora ela tá com a corda toda e os próximos três capítulos são os que eu mais me diverti criando/escrevendo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/75910/chapter/23

Capítulo 23

Logo depois do incidente e da mensagem recebida, Lippe sempre procurava puxar assunto e dar indiretas sobre como fomos felizes juntos e como estava estranho agora. Nossos encontros passaram a ser cada vez mais raros e tensos, o olhar dele era sempre uma mistura de acusação e saudade. Rá, como se EU fosse a culpada... O pior era que muitas das vezes meu olhar demonstrava o mesmo. Descobri isso quando vi o sub do Felippe no MSN: “Teu olhar entrega mesmo qe vc não qeira...”.Cara, nunca imaginei que fosse tão evidente assim...Fingi que o assunto não era comigo e não dei a mínima bola.

O tempo foi passando e trouxe com ele o aniversário do Felippe, o que tornava o meu mais próximo ainda.

Certo dia durante uma conversa no MSN, surgiu o assunto ‘presente’ e eu caí na asneira de perguntar qual presente ele queria:

*E ai já sabe o q qr de presente?


*Já sei sim, além do qe vou ganhar do meu pai, tem outro presente qe qro muito...

Eu como bela tonta que sou, não percebi a indireta.

*Ahh é? E o qe é? Qm sabe eu não compro e não te dou de presente ;)

*Então... O qe qro não pode ser comprado... esse é o problema... >

Nesse momento, parece que pude ouvir a ‘ficha’ caindo.

*Huum... complicado né...

*Não se você colaborar... Sabe muito bem o qe eu to falando.

*Sei?!

*Não se faz de desentendida... Eu qro VOCÊ de presente...

Ele tem o DOM de deixar as conversas hipeeer tensas.Pois é.

*Isso dificulta bastante...né.

*VOCÊ dificulta, isso sim. Seria bem mais fácil se vc se permitisse voltar pra mim.. Pensa bem...

Fiquei alguns minutos pensando no que estava lendo, tentando colocar os pensamentos em ordem, o que estava cada vez mais dificil.

*Tá vendo como vc dificulta...Sei que no fundo tá ai lendo e pensando em td qe já passamos juntos...

*Nãooo, vc smp se acha cm a razão né... tive qe fazer um favor pra minha mãe, idiota. Por isso demorei, vc não é o centro do mundo ‘HAHA.

*Uhum, finjo qe acredito, conheço sua forma de falar... já ficou td brabinha... Tava pensando siim...Sou o centro do seu mundo ;)

*Aff ¬¬

*Enfim, já disse o qe eu qro, cabe a vc decidir...Bjs, te adoro. Fui

E como bom covarde/idiota/retardado/entreoutrosadjetivos, ele ficou offline, tive vontade de ligar pra ele e gritar o quão troxa ele era. R-A-I-V-A.

Mas enfim. Não valia a pena ficar lembrando desses... detalhes. O Lippe seria sempre o Lippe. Ou seja, idiota. Depois daquela conversa, nos falamos pouco.  Eu sempre tinha algo mais interessante pra fazer do que entrar no MSN... Como ver Tv ou comer pipoca. Ok... nem tãão interessante... Mas eram coisas que não me lembravam daquela peste. Ou... lembravam... né. Dependendo o filme e tal... Mas... em uma escala de 1 a 10, 4. Ou talvez 5... ou 6... Enfim.

O aniversário dele chegou e, como a menina educada e querida que eu sou, peguei meu lindo celular e liguei pra ele.

*Babi?

Não... a presidente Dilma... dã.

*Oi Liiiippe! Como vai?

*Bom... considerando o dia de hoje e tudo mais... posso dizer que to bem, mas fiquei melhor agora...

*Que bom... Sabe, eu liguei pra te desejar feliz aniversário... e toooodas aquelas coisas que desejam pra uma pessoa que faz aniversário. Enfim, tudo de bom.

*Er... Obrigado. Mas... você deseja tudo mesmo?

*Como assim? Claro que desejo, oras... Desejo que você seja muito feliz... tenha muita saúde, paz, sucesso e blábláblá...

*Deseja mesmo que eu seja feliz?

*Claro que sim...

Ele tava me irritando, é sério.

*Hum... Engraçado, porque... Você me nega a única possibilidade de eu ser feliz...

*Hm... que pena, né? Mas, olha que coisa, agora eu tenho que desligar. Sabe como é, não é todo dia que a minha mãe libera a verba pra por cartão no telefone, hihi. Tuuudo de bom e...

*Já que não pode falar pelo telefone, vamos sair... Vamos na nos... na praça aquela...

*Ah não, Lippe... Não sei se... se eu posso, eu...

*Ah, nem vem. É meu aniversário! Por favor...

Quem disse que chantagem emocional não funciona, se enganou legal. Pelo menos comigo funcionou...

*Ta, tudo bem... Eu tenho que te dar o seu presente mesmo...

*Tem é? E eu vou gostar?

*Espero que sim... Demorei pra escolher... Mas, né. Quando você abrir a embalagem, você vê se gosta ou não e me diz. Se não gostar, eu volto na loja com você e a gente troca.

Destaquei bem cada palavra pra que ele entendesse que eu não daria o braço a torcer. Eu tinha que manter na cabeça dele que quem quis as coisas dessa forma, foi ele.

*Aah... então tá, né.

*Até mais...

Nem esperei ele responder e desliguei. Porque? Ele não insistiu. Desistiu fácil demais. Isso significa que eu tinha que me preparar, porque ele estava aprontando alguma. Ou não, vai saber...

Na hora que cheguei na praça, Lippe já estava lá. Impaciente, ao que parecia. Ou nervoso... Sei lá.

_Oi...

Ele sorriu largamente ao me ver. Mau sinal. Mau sinal. Mau sinal... Péssimo sinal.

_Oi meu am..._Ele estendeu o ‘i’ de um jeito que... Meu Deus. Sua voz ficou sedutora..._Amiiiiigaa!_Aí emboiolou legal. O olhei como quem pergunta: ‘que porra foi essa?’ Ele deu um sorrisinho meio sem graça e veio me abraçar.

Quase morri de susto quando ele envolveu minha cintura e me ergueu, girando em seguida. Fiquei sem reação. Ele me soltou e me deu um beijo estalado na bochecha. Eu disse. Eu disse que era mau sinal. Eu disse.

_Bom, hum... Feliz aniversário._Estiquei a mão com o pacote do presente na sua direção e ele o pegou animado. Ele abriu e deu a entender que tinha gostado. Me senti aliviada, pois tinha sido bem difícil encontrar algo que eu achasse que ele ia gostar. É.

_Babi, eu... Eu adorei, é sério! Obrigado...

_Que bom, né? Era essa a intenção...

Ele foi até uma árvore próxima, se sentou na grama e me chamou. Mau sinal... mau sinal.

Sentei-me ao seu lado e ele se virou pra ficar de frente pra mim. Largou o presente no chão e ficou um tempinho encarando a grama.

_Babi... vem cá, olha isso.

Como a grande besta que eu sou, esqueci dos maus sinais e fui. Assim que eu estava perto o suficiente, ele puxou meu rosto de forma que ficasse totalmente de frente pra ele e só foi. Pois é. O cretino me beijou. E eu? Dã. Óbvio... óbvio que não fiz nada. Aliás... nada pra impedir, né. Só fui também. Fazer o que... ele era maior, mais forte... e como era forte... Deus! Eu odiava admitir isso até pra mim mesma, mas senti falta de beijá-lo e sentir a sua, hum, força. É... o menino tem pegada.

Enquanto uma parte mais... lesada de mim aproveitava o momento, a outra não muito mais sã, me fazia ver o quanto eu era fraca. FRACA. FRA-CA. F-R-A-C-A. Mais uma vez  eu tinha sido ridiculamente fraca. Mas, fazer o que, né?

Quando finalmente nos soltamos, ele meio que me abraçou; colocou a cabeça no vão do meu pescoço e suspirou. Me fez ficar arrepiada... Mas isso não foi nada. Quando eu disse que aquilo tudo era mau sinal, eu não tava brincando. Como se não bastasse o beijo e o abraço, ele resolveu beijar também o meu pescoço. Ele queria me enlouquecer, só podia.

_Lippe... n-não... Para com isso, me solta! A gente não pode continuar com isso...

_Aaah, para! Sempre com essa história de ‘não podemos’, mas você sempre corresponde...

E aí ele me beijou de novo. Safadeza oculta, isso. O que ele achava? Que podia me beijar assim, a hora que ele quisesse que eu nem ia ligar? Bom, era isso que tava acontecendo, (e eu tava adorando), mas... né. Não tava certo, po.

Dessa vez, não deixei durar tanto tempo. Coloquei uma mão em seu peito e o empurrei.

_Olha, Lippe. Eu tava falando sério. Eu não quero.

_Aham, Bárbara, senta lá. Se isso é não querer... Po, vem me mostrar o que é querer...

Eu ainda estava meio abobalhada pelos beijos, então só rolei os olhos e ri. É, eu ri. Apesar de tudo, o palhaço me fazia rir. É... mau sinal. Eu sempre disse que era mau sinal.

Fiz menção de levantar pra ir embora, mas ele me forçou a ficar sentada e me convenceu a ficar ali ‘conversando’ com ele. No começo, achei que era mau sinal, mas depois relaxei um pouco e passamos horas conversando, quase como nos velhos tempos.

Ele me acompanhou até a porta do prédio quando chegou a hora de ir embora. Achei que todos os maus sinais já tinham ido pro espaço, mas quando ele se aproximou sorrindo torto pra me dar tchau, notei que nunca se deve ignorar um mau sinal. Ele. Me deu. Um. Meio beijo. É, isso aí mesmo. Beijou metade da minha boca.

_Obrigado pelo presente... A gente se vê.

Ele deu uma piscadinha, se virou e foi embora. Eu já disse que queria ter pelo menos um terço da cara de pau dele? Pois é, seria ótimo. Fiquei parada, o olhando, completamente chocada. Pasma demais pra ter algum tipo de reação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo curtinho, mas é uma espécie de introdução pra próxima parte.

Não esqueçam de agradecer à barbaraalmeida. Sem ela, nada teria saído ainda. Aliás, ela escreveu boa parte desse capítulo, do qual eu gostei bastante, hihi.

Até o próximo, que não deve demorar a sair.

Ainda mereço reviews? >