Garoto dos Meus Sonhos escrita por gabis


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo :B

Maaas... esse é só pq eu consegui concluir um capítulo... infelizmente não vou postar o próximo logo... Na real, não sei... depende da minha inspiração, que se perdeu em algum lugar e não achou o caminho de volta...



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Capítulo 12.

 

Repassei mentalmente minhas últimas conversas com meu melhor amigo e lembrei que tinha marcado de encontrá-lo na frente daquela loja exatamente naquele horário.

Pro meu total azar, Diego me viu antes que eu o visse e começou a gritar meu nome.

Sabe aquele lance de querer ser uma avestruz? A vontade voltou com força total.

 

Em uma situação comum eu correria na direção dele pra que parasse de me chamar. Mas e quem disse que essa era uma situação comum? Então, adivinha o que eu fiz? Fingi que não era comigo. Atitude super madura. Sempre dá certo. Com os outros.

 

_Babi, tem alguém te chamando!

 

As pessoas me olharam como se eu fosse louca. Até agora ninguém sabia que eu era a Babi... mas o meu namorado lindinho tinha que me lembrar.

 

_Tem? Onde?

 

_Não ta ouvindo não? É... o Diego?

 

_É? E cadê ele?

 

Quem respondeu não foi Lippe, e sim Di, que chegava ofegante na minha frente.

 

_Vai se tratar, garota. To te chamando há um tempão e você nem bola!

 

_Não ouvi, ué.

 

Ele arqueou uma sobrancelha

 

_Mesmo?

 

_Ahaaaaam...

 

Lippe então resolveu se pronunciar, o que não foi nada legal...

 

_Coincidência a gente se encontrar aqui de novo, né?

 

_Coincidência nada, eu marquei com ela aqui.

 

É hoje que dois garotos morrem. Já to até vendo a matéria do jornal... Garota de 15 anos mata melhor amigo e namorado, de 16 e 17 anos. E com uma foto bem grande da cara de assassina que eu tava direcionando ao Diego.

 

_Marcou?

 

_É, mar... AAAAAAI.

 

_Que foi, best?

 

_Alguém pisou no meu pé...

 

_Que pessoa mal educada...

 

_Mas então, Diego, ela combinou com você aqui? Tem certeza que era hoje? Ela não me disse nada... Babi?

 

_Pois é, Lippe. Eu tinha combinado... Esqueci, me desculpem.

 

_Ah, tudo bem, eu ando com vocês dois.

 

Acho que quem ia pra página policial agora era o Lippe...

 

_Claro... beleza, ótimo, adoraria...

 

Uau, ironia é com ele mesmo...

 

Durante todo o tempo em que andamos no shopping, Diego falou. Até aí tudo bem. Mas só até aí. Só ele falou. Lippe era o menos interessado... óbvio. Até porque, TODAS as vezes que ele tentou me beijar, Diego atrapalhou. Algumas sem querer, outras pra incomodar. Acho que isso é um dom raríssimo que só se manifesta em pragas chamadas Diego. Em uma dessas vezes, porém, Lippe se irritou.

 

_Porra, cara. De novo? Não cansou ainda? Já não basta o fato de andar com a gente esse tempo todo, ainda tem que atrapalhar toda vez que eu tento beijar a minha namorada? O que foi? Só porque você nunca ficou com ela que eu não posso? Se toca. Ela tá comigo, não com você.

 

Fiquei pasma. Lippe nunca tinha sido tão... direto.

 

_Ei, calma! Eu tava brincando...

 

_Brincando? Brincando de atrapalhar? Ah, para. Isso pra mim é ciúme, inveja.

 

_Inveja? Ela é minha MELHOR AMIGA.

 

_Pfff. Isso não existe. Só amigos é uma coisa... Se veem de vez em quando... Agora, como você? Acho que você só é amigo dela porque tem outras intenções.

 

_Felippe, para. Ele é meu amigo, você sabe muito bem disso. Se eu quisesse ficar com ele, já teria ficado.

 

_Então quer dizer que ele já quis?

 

_Deixa de ser infantil. É claro que não. Não distorce. Eu só quero dizer que se eu gostasse dele e não de você, estaria com ele. Ou, mesmo que não estivesse com ele, não estaria com você.

 

_Eu sei disso. É só que... eu não confio nele.

 

_Mas eu sim.

 

_Então fiquem vocês aqui, que eu vou embora. A não ser que você queira me acompanhar.

 

Fiquei totalmente sem reação. Aquilo era tão besta... Tão infantil. Se ele confia em mim, porque não pode acreditar que o Diego é confiável?

 

Lippe saiu andando e eu quis muito correr atrás dele. Mas Diego disse algo que me fez parar e pensar mais um pouco.

 

_Se você for agora, vai ter que ir sempre.

 

_Como assim? Quer dizer que eu tenho que escolher entre você e ele?

 

_Não, quero dizer que se você correr atrás agora, ele vai se achar no direito de te dominar.

 

_Como sabe? Não o conhece...

 

_Conheço os garotos. Eu mesmo já fui assim... Mas estava errado. E eu descobri isso tarde demais.

 

_O que?

 

_É, nós terminamos.

 

_Sinto muito.

 

_Tudo bem. Eu acho...

 

Saímos andando em silêncio. Eu não conseguia parar de pensar no Lippe. E se ele estivesse muito bravo? Eu deveria ter ido embora com ele... Mas aí, Diego é que ficaria bravo, certo? Mas e se...

 

_Babi! Acorda! Em que planeta você tava?

 

_Desculpa... O que você tava dizendo mesmo?

 

_Tava te perguntando qual vai ser o sabor do seu sorvete?

 

_Sorvete?

 

_É... aquela coisa gelada que...

 

_Eu sei o que é sorvete, besta. É que eu não tinha me dado conta de que a gente tava aqui.

 

_Aah...

 

_E também... eu nem disse que queria sorvete.

 

_Tá maluca, é? Eu te convidei e você disse ‘aham’.

 

_Não disse, não.

 

_Então porque a gente ta aqui?

 

_Olha aqui, eu sei muito bem o que digo, ta legal?

 

_Tem certeza?

 

_Não.

 

_E aí, vai querer qual?

 

O carinha do sorvete perguntou com um tom de irritação na voz. Resolvi então ser tão mal educada quanto.

 

_Nenhum. Vem Di.

 

_Mas... mas eu quero...

 

_QUERIA. Vem logo.

 

_Aff... to indo.

 

Sentamos em um banco qualquer e ficamos conversando. Na verdade, ele conversava sozinho. Minha cabeça voltou para Lippe.

 

_Olha Di, desculpa mas... eu não consigo. Eu tenho que ir.

 

_O que, como assim? Você vai correr atrás dele?

 

_Fazer o que... Foi um puto mal entendido. Não posso deixar assim.

 

_Foi um puto mal entendido, mas você esclareceu. Ele que fez aquela babaquice de ir embora e te fazer escolher.

 

_É, eu sei. Mas eu tenho que ir.

 

_Bárbara, pensa no que eu te falei. Se for uma vez, vai ser sempre.

 

Ele disse já segurando meu braço.

 

_Não vai. Você não o conhece. Me solta.

 

_Nem você. Mas... se prefere assim, vai. Corre atrás que nem um cachorrinho faminto.

 

_Analise bem sua relação com a Marcela e depois me chame de cachorrinho faminto, beleza? Fui!

 

Saí dali, sabe-se lá porque, chorando. Diego nunca tinha sido tão grosso comigo. E nem Lippe... Por falar nele... Fiquei sem saber o que fazer. Não sabia se ia até sua casa ou se ligava. Quando estava quase chegando, resolvi ligar. Chamou, chamou... e nada. Liguei de novo. Nada. Liguei 8 vezes e nada. Cheguei em sua casa. Bati. O pai dele atendeu. Ele não estava. Fiquei nervosa... Onde ele tinha ido?

 

Cheguei a conclusão que se pensasse muito nisso, enlouqueceria. Fui até o ‘nosso lugar’ e, ao chegar lá, adivinha? É... ele estava lá. Parecia fora de si. Andava de um lado pro outro, de olhos fechados e... chorando? Ele chorava... mas parecia ser um choro de raiva. Chutava tudo o que via pela frente. Resumindo: fazia cena.

 

Resolvi chamá-lo.

 

_Lippe!

 

Ele abriu os olhos, mas não olhou na minha direção. Virou-se e andou pro outro lado.

Revirei os olhos e saí andando atrás dele. Chamei de novo.

 

_Lippe! Volta aqui!

 

Ele acelerou o passo e quase correu. Eu corri um pouco mas, ao me dar conta do que estava fazendo, parei. Ele parou em seguida, quase como se estivesse me vendo. Então, virou-se pra mim e veio andando a passos largos na minha direção. Seu olhar era raivoso. Tive medo.

 

Quando chegou perto de mim, quis sair correndo, mas seus braços definidos não me deixaram escapar. Ele me abraçou e apertou seus lábios furiosamente contra os meus. Aos poucos seus lábios se abriram e o beijo ficou mais calmo. Assim que consegui entender o que se passava, joguei meus braços ao redor de seu pescoço. Em seguida, seu corpo foi tomado por soluços, sua boca parou de se mover contra a minha e eu senti suas lágrimas quentes no meu rosto. Ele separou nossos rostos e me abraçou. Depois, sussurrou no meu ouvido:

 

_Isso não foi um pedido de desculpas, por que eu não fiz nada. Era só saudade. E eu to chorando de raiva daquele seu amiguinho. Odeio isso... eu digo, chorar, entende?

 

_Todo mundo chora, Felippe.

 

_Eu sei. Mas... porque você não ficou com o Di?

 

Me soltei de seu abraço e o encarei.

 

_Como assim porque não fiquei lá com o Di? Não é óbvio?

 

_Se fosse, eu não perguntava.

 

_Então eu realmente tinha que ter ficado lá com ele.

 

Virei as costas e saí andando rápido pra fora da praça.

 

_Babi, espera!

 

Agora era minha vez de ignorá-lo. Vamos ver o que ele é capaz de fazer pra eu não ir... Continuei andando sem olhar pra trás. Quando saí da praça é que percebi que ele já não me chamava e que, provavelmente, não estava atrás de mim. Me senti uma idiota por ter feito o que fiz. Então, Diego até tinha um pouco de razão... Ele jamais correria atrás... Eu sempre o faria. Mas que droga. Por que as coisas tinham que ser mais difíceis pra mim?

 

Resolvi então correr. Saí correndo sem olhar pra trás, nem pros lados. Sempre pra frente. As vezes tinha que parar pra secar as lágrimas, que não paravam de escorrer e deixavam minha visão embaçada.

 

Cheguei na frente do meu prédio e parei pra descansar antes de subir. Estava parada junto a porta, quando tomei um susto. Senti dois braços a minha volta. Antes que eu gritasse,  Lippe sussurrou no meu ouvido:

 

_Você corre demais, garota. E ainda por cima sem olhar pra lado nenhum. Já pensou que poderia ter sido atropelada?

 

_Não.

 

_Então isso vai servir pra você nunca mais esquecer que não pode sair correndo assim, sem prestar atenção em nada.

 

Aí ele me beijou de novo. Tá legal. Essa história de discutir e se beijar de repente tava ficando estranha. Mas que eu tava gostando, ah eu tava...

 

_E então? Aprendeu?

 

_Aprendi? O que?

 

_Como o que?

 

_Você que ainda não aprendeu...

 

_O que?

 

Oops... aquilo era pra ser pensamento... Mas já que metade escapou... Vamos falar o resto.

 

_Que quando você me beija, o resto do mundo não existe. Que eu esqueço de tudo e me concentro em você.

 

_Por isso que eu adoro você...

 

_Por que?

 

_Eu não sei...

 

Começamos a rir. O que Lippe tinha dito não fazia sentido nenhum, mas ao mesmo tempo fazia todo o sentido. Ouvir aquilo me fez bem.

 

Após alguns minutos trocando palavras melosas e beijinhos bons sentados no muro perto do meu prédio, Lippe, que estava virado para a rua (eu estava virada pro prédio, de frente para ele) fez careta.

 

_O que foi?

 

Ele não respondeu. Continuou encarando furiosamente algo a sua frente. Seu rosto estava ficando vermelho. Medo.

 

Perguntei mais duas vezes o que estava acontecendo, até que resolvi seguir seu olhar.

Ah... explicado. Diego se aproximava.

 

_Babi... Vim ver se você tinha chegado bem...

 

_Nossa, que amigo preocupado você.

 

Por incrível que pareça, aquelas palavras não saíram da boca do Lippe, mas sim da minha.

 

_Ei, vá com calma. Vim também me desculpar. É bom admitir quando a gente tá errado.

 

_Opa, pera lá, cara. Se ta esperando que eu te peça desculpas, espera sentado._ Lippe disse, já se levantando e andando na direção de Diego.

 

_Ei, ei, acalmem-se. Ele não disse isso, Lippe..._ apesar de eu ter entendido o mesmo que meu namorado..._ Di, já viu que eu to bem. Agora, pode ir.

 

_Por que sou sempre eu que tenho que sair?

 

_Sério, pra mim deu. Primeiro reveja seus conceitos de amizade, depois venha falar comigo, Babi. Esse cara já me encheu. E se, por ser seu melhor amigo, ele tem que ficar grudado em você, é bom se acostumar a me ter longe.

 

_Lippe, espera. Não faz isso de novo...

 

_Não to fazendo nada. E mais uma coisa: não vai adiantar sair correndo. Eu não vou ser fraco outra vez.

 

_Ah, então quer dizer que se arrepender de ser grosso comigo é sinal de fraqueza?

 

_Antes eu achava que não... Mas agora vejo que é, sim.

 

_Ótimo, então. Quando você estiver forte o suficiente, me procura.

 

_Não se você me procurar antes.

 

_Sonha.

 

_Então é isso? Vai ser orgulhosa?

 

_Olha quem fala...

 

_Humpf. Não sei nem porque ainda perco meu tempo discutindo com você. Garota teimosa...

 

_O que? Deixa de ser idiota. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Vai embora de uma vez, antes que eu fique com mais raiva ainda.

 

_Então é assim? Quer mesmo que eu vá?

 

_Depois eu que tenho problemas... Vem, Di. Sobe comigo.

 

_Ah, então é por isso... Você quer subir com seu amiguinho... por isso quer que eu vá embora! O que foi? Vai mostrar a ele o que estava acontecendo no dia que eu me declarei pra você?

 

Aquilo doeu mais do que qualquer outra coisa que ele já tenha dito. Então era isso que ele pensava de mim? Diego tinha mesmo razão. Eu não o conhecia.

 

Antes que eu me desse conta, estava chorando. Não queria chorar na frente dele. Não queria parecer fraca. Mas foi inútil tentar secar as lágrimas. Elas vinham cada vez mais depressa.

 

_Não adianta chorar. Eu não vou ficar comovido. Tchau.

 

_Aah, espera aí, machão. Pensa o que? Que pode tratar a sua namorada como uma garota qualquer? Ainda mais sendo ela a minha melhor amiga? Se pensa, pensa muito errado. Não quero briga... Só quero que você peça desculpas a ela.

 

_De jeito nenhum. Não tenho do que me desculpar.

 

_Tem certeza?

 

_Claro que sim.

 

_Olha pra garota. Tem mesmo certeza de que não tem do que se desculpar?

 

_Sim. Agora... fui. Antes que eu parta a tua cara.

 

_Ótimo. Vai. Você não a merece mesmo.

 

_Ora, seu...

 

Então Lippe partiu pra cima de Diego, segurou-o pela camiseta e pressionou-o contra o muro. Estava prestes a dar um soco no meu amigo. Mas aí eu interferi.

 

_CHEGA. Você não acha que já deu o que tinha que dar esse seu showzinho, Felippe? Vai. Embora. AGORA.

 

_Eu vou. Mas não espera que eu apareça aqui com uma rosinha na segunda-feira.

 

_Tudo bem, não vou esperar.

 


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Notas finais do capítulo

Um pouco dramático esse fim... mas as coisas sempre podem piorar. Ou não.

Sabe... eu não vou dizer aqui que fiquei sem postar porque tinha provas e trabalhos e blablabla porque eu não estudo pras provas e faço trabalhos um dia antes... Então só me resta admitir: não conseguia escrever... e também tava com um pouco de preguiça... Enfim. Aqui foi mais um capítulo.

To escrevendo mais algumas coisinhas que eu não sei bem se vão ser fics... são ideias, ainda. Nem sei bem pq to falando isso, mas... caso eu resolva postar... né. A propaganda já ta feita. Beeijos, até o próximo, que eu não sei exatamente quando sai.

P.S.: Desculpa o texto enorme :S

P.S.:² Mereço algum comentário? Nem que seja só pra dizer que esse texto ta realmente grande?