Laços de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 9
IX. Blackout – parte 2.


Notas iniciais do capítulo

Não disse que voltava?
Pois então! Cá estou eu com a conclusão de mais um episódio muito louco na história dessa família, espero que gostem!!
BOA LEITURA :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/758911/chapter/9

Saímos do hospital com as crianças tagarelando ao meu redor e Anthony completamente calado a nossa frente. Vamos até um carro preto de vidros escuros e as crianças entram sem hesitar no banco de trás em meio a uma discussão sobre quem vai sentar no meio, eu encaro a porta sem ter certeza se devia ou não entrar, claro que supostamente é a minha família, mas o problema nem é esse, não é eu estar seguindo com vários desconhecidos, o problema mesmo, o que me dói, é que eu devia conhecê-los, todos eles.

  A porta é aberta pelo lado de dentro e vejo Anthony inclinado sobre o banco do passageiro.

  - Você vem, Elisa?

  - Eu tenho escolha? – pergunto e o vejo se surpreender.

  - Eu... Se você quiser eu ligo para o Miguel...

  - Hei, calma, bonitão! Eu só estava brincando – digo entrando e o vejo sorrir.

  - Do que me chamou?

  - Ah, eu só... – dou de ombros corando e fechando minha porta. – Só achei que combinava com você, por ser sabe, todo bonitão e tals.

  Anthony dá uma gargalhada e posso jurar que o ouvi sussurrar algo como “É por isso que eu te amo”.

  - Olha eu sei que vocês se amam e tudo mais, mas a gente vai demorar muito pra ir pra casa? Eu com fome – Drew anuncia e os irmãos reclamam com ele.

  - Quando é que você não está com fome? – Anthony pergunta divertido finalmente dando partida no carro.

  Os pequenos no banco de trás conversam, mas eu e meu suposto marido não trocamos uma única palavra. Estou tão distraída pensando no que vai acontecer de agora em diante que quando chegamos aos grandes portões e Anthony os abre com um apertar de botões e seguimos em direção a enorme mansão mais adiante fico sem acreditar.

  - Nós moramos aqui?

  - Sim – é Anthony quem responde. – Desde que os gêmeos nasceram.

  - Como nos conhecemos? – pergunto quando descemos do carro e todos eles trocam um olhar divertido. – Qual é a graça?

  - É que esse é um assunto delicado – Analu sorri. – Você diz que o papai a atropelou e ele nega, obviamente. Então a gente meio que não sabe quem está falando a verdade até hoje.

  - Eu, é claro, a mãe de vocês é doida – Anthony provoca entrando em casa e eu o sigo me sentindo bem indignada.

  - Como é que é? Definitivamente sou eu quem está certa!

  - Eu costumo concordar com você raio de sol, mas eu não te atropelei.

  - No mínimo atropelou sim, mas deixando isso de lado como foi que chegamos a isso? – indico o interior da casa muito bem decorada que é ainda mais bonita por dentro que por fora. E diferente do que eu imaginei é extremamente colorida.

  - É uma longa história envolvendo, um contrato, chuva, calda de caramelo, acidentes de carro e várias discussões – o moreno sorri nostálgico e seu sorriso aquece meu coração.

  - Vejo que foi tudo bem tranquilo.

  - Claro, até por que tranquilidade é seu sobrenome, Elisa.

  - E o meu é fome – Drew faz bico arrancando sorrisos de todos. – Vai mãe, por favor, a Jane não está e eu vou desfalecer bem aqui no meio da sala se não comer logo.

  - Ele é dramático assim mesmo? – pergunto curiosa e Analu olha para o irmão revirando os olhos.

  - Tanto que chega a ser chato.

  - Falou a rainha do “Eu mando em tudo por que sou mais velha” – Drew debocha e a irmã lhe dá língua.

  - O amor entre eles é lindo – Noah comenta e sorrio, seu tom irônico é extremamente engraçado. – E saiba que eu não guardo magoas não mãe, de você ter falado que não me queria e tudo mais.

  - Como é!? – pergunto sem acreditar e Anthony suspira olhando feio para o filho que é uma pequena cópia sua.

  - Pelo amor de Deus, não confundam ainda mais a mãe de vocês. E Elisa – ele se vira para me encarar. – Não leve a sério tudo o que seus filhos falarem, são seus filhos a final de contas. Agora Noah, desculpe-se com a sua mãe.

  - Foi mal, mamãe. É que essa é uma piadinha velha, desculpe mesmo – ele vem até mim e me aperta num abraço de urso, o envolvo de volta e seu cheiro me faz sorrir, por que tenho certeza que o conheço. Posso não ter as memórias, mas definitivamente tenho os sentimentos.

  - Certo, o que faremos agora? – pergunto e dessa vez a resposta entre os pequenos é unânime.

  - Comer!

  Nós seguimos para a cozinha e mal chegamos lá e o telefone de Anthony toca e ele se afasta. Os gêmeos se sentam no balcão e ficam a observar enquanto Noah é o único a me ajudar, felizmente o mais novo sabe exatamente onde encontrar tudo na cozinha. Enquanto cozinho eles vão me atualizando de algumas coisas, como por exemplo, tia Cassy casou! Como assim eu perdi isso? A reação de Miguel deve ter sido a melhor. Descubro também que temos uma governanta e um motorista que são casados um com o outro e basicamente parte da família. E muitas outras coisas más que eu devia saber, mas não sei, na verdade não me lembro.

  Leva pouco mais de uma hora para que prepare o jantar, eles disseram que me encontraram pela manhã, e como já é noite eu provavelmente fiquei a tarde toda no hospital. Quando coloco a mesa nenhum deles hesita em sentar, eu por outro lado me sinto invadindo uma cena familiar da qual não faço parte.

   - Mãe a senhora por acaso vai comer em pé? – Noah pergunta se servindo de macarrão enquanto Drew já está chegando perto do fim do seu primeiro prato.

  - Não, definitivamente não – digo me sentando. – Eu não sabia o que fazer então...

  - Tudo o que a senhora faz é uma delicia, sério – Drew sorri com a boca suja. - Poderia ser pão velho que ainda estaria bom.

  - Nunca pensei que diria isso, só que o Drew tem razão – Analu comenta e o irmão se finge de surpreso diante de sua declaração, mas já está com a boca cheia outra vez para responder. Apesar das implicâncias o amor que sentem um pelo outro é quase palpável e isso me faz sorrir.

  - Eles são sempre assim? – pergunto a Anthony que até então só observava a cena sem dizer nada. Ele assente sorrindo.

  - Sempre. Se um dia eles pararem de se implicar vou ter que mandar interná-los por que sei que foram abduzidos.

  Acho graça de sua piadinha e os mais novos já estão absortos em uma nova discussão e não prestam atenção a nossa conversa.

  - Eles são incríveis.

  - São, por que puxaram a mãe. Por que você os criou assim – sua declaração me pega de surpresa e me faz querer chorar com a mesma intensidade que quero beijá-lo. E como não pretendo fazer nenhuma coisa nem outra, encaro meu prato torcendo para ele não ter notado minha reação.

  Não falo mais durante o resto do jantar, nem Anthony, mas as crianças não se calam, nisso, eu tenho que admitir, elas puxaram a mim, tenho certeza. Não preciso pedir por que todos tiram a mesa, eu só assisto enquanto Anthony lava as louças, Noah as seca e os gêmeos as guardam. Quando terminam, as crianças se despedem, nos desejam boa noite e sobem.

  - Acho que também vou subir, preciso de um banho – suspiro cansada, Anthony assente.

  - Nosso quarto é o último no fim do corredor, só vou trancar tudo e já subo também.

  - Certo – digo me afastando. Quando finalmente chego ao segundo andar sorrio, decoração colorida prevalece aqui também, com tapetes vermelhos e vasos de flores espalhados pelos ambientes. Enquanto sigo pelo corredor vejo as portar entreabertas e quase instintivamente sigo até os quartos de cada um deles para ajeitar suas cobertas e lhes dar um beijo.

  Nosso quarto, foi o que ele disse, e só me dou conta disso depois de tomar banho e abrir o enorme closet para ver lá dentro não só vestidos e blusas, mas ternos e camisas que definitivamente não são minhas. Acho um pijama nada sexy e revelador e é esse mesmo que coloco. Para a minha surpresa quando volto para o quarto, depois de demorar mais do que deveria, Anthony já está lá, usando uma calça moletom e uma regata, seus braços estão à mostra e quero muito tocá-los.

  Ele sorri assim que me vê, não parece surpreso pela minha escolha de roupas.

  - Você é definitivamente a mulher mais linda que já vi.

  - Como...? Por que diz essas coisas? – pergunto meio indignada e vejo seu sorriso vacilar.

  - “Essas coisas”? Como assim?

  - Como se não pensasse pra falar, só dissesse essas coisas fofas!

  Ele ri e dá um passo em minha direção, seu cheiro ascende tudo em mim, desde meus instintos até meu coração.

  - Eu aprendi com a minha mulher, você a conhece? Uma loira sem filtro que fala tudo que vem a cabeça. Foi ela quem me transformou nesse cara bobo, culpe-a.

  - Vou culpá-la pode deixar, até por que isso é maldade! - murmuro com o coração batendo tão descompassado que quando o raio cruza o céu lá fora pulo pra longe de Anthony tão rápido que quase caio tropeçando em nossos sapatos.

  Eu estava tão envolvida com ele que nem havia notado que tinha começado a chover. Quando outro raio mostra seu poder, dou um grito me enfiando debaixo das cobertas, a essa altura do campeonato não preciso bancar a plena, afinal, Anthony deve saber do meu pavor de raios e trovões.

  Escuto as cortinas serem fechadas e as luzes sendo ligadas mesmo com o tecido sobre a minha cabeça.

  - Raio de sol, já pode sair daí – Anthony anuncia e nego com a cabeça, mas me lembro que ele não pode me ver e suspiro descobrindo-a só o suficiente para encará-lo.

  - Não, obrigada.

  - É sério, eles já devem estar chegando.

  - Eles...? – a pergunta se perde em meus lábios quando cerro os dentes para não gritar outra vez quando um clarão de luz ilumina o quarto mesmo com as cortinas fechadas, o barulho quase faz parecer que a casa está caindo.

  Mas essa não é a única coisa a irromper pelo quarto, os gêmeos aparecem descalços, de olhos arregalados e cabelo despenteado, não demoram nem meio segundo para atravessarem o espaço entre a porta e a cama e se jogarem sobre mim, quando se encolhem ao meu lado estão tremendo. Os abraço mesmo que não seja de muita ajuda agora. Olho para Anthony em busca de respostas e ele dá de ombros.

  - Se é hereditário eu não sei, mas eles definitivamente herdaram esse medo de você – ele comenta e vai até o celular para logo em seguida uma música começar a tocar, alto o suficiente para abafar o barulho da chuva. Anthony vem até a cama e puxa a coberta só o suficiente para ver o rosto de Drew escondido em meu peito, Analu se enfiou fundo de mais para se quer alcançá-la. – Você está bem?

  Drew faz que sim sem olhar para nenhum de nós e Anthony se junta à gente na cama. Não tarda a ter outro raio e nós nos encolhermos. Estou tão ocupada tentando acalmar a mim a aos gêmeos que demoro a notar Noah parado na porta. Ele está de pijamas, descalço e coçando um olho.

  - Estão todos aí, papai?

  - Estão. Por que acordou? Veio me ajudar? – Anthony pergunta e o mais novo dá de ombros bocejando.

  - Eu escutei o barulho e acordei, achei que precisasse de ajuda.

  - E ele? – pergunto indicando Noah e Anthony sorri.

  - É o meu fiel escudeiro. Geralmente é quem me ajuda com vocês.

  - Você está brincando, não é?

  - Não – ele responde solene e sorri para Noah. – Você vem, campeão?

  - Claro.

  Felizmente a cama é grande o suficiente para todos, e talvez seja esse o motivo dela ser assim tão grande. Estamos todos amontoados e isso me faz sorrir, a tempestade continua e Anthony e Noah vão contando histórias e piadas afim de distrair a mim e aos gêmeos e por incrível que pareça dá certo. Eles são ótimas distrações, quase uma equipe bem treinada para desastres e talvez sejam mesmo, afinal, com três pessoas tendo um ataque por causa de uma chuva, alguém tem que estar no comando.

  Não sei bem quando, mas acabo pegando no sono, apesar da chuva e dos trovões, o calor e as vozes dos morenos são quase um calmante. Acordo com um despertador tocando, todos se mexem ao mesmo tempo e alguém cai da cama.

  - Ai, Noah! Não precisa me chutar – Drew reclama ficando de pé, o mais novo se senta na cama sem parecer realmente arrependido. Analu é a última a sair debaixo das cobertas e seus cabelos estão tão despenteados que apontam cada mecha em uma direção. Os irmãos riem e ela revira os olhos os ignorando.

  - Isso que dá ir dormir com o cabelo molhado – choraminga e nessa hora Anthony sai do banheiro já pronto, de terno e bem penteado.

  - Está lindo, bonitão – digo sem pensar e todos me olham de olhos arregalados.

  - Mamãe, você se lembrou!? – Alanu pergunta parecendo não acreditar e nego coma cabeça.

  - Não, eu só... – não preciso terminar para ver a frustração em seus rostos e isso me dói.

  - Certo, hora de ir, todos tem escola hoje – Anthony muda o rumo da conversa e eles ficam de pé. Quando estão quase saindo, Drew se vira para nos olhar.

  - Pai, posso ficar com a mamãe hoje? Não tenho nenhuma aula realmente importante.

  - Todas são importantes, Drew.

  - Eu sei, e o senhor entendeu, é que acho que ela vai se sentir sozinha, já que ela não pode ir trabalhar e a Jane ainda não voltou.

  - Tudo bem, você tem razão – Anthony cede e sorrio também.

  - E eu pai, posso ficar? – Noah pergunta animado.

  - Você não, tem um trabalho para apresentar hoje e eu um teste pra fazer – é Analu quem responde. – A gente te ama, mãe. Agora vem, Noah.

  - Ah, larga de ser chata, Analu, eu tava falando com o papai – Noah choraminga, mas a segue. – Dá próxima te largo sozinha numa tempestade – ele ainda está reclamando quando somem pelo corredor.

  - Larga nada, ele é apaixonado de mais por esses irmãos pra isso – Anthony sorri. – Fiquem bem, eu volto para o almoço.

  - Já vão? – pergunto e ele assente. – Mas e o café?

  - Vamos comer fora hoje, podem aproveitar a cama, amo vocês – e depois dessa declaração deixa o quarto, Drew volta correndo e se joga outra vez na cama me fazendo rir.

  - Aqui é sempre assim tão animado? – quero saber e ele faz que sim.

  - Sempre, acho que nunca vi essa casa com menos que sorrisos e discussões. Talvez tenham tido lágrimas, mas elas sempre foram menores que as coisas boas.

  - Você é apaixonado por eles, não é?

  - Muito, a senhora e o papai são os melhores e Noah meu companheiro de pegadinhas – Drew sorri e quase consigo imaginá-los aprontando alguma juntos.

  - E a Analu?

  - Bem, ela é chata e mandona.

  - Mas? – insisto e ele suspira.

  - Mas também é uma irmã incrível, e se a senhora disser isso pra ela eu nego.

  - Minha boca é um túmulo – garanto e ele sorri.

  - Não posso sair por ai dizendo que ela é maravilhosa, mas ela é, por que a Alanu se parece muito com a senhora, e ela é a mais velha e faz questão de mostrar isso, mandando e cuidando de mim e do Noah de um jeito mais irritante impossível.

  Sua quase declaração de amor para a irmã me faz gargalhar e puxá-lo para a um abraço ainda deitados na cama.

  - Vocês são incríveis sabia? Todos vocês, e tenho medo nunca mais me lembrar o quanto.

  - A senhora vai se lembrar, tenho certeza.

  - Espero que sim.

  Eu e Drew passamos parte da manhã na cama vendo filmes e a outra na sala cantando, isso até dar a hora de fazer o almoço, ele vem comigo, mas se limita a ficar olhando, ele diz que não tem nenhum talento na cozinha, mas que Analu consegue ser ainda pior, o pequeno disse que a irmã quase pôs fogo no próprio cabelo tentando fazer macarrão instantâneo.

  Sempre que algum deles me conta uma história assim, me sinto ainda pior por não me lembrar, não é culpa deles nem minha (eu espero), mas ainda assim, dói.

  E não sei bem como, mas Analu e Noah chegam e basicamente arrastam Drew com eles dizendo que vão à casa de Helena fazer um trabalho com o primo. Eles me beijam, se despedem e Marco, o motorista que me sorri divertido os leva sem esperar por uma resposta minha.

  - Mas o que acabou de acontecer? – pergunto a mim mesma seguindo até a cozinha e suspiro vendo a lasanha que fiz. – Agora quem vai comer isso?

  - A gente, que tal? – a voz de Anthony surge atrás de mim me fazendo dar um pulo de susto.

  - Você quase me matou do coração. Precisava disso tudo?

  - Não, mas saber que ainda consigo assustá-la, me deixa feliz.

  - E me deixa irritada. Isso é algum tipo de piada?

  - Na verdade sim – ele comenta divertido e eu estreito os olhos para encará-lo, isso só o faz rir ainda mais. – Te amo, raio de sol. Quando vamos comer?

  - O quanto antes – decido me virando para a travessa outra vez.

  Não colocamos a mesa, nos sentamos no balcão com os pratos de lasanha.

  - Esse foi o primeiro prato que você cozinhou pra mim, lá no seu antigo apartamento, quando nem éramos nada um do outro ainda. Você sempre foi a única que conseguia me fazer sorrir por motivo nenhum e me irritar com a mesma facilidade, foi quem me mostrou que valia a pena ter alguém por quem lutar.

  - Chega! – o corto com os olhos marejados.

  - Raio de sol?

  - Não me chama assim! – soluço ficando de pé e lhe dando as costas, tudo em mim doía. Segui as cegas até a sala e sabia que ele estava atrás de mim.

  - Elisa, qual o problema? Eu achei que talvez falar com você fosse ajudar.

  - Mas não ajuda! Só machuca mais, por que eu não me lembro! – explodo o encarando. – Por que não sei nada sobre você, por que devia saber, por que quero saber! Argh! Isso é frustrante e você não entende!

  - Então fale comigo! – ele grita de volta. – Berre como está fazendo, me atire coisas! Mas não me afaste, não fuja, uma vez você me prometeu que nunca mais fugiria, eu aceito qualquer coisa, mas não vá embora!

  - Não estou indo embora! Só quero minha vida de volta! – grito e não sei como nos aproximamos a ponto de nossos narizes estarem a um palmo de distância.

  - Então você a terá! – Anthony devolve no mesmo tom de voz e me puxa para um beijo que eu definitivamente não estava esperando.

  Quando suas mãos passeiam por mim e seus lábios cobrem os meus eu sou só fogo a queimar e tudo vem uma vez, como uma avalanche, numa onda enlouquecedora de imagens e cenas, tudo voltando de uma vez junto com sentimentos arrebatadores, é de uma vez e de uma hora pra outra, mas de repente está tudo lá, todas as cenas e partes que eu havia perdido do quebra cabeça. Minha vida e meus sentimentos outra vez completos e em meio a isso tudo ainda acho forças para puxar Anthony para mais perto, quero tudo dele, tudo que tem para me oferecer, quero devorar meu Bonitão por inteiro.

  Quando finalmente nos separamos, estamos arfando, o rosto vermelho e os olhos brilhando de desejo.

  - Eu amo você, raio de sol e não importa quanto tempo demore, sei que vai voltar pra mim.

  - Bonitão idiota, eu também te amo! Isso é tudo culpa sua! – digo só para seus olhos escuros brilharem. – Mas acho que não vai precisar esperar tanto assim. Não é com um beijo que nos contos de fadas os príncipes despertam as princesas? Pois então.

  - Você voltou? – ele pergunta ainda sem acreditar e faço que sim lhe dando um selinho.

  - Voltei e não pretendo ir a lugar nenhum.

  - Eu pretendo – ele sussurra em meu ouvido me fazendo arrepiar enquanto me levanta do chão, enlaço sua cintura com as pernas e o vejo sorrir.

  - Temos a casa toda pra nós – digo e ele me beija outra vez antes de começar a subir as escadas comigo ainda enrolada a ele.

  Eu poderia ir quantas vezes e todas as formas possíveis, mas de uma coisa eu tinha certeza, meu Bonitão sempre me traria de volta, não importa de onde fosse. Seu amor sempre me resgataria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Eu com toda a minha imaginação fértil poderia continuar escrevendo sobre a Lisa assim por mais tempo, mas seria maldade, fora que esses são contos supostamente independentes, então espero que tenham gostado dessa minha ideia muito louca!
Não sei quando volto agora, mas fiquem despreocupados que eu posso sumir, mas volto, com certeza volto!
Beijocas e até, Lelly ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Laços de Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.