Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Maais um capítulo... aproveitem ;)



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Capítulo 21.

A semana passou longa e dolorosamente. Pelo menos eu não o tinha mais visto... Depois de mais uma manhã cansativa de aula, estava viajando pela internet, quando uma ‘janelinha’ do MSN sobe, me fazendo pular da cadeira, já que a caixinha de som estava no volume máximo.

Meu coração disparou ao ver quem era.

*oi

*oi...

*me diz uma coisa...

*dependendo do que...

*quem é o cara?

*que cara?

*o que você ta gostando!

*não te interessa.

*não tem ninguém, não é?

*claro que tem

*então qual o problema de eu saber?

*eu não quero que você saiba, simples

*tudo bem... mas pelo menos da pra me dizer o que ele tem de melhor que eu?

*o que?

*isso mesmo que você ouviu.

*aliás, leu

*ele não tem nada melhor nem pior que você, Felippe. É um ser humano com defeitos e qualidades como qualquer outro!

*mas diz pelo menos uma qualidade que o faz melhor que eu! Uma só, vamos!

*olha como fala comigo!

*aff, será que é tão difícil?

*é! Não tem como eu dizer que alguém é melhor ou pior que outro alguém!

*mas então diz pelo menos uma coisa em que ele seja melhor que eu!

*bom, então tá. Você que pediu.

*preparado?

*sempre

*metido

*diz logo, tenho que ir

*como disse antes, você quem pediu

*...

*ele confia em mim.

E ele saiu do MSN. Babaca. Bem, era melhor eu arranjar alguém que confiassem em mim antes que Lippe descobrisse a farsa...

Depois de alguns minutos, cerca de 45, ele voltou.

*foi mal, inetrnet caiu. O que você disse mesmo?

*Internet caiu ou cotovelo doeu?

*como assim?

*nada, esquece.

*certo...

*mas enfim, o que você disse?

*que ele confia em mim. Só isso que eu posso dizer que ele tem a mais que você

*eu quero conhecê-lo.

*quer ficar com ele também?

*me poupe, Bárbara

*ué, vai saber...

*bem, adoraria continuar conversando, mas...

*eu não, mas enfim; prossiga.

*bem, como eu ia dizendo... adoraria continuar conversando, mas...

*e como eu disse: eu não, mas prossiga, ou seja DESENROLE

*to saindo, tchau

*ooh, bem melhor, mais direto... tchau.

Assim que Lippe saiu do MSN, fiquei refletindo sobre a forma que tinha falado com ele. Parte de mim achava que eu deveria ter sido menos rude. A outra parte, mais agressiva, achava que ele merecia bem mais que isso. Ele não media as palavras quando brigávamos e estávamos namorando, então eu também não precisava medir as minhas, ainda mais que não tínhamos mais nada um com o outro. Tudo bem que eu não precisava ser infantil ao ponto de fazer isso com ele só porque ele fizera comigo, mas que ele merecia, ah, ele merecia.

Continuei perdida nessa linha de pensamento até que, ao longe, comecei a ouvir algo semelhante a um telefone tocando. Continuei pensando, tentando ignorar o barulho, até que ele foi ficando mais alto e mais próximo. Só quando abri os olhos e encarei o telefone tocando ao meu lado é que notei que havia cochilado sentada em frente ao computador. Atendi sem muita vontade.

_Alô...

Babi?

_Eu...

Oi, é o Diego seu cunha... eer, irmão do Felippe. Tudo bem? Faz tempo que a gente não se fala...

_Pois é, né... To bem sim. Aliás, to ótima!

Mesmo?

Estranhei sua pergunta, mas respondi.

_Mesmo... porque não estaria?

Olha... eu não te conheço tão bem quanto sua mãe, seu melhor amigo ou o Felippe... mas te conheço bem o suficiente pra saber que você demonstra força, mas ainda sofre por causa do fim do namoro...

_E eu não te conheço tão bem quanto seus pais, seu irmão e seus amigos, mas te conheço o suficiente pra saber que o Felippe ta do seu lado e que foi ele quem pediu pra você ligar!

Eer... não, Babi, ele não ta aqui!

_Aham.

É sério!

_Bem, suponhamos que eu acredite. A que devo sua ligação?

Aah... é que... faz tempo que a gente não se fala... Como você tá? Ta namorando de novo...?

_Eu to ótima, já te falei. E se eu to namorando de novo ou não, não é da conta do Felippe, mas eu não me importo em responder. Ainda não.

Ele não respondeu de imediato, parecia que nem estava ouvindo. Parecia que falava com alguém. E depois queria que eu acreditasse que o Felippe não estava do lado. Ta bom. Se o Felippe não está ao lado dele, eu sou uma freira.

Depois de alguns segundos, ele respondeu.

Como assim ainda não? Pretende começar um namoro em breve?

_Quem sabe?

Mas... não acha que... você e o meu irmão... Eu quero dizer, você não acha que vocês podem reatar?

_Não, não acho. Aliás, tenho certeza que não podemos. Além do mais, foi ele que quis assim, porque está te mandando perguntar se eu acho ou não que tem volta?

Porque... porque ele não... não quer te dar... esperanças de volta. É, é isso. Ele não quer te dar esperanças porque ta saindo com uma garota. E ele sabe que foi ele que quis assim.

_Aah, então ele realmente está te dizendo o que falar?

Nã-não, claro que não. É que ele me disse isso esses dias, eu só estava tentando me lembrar.

_Fala sério, Diego, você mente pior que eu!

Ok, nós confessamos!

Ouvi, ao fundo, Felippe gritar: ‘Nós nada! Eu não disse em momento algum que ela não podia saber que eu tava aqui!’ ‘Aah, Lippe, cala a boca’ – Diego respondeu.

Bem, Babi... o Lippe tava aqui, mas eu queria mesmo saber como você estava. Vou te confessar, ele não ta tão bem assim. E, não, ele não está mais aqui. Ele quer te passar uma imagem de forte, então me mataria se me ouvisse te dizendo isso. Ele ficou com algumas garotas em uma festa e com uma delas parece que a coisa... engrenou, digamos. Ele ta pensando em namorar com ela pra te esquecer, mas eu não acho que ele esteja agindo da maneira certa.

Fiquei completamente sem reação. Não sabia se xingava Lippe por estar sendo tão impulsivo, Diego por estar contando os ‘segredos’ do irmão, ou a mim mesma, sei lá eu por quê. Resolvi pelo mais simples, que não constava nas opções. Limpei a garganta, tentando destruir o nó que se formara nela, e respondi:

_Olha, Diego... Eu acho que, por mais... impulsivo que ele esteja sendo... a opção é dele. Você não pode me dizer essas coisas, não pode me culpar de nada, porque eu não tenho culpa. Quem quis terminar foi ele. Eu não queria que tivesse sido como foi, mas como dizem... ‘quando um não quer, dois não brigam’. Ele não quis mais... Quem sou eu pra contrariar? Eu gosto dele ainda, mas... paciência. Se ele ainda gosta de mim... Sinto muito. Como disse, foi ele quem quis assim. Agora nós vamos viver nossas vidas e sermos felizes para sempre, como achávamos que seríamos juntos, mas separados.

Minha voz falhou nas últimas palavras, já que eu estava quase chorando, e Diego percebeu.

Babi... A quem vocês querem enganar? Não enganam nem a si mesmos! Vocês se amam! Amam mesmo, de verdade. Amor, não paixão. Nunca vão se esquecer! Vão sempre sofrer longe um do outro...

_Mas é assim que tem que ser. A gente aprende a lidar com a dor. A gente supera. Agora... eu preciso desligar... tenho que... que ajeitar a casa pra minha mãe. Beijo, até outra hora...

Ta bom... Beijo, se cuida. Até.

_Você também se cuida.

Desliguei o telefone e deixei cairem as lágrimas que segurei enquanto falava com meu ex cunhado.

Era mais do que óbvio o quanto eu sofria por estar longe do Felippe. Querendo ou não, admitindo ou não, eu ainda o amava. Talvez um pouco menos, talvez não, eu não sabia. Mas o amor ainda estava lá, ainda me fazia querer estar perto dele. O pior é que, mesmo não o vendo todos os dias, ele estava constantemente presente. Nos meus sonhos. Eu voltara a sonhar com Felippe. Com pouca frequência, mas sonhava. Sonhava com momentos do nosso namoro e, as vezes, que tínhamos voltado. Parecia tão real que, quando acordava, me perguntava se estivera mesmo sonhando. Acordava também, é claro, querendo que mais uma vez meus sonhos se tornassem realidade e que voltássemos. Mas eu sabia que isso era algo longe de acontecer. Por mais que meu coração quisesse muito isso, ele sabia que se machucaria mais brigando com Felippe do que lutando para esquecê-lo.

Deitei no sofá e acabei cochilando. Acordei com minha mãe me chamando pra jantar. Jantei, tomei banho e fui pro meu quarto. Me atirei na cama e fiquei pensando. Ainda era cedo e eu não estava com sono; peguei meu celular e comcei a futricar. De repente, ele tocou. Olhei no visor: Felippe. Oh, céus. O que essa praga queria comigo? (Eu, bipolar? Capaz!) Sem pensar duas vezes — se o fizesse atenderia...— toquei o telefone debaixo da cama. Como não parava de tocar, enfiei a cara no travesseiro. Continuei ouvindo, continuou tocando. Bufei, levantei rápido da cama e catei o celular debaixo dela. Sem a mínima vontade, atendi:

_Alô! Felippe, você não sabe que eu acordo cedo? Ta na minha hora de dormir!_Eu sabia que estava sem sono, ele não precisava saber.

Eer, Babi... Não é o Lippe... é o Diego...

_Aah... oi Diego... desculpa, eu...

Capaz, você ta certa. É que eu to preocupado... Meu irmão e meu pai brigaram, coisa que fazem pouco... e o Lippe saiu bufando de casa, batendo a porta e xingando... Mas isso logo depois que eu parei de falar com você... Ele já tava meio mal por causa do lance de vocês... aí meu querido pai ainda solta as patas nele... Mas enfim.

_Poxa, eu... lamento, mas... no que eu posso te ajudar?

Bem, você é a que mais o conhece... Melhor que eu ou minha mãe, eu diria...

_Mas eu acredito que ele não queria conversar comigo, se ele estava, supostamente, mal por minha causa...

Não é supostamente, mas... enfim. Isso não vem ao caso. O que vem ao caso, é que só você sabe onde ele pode ter se metido... Eu já fui em todos os lugares que costumava ir com ele e ele não está em nenhum... E como você deve ter visto, ele não levou o celular... E mesmo que tivesse levado, duvido que me atenderia. Tem algum lugar onde ele costumava te levar, ou algum lugar que você sabe que ele gosta de ir?

_Pra falar a verdade... tem sim...

Onde? Onde é? Me da o endereço!

_Bem, eu... não sei te dizer onde é... eu só saberia fazendo o caminho...

To passando aí em 5 minutos; beijos!

E ele nem me deixou responder. Era ir junto e achar Felippe, ou ir junto e achar Felippe.

Fiquei algum tempo ainda com o telefone na orelha ouvindo o bipe que indicava que a chamada tinha sido desligada e encarando a parede a minha frente.

Enquanto olhava sem realmente ver, comecei a pensar em tudo o que eu e Lippe já tínhamos passado juntos. Pensei em cada momento bom ou ruim em que um tivera o outro por perto. Pisquei os olhos, voltando a focalizá-los e olhei no relógio. Se Diego fosse pontual, eu ainda tinha 2 minutos. Peguei o que precisava, ou seja, meu celular, e saí correndo pra porta de casa. Estava com a mão na maçaneta, quando lembrei de um pequeno detalhe: minha mãe. Sem muito tempo para pensar, apenas gritei na direção da cozinha:

_Mãe, já volto. Te explico melhor depois. To com o celular. Beijo!

_Bárbara! Espera! Volta aqui! Onde você v...

Mas eu já tinha fechado a porta e descia as escadas desesperadamente até a porta do prédio. Assim que abri a porta, dei quase que literalmente de cara com meu cunhado. Aliás, ex. Na real, tanto faz.

Enquanto íamos até a praça, Diego me contou meio “por cima” o que tinha, de fato, acontecido. Ouvi tudo atentamente, tentando entender bem o que levara Lippe a sair de casa à noite; era normal ele sair e ir até a praça, mas não era normal sair naquela hora.

Assim que chegamos à praça, Diego puxou levemente meu braço, indicando que eu ficasse atrás dele. Quando entramos, pude ver logo de cara o vulto de alguém sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça apoiada nas mãos; encarando os pés, ao que parecia. Ou, quem sabe... não, ele não estaria chorando. Ah, sim. O vulto era o Lippe.

Diego fez sinal pra que eu esperasse e andou até ele. Fiquei paralisada no lugar, completamente incapaz sequer de falar. Fiquei ligeiramente atrás de uma árvore próxima, pois não sabia qual seria a reação do garoto ao me ver.

Ouvi claramente suas palavras assim que viu o irmão de aproximar:

_O que? Diego? O que faz aqui? Como me achou?

_Eu... er... A...

_Bem, não importa. Vai embora! Me deixa sozinho. Eu preciso pensar.

_Mas, Lippe, você tem que voltar pra casa!

Lippe levantou a cabeça novamente para o irmão e agora pude ver bem seu rosto. Estava meio inchado e os olhos, vermelhos. É... ele tinha chorado. Senti uma espécie de dor por vê-lo assim. Agarrei minha blusa na altura do coração e a apertei com toda força, como se, assim, pudesse tirar a dor dali e, junto com ela, o amor que eu ainda sentia por ele.

_Eu prometo pra você que volto. Não agora, mas volto. Agora... Me deixa. Em. PAZ!

Sobressaltei com o grito e prestei novamente atenção em Diego. Achei que ele fosse agarrar Lippe pelo braço, o que poderia acabar em um olho roxo para o mais novo tanto quanto poderia tirar Lippe dali, mas não. Diego deu de ombros e se afastou. Agarrei os cabelos e bati o pé; Garoto covarde, imbecil, fraco, burro!

Me recompus segundos antes de Diego chegar onde eu estava.

_Bem, Babi... Me desculpa por fazer você vir e obrigado por ter vindo... Mas ele só vai embora quando ele quiser ir. Não adianta. Ele não sai dali nem se eu trouxer um decreto assinado pelo Papa, se ele achar que não deve sair.

_O Papa talvez não consiga fazer ele sair dali, mesmo... Mas quem sabe eu possa tentar...?

_Tem certeza?

_Como você disse, eu o conheço melhor do que ele mesmo, se duvidar.

_Não foi bem isso que eu disse, mas não importa.

_Realmente não importa. O que importa é que eu vou lá falar com ele.

_Te espero aqui.

_Certo.

Respirei fundo algumas vezes, sentindo meu coração bater cada vez mais rápido e forte.

Andei até Lippe e parei na sua frente, cobrindo seu rosto da luz que vinha do poste a sua frente.

_Diego, eu já te mandei embora e acho que fui educado até demais. Se você continuar aqui tentando me levar embora eu juro que te mando pra casa com um olho roxo.

Continuei parada, imóvel, na sua frente, sem saber ao certo se falava ou permanecia calada. Eu ainda tinha medo do que ele podia fazer ou falar quando me visse. Acho que eu tinha mais medo do que ele pudesse falar... Poderia doer mais do que qualquer coisa que ele fizesse.

_Eu to te avisando, Diego, depois não reclama se...

Encostei a mão no seu ombro e, baixinho, disse: “sou eu...”

Ele levantou a cabeça e me olhou, perplexo. Sua boca se abriu e se fechou rapidamente, como se ele quisesse falar algo e não soubesse bem o que. Seus olhos verde-azulados brilhavam levemente, ainda com vestígios de suas lágrimas, me observando atenta e profundamente. Por um momento, imaginei que Lippe estivesse lendo meus pensamentos. De repente, sua expressão tornou-se dura. Ele abriu a boca outra vez, mas fechou-a em seguida. Ele abaixou a cabeça e eu me preparei para ouvir que também não era bem-vinda ali.

_Aah... é você... Tudo bem. Você pode ficar. Esse lugar é tão seu quanto meu.

Suspirei aliviada e me sentei ao seu lado, sem saber bem o que falar.


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Notas finais do capítulo

Bem, o Lippe é um perfeito fdp quando quer, hihi
Ele é meio bipolar, na verdade... Enfim.
O próximo eu não sei quando posto, pq nem acabei de escrevê-lo ainda... E não sei quando vou poder escrever... e isso não é preguiça... é falta de tempo msm asjdiadoiajiodjas

Maaas, não abandonarei a fic e assim que puder posto o próximo. Bjbj :*
Se quisererm comentar... aoisdoaisjdoisa