Laços de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 7
VII. Reunião de família.


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeente, eu não morri, e os contos ainda não acabaram!
Só me enrolei tanto, mas tanto que não consegui escrever nada... Me desculpem mesmo por isso!!
E então, eu só queria dizer que, Laços de Amor nunca foi pensada para ser uma história longa ou com muitos capítulos, então ainda terão mais, porém serão no máximos mais uns três ou quatro, aí vamos mesmo ter que nos despedir dessa família!
Era só isso, espero que gostem do capítulo e BOA LEITURA!! :3
PS: Vou deixar as idades de todos aqui em baixo para vocês não ficarem perdidos!!

Idades

Elisa, 38 – Anthony, 42.
Anna Laura, 14; Andrew, 14; Noah, 10.

Miguel, 39 – Helena, 38.
Matthew, 14; Madison; 8.

Michael, 44 – Chloe, 40.
Manuella, 13.

Caitlin, 33 – Daniel, 40.
Rebecca, 10.



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  Olhei para as crianças sentadas em roda mais adiante na grama e sorri. A tensão entre eles era quase palpável e eu tive que me esforçar muito para não rir da situação. Eles estavam jogando UNO e a julgar pelas cartas de Drew que eu podia ver logo mais eles estariam se acusando de alguma coisa. Analu, Matt e Manu estavam com ele, já há algum tempo o “trio parada dura” tinha se tornado o “quarteto fantástico”.

  Analu e Drew finalmente tinham superado o episodio da praia, do quase beijo e das revistinhas rasgadas. A verdade era que minha princesa guerreira era do tipo que explodia na hora e quinze minutos depois já tinha se arrependido e, naquela ocasião não foi diferente, ela juntou todas as partes das revistas que tinha rasgado e colou, e o que ela não conseguiu arrumar, comprou outras com a própria mesada para devolver ao irmão, mas isso não aconteceu antes de Drew se vingar dela enchendo seu xampu de tinta, Analu passou dois dias com o cabelo verde ameaçando matar o irmão enquanto ele e Noah se acabavam de rir dela.

  Quando eles finalmente desistiram das vinganças, com as quais eu me divirto muito só pra constar, minha garotinha finalmente me contou que a confusão toda na praia foi um mal entendido, havia uma amiguinha metida da escola lá no quiosque perto da sorveteria, e ela não queria, mas insistiram para ela se sentar com eles e Analu acabou cedendo e foi, era pra ser rápido, depois o tal garoto que Drew deu um soco nariz apareceu e ela não precisou me dizer, mas para uma garota que vive mais na ficção que na realidade, sei que ela entrou em pânico com aquela história toda de beijar e se isso não fosse o suficiente, o irmão ciumento apareceu gritando e ela como a princesa guerreira que é, não quis sair por baixo, então disse tudo aquilo e depois foi chorar em casa. Minha garotinha ainda tinha muito para viver e o que me confortava era saber que mesmo de um jeito torto, seus irmãos sempre estariam com ela e vice versa. Meus três mosqueteiros, sempre prontos a se ajudar e cuidar uns dos outros.

  Apesar de parecer que não se davam bem, eu sabia que as crianças, não só os gêmeos e Noah, eram apaixonadas umas pelas outras, eles eram um pequena gangue pronta para se defender. E a prova disso era o fato de que todo o quarteto fantástico tinha levado advertência na escola semana passada e isso se deu, é claro, por que eles sempre, isso eu sabia que nunca iria mudar, compravam as brigas uns dos outros.

  A confusão toda começou por que estavam implicando com a cor do cabelo da Manu, a ruivinha tentou se defender das brincadeiras, mas quando a coisa evoluiu para empurrões e puxões de cabelos (pré-adolescentes invejosas podem ser horríveis), Analu se meteu, minha princesa como a dama que é, não precisou de muito para transformar aquilo numa briga e ela e Manu terminaram com tufos de cabelos das outras garotas nas mãos, e é claro que as filhinhas  de papai não deixaram por isso mesmo, antes do intervalo delas acabarem, chamaram os namoradinhos para intimidar Analu e Manu, mas o que as não esperavam era que Drew e Matt como os ciumentos e superprotetores que são, viessem ao resgate delas. Resultado: os namoradinhos das meninas terminaram com um nariz sangrando e um lábio cortado, os meninos com arranhões, Analu além dos cabelos das outras nas mãos, um hematoma no braço e todos com advertências.

  - Rindo de que, Raio de Sol? – Anthony perguntou beijando meu pescoço enquanto eu terminava de forrar a mesa do almoço que tinha sido colocada no jardim. Meu marido se afastou e analisou meu rosto enquanto eu tentava parecer séria. Ele arqueou uma sobrancelha e dei de ombros.

  - Estou aqui me lembrando das confusões em que seus filhos vivem se metendo. Não sei a quem eles puxaram para serem barraqueiros assim.

  - A quem será que puxaram, né? – ele riu e eu ajeitei o forro da mesa fingindo não ouvi-lo.

  - Não sei do que você está falando.

  - chorando por que, Lisa? – Miguel perguntou aparecendo com uma pilha de pratos e a colocando encima da mesa que eu tinha acabado de arrumar.

  - Seu cunhado está me chamando de barraqueira. Você tem que me defender.

  - Por quê? Se é verdade? – meu irmão quis saber despreocupado e Anthony gargalhou da minha cara de incredulidade.

  - Miguel!?

  - O quê? – ele disse entre risos e eu fiz meia volta e sai pisando duro em direção à entrada da casa.

  - Hei, Lisa! Volta aqui! – Miguel chamou ainda rindo e eu o ignorei.

  Quando cheguei à cozinha, já estava sorrindo da idiotice dos morenos que adoravam me irritar. Vi Lena concentrada em uma panela com Noah e Maddie como seus ajudantes. Meu caçula era o único dos meus filhos que parecia ter algum interesse em ajudar a cozinhar e não só a comer. Madison, a garotinha mais nova de Miguel e Lena, era muito parecida com a mãe, com a mesma pele cor de chocolate e os cachos rebeldes, a única diferença eram os olhos tão verdes quanto os do pai. A pequena era dois anos mais nova que Noah e a mascote da família que todos gostávamos de ajudar a cuidar um pouco, inclusive Noah e Becca que se sentiam muito mais velhos que ela.

  - Como está indo nosso almoço? – perguntei me aproximando e os três sorriram quando me viram.

  - Ainda vai demorar um tempão, mãe. Então é melhor não falar nada para o Drew se não ele tem um ataque e morre com uma notícia dessas – Noah comentou divertido e fui até ele beijar seu rosto.

  - Esse meu bebê é muito fofo – comentei e ele fez careta.

  - Mãe!

  - O quê?

  - Eu tenho dez anos, não sou mais um bebê.

  - Você sempre será meu bebê – disse beijando a ponta de seu nariz e meu pequeno se afastou reclamando. Sorri me virando para Lena. – Vai mesmo demorar tanto assim?

  - Um pouco. Não sei pra que convidar tanta gente pra comer.

  - Tanta gente? – perguntei divertida. – Você sabe que são só vocês, Mike e Chloe, Dan e Cait que já devem estar chegando com a Becca, né? Até Marco e Jane não estão aqui hoje.

  - Como eu disse, muita gente – Lena sorriu me ignorando e voltando a remexer as panelas enquanto eu ia cortar tomates para a salada. Os mais novos estavam empenhados em preparar o suco. – Quando foi que nossa família cresceu assim? Parece que foi ontem que éramos só eu, você e o Miguel sendo visinhos de apartamento. Agora temos filhos que já são quase adolescentes.

  Eu acabei rindo de seu tom incrédulo.

  - Estamos ficando velhas, Lena.

  - E estressadas – ela concordou. – De tanto ser chamadas lá na escola deles. Você sabe que são seus filhos que arrastam o meu para essas coisas, né?

  - Como se o Matt não fosse que nem o pai e só precisasse de uma desculpa para se meter em confusão.

  - Falou o bom exemplo, né? – ela riu e eu a olhei feio.

  - Hoje vocês tiraram o dia para dizerem que sou um mal exemplo para os meus filhos?

  - Você só percebeu isso agora? - uma voz perguntou atrás de mim e me virei para ver quem era. Dan sorria divertido, Cait estava ao seu lado, Becca e Noah precisaram apenas de uma troca de olhares antes de saírem de fininho seguidos por Maddie.

  - Você não tem o direito de dizer isso não Sr. Daniel Wheeler, por que definitivamente é uma influencia pior que eu. Na verdade, como vocês entraram?

  - Seu irmão abriu o portão, já que o ser humano horrível do seu marido mesmo depois de todos esses anos, se recusa a me receber na casa de vocês. Ele acha que isso me atinge e não poderia estar mais enganado.

  - Nada te atinge, amor – Cait riu e Dan fingiu não ouvi-la, mas a beijou.

  - Também te amo. Vou lá ver se meu melhor amigo ingrato precisa de ajuda, por que se precisar vou me sentar e esperar ele implorá-la para mim.

  O moreno deixou a cozinha enquanto eu e as garotas ríamos.

  - Seu marido é louco, podia ser um irmão perdido da Lisa – Lena disse à Cait que tinha se juntado a nós na preparação dos pratos enquanto eu revirava os olhos.

  - E eu não sei. Mas o amo assim mesmo. E Lisa – a mais nova se virou para me encarar.

  - O que foi?

  - Eu acho que nunca te agradeci por ter dado meu número ao Dan. Por que fez isso se nem tínhamos nada em comum na época? Eu era só uma garota pensando se ia ou não faculdade e ele um contador formado e bem sucedido.

  - Vocês ficaram se comendo com os olhos quando se conheceram e eu pensei “Por que não?”. Só quis juntar duas pessoas especiais e deu certo – comentei dando de ombros e Cait sorriu. – E sobre isso de não terem nada em comum, o que tem a ver? Eu e o Bonitão somos completamente opostos e nem por isso nos amamos menos. Se vocês fossem parecidos de mais, não teria graça. Uma das felicidades da minha vida é irritar meu marido.

  - Nisso eu sou obrigada a concordar com a Lisa – Lena riu. – Tirar o Miguel do sério é extremamente divertido.

  - Vocês são más em? – Cait riu e eu neguei com a cabeça.

  - Má não, realista.

  - Louca – Lena fez com os lábios e eu a olhei feito. – Isso sim.

  Caitlin riu e eu preferi ignorar minha cunhada. Nós continuamos nisso de preparar a comida e fofocar até que Noah, Becca e Maddie voltaram com um ar solene de procissão de enterro.

  - Mãe – meu pequeno chamou e eu me virei para olhá-lo.

  - O que foi?

  - O Drew perguntando se a gente ainda vai almoçar hoje ou só amanhã agora.

  - Diz pra ele que é só a amanhã – aviso. – Se ele está tão interessado em comer por que não vem ajudar?

  - Por que está perdendo no UNO. Manu está ganhando de todo mundo, Analu está em segundo e Matt já desistiu e está lá deitado na grama gravando as discussões dos outros três – ele me dá um pequeno resumo e acho graça.

  - E seu pai e seus tios?

  - Estão falando de futebol lá na mesa. Eu com fome.

  - Eu também! – as meninas concordam.

  - Hei! Essa frase é minha – Drew comenta aparecendo na cozinha seguido do resto da gangue. – E por falar nisso, mãe, com fome!

  - Se vão comer, vão ajudar também. Levem as travessas, os copos e os talheres lá pra fora. Afinal, os homens da casa que deviam já ter feito isso sumiram.

  - Vocês ouviram – Cait aponta para as coisas em cima do balcão. – Mãos à obra.

  Os mais novos são os primeiros a se afastar, Drew vem até mim e me beija o rosto. Aí tem.

  - Mamãe – ele diz sorridente e finjo seriedade.

  - Oi.

  - Te amo. Não tem nada para comer aí, não?

  Rio negando com a cabeça.

  - Primeiro trabalha, depois come. Ninguém nunca te disse isso, não?

  - Isso é trabalho infantil! – Drew reclama pegando um atravessa e seguindo atrás do irmão.

  - E você, alguma coisa a declarar? – Lena pergunta ao Matt e ele nega com a cabeça.

  - Me mantenho no direto de ficar calado – anuncia e vai atrás de Drew. Olho para Lena e ela dá de ombros.

  - Isso é convívio de mais com o pai dele. Matt vive dizendo elas frases elaboradas. Acho graça.

  - Eu acho esquisito – Manu comenta e sorrio para a ruivinha.

  - Cadê seus pais? Não vinham para almoçar?

  - Sei não, tia Lisa. A vovó doente e minha mãe disse que ia lá na doceria antes de voltar.

  - Ela está trabalhando num domingo? – pergunto lhe estendendo um cesto com os talheres e ela faz que sim. - Isso que é gostar do trabalho.

  - A única parte boa de lá são os doces. Tem gente de mais – ela faz careta e acho graça. – Tia, os meninos disseram que ganhei? Achei que o Drew fosse chorar.

  É vez de Analu rir.

  - Isso ia ser bem engraçado. Ele é competitivo de mais, o Matt é menos louco aceitou o nosso Girl Power de boa – minha princesa diz e sorrio. Ela se vira para mim subitamente animada. – Mãe! Me inscrevi no concurso de redação lá da escola. A Manu disse que era uma boa ideia, mas vendo agora acho que sou melhor lendo que escrevendo.

  - Minha princesa é uma escritora? Que chique! Já posso ostentar – digo divertida e ela cora.

  - Ah... Não devia ter dito nada, o papai foi mais discreto.

  - Como sempre – é a resposta em coro de todas as mulheres da cozinha e me faço de ofendida.

  - Eu sei ser discreta, Ok? Só não faço a linha dama refinada, é diferente.

  - Aham — foi a resposta de metade delas e eu revirei os olhos e dispensei as meninas depois de beijar as bochechas de cada uma.

  - Os filhos de vocês estão se matando lá na mesa do almoço – Miguel anuncia passando direto pela cozinha em direção ao banheiro.

  - E você não tem filho lá não, né? – Lena grita para ele, mas meu irmão já sumiu dentro de casa. Ela olha para a porta que dá para o jardim e suspira. – Eu mereço. Vou lá ver o que está acontecendo. Vão precisar de mim?

  Olho para as duas panelas e a jarra de suco que sobrou.

  - Leva o arroz que o resto eu e Cait damos conta.

  - Ok – minha cunhada pega a panela e segue em direção a saída.

  Não demora nem dez minutos até Caitlin e eu termos terminado a outra jarra de suco e sairmos em direção ao jardim para nos juntarmos ao resto da trupe. Lena está tentando arrumar a mesa enquanto as crianças mais atrapalham que ajudam. Dan está sentado traquilamente vendo a confusão, Miguel ainda não voltou do banheiro e não vejo Anthony em lugar nenhum, deixo o suco encima da mesa quase derrubando tudo em Matt no processo e olho para Dan.

  - Cadê o meu marido?

  - Foi atender o celular e até agora não voltou, mas pode deixar que se ele não chegar a tempo, eu como a parte dele também.

  - Nada disso, se o papai não quiser, pode deixar que eu como – Drew se oferece e sorrio divertida.

  - Você é um péssimo exemplo, Daniel.

  - Você finalmente percebeu isso, Raio de Sol? – Anthony pergunta divertido voltando acompanhado de Mike e Chloe que finalmente resolveram dar o ar da graça.

 - Mãe! Pai! – Manu vai cumprimentá-los e depois de alguns apertos de mão e abraços finalmente nos sentamos à mesa. Já estamos começando a servir os partos quando Miguel volta.

  - Achei que tinha morrido. O que aconteceu? – Lena pergunta e meu irmão mostra o dedo com um Band-Aid.

  - Maddie quebrou um copo e para livrar ela de se machucar, cortei o dedo – ele dá de ombros se sentando ao lado de Lena.

  - Você bem, papai? – a mais nova quer saber e ele faz que sim beijando o rosto dela.

  - Estou ótimo. Não íamos comer?

  - Isso, comida finalmente! – Drew comemora e todos rimos antes de finalmente voltarmos nossa atenção aos pratos.

  Quando Lena brincou que não sabia quando tínhamos nos tornado tantos, eu não tinha parado para pensar que realmente parece que foi ontem que éramos apenas eu, ela e Miguel no nosso antigo prédio, não tínhamos casas com jardim e churrasqueira, nem filhos quase adolescentes, nem tantos amigos a ponto de lotarmos uma mesa de dez lugares. Olhei para os rostos risonhos e desejei que pudéssemos continuar assim pelo tempo que conseguíssemos, curtindo cada pequeno momento como se fosse o último. Que os anos que venham tragam sempre mais alegrias e sonhos, conquistas e amores e muitas, mas muitas histórias para contar.


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Notas finais do capítulo

Então, o que estão achando? Quero opiniões!!
Beijocas e até, Lelly ♥



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