W.a.l.s.h escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 4
Episódio 4: Conspiração Americana




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MILÃO, ITÁLIA

A sede de uma das maiores máfias do país, La Cattedrale. O encontro dos dirigentes principais. Giancarllo Papadopoulos recebeu os seu companheiros num armazém abandonado na periferia.

Os mafiosos, cerca de cinco homens por volta dos seus sessenta e poucos anos, discutiram os rumos dos negócios.

— Arma química? Giancarllo, per favore! Isso vai nos levar numa roubada. Nenhum dos compadres irá comprar algo do tipo. — alertou um senhor baixo e careca.

O homem bateu contra a mesa de alumínio, assustando a seus companheiros.

— Por que esse nervosismo todo, Alessandro. Hã? Por acaso vai contra as minhas ordens? Eu tenho 60% dos negócios da máfia, portanto meu poder é maior. Só quero mesmo que saibam que alguns afilhados irão buscar o carregamento no Iraque e ponto final. Arrivederci.

Os outros membros se levantaram inconformados, saíram do armazém. Seus capangas continuaram com ele.

— Está vendo, Papa, que somente nós não somos covardes? — Papa era o nome da calopsita que ele afagava sobre suas pernas.

— Padrinho, o que faremos?

— Aquilo que um mafioso sabe fazer de melhor.

Giancarllo acendeu um charuto e se levantou da cadeira. Seu tamanho era grande, 2 metros. Um senhor de quase sessenta anos de idade, pele bronzeada, cabelo loiro, rosto marcado por rugas, no entanto ele era um homenzarrão bastante musculoso. Seu terno listrado escondia todo o seu porte físico. Um bigode loiro e o olho esquerdo cego davam um charme a mais no psicótico dono mafioso. 

— Vamos voltar para Roma — entrou na limusine.

— Sim, padrinho.

A polícia local encontrou o corpo de Alessandro carbonizado num terreno baldio numa cidade vizinha.

...

WASHINGTON D.C.

Junior deu um pulo na piscina na parte de trás da casa. O garoto aproveitou o domingo ensolarado para se divertir com os seus amigos. Shane e Barbara fizeram um churrasco tamanho família para os amigos mais íntimos.

— Falta mais um pouco de molho — avisou Shane ao cunhado.

— Assim?

— Isso aí, Kyle.

O irmão de Barbara ficou preparando as linguiças, enquanto a cerveja era distribuída.

— Para as crianças, suco de goiaba. — disse Barbara com uma bandeija.

— Mãe, depois quero conversar com a senhora.

— Depois, filho. Vai brincar com seus colegas.

Shane chamou Kyle para uma conversa particular dentro da casa. Jogou uma lata de cerveja ao cunhado e foram conversar na sala.

— O que foi?

— Estou pensando em comprar uma joia para a Barbara sem ela saber. Vai ser um presente meu a ela.

— Que bom, cara. A minha irmã vai adorar o presente. Vai fundo.

— É que... eu não sei o que comprar. Pensei num anel, mas já me disseram que era clichê. Pensei num colar, mas estou numa dúvida...

— Colar. Compre um belo colar para ela. Eu me lembro da minha mãe usando um colar no pescoço toda a vida. Papai a presenteou uns 30 anos atrás, e até hoje ela não tira. Vai na fé, cunhado.

— Kyle, eu te adoro — deu um abraço apertado no mais jovem. — Parece um irmão pra mim.

— Pode largar agora... tá doendo.

Kyle sentiu dor ao ser abraçado pelo cunhado, mas disfarçou muito bem.

O churrasco de domingo acabou, Junior se divertiu com seus coleguinhas, os adultos idem. O dia estava o mais normal possível.

Depois da queda de Ramón Valdez, não houve nenhuma missão prática. A maior parte do tempo era o trabalho mais burocrático e na frente de um computador. O governo sequer havia dado sinal verde para alguma outra missão. E passou maio, começo de junho, nada.

À noite, Kyle colocou o seu moletom, calça e tênis. Saiu por volta das sete da noite para uma caminhada rotineira. No meio do trajeto, dois homens abordaram uma idosa indefesa.

— Ei! O que pensam que estão fazendo? Deixa essa senhora em paz.

— Ou o quê, quatro olhos? Vai bater na gente com a sua mãozinha? — disse um dos ladrões.

— Escuta aqui, caras, eu não quero confusão...

Os ladrões esmurraram Kyle ali mesmo na frente da vítima. Esta gritou e uma viatura apareceu. Ambos os bandidos desapareceram.

— Você está bem? — perguntou o policial.

Kyle se contorcia de dor.

— Obrigada, jovem. Você é um anjo de Deus. Tem que ir ao hospital.

— Não... Apenas tenho que ir para casa. O... o senhor pode me levar?

Barbara quase caiu para trás quando viu o irmão caçula todo surrado. O policial deu um conselho para Kyle registrar uma queixa na delegacia, mas o rapaz não quis.

— Obrigado, senhor — Shane fechou a porta.

— Poucos dias em Washington e você já foi batizado. Incrível como a bandidagem age até no quintal da Casa Branca. Vou pegar gelo.

— Como foi que aconteceu exatamente?

— Eu estava me exercitando quando vi aqueles caras roubando a idosa. Sou uma vergonha pois pratico esporte e sequer consegui me defender.

— Mas você é o Kyle fracote. Eu me lembro quando te conheci pela primeira vez. Era um magrelo, nerd, que sempre dizia sofrer bullying na escola...

— Isso é uma crítica?

— Não, um elogio. A menos que você vire um exímio lutador de MMA, não poderia parar dois caras ao mesmo tempo.

— Fala isso com categoria. Você luta?

— Bom...

— Trouxe gelo, e alguns analgésicos. Você precisa tratar desses hematomas.

— Obrigado, irmã.

Barbara ficou na sala cuidando do irmão, Shane voltou para o escritório.

 

— Quero agradecer a minha esposa Vivian, minha filha Vanessa. As duas mulheres da minha vida. Graças a vocês eu consegui esta medalha diretamente do presidente. E mesmo que nossas ideologias sejam um pouco conflitantes, eu agradeço à pessoa dele.

Leonard Johnson Langdon fez uma festa na igreja presbiteriana do seu bairro. Seus amigos e familiares comemoraram a condecoração do capitão da CIA.

— Parabéns, Langdon. Você merece. Já pensou em se candidatar para o senado?

— Já. Mas reverendo, eu não quero criar expectativas. Nunca foi meu sonho virar senador por Virgínia. E pelo que eu sei o republicano é líder nas pesquisas. Não.

— Vivian ficaria alegre por ter o marido disputando o senado pelos democratas.

— Não vou... — o celular tocou. — Só um minuto.

— Okay.

— Pode falar. É mesmo? Pra quando? Sem problemas. Victor Green se encarregará disto a partir de amanhã. Chegarei na CIA às sete. Mandem o documento para a minha mesa depois desse horário. Obrigado.

— Trabalho? — perguntou Vivian.

— Querida, sabe que...

— Tudo bem. Fique à vontade, amor.

Langdon abraçou a esposa e agradeceu ao reverendo pela festa.

 

Horas depois, Barbara colocou Junior para dormir. Perguntou a ele o motivo dele querer conversar, mas o pequeno Walsh não se lembrou.

— Boa noite, meu anjo.

— Boa noite, mamãe. Espera...

— Quê?

— Deixa a luz do corredor acesa? Ontem eu tive um pesadelo. Por favor?

— Claro.

Barbara beijou o filho e saiu.

23:45

Junior acordou repentinamente. Durante o fim de semana, ele ouviu barulhos de alguém caminhando pelo corredor. Estranhou pois seus pais nunca tiveram a mania de sair sorrateiramente, e a pessoa parecia sorrateira.

Levantou-se, foi para trás da porta. Um vulto preto passou bem na frente do seu quarto. Ele voltou para cama, assustado.

 

No dia seguinte, Barbara estranhou ver Junior de banho tomado bem cedo. O rosto do garoto, ainda pálido de medo, fez com que sua mãe desconfiasse.

— Nã-não foi nada. Eu que resolvi acordar mais cedo pra escola.

— Junior, tá escondendo algo?

— Não, mãe. Juro que não escondo nada.

Shane, arrumado para o trabalho, ficou tomando café da manhã na cozinha enquanto assistia ao noticiário da CNN.

— Bom dia, filho.

— Bom dia, pai.

— Parece que o meu garoto não dormiu bem esta noite. Que houve?

— Nada...

— Fala logo. Eu não sou a sua mãe.

— Ontem alguém entrou em casa escondido. Foi por volta das onze... Eu acho que era um ladrão.

— Junior, nossa casa possui alarme. Qualquer um que tentar entrar, vai ser uma barulheira.

— Eu sei o que vi, ou melhor, ouvi. Esquece, tá legal?

Kyle e Barbara apareceram logo após a breve conversa do pai e do filho.

Shane aumentou o som da TV da cozinha. O noticiário foi bem estranho.

— Estamos com uma possível testemunha do que aconteceu ontem com dois ladrões da capital. Antonio Nolasco e Franscisco Cruz. Os dois eram mexicanos e viviam nos EUA durante cinco anos. Um policial tem um testemunho intrigante.

— Eu fazia patrulha de madrugada quando vi os dois deitados e bastante machucados. Não faço ideia o que ocorreu, mas parecia que estavam com todos os ossos quebrados.

— Isso foi por volta de que horas?

— Eu os encontrei não era nem duas da manhã. Conheço esses dois. Eram traficantes latinos, fortes e agiam em dupla. Tentaram assaltar uma velhinha ontem e espancaram um cidadão também.

— Parece que dessa vez os bandidos se deram mal...

Kyle sentou na cadeira, expressando surpresa. Os dois ladrões da noite anterior foram brutalmente agredidos horas depois de tentar roubar a idosa.

— Querido irmão, não saia hoje. Você ainda está machucado.

— Não se preocupe, irmã. Apesar de meu corpo doer um pouco, consigo me mover. Eu tenho que procurar emprego. Já é segunda e não pretendo me acomodar.

— Eu sei, mas...

— Não se preocupe. Até logo, gente — Kyle saiu da cozinha e subiu para o quarto.

Barbara suspirou. Convenceu-se a deixá-lo só. Saiu com o esposo e filho.

Kyle tomou banho pouco tempo depois. Saiu vestido apenas com a toalha, caminhando perfeitamente. Seus hematomas sequer causavam dor. O celular tocou.

— Sim?... Corretor de imóveis... Tá certo.

Vestiu uma roupa social, colocou o óculos e saiu, entrando num táxi. O vizinho Brief regava as plantas enquanto via o rapaz sair.

...

ROMA - 11 DE JUNHO DE 2018

No clube da fraternidade italiana da máfia, Sicília Club, os empresários mais ricos da Itália se reuniam para espairecerem, tratarem de negôcios lícitos e ilícitos. Um campo de golfe perto de uma lagoa artificial deslumbrava o ambiente. Milhões de euros rolava naquele lugar todos os meses. O prédio de três andares, em forma retangular, com uma piscina gigante, atrás o campo de golfe. Dentro, um salão de festas, restaurante, bares e escritórios.

A calopsita Papa pousou no ombro de Giancarllo enquanto ele supervisionava as transações financeiras do clube. Seu gabinete ficava no terceiro andar, aparentemente à vista dos funcionários.

— Pode falar — disse ao celular. — Certo.

O homenzarrão se levantou da cadeira e saiu do escritório. Pegou o elevador para o andar térreo, entrou na cozinha do restaurante e passou por umaporta vermelha que só pegava com cartão. Um segundo elevador, de carga, desceu ao subsolo. Os seguranças da máfia acompanharam-no até a sala onde funcionários lavavam dinheiro em máquinas apropriadas.

— Padrinho, o senhor Hermod está no telefone.

— Fala.

— Thor, que saudades de você, pequeno. — O velho falava de dentro de um carro perto da sede do Serviço Secreto.

— O que quer, Hermod?

— Mudança de planos. O espião que desbancou Valdez não se apresentou na Casa Branca, portanto ainda não sabemos quem é ele. O traslado das armas químicas terá um desvio no caminho.

— Desvio? Seja mais claro?

— Conversei com Siegfried. Ele vai cuidar agora da estátuda de Babilônia. A mercadoria vai sair de Bagdá e parte para Riad.

— Espera. Confia mesmo naquele muçulmano? Chegou agora e já tem a sua confiança?

— Faça o que eu mando. Odin deu a ordem direta e explícita. Lembre-se que a Ragnarök não tolera rebeldias.

O italiano ficou indignado por ter ficado de fora, mas decidiu agir por conta própria.

— O que faremos, padrinho?

— Ligue para Jader Mahone. Diga que preciso falar uma coisa importante. Vá!

Enquanto isso em Washington, o motorista de Hermod parou perto de um hotel da cidade. Uma pessoa entrou sem fazer muita cerimônia.

— Hermit, há quanto tempo. Tenho uma nova missão para ti, filho. Sabe, não quis falar pelo telefone pois poderíamos ser grampeados, por isso o cara a cara. Quero que fique por um bom tempo aqui na capital, mesmo com Victor Green fora.

A pessoa continuou ouvindo.

— Você é o melhor e mais forte soldado que a Ragnarök teve. Preciso que encontre a verdadeira identidade de Green, encontre a sua família, mate-o junto com seus parentes. Fui claro?

Hermit assentiu. O mais velho deixou ele descer do carro.

— Isso é pela organização, rapaz. Quem sabe um dia você seja promovido.

O veículo foi embora.

Hermod pegou um celular e ligou para o Líder Odin.

O telefone tocou em uma mansão no estado do Maine. O lugar era parecido com um palácio, com muro alto e rodeado de uma floresta. Uma pessoa jogava xadrez de luxo perto da lareira. Sentado na poltrona, a pessoa apenas esticou o braço para pegar o objeto sobre uma mesa com abajur.

— Como vão as coisas, Hermod?

— Já disse para Thor, porém eu penso que ele não gostou nem um pouco de ser substituído por Omar.

— Papadopoulos é inteligente o suficiente para saber que eu fiz o que fiz para o bem de todos. Aquelas armas químicas precisam ser revendidas para o Daesh até o fim desta semana. Não quero que um espião medíocre estrague tudo e os burocratas do Capitólio saibam.

— Claro, senhor.

— Sobre o nosso amigo Victor Green? Alguma novidade depois do fiasco do homem não comparecer à Casa Branca?

— Leo Langdon e Vermilion Straussen estão sob a lei de não contarem a verdadeira identidade dele. Mesmo partindo de uma ordem do governo...

— Isso não é problema pois em breve o Serviço Secreto entrará no caso e vai me dizer a identidade desse sujeito. Alguns informantes já estão infiltrados na CIA e na NSA.

— Eu pus o Hermit para também caçar o tal Victor Green. Algum problema?

— Claro que não. Soube que aquele rapaz tem uma força quase sobre-humana. Espero que os meus planos deem certo. Em breve, a Ragnarök comandará o mundo pela lei. Preciso desligar.

Odin encerrou a ligação e voltou a jogar xadrez.

Hermod passou a mão nos fios grisalhos e alisou a barba. Uma ordem do líder da Ragnarök era inquestionável, mas colocar o Serviço Secreto no caso já era demais.

 

RIAD, ARÁBIA SAUDITA

Palácio do Príncipe Omar

— Soube que vai dar uma festa pomposa nos próximos dias. Por que eu não estou tão surpresa? — Uma mulher de longo vestido preto, segurando uma taça com chá gelado, entrou na sala de música do príncipe. A madame era na verdade a espiã da NEO, Danna. Provavelmente a mulher se disfarçou para alguma missão.

— Senhorita Reynolds, felizmente tenho a sua companhia. Adoro arqueólogas, sobretudo quando são tão atraentes quanto a senhorita. — Beijou a mão da moça. Omar era árabe, com uma barba por fazer, olhos castanhos numa maquiagem a lápis preto. Ele tinha um charme sem igual e, diferentemente dos outros príncipes, preferia vestir-se de terno completamente preto.

Um empregado entrou na sala bem no momento que ele tocava piano para Danna. O homem disse, em árabe, que havia uma ligação muito importante. Omar saiu da sala e foi atender.

— Oi.

— Tudo pronto. Retirei a missão Iraque das mãos do italiano. Espero que faça rápido.

— Senhor Hermod, cada palavra sua é uma sinfonia com uma melodia perfeita. Não há o que se preocupar. A estátua estará a salvo e o conteúdo dentro também.

— Espero que sim. A CIA está na cola dessa missão. Provavelmente mandarão o mesmo espião que derrotou Fenrir.

— O meu exército é maior. Aquele baixinho careca mandava nuns drogados. Eu comando terroristas.

— Pois acho bom que seus terroristas sejam mais eficientes que os drogados de Valdez.

Omar riu. Voltou para a sala de música do seu palácio, contudo a mulher já não estava mais ali.

Danna saiu do palácio escondida dos seguranças, entrou numa van preta e foi embora.

...

Sede da CIA - Neo

Langdon recebeu o documento e o aval para iniciar uma nova missão. Reuniu-se sozinho com Shane na sala de reunião.

— Sobre o dinheiro que o Kapwann deu para comprar as armas nucleares?

— Ainda estamos trabalhando nisso, mas o trabalho aqui é outro. Pelo dossiê mandado por Straussen, temos a nossa próxima missão. Aqueles arquivos capturados na nuvem de Valdez tem poucas informações sobre a Ragnarök. Um nome, porém, fez toda a diferença.

— Qual?

— Giancarllo Papadopoulos.

— Quem é esse cara?

— Um empresário italiano conhecido no seu país. É dono de um clube privado em Roma, lugar que funciona como sede da sua empresa.

Langdon mostrou a foto do clube. Shane franziu a testa quando viu o tamanho do estabelecimento.

— Por que eu tenho a impressão de que estou fazendo inimigos poderosos?

— Sua identidade está a salvo, Shane. Concentre-se nesta missão. Sobre o clube, a inteligência italiana desconfia que o tal clube faz negócios escusos para a máfia La Cattedrale, e que Papadopoulos seja um dos integrantes.

— Lavagem de dinheiro — interrompeu Shane. — Esse cara faz parte da máfia italiana, mas o seu escopo pode ser mais... abrangente. Pode ser coincidência um traficante colombiano ter negócios com um mafioso, mas eu creio que não exista coincidência.

— Ragnarök. Possivelmente achamos mais um dos integrantes. Preciso que viaje imediatamente para Roma. Contatei a embaixada americana e o governo romano.

Shane assentiu, preparou-se todos esses dias para uma nova missão internacional. Antes de saírem da sala, porém, Langdon falou sobre a medalha que ganhara do presidente.

— Achei uma falta de respeito sua. Sabe disso, não é?

— Eu fiz aquilo pra garantir o meu pescoço. Nunca imaginou que a existam informantes da Ragnarök no governo?

— Isso é uma teoria de conspiração sua. Não tem condições isso o que disse.

Langdon saiu da sala de reuniões, seguido por Walsh.

Susan viu alguns homens entrando na NEO. Mostraram as credenciais, Serviço Secreto.

Langdon recebeu os dois homens em seu gabinete. Os dois se identificaram como Right e Left. Queriam conhecer o agente que trabalhou no caso Valdez.

— Essa informação eu não posso dar.

— Senhor Langdon, o alto escalão do governo federal americano exige a quebra de sigilo. Vai desobedecer? — disse Right, um branco careca e usava óculos preto.

— Não posso revelar a identidade dos meus espiões...

— Conversamos com o diretor Straussen. Ele autorizou — disse Left, um homem negro careca e usava óculos preto.

Os dois pediram licença para vasculharem  computador do capitão. Numa das buscas, apenas um nome apareceu.

— Dwight Prescott? Pensei que fosse Victor Green? — disse Right.

— Talvez esse nome seja o verdadeiro do Green. — concluiu Left.

Os dois agradeceram ao Langdon pela cooperação e saíram. O capitão não entendeu muita coisa, saiu da NEO, subiu para o gabinete do diretor.

— Quem é Dwight Prescott?

Straussen jogava dardos na parede.

— Senhor Langdon, tem experiência o suficiente para saber que é um pseudônimo padrão que damos a todos os agentes. Não se preocupe pois o Walsh está seguro. E como vai a missão?

— Ele já pegou o avião para a Europa.

— Certo.

— O que está acontecendo, Straussen? Quem são aqueles caras? Por que querem tanto saber a identidade do Shane?

— Certas coisas nem mesmo você pode saber. Até logo.

Langdon saiu da sala do seu chefe com muitas dúvidas.

 

Shane pegou um avião militar exclusivo para agentes espiões. Vestiu uma roupa militar.

— O navio está perto. Já pode pular. — disse um soldado.

Shane colocou o páraquedas nas costas e saltou uma altura de cinco mil metros sobre o Oceano Atlântico. Puxou a corda e abriu o páraquedas. Viu um navio cheio de contêineres no meio do oceano.

 

Escola West Virgínia

Onze horas da manhã. A professora Barbara Walsh terminou a aula de geografia na turma do primário. As crianças correram para o intervalo do almoço enquanto a moça arrumava as suas apostilas na pasta.

— Professora Walsh?

— Sim?

— Um rapaz quer falar contigo. Disse que é o seu irmão.

— Katie, pede a ele para me aguardar um pouco. Logo vou almoçar com ele.

Barbara foi para a secretaria e chamou Kyle. Os dois saíram para um almoço num restaurante próximo.

— Encontrou emprego?

— Recebi uma proposta de trabalho numa agência que contrata corretores de imóveis. Vou me apresentar amanhã mesmo.

— Que horas vai ser?

— Pela manhã.

— Eu te levo.

— Não. Vai ser mais tarde. Você já estará na escola quando eu sair.

Barbara viu todos os movimentos do irmão. Chamou a atenção o fato dele estar agindo como se não sofresse dor por causa dos hematomas.

Uma menina na mesa perto derramou um pouco de molho no chão. O garçom, sem ver, escorregou e deixou uma garrafa de vidro de água cair na direção de Barbara. Kyle, num reflexo, segurou.

— Mil desculpas, senhores!

— Sem problemas — disse Kyle, ajudando o homem.

Barbara ficou sem palavras. A garrafa de vidro era para ter acertado o seu rosto em cheio. Faltou centímetros para o seu irmão ter a habilidade de Spider Man e conseguir parar o objeto.

— Perigoso isso. Você está bem?

— Estou.

Kyle retirou o óculos da caixinha e limpou com um guardanapo.

— Que foi?

— Parou aquela garrafa mesmo sem o óculos. Como conseguiu aquela proeza?

— Acho que foi instintivo. Se eu sou habilidoso em algo, esse algo é vendas.

Barbara voltou a comer.

...

O avião cargueiro trouxe a estátua de babilônia de Bagdá para a Arábia Saudita por um aeroporto abandonado no deserto. Os homens do príncipe Omar prepararam um caminhão para o transporte.

Os motoristas e alguns seguranças, todos árabes, foram por uma rodovia, sozinhos. As rodas do veículo estouraram repentinamente.

Bombas com gás branco foram lançadas de um avião monomotor. Todos dormiram, aparentemente. Enquanto isso, a estátua de Babilônia foi substituída por uma réplica.

— Vamos — disse Freya ao motorista do outro caminhão.

A mascarada e seus lacaios foram embora. Os capangas de Omar acordaram, abriram a parte traseira, viram a estátua lá. Ninguém desconfiou que a original, com as armas químicas, foi roubada.


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